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Teste ergométrico máximo e submáximo

Apresentação
Testes ergométricos são exames baseados em protocolos específicos. Normalmente, apresentam
baixo custo e alta reprodutividade para diagnóstico de doenças cardiovasculares. Pelo esforço do
paciente, a monitorização e a leitura de dados permitem o diagnóstico com segurança, mesmo em
presença de condições patológicas graves. Com base nos dados, é possível a prescrição de planos
de tratamento mais precisos nos programas de reabilitação cardiorrespiratória, com maior
aproveitamento, eficácia e segurança das ações desenvolvidas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a execução dos testes ergométricos máximo e
submáximo, obtendo informações importantes sobre suas indicações, contraindicações e, até
mesmo, seus critérios de interrupção. Por fim, ainda será capaz de interpretar dados resultantes
desses testes.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever os testes ergométricos máximo e submáximo.


• Listar as indicações, os critérios de interrupção e as contraindicações do teste ergométrico.
• Interpretar o resultado do teste ergométrico.
Desafio
Atletas de alto rendimento são submetidos a diversos exames, não apenas para acompanhamento,
mas para o incremento de ações que potencializem o desempenho durante as competições. Um
desses exames é o teste ergométrico, que também é muito utilizado na prática clínica na
investigação diagnóstica de diversas patologias, especialmente cardiopatias.

Para este Desafio, na qualidade de médico executor do exame, considere os dois casos
apresentados a seguir:

Levando em conta seus conhecimentos sobre o teste ergométrico, responda:

1) Para qual dos casos espera-se melhor desempenho no teste ergométrico? Justifique.

2) Pode ser feito algum ajuste de cálculos para um e/ou outro caso? Explique o motivo.

3) Entre os dois casos, na execução do teste ergométrico, o médico executor aplicará critérios
diferentes para a interrupção do teste? Justifique.
Infográfico
O esforço ocasionado durante o teste ergométrico promove muitas alterações no organismo. Nesse
sentido, é preciso garantir qualidade na apuração dos dados para diagnóstico e segurança do
paciente. Vale lembrar que a indicação desse exame é direcionada a pessoas sujeitas a problemas
cardíacos, por exemplo, o que reforça a necessidade de atenção. Tanto pela qualidade dos dados
quanto pela segurança do paciente, é preciso que o exame siga procedimentos básicos de preparo,
com estruturação devida no local de exame.

Veja no Infográfico a estrutura básica para o momento pré-teste, a fim de atender as condições
mínimas para segurança e qualidade do exame.
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Conteúdo do livro
Os testes ergométricos estão baseados em protocolos específicos em que sua aplicação varia
conforme o perfil de cada indivíduo, ou seja, a escolha do ergômetro e do protocolo a ser aplicado
vai depender de uma série de elementos analisados no contexto do indivíduo. Enquanto
exames, apresentam baixo custo e têm alta reprodutividade para diagnóstico de doenças
cardiovasculares, em especial. Os dados provenientes dos testes ergométricos fornecem elementos
importantes na prescrição de planos terapêuticos em programas de reabilitação.

No capítulo Teste ergométrico máximo e submáximo, da obra Exames complementares II, você vai
ver como são executados os testes ergométricos, considerando suas indicações, contraindicações,
critérios de interrupção e interpretação de resultados.

Boa leitura.
EXAMES
COMPLEMENTARES II

Geanderson dos Santos Rodrigues


Teste ergométrico
máximo e submáximo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever os testes ergométricos máximo e submáximo.


 Listar as indicações, os critérios de interrupção e as contraindicações
do teste ergométrico.
 Interpretar o resultado do teste ergométrico.

