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Objetivo:

1. Compreender quais são os fatores de risco para PCR.


2. Estudar as formas de identificação de uma PCR (sinais e sintomas).
3. Associar a causa das paradas com a sua fisiopatologia (10).
4. Descrever o protocolo de atendimento básico e avançado do atendimento à PCR.
5. Identificar quais os tipos de desfibrilador, como usar e quais os tipos de ritmos chocáveis e não
chocáveis.
6. Conhecer os materiais utilizados em um atendimento à PCR.
7. Elencar os cuidados de enfermagem com um paciente pós PCR.

1.Compreender quais os fatores de risco para PCR

Sedentarismo (condicionamento cardiovascular ineficiente), colesterol alto e aterosclerose, obesidade,


tabagismo, etilismo, idade avançada (mais comum), hipertensão (aumenta a sobrecarga do coração),
doenças cardíacas prévias (pessoas com histórico de doenças cardíacas, como o infarto), diabetes (danificar
os vasos sanguíneos e o sistema cardiovascular, sendo mais provável uma parada), obesidade (pressão
adicional no coração e aumenta o risco de problemas cardíacos), histórico familiar de doenças cardíacas,
estresse e uso de drogas (aumentam o risco de arritmias cardíacas e PCR).

2. Estudar as formas de identificação de uma PCR (sinais e sintomas).


PCR = parada cardiorrespiratória → é a ausência de atividade cardíaca.
Objetivo de prover um fluxo de oxigênio e sangue para o coração e cérebro
Deve avaliar 3 parâmetros:
• Responsividade: feita pelo estímulo verbal e tátil.
o Verbal deve ter alto e firme.
o Tátil: firme e contralateral ao lado que se posiciona o socorrista, para evitar agressão
involuntária dos pacientes semiconscientes.
• Respiração: não respira.
• Pulso: não tem pulso carotídeo por 10 segundos.
• Midríase é um sinal tardio.
Quem está parado está frio, sudoreico, ausente de pulso, sem reflexo ocular
3. Associar a causa das paradas com a sua fisiopatologia (10).
5H e 5T:

- Hipóxia:
• Interfere na respiração celular aeróbica, ocorrendo queda no processo de fosforilação oxidativa e
dos níveis de ATP produzido pelas mitocôndrias. Reduzindo o metabolismo e alterações
morfológicas da célula que resulta na inatividade da bomba de Ca2+ e aumento da concentração
de Na+, levando a inatividade da troca de NA+ e Ca+, aumentando a quantidade de Ca2+
citoplasmático.
• Falta de O2 nos tecidos, afetando o cérebro (função cerebral diminui, resultando em perda de
consciência, convulsão) e coração, causando PCR porque a hipóxia afeta o miocárdio que leva a
disfunção cardíaca, assim a contração do coração se torna ineficaz.
• Tratamento: via aérea avançadas.
-Hipovolemia:
• Diminuição anormal do volume intravascular causando colapso nos vasos.
• Diminuição da pressão nos vasos, reduzindo a PVC e a pré-carga, ocorrendo declínio na pós-carga
e diminui o DC, levando a hipoperfusão tecidual.
o DC diminui e a PA também diminui para garantir a perfusão adequada dos órgãos vitais.
• Quando isso ocorre, inicia respostas compensatórias de ativação do SNA aumentando a RVP,
comprometendo o sistema cardiovascular levando a insuficiência circulatória.
o Libera catecolaminas como epinefrina que causa vasoconstrição periférica o que causa
vasoconstrição periférica que é a tentativa de elevar a PA, porém essa ativação do SN
causa taquicardia como resposta compensatória, ocorrendo uma sobrecarga do coração
e aumento do consumo de oxigênio o que piora a hipovolemia que pode causar
arritmias cardíacas (como fibrilação ventricular e taquicardia ventricular).
• Tratamento: reposição volêmica.
- Hidrogênio (acidose):
• Mudanças no pH pode causar disfunções cardíacas que inclui ritmos cardíacos anormais
(bradicardia ou taquicardia, e diminuição da força de cotnração cardíaca), isso pode levar a
diminuição do DC que reduz a perfusão dos órgãos vitais.
• A acidose pode causar hipoxemia e hipóxia: afeta a capacidade do sangue em transportar
oxigênio, pois pode alterar a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio.
• Tratamento: bicarbonato de sódio.
- Hipotermia:
• Causa uma bradicardia, diminui o DC e causa vasoconstrição para conservar calor e aumentar a
resistência vascular e elevar a PA → mas isso tudo pode sobrecarregar o coração.
• Tratamento: manta térmica, SF aquecido e circulação extracorpórea.
- Hiper/hipocalemia:
• Pode causar arritmias letais e alterar a condução elétrica do coração, o excesso de potassio
diminui a força de contração e enfraquecimento do DC
• Tratamento: reposição de K+/ Gluconato de cálcio a 10%.
- Toxinas (drogas e medicamentos):
• Pode levar a bloqueios atrioventriculares ou bloqueios de ramo que podem levar a ritmos
cardíacos anormais.
• Pode ocorrer coma ou convulsão afetando na FC e controle respiratório
- Tamponamento cardíaco:
• Acúmulo de líquido (derrame pericárdico) ou ar (pneumopericárdio) no espaço pericárdico,
comprimindo o coração.
o Ocorre pressão sobre o coração, interferindo na diástole e na sístole, compromete o DC.
o Diminui o DC
- Tensão no tórax (pneumotórax hipertensivo):
• Quando o ar se acumula no espaço intrapleural, devido a perda da pressão normal, gera um
afastamento da pleura visceral à pleura parietal.
o Causa uma pressão no coração, interferindo na pressão intratorácica e interfere no
retorno venoso para o coração.
o DC diminui.
- Trombose coronária (IAM):
• Coração é rodeado por 3 artérias coronárias que fornecem sangue e oxigênio ao músculo
cardíaco. Se o coágulo se desenvolve em uma dessas artérias, interrompe o fornecimento de
sangue para um músculo cardíaco.
- Tromboembolismo pulmonar:
• Próximas das artérias pulmonares

