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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

DEFINIÇÃO FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

- A FV é a causa mais iminente de óbitos relacionado ao coração


sendo originada por estímulos do sistema nervoso autônomo que
pode estar associado a situações extremas de estresse.

- Responsável por cerca de 50% - 70% de todas as formas de PCR


pré-hospitalares e por 30% a 40% das PCR hospitalares.

- Caracteriza-se por um ritmo cardíaco rápido e irregular,


- A PCR consiste na súbita falta ou alteração na contração cardíaca, provenientes de um foco único ou múltiplo, e levando à
que gera uma perfusão ineficaz, seguida de irresponsividade, incapacidade de os ventrículos fornecerem uma resposta mecânica
apneia ou respiração agônica (“gasping”) e pulso carotídeo nulo. completa e adequada para cada estímulo.
- A PCR é situação dramática, responsável por morbimortalidade
OBSERVAÇÃO!!!
elevada, mesmo em situações de atendimento ideal.

- Na PCR, o tempo é variável importante, estimando-se que, a cada A FV/TV é a modalidade de PCR de melhor prognóstico e, em
minuto que o indivíduo permaneça em PCR, 10% de probabilidade princípio, os esforços de ressuscitação devem continuar até
de sobrevida sejam perdidos. que o ritmo deixe de ser FV/TV.

- . O treinamento dos profissionais de saúde no atendimento


padronizado dessa situação clínica pode ter implicações B) RITMOS NÃO CHOCÁVEIS
prognósticas favoráveis.
ASSISTOLIA
EPIDEMIOLOGIA

- No Brasil existe a estimativa de 200.000 casos de parada cardíaca


a cada ano, metade deles em ambiente hospitalar.

- As taxas de sobrevida na alta hospitalar variam de 9,5% para casos


de parada cardíaca fora do hospital e 24,2% para casos - A assistolia corresponde à ausência total de qualquer ritmo
hospitalares. cardíaco.
- Dos sobreviventes, 40 a 50% permanecem com deficiências - Modalidade de pior prognóstico→ situação terminal.
cognitivas, como memória e déficits de desempenho intelectual.
ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO
MODALIDADES DE PARADA CARDÍACA

A PCR pode ser dividida em dois grandes grupos:

A) RITMOS CHOCÁVEIS

TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO

- É uma entidade clínica, sem ser uma arritmia específica, onde


nota-se atividade elétrica no monitor (díspar da TV), mas a vítima
está com os sinais de parada.

- Na AESP podem existir contrações, mas estas são tão fracas que
não há repercussão mensurável.
- É caracterizada pela ocorrência de três ou mais extrassístoles
ventriculares sequenciais, com uma frequência superior a 100 ABORDAGEM INICIAL DE SUPORTE À VIDA
batimentos por minuto, chegando à ausência de pulso arterial
palpável por deterioração hemodinâmica.
A) ALGORITMO CIRCULAR DE PCR EM ADULTOS –
-Quando, no eletrocardiograma (ECG), essas contrações são ATUALIZAÇÕES 2018
representadas por complexos “QRS” de mesma forma e amplitude
(aspecto alargado).
- Paciente deve estar em decúbito dorsal, em superfície plana e
rígida.

- Coloque a região hipotênar de uma mão sobre o esterno da vítima


B) ALGORITMO DE PCR PARA ADULTOS – ILCOR 2020 e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a;

- Estenda os braços e posicione-os cerca de 90º acima da vítima;

- Frequência: 100 a 120 compressões/ minuto;

- Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4


polegadas (6 cm);

- Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-


se sobre o tórax entre as compressões;

- Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as


compressões por mais de 10 segundos;

- Reveze com outro socorrista, a cada dois minutos, para evitar a


fadiga e compressões de má qualidade (a troca tem que ser menos
de 5 segundos).

- 50% das compressões são muito superficiais e muitas interrupções


(24 a 49% do tempo de RCP sem compressões. Meta é, pelo
menos, 60%).

Dispositivos mecânicos para compressões torácicas:

MANOBRAS DE RESSUCITAÇÃO CARDÍACA

COMPRESSÕES TORÁCICAS
VENTILAÇÃO CAUSAS REVERSÍVEIS

Hipovolemia
Hipóxia
Hidrogênio (acidose)
Hipo / hipercalemia
Hipotermia

Tensão no pneumotórax
Tamponamento cardíaco
Toxinas
Trombose pulmonar
Trombose coronária

Para não retardar o início das compressões torácicas, a abertura


das vias aéreas deve ser realizada somente depois de aplicar trinta
compressões

As ventilações devem ser realizadas em uma proporção de 30


compressões para 2 ventilações, com apenas um segundo cada,
fornecendo a quantidade de ar suficiente para promover a elevação FARMACOLOGIA:
do tórax.
1) Epinefrina (adrenalina)
A hiperventilação é contraindicada, pois pode aumentar a pressão
intratorácica e diminuir a pré-carga, consequentemente diminuindo Ação: Vasoconstrição sistêmica.
o débito cardíaco e a sobrevida. Além disso, aumenta o risco de o Melhora o fluxo cerebral e coronariana;
insuflação gástrica, podendo causar regurgitação e aspiração. o Maior chance de restauração da circulação espontânea;
o 1mg EV a cada 3 a 5 / 1mg EV a cada 3 a 5 min.
Embora evidências de contaminação com a realização de ventilação
boca a boca sejam mínimas, é indicado que o socorrista utilize 2) Amiodarona
mecanismos de barreira para aplicar as ventilações, como o lenço
facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso ("pocket-mas k") Medicação escolha na Fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia
ou bolsa-válvula-máscara. ventricular sem pulso (TVsp) que persiste ou recorre após a
desfibrilação.