Introdução
Os testes ergométricos são exames de baixo custo e com alta repro-
dutividade para diagnóstico de doenças cardiovasculares. Possuem a
capacidade diagnóstica na avaliação de respostas fisiológicas ao esforço
e, por isso, às vezes, são denominados teste de esforço.
Na prática, embora sejam tratados como um método privativo do
médico, seus dados fornecem elementos importantes na prescrição de
planos terapêuticos em programas de reabilitação cardiorrespiratória.
Além de garantir qualidade das informações clínicas, os dados obtidos
permitem a programação de estratégias mais precisas, tanto do ponto
de vista do aproveitamento e eficácia das ações desenvolvidas quanto
do da manutenção do tratamento com níveis de segurança apropriados,
minimizando riscos de intercorrências ou agravos.
Assim, neste capítulo, você vai conhecer como são executados os
testes ergométricos, considerando suas indicações, contraindicações e, até
mesmo, critérios de interrupção dos testes e interpretação de resultados.
2 Teste ergométrico máximo e submáximo

Implementação dos testes ergométricos


O processo de implementação dos testes ergométricos inicia-se com a escolha
apropriada do teste. É preciso considerar alguns elementos, como a escolha do
ergômetro e do protocolo, tendo em vista as condições clínicas do indivíduo em
teste. Quanto ao ergômetro, as opções variam entre esteira e cicloergômetro,
aparelhos utilizados para o desempenho das atividades durante os testes em
que as respostas fisiológicas podem ser diferentes devido à diferença nas es-
truturas dos aparelhos e, consequentemente, a mudanças na postura corporal
do indivíduo, refletindo sobre o metabolismo.
Limitações neurológicas e ortopédicas, déficits de equilíbrio, alterações vas-
culares periféricas ou mesmo a avaliação de praticantes de ciclismo e spinning
são fatores que predispõem e facilitam o uso do cicloergômetro. Além disso, esse
aparelho é recomendado quando o teste está associado à necessidade de realizar
ecocardiograma ou cintilografias durante o teste, normalmente quando se busca
maiores informações da função ventricular. Um fator limitante é a exaustão pre-
coce dos membros inferiores quando não há condicionamento físico para pedalar.
O protocolo a ser aplicado deve levar em consideração o perfil individualmente.
A velocidade e a carga aplicada (seja na esteira ou no cicloergômetro) precisam
estar em acordo com as condições fisiológicas e fisiopatológicas avaliadas no
indivíduo, buscando um esforço com duração de dez minutos, aproximadamente.

Deve-se considerar mínimo de oito e máximo de doze minutos. Quando não são
atingidos oito minutos, mas o indivíduo apresenta sinais de fadiga, o teste deve ser
interrompido, conforme critérios de interrupção, o que deve ser relatado no laudo e pode
representar desde despreparo físico até disfunções, cabendo ao médico examinador
diagnosticar e orientar/encaminhar o paciente para tratamento. No plano terapêutico
do fisioterapeuta, isso deverá ser considerado, de modo a nortear os níveis de esforços,
buscando maior aproveitamento terapêutico com maior segurança na redução de riscos.

A variedade de protocolos escalonados com cargas crescentes ou rampas


favorecem a adaptação ao melhor perfil (Figura 1). Em geral, as cargas sofrem
incrementos a cada minuto e as rampas possuem incrementos menores, porém
com tempos menores, até mesmo de segundos.
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Figura 1. Indivíduo realizando teste ergométrico em esteira rolante.


Fonte: Pavel/Shutterstock.com.

Teste ergométrico máximo versus teste ergométrico submáximo


 No protocolo de teste ergométrico máximo, o indivíduo é levado à exaustão
voluntária, mas sem atingir o consumo máximo de O2 (VO2max) ou a frequência
cardíaca máxima (FCmáx), levando-se em conta a possível interrupção diante de
sinais e sintomas e/ou alterações eletrocardiográficas importantes.
 No protocolo de teste ergométrico submáximo, previamente, é definido um
valor proporcional à FCmáx a ser atingido; por exemplo, o responsável pelo teste
pode estimar que o paciente realize o teste até atingir 85% da FCmáx.