4.Descrever o protocolo de atendimento básico e avançado do atendimento à PCR.


- Atendimento básico (bsl): objetivo até a chegada de uma unidade de transporte especializada → é
realizada por leigos. Manobras para reconhecimento da PCR e o suporte hemodinâmico e respiratório
através da RCP.
• Cérebro não tolera mais de 4 minutos de hipóxia e após 10 min sem RCP tem morte cerebral.
• Segue a ordem do CAB ou CABD:
o C: checar responsividade, chamar por ajuda (SAMU), checar o pulso e respiração
(observa por cerca de 5 a 10 segundos, olhando o movimento do tórax e sons de
respiração) e iniciar as compressões que devem ser 30 compressões e trocar o
socorrista a cada 2 minutos.
o A: abertura das vias aéreas → verificar se não há obstrução e fazer as manobras de
abertura de via aéreas (elevação do queixo (manobra de Chin-Lift) ou com a
anteriorização da mandíbula (manobra de Jaw-Thrust)
o B: boa ventilação que são 2 ventilações com bolsa-válvula-máscara (ambu) → após 30
compressões torácicas faz 2 ventilações de resgate.
o D: desfibrilação → DEA: ajuda a identificar se a vítima está em PCR, se é chocável ou
não.
• As pessoas leigas são recomendáveis que não façam a ventilação, apenas as compressões.
• Quando não fazer:
o Cena insegura.
o Vítima carbonizada.
o Decapitada.
o Rigor mortis.
o Grande evisceração.
o Consciência preservada ou responde aos estímulos.

- Atendimento avançado: é realizada por profissionais. Utilização de manobras para suporte avançado de
vida, como utilização de dispositivos invasivos de via aérea, acesso venoso, utilização de drogas,
desfibrilação elétrica e estabilização do paciente após PCR com uso de vasopressores.
• Durante a IOT: interrompe as compressões apenas durante a passagem do tubo que deve ser
feito o mais rápido possível.
o Indicação para intubação é ter uma ventilação ineficientes com bolsa-válvula-máscara.
o Quando estabelecida deve realizar as compressões initerruptamente e as ventilações
por 1 segundo com um terço do volume do Ambu ligado a fonte de O2 a 15 L/min a
cada 6 segundos.
• Após o choque retoma-se a RCO por 2 min e após esse ciclo de compressões o aparelho
reavaliará o ritmo e a necessidade de novo choque.
• A análise do ritmo deve ser realizada a cada 2 minutos.
• Quando há insucesso com o choque é recomendado a realização de IOT.
• 1° fármaco de escolha é a epinefrina/adrenalina 1 mg IV, adm deve ser feita a cada 3 a 5 min (um
ciclo sim e um ciclo não, a epinefrina/adrenalina em ritmos chocáveis é utilizada após o
2°choque sem sucesso), se mantem FV/TV após a primeira adm de epinefrina adm Amiodarona
300 mg IV que pode ser repetido mais uma vez na dose de 150 mg IV, em caso de manutenção
da FV/TV e segunda adm de epinefrina. Após usada pela 2°vez, a Amiodarona é suspensa e usa
apenas a Epinefrina.
o Em ritmo não chocável não adm amiodarona (antiarrítmico) pq temo um ritmo
organizado ou não temos atividade elétrica.
o Após aplicar a droga deve injetar um bolus ou flush de 20 ml de SF ou água destilada.
o Amiodarona: usa em ritmos chocável.