o Diminui a condução através do sitema His-Purkinje e de feixes


anômalos;
o Aumenta a duração do potencial de ação em todo o tecido
cardíaco;
o Reduz a FC, diminui a condução para o nó AV e diminui a resposta
Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações,
ventricular.
será necessária a abertura de via aérea, que poderá ser realizada
com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo e, se a. Primeira dose: 300 mg. IV ou via intra óssea, em bolus.
houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da b. Segunda dose: ISO mg. IV ou via intra óssea, em bolus.
mandíbula. .
3) Sulfato de magnésio

o Essencial para várias enzimas intracardíacas, que atuam na


condução.

o Deficiência implica em várias anormalidades de condução e


automaticidade.

o Suprime a automaticidade miocárdica em células parcialmente


despolarizadas.

o 1 a 2g diluído em 10ml SG 5%.

4) Bicarbonato de sódio

o Usar somente que for confirmada:


o Acidose metabólica;
o Hipercalemia ou intoxicação por tricíclicos e fenobarbital.
o Dose de 1 mEq/kg.

5) Lidocaína
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
o Inibe o influxo de sódio através dos canais rápidos das células
Indicações: miocárdicas.

• Nível de consciência rebaixado, impedindo o controle adequado do o Diminui a condução em tecidos isquêmicos, com menor influência
paciente sobre a patência de suas vias aéreas superiores; no tecido normal.
• Falência cárdio-circulatória concomitante: choque circulatório,
sinais de isquemia miocárdica, arritmias graves; OBSERVAÇÃO!!!
• Paciente com grande trabalho respiratório, com taquipnéia
persistente e utilização da musculatura acessória da respiração,
para manter valores limítrofes na gasometria arterial.
DESFIBRILADOR

- A desfibrilação é constituída pela aplicação de corrente elétrica


contínua, no tórax, através do coração, em seu maior eixo, cuja
finalidade é promover a despolarização simultânea do maior número
possível de células cardíacas.

- Espera-se que, como o nó sinusal é o primeiro a se despolarizar,


ele assuma o comando, quando as células se repolarizarem após a
desfibrilação.

- Considerando-se a rapidez com que o diagnóstico deva ser feito,


os desfibriladores devem ser capazes de monitorizar o ritmo da
vítima através de suas pás. Isso permite pronta desfibrilação, caso
a FV seja identificada.

- A energia fornecida pelos aparelhos varia na dependência do tipo


de onda utilizado.

Os modelos mais antigos utilizam-se do padrão monofásico, mas a


tendência atual dos fabricantes é que sejam substituídos pelo
padrão de onda bifásico, com evidências crescentes de que tal OBSERVAÇÃO!!!
padrão implique em, pelo menos, igual eficácia com menor energia Dentro da realidade de cada instituição, procura-se padronizar
e, presumivelmente, menor dano para o miocárdio. as funções dessas pessoas com atribuições mais específicas,
O conceito de desfibrilação precoce, como único tratamento tornando o atendimento mais eficiente e rápido.
disponível para a FV, fomentou a criação de Desfibriladores
Externos Automáticos (DEAs) para levar o recurso ao ambiente pré-
hospitalar onde a PCR é mais frequente. Os DEAs estão se ELEMENTOS DE UMA EQUIPE NO MOMENTO DA
tornando cada vez mais presentes, inclusive por força de legislação, REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
tanto no Exterior como no Brasil. Sua eficácia é comprovada,
quando manuseados por pessoas treinadas, mesmo que leigas. o Funções e responsabilidades claras;
o Comunicações em circuito fechado;
o Mensagens claras;
o Conhecer suas limitações;
o Respeito mútuo;
o Intervenções construtivas;
o Compartilhar o conhecimento;
o Resumo e reavaliação.

CUIDADOS PÓS-PCR

Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR:

o Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais


EQUIPE DE ATENDIMENTO À PCR após o retorno da circulação espontânea.

o Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com


- Atribuição de cada completo sistema de tratamento pós-PCR.
profissional no atendimento
à PCR de acordo com a o Identificar e tratar síndromes coronarianas agudas e outras
orientação da American causas reversíveis.
Heart Association (AHA), a
equipe de atendimento deve o Controlar a temperatura para otimizar a recuperação
dispor de seis elementos neurológica (Evitar febre).
assim distribuídos:
o Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto
inclui evitar ventilação excessiva e hiperóxia.

o Pressão Arterial Sistólica ideal: acima de 100 mmHg (associado


a uma melhor recuperação).
o É aconselhável evitar e corrigir imediatamente PA sistólica
menor que 90 mmHg e Pressão arterial media (PAM) menor
que 65 mmHg durante os cuidados pós parada, pois a
hipotensão está associada ao aumento da mortalidade e à
redução da recuperação funcional.

o Identificar e tratar hipo e hiperglicemia.

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