Outras considerações se aplicam à execução do teste e envolvem:

 solicitação, prescrição e acompanhamento médico;


 informações ao paciente sobre o procedimento e seu consentimento
em realizar o teste;
 avaliação da história clínica e exame físico;
 realização de eletrocardiograma (12 derivações em repouso sem con-
traindicação para realização);
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 adoção de outros cuidados para minimizar possíveis riscos durante o teste;


 que, por recomendação, menores de idade sejam acompanhados dos
seus responsáveis;
 registros eletrocardiográficos e monitorização, inclusive no período
pós esforço e somente liberado após restabelecimento de condições de
repouso adequadas;
 emissão devida de laudo com interpretação clínica e orientações.

Como visto, os testes ergométricos, apesar de terem baixo custo e serem


reprodutíveis, demandam critérios e protolocos precisos para que a aplicação do
teste seja coerente com a fisiologia e a fisiopatologia apresentada no indivíduo e
com os dados de referência preconizados na literatura técnico-científica. Além
disso, a interpretação e a implementação de estratégias terapêuticas precisam
estar bem alinhadas com a real necessidade do indivíduo, e a referência clara
ao protocolo adotado na execução do teste pode interferir nessas condutas.
A seguir, você confere a realização dos testes ergométricos conforme
protocolo em esteira e em cicloergômetro.

Teste ergométrico em cicloergômetro


O cicloergômetro é caracterizado por um sistema giratório estacionário (fixo)
com pedais que permitem ao indivíduo em uso do aparelho realizar rotações
cíclicas, desde ações passivas até ativas, sem ou com cargas (resistências). O
avanço tecnológico ainda permite conhecer diversas variações de cicloergô-
metros com recursos que variam de ações mecânicas até funções digitais.

A seguir, veja alguns protocolos com uso desse aparelho.

 Protocolo de Balke:
■ trata-se de um protocolo escalonado;
■ há um incremento de cargas de 25 watts (w) a cada dois minutos;
■ homens sadios podem iniciar com 50 w; a mulheres e pacientes em
geral sugere-se iniciar com 25 w; individuos limitados podem iniciar
o teste sem carga (ausência de resistência).
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 Protocolo em rampa:
■ utiliza-se incrementos de 5 a 50 w a cada minuto (varia conforme
capacidade funcional do indivíduo);
■ recomenda-se incrementos com valores iguais e intervalos regulares
(até 60 segundos);
■ aplicação de fórmulas para se calcular o incremento da rampa a
cada 60 segundos.

Homem
Valor de incremento (em W) = [(altura em cm – idade em anos) x 20] – [150 + (6 x
massa corporal em kg)]/100.

Mulher
Valor de Incremento (em W) = [(altura em cm – idade em anos) x 14] – [150 + (6 x
massa corporal em kg)]/100.

Na presença de um déficit funcional em membros inferiores, é aceita a conduta de


dividir o valor final pela metade. No sentido contrário, para atletas, é aceita a conduta
de multiplicar por variáveis (1,5 a 2). Para ambas as situações, as condutas devem ser
registradas para comparações equivalentes em testes futuros (MENEGHELO et al., 2010).

Diante da evolução tecnológica, é preciso considerar a variabilidade de sistemas.


Sistemas computadorizados garantem controle automático e conferem melhor
acurácia, além de facilitar a aplicação do protocolo em rampa no cicloergômetro.
Quando há frenagem mecânica ou eletromagnética sem mecanismo de compen-
sação de cargas, preconiza-se a velocidade de pedaladas em 60 rpm (rotações por
minuto). Assim, é possivel empregar as fórmulas e estimar o consumo de oxigênio
(VO2). O manual do aparelho pode indicar se há mecanismo de compensação de
cargas, então a velocidade recomendada será definida conforme manual.
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Situações especiais podem exigir adaptações. Os protocolos descritos para cicloer-


gômetros podem ser aplicados com cicloergômetros manuais (a manivelas) quando
houver limitações funcionais ou motoras nos membros inferiores, considerando uma
redução pela metade das cargas mensuradas. Ainda, quando não houver ergômetros
específicos disponíveis, pode-se utilizar o cicloergômetro com pedal, fazendo ajustes
adequados para permitir a realização do exercício com os membros superiores.