5.Identificar quais os tipos de desfibrilador, como usar e quais os tipos de ritmos chocáveis e não chocáveis.
DESFIBRILADOR: 1 choque intercalando por 2 min de RCP
-TIPOS DE DESFIBRILADOR:
• Manuais: depende do operador para administrar o choque.
• Semiautomáticos – é o DEA: reconhecimento do ritmo é realizado pelo dispositivo que informa
se há recomendação para o choque elétrico, sendo a decisão da aplicação dependente de um
operador.
o Interpreta o ritmo cardíaco, deve selecionar o nível de energia e carregar
automaticamente, cabendo ao operador pressionar o botão de choque.
• Externos e internos:
o Externos: pás manuais que são posicionadas exercendo pressão de 13 kg.
▪ Deve colocar gel na interface para diminuir a resistência, porém as pás
adesivas dispensam a utilização do gel e da compressão.
▪ Pás na região do ápice do coração e região subclavicular E → checa se todos
estão afastados e aplica o choque.
o Internos: colocamos por cabos eletrodos implantados através do sistema venoso.
- Energia:
• Deve usar a máxima energia do aparelho:
o 360 J no monofásico.
o 120 a 200 J no bifásico.

RITMOS DE PARADA:
• Em ritmos não chocáveis mantem a massagem cardíaca e as ventilações.
• No momento deve verificar de que ninguém está em contato com a vítima.
• A análise do ritmo deve ser realizada a cada 2 minutos, pois o ritmo pode mudar,
- Chocáveis: FV ou TV sem pulso → desfibrilação como prioridade. Ambas tratadas das mesmas formas.
• Fibrilação ventricular: atividade elétrica bagunçado.
• Taquicardia ventricular sem pulso: pode evoluir para a FV.
-Não chocáveis: assistolia ou atividade elétrica sem pulso.
• Assistolia: linha reta → ausência de atividade elétrica, devem iniciar o protocolo da linha reta
que é verificar a conexão dos eletrodos, aumentar ganho de monitor cardíaco e checar ritmo em
duas derivações.
• AESP: tem atividade elétrica, mas não tem pulso → dissociação entre uma atividade elétrica do
miocárdio e contrações efetivas da musculatura que deveriam ser provenientes dessa atividade.
o Em ritmo não chocável não adm amiodarona (antiarrítmico) pq temo um ritmo
organizado ou não temos atividade elétrica.
o Ausência de pulso palpável.

Inicie a RCP: forneça O2 e coloque o monitor/desfibrilador.

- Chocável: Primeiro monitoriza com as pás do desfibrilador, se for chocável, já desfibrila e começa a RCP
com 30 compressões por 2 minutos (ou 5 ciclos), outra pessoa faz acesso venoso → depois de 2 minutos
avalia o pulso, se for chocável desfibrila e pede adrenalina 1 mg a cada 3 a 5 minutos (uma troca sim e
uma não), faz compressão → avalia o ritmo chocável (3° choque) usa a Amiodarona 300 mg → se for
chocável de novo faz Amiodarona 150 mg e depois disso não adm mais Amiodarona.

- Não chocável (assistolia e AESP): ve qual ritmo que é, quando é não chocável já faz adrenalina e faz as
compressões → depois de 2 minutos avalia o choque → se for não chocável faz adrenalina de novo →
deve fazer só adrenalina de 3 a 5 minutos.

5 ciclos = 2 minutos
30 compressões → faz 2 ventilações (“ventila 1 e ventila 2) → troca a pessoa da compressão → checa o
pulso por 10 segundos

Não esquecer: colocar a prancha rígida e monitorizar → enquanto faz a 1°compressão.


7.Elencar os cuidados de enfermagem com um paciente pós PCR.
• Fase de estabilização inicial:
o Manejo da via aérea.
o Controle dos parâmetros respiratórios: inicie com 10 ventilações/min
▪ SpO2: 92 – 98%.
▪ PaCO2: 35 a 45 mmHg.
o Controle dos parâmetros hemodinâmicos:
▪ PA: sistólica de > 90 mmHg
▪ PAM: > 65mmHg.
o ECG de 12 eletrodos.
• Manejo contínuo e atividades de urgências adicionais:
o Considerar intervenção cardíaca de urgência se:
▪ IAMST +
▪ Choque cardiogênico instável.
▪ Suporte circulatório for necessário.
o Atende a comando:
▪ Não: comatoso
• Controle de temperatura: 32 a 36°C.
• Realizar TC do cérebro.
• Monitoramento de EEG.
• Outros manejos para atendimento crítico:
o Monitoramento contínuo da temperatura central.
o Manutenção de normoxia (concentração de O2),
normocapnia e euglicemia.
o Monitoramento contínuo ou intermitente por
eletroencefalograma (ECG).
o VM protetora dos pulmões.
▪ Sim: desperto.
• Outros manejos para atendimento crítico.
• Noradrenalina: aumentar a PA.
• Se não fez IOT, tem que fazer agora.Exames: gasometria, eletrocardiograma,

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