Teste ergométrico em esteira


O ergômetro denominado esteira (ou esteira rolante) trata-se de um aparelho
estacionário (fixo) que permite ao indivíduo realizar uma caminhada ou coo-
per sobre uma “esteira”, em que se varia a velocidade e a resistência ao gerar
esforço necessário para que o indivíduo não seja levado para fora da estrutura
ou se desequilibre.
A seguir, temos alguns protocolos de aplicaçaõ neste aparelho.

 Protocolo escalonado de Bruce:


■ é o mais comum na rotina de avaliações;
■ consiste em aumentos progressivos da velocidade e da inclinação;
■ incremento de trabalho não é linear, com grandes e súbitos aumentos
entre os estágios;
■ sugere-se a indicação no estabelecimento de diagnóstico e/ou avalia-
ção da capacidade funcional quando o indivíduo já possui um grau
de condicionamento físico;
■ estima-se VO2 máximo na aplicação desse protocolo pelas fórmulas:

Homens
VO2 = 2,9 × tempo (em minutos) + 8,33

Mulheres
VO2 = 2,74 × tempo (em minutos) + 8,03
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As características desse protocolo exigem certa prudência em seu aplicação, espe-


cialmente em indivíduos clinicamente limitados.

 Protocolo de Bruce modificado:


■ baseado no protocolo de Bruce;
■ primeiro estágio — velocidade de 1,7 MPH ou 2,7 km/h sem incli-
nação, por 3 minutos;
■ segundo estágio — velocidade de 2,7 km/h, com inclinação de 5 %;
■ terceiro estágio em diante segue o protocolo de Bruce original.

Existem serviços que utilizam como Bruce modificado um estágio inicial


com velocidade de 1 milha/hora (1,61 km/h) e 5% de inclinação pelo fato
do 1º estágio do protocolo clássico ter gasto energético de 5 METS, o que é
demasiado para pacientes com insuficiência cardíaca. As modificações do
protocolo de Bruce objetivam atender a pacientes com capacidade mais baixa
e idosa (MENEGHELO et al., 2010, documento on-line).

 Protocolo de Ellestad:
■ aplicação semelhante ao protocolo de Bruce, mas de menor utilização
na prática;
■ consiste em amentos expressivos de carga a partir do terceiro estágio;
■ é indicado, exclusivamente, para indivíduos fisicamente ativos, jovens
aparentemente saudáveis ou para pessoas que tenham a capacidade
de correr.
■ é necessário que o esforço dure ao menos oito minutos, como reco-
mendado, atingindo o quarto estágio (com 8 km/h e 10% inclinação).
 Protocolo de Balke:
■ a velocidade permanece constante;
■ há aumento da inclinação em 1% a cada minuto;
■ normalmente, é indicado na evidência de indivíduos com capacidade
funcional muito limitada.
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 Protocolo de Naughton:
■ incrementos de carga sequivalentes a 1 equivalente metabólico (MET)
por estágio;
■ é indicado para indivíduos com limitações físicas importantes, espe-
cialmente idosos e sedentários, incluindo a presença de insuficiência
cardíaca compensada ou com infarto agudo do miocárdio recente.
 Protocolo em rampa:
■ faz uso de sistemas computadorizados com comando automático
da esteira;
■ utilização relacionada ao teste cardiopulonar de ergométrico por
garantir um aumaneto constante e gradativo do trabalho.

A grande dificuldade na sua utilização é a estimativa do limite máximo do esforço


suportado pelo paciente, embora os programas possuam equações que facilitam
o trabalho do médico executor do exame. Existem questionários americanos que
podem também estimar a capacidade funcional máxima do cliente como escala
de atividade de Duke ou o questionário Veterans Specific Activity Questionaire
- VSAQ. Entretanto, a correta aplicação desse tipo de protocolo depende da experi-
ência do médico executor do teste (MENEGHELO et al., 2010, documento on-line).

 Protocolo de Bruce modificado em rampa: em relação ao protocolo


original, reduz os grandes incrementos de carga, com maior duração
do tempo de exercício e adequação ao ergômetro.
 Protocolos para pacientes desabilitados:
■ acessibilidade de cadeirantes ao teste ergométrico;
■ permite adaptações para cadeirantes e modalidades de esforço com os
braços (por exemplo, a bicicleta acionada por membros superiores ou
ergômetros de manivela), ou seja, permite realizar o teste ergométrico
de forma não convencional;
■ obedece aos mesmos princípios descritos nos protocolos anteriores.

Condições de aplicação dos testes ergométricos


Para que o teste ergométrico tenha seu propósito alcançado, avaliar resposta do
organismo ao esforço, é preciso que o indivíduo seja submetido a condições fora de
sua rotina. Isso corresponde a gerar em seu organismo alterações hemodinâmicas,
autonômicas, eletrocardiográficas, metabólicas e respiratórias por meio de um
esforço físico programado. Com isso, uma série de informações precisam estar
claras para que a segurança do paciente e a qualidade do teste sejam atendidas.
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Em linhas gerais, são indicações dos testes ergométricos (MENEGHELO


et al., 2010):

 detectar isquemia miocárdica, reconhecer arritmias cardíacas e distúr-


bios hemodinâmicos induzidos pelo esforço;
 avaliar a capacidade funcional e a condição aeróbica;
 diagnosticar e estabelecer o prognóstico de determinadas doenças
cardiovasculares;
 prescrever exercício;
 avaliar objetivamente os resultados de intervenções terapêuticas;
 demonstrar ao paciente e aos seus familiares as suas reais condições
físicas e fornecer dados para perícia médica.

Ainda, em busca da avaliação funcional, pode-se incluir indicações espe-


ciais para cardiopatias congênitas, doenças não cardíacas e crianças com sopro
ou disfunções leves, arritmias ou pós-operatórios de cardiopatias congênitas.
No sentido contrário, as contraindicações absolutas (JONES; KILLIAN,
2000) aos testes ergométricos compõem:

 embolia pulmonar;
 enfermidade aguda, febril ou grave;
 limitação física ou psicológica;
 intoxicação medicamentosa;
 distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos não corrigidos.

Em algumas situações, é preciso avaliar o custo/benefício da realização dos


testes ergométricos. Isso se dá pela necessidade de informações mais precisas
diante de um quadro clínico relativamente contrário à sua realização. Assim, são
contraindicações relativas a realização do teste (MENEGHELO et al., 2010):

 dor torácica aguda (excessão: aplicação de protocolos em unidades


de dor torácica);
 estenoses valvares moderadas e graves em assintomáticos;
 insuficiências valvares graves;
 taquiarritmias, bradiarritmias e arritmias ventriculares complexas;
 afecções diversas (infecções, hipertireoidismo, insuficiência renal,
hepática ou respiratória, obstrução arterial periférica, lesões musculares,
ósseas ou articulares, deslocamento da retina e afecções psiquiátricas).
10 Teste ergométrico máximo e submáximo

Algumas condições exigem que o teste ergométrico seja realizado apenas


em ambiente hospitalar, com apoio de equipe cardiológica e com o devido
consentimento e esclarecimento ao paciente das condições de indicação do
exame. São elas (MENEGHELO et al., 2010):

 infarto agudo do miocárdio não complicado;


 angina instável após estabilização;
 dor torácica aguda em sala de emergência;
 lesão conhecida e tratada de tronco de coronária esquerda ou equivalente;
 arritmias ventriculares complexas;
 arritmias com repercussões clínicas e hemodinâmicas sob controle;
 síncopes por provável etiologia arritmogênica ou bloqueio atrioventri-
cular de alto grau;
 presença de desfibrilador implantado;
 insuficiência cardíaca compensada;
 lesões valvares estenóticas moderadas e graves em indivíduos assinto-
máticos e nas insuficiências valvares graves;
 hipertensão pulmonar;
 cardiomiopatia hipertrófica não obstrutiva;
 insuficiência respiratória, renal ou hepática.

Condições gerais para a execução do teste ergométrico


Preconiza-se a presença do médico na realização do teste auxiliado por pessoal
técnico capacitado para atendimento de emergência. É competência do médico
executante conhecer as informações do paciente fornecidas pelo médico so-
licitante a partir de anamnese e exame físico dirigidos ao teste, clasificando
o risco no pré-teste e, também, identificando eventuais contraindicações
absolutas e relativas para definição do protocolo a ser adotado.
O paciente precisa estar esclarecido, com palavras de fácil entendimento,
sobre o procedimento que se irá realizar — o que deve ser transmitido com
segurança e tranquilidade.
Sugere-se um ambiente iluminado, ventilado e de dimensões adequadas
para comportar equipe, aparelhos e indivíduo em teste.
Alguns sistemas tecnológicos mais avançados permitem equipamentos com
múltiplas funções ou otimização de dados, mas, em geral, devem constar na
sala os seguintes equipamentos:
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 ergômetro (cicloergômetro ou esteira) em condições adequadas de uso;


 monitor para observação contínua do eletrocardiograma e avaliação do
comportamento da frequência cardíaca;
 sistema para registro em papel do traçado eletrocardiográfico;
 esfigmomanômetro (calibrado);
 estetoscópio;
 cronômetro.

Diante do quadro clínico frequentemente apresentado pelos pacientes e


dos riscos quanto ao esforço moderado ou máximo, devem constar também
materiais e medicamentos para eventuais emergências, especialmente os de
suporte básico e avançado de vida.
O indivíduo em teste deverá ser questionado pelo médico executante sobre
o uso de medicações e sua relação com os resultados — em algumas situações,
pode ser solicitada a suspensão de alguns fármacos. Ao indivíduo, antes de
seguir para o teste, cabem as recomendações gerais: não fumar três horas
antes do teste, utilizar vestimentas adequadas e abster-se de esforço físico
não habitual por no mínimo 12 horas antes do teste, entre outras.
Durante o teste, a percepção subjetiva da intensidade do esforço pelo cliente
deve ser monitorada. Sugere-se o uso da escala de Borg com registro numérico
de 0 a 10 (em que 0 representa não sentir esforço e 10 esforço máximo) ou pela
sensação subjetiva (desde muito muito fácil até exaustivo).
Sinais e sintomas devem ser observados, como palidez, tonturas, sudorese,
estafa física e dispneia. Associa-se essas informações à condição hemodinâ-
mica e às respostas eletrocardiográficas diante do esforço. Quando houver dor
torácica (se angina ou dor atípica), é preciso detalhar: modo de aparecimento,
momento, intensidade, evolução, caráter, fenômenos associados e irradiação.
Após o esforço, deve-se repetir as auscultas cardíaca e pulmonar.
Os registros eletrocardiográficos devem ser obtidos no repouso; em cada
estágio de exercício, em protocolos em rampa a cada um ou dois minutos; e
na recuperação, por tempo mínimo de 6 minutos. A presença de arritmias
requer documentação com sua provável origem, complexidade, frequência e
momentos de aparecimento e desaparecimento. Recomenda-se aferir a pressão
arterial e a frequência cardíaca quando o indivíduo referir dor torácica ou
outra manifestação de possível origem isquêmica.
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Interrupção do esforço
A manutenção do teste ergométrico é uma decisão do médico executante com base
nas informações que têm em vista. Mas, em geral, conforme mencionam as III
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico (ME-
NEGHELO et al., 2010), são monitoradoa precisamente elevações e reduções nas
pressões arteirais sistólica (quedas > 10 mmHg; elevação 260 mmHg) e diastólica
(> 120 mmHg normotensos e > 140 mmHg hipertensos) conforme incrementos
de cargas, considerando também variações burcas. São alertas para interrupção
do teste manifestações clíncias de desconforto torácico, dispneia desproporcional
ao esforço, infradesnível (ST de 0,3 mV ou 3 mm) e supradesnível (ST de 0,2mV
ou 2 mm), arritmia ventricular complexa, sinais de fibrilação e insulficiência
ventricular e falhas no sistema de monitoração e registro.

O Consenso Nacional de Ergometria traz tabelas importantes para a compreensão


de dados sobre os protocolos e instrumentos utilizados nos testes ergométricos. Para
saber mais, acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/hgy9U

Interpretações do teste ergométrico


Na rotina do fisioterapeuta, especialmente quando se vê diante de um paciente
que demanda uma reabilitação cardiorrespiratória, é necessário o uso de recur-
sos terapêuticos ativos com implementação de atividades aeróbicas e o uso de
cargas de tabalho, entre outras estratégias. Entretanto, é preciso considerar as
patologias de base e mensurar devidamente a exigência de esforço durante o
tratamento. Os componentes diagnósticos do teste ergométrico funcionam como
ponto de partida e baliza dessas estratégias, pois conferem dados seguros para a
implementação de planos terapêuticos de acordo com o perfil fisiopatológico do
paciente, e permitem a certificação do sucesso da abordagem terapêutica com
exames periodicos ou após a intervenção da fisioterapia. Um exemplo prático
Teste ergométrico máximo e submáximo 13

seria o acompanhamento da frequência cardíaca por meio de frequencímetros


ao longo de toda a abordagem terapêutica, permitindo explorar ao máximo
a capacidade funcional do paciente dentro de limites toleráveis, com maior
aproveitamento e menor risco.
Assim, sabendo-se que o teste ergométrico é indicado na intenção de
implementar ações diagnósticas e acompanhar a evolução do paciente, saber
interpretar e utilizar os resultados nos planos terapêuticos é tão importante
quanto saber realizar o exame. Diante de tantas variáveis, é importante que
o profissional compreenda como os dados expressam informações sobre o
paciente para estabelecer uma proposta terapêutica mais adequada.
No teste ergométrico, são avaliados dados clínicos, metabólicos, hemo-
dinâmicos, autonômicos e eletrocardiográficos, analisados à luz do quadro
clínico e de dados epidemiológicos. Valores preditivos, população estudada,
a sensibilidade e a especificidade do exame precisam ser considerados.

Variáveis clínicas
A relação de sinais e sintomas manifestados pelo indivíduo durante o teste
precisa ser apontada minuciosamente e, sempre que possível, deve ser corre-
lacionada com a interpretação do eletrocardiograma.
Na ocorrência de dor, é importante compreender o momento em que ocorreu,
a intensidade, o local, a duração e outros fatores associado, considerando sempre
se foi limitante e registrando dados de frequência cardíaca e pressão arterial.
Sudorese, palidez, cianose, estertores pulmonares, novos sopros e agrava-
mento de sopros preexistentes devem ser mencionados. A ocorrência de angina
típica é tratada como resposta isquêmica ao exercício, e intercorrências podem
levar à interrupção do teste. Pela escala de Borg (ou outra escala sendo aplicada
para referenciar o esforço), é preciso mencionar o esforço no momento para
verificação do grau da sensação de esforço do indivíduo.

Eletrocardiograma
Diante do esforço proposto em teste, o teste ergométrico promove grandes
ações hemodinâmicas e, com isso, gera variáveis representativas na leitura
do eletrocardiograma, conferindo uma fonte de dados importantes para a
interpretação do teste. Também, por isso, deve-se ter atenção a arritmias e
condições de risco durante o teste.
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Alterações isquêmicas podem ser estudadas a partir do esforço. O médico


executante do teste observa modificações no segmento ST e da onda U,
relacionando-os a infradesnivelamento (> 1 mm, aferido no ponto J) e supra-
desnivelamentos (ascendente > 1,5 mm para risco moderado a alto de doença
coronária; > 2 mm para baixo risco). Variações pouco frequentes podem ser
notadas e cabe ao médico executante relacioná-las com todos os registros a
fim de descrever diagnóstico (MENEGHELO et al., 2010).

Frequência cardíaca (FC)


O aumento da FC é linear com a intensidade do esforço exigido. De igual
forma, aumenta-se o consumo de oxigênio entre 50 e 90% do valor máximo.
A FC máxima pode ser representada no momento em que o indivíduo atinge
a exaustão. Entretanto, a exaustão não é facilmente reconhecida e, por isso,
utiliza-se o termo FC pico para o final do esforço.
A FC máxima predita pode ser determinada pela fórmula a seguir, mas o
desvio padrão para o resultado é elevado:

FC máxima predita = 220 – idade


Desvio padrão: 11 bpm

Tanaka et al. (2001), por meio de meta-análise, apresentam outra maneira


de se aferir a FC máxima predita pela equação:

FC máxima predita = 208 – 0,7 × idade

A frequência cardíaca pode alterar de maneira desproporcional ao incre-


mento de carga devido a condições clínicas diversas, desde sedentarismo a
alterações neurodegenerativas e metabólicas, entre outros, comuns após um
infarto ou pós-cirúrgico cardíaco.
Menores elevações de frequência cardíaca podem ser notadas em outras
condições clínicas, como preparo físico, doença de Chagas e medicamentos
e/ou drogas, que também devem ser consideradas no teste, caracterizando
um evento anormal para a frequência cardíaca, denominado incompetência
Teste ergométrico máximo e submáximo 15

cronotrópica, definida quando o índice cronotrópico for inferior a 0,80, indicado


pela fórmula (LAUER et al., 1997) descrita a seguir.

Índice cronotrópico = FC atingida – FC repouso × 100


FC máxima – FC repouso

A queda da FC com a progressão do esforço é uma condição rara e que


indica interrupção absoluta do esforço. A atividade vagal promove a redução
lenta da FC na fase de recuperação, que irá variar conforme protocolo ado-
tado. Em linhas gerais, a recuperação passiva com o indivíduo sentado pode
ser igual ou maior que 22 bpm no final do segundo minuto; com o paciente
deitado, pode ser superior a 18 no primeiro minuto.

Pressão arterial
Em relação à pressão arterial, segundo as III Diretrizes da Sociedade Brasi-
leira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico (MENEGHELO et al., 2010;
GUIMARÃES, 2003), podem ser relacionados os dados referentes a:

 variação da pressão arterial sistólica em relação ao aumento ao incre-


mento de carga com manutenção da pressão arterial diastólica com
oscilações de até 10mmHg, em que valores superiores a esses repre-
sentam resposta hiperreativa ao esforço a partir de dados de repouso;
 a resposta deprimida da pressão arterial sistólica ao incremento de carga
com ausência ou queda acentuada de pressão arterial diastólica pode
representar miocardiopatia, com suspeita de isquemia;
 queda da pressão arterial sistólica ainda pode representar doença cardí-
aca grave, especialmente quando caem abaixo dos valores em repouso,
representando mal prognóstico;
 a resposta sistólica hipotensiva discreta associada ao esforço máximo
pode ocorrer em jovens com bom preparo físico, normalmente jovens
treinados fisicamente;
 após o esforço, a hipotensão arterial demonstra não estar associada à
disfunção cardiovascular, tendo maior frequência no perfil de jovem
levado a exaustão;
16 Teste ergométrico máximo e submáximo

 correlaciona-se a doença arterial coronariana elevação da pressão arte-


rial nos minutos seguintes ao teste quando acima de valores máximos.

Escores
Busca-se cada vez mais otimizar estratégias de diagnósticos e, assim, estraté-
gias estatísticas avançadas têm sido empregadas com esse fim. Desse modo, seja
por aplicação direta ao teste ergométrico ou em associação a dados clínicos,
são definidos “escores”, como são denominados no Brasil. Entre dezenas de
escores publicados, o mais utilizado na literatura médica brasileira é o da
Universidade de Duke dos Estados Unidos, calculado pela fórmula:

Escore de Duke = tempo de exercício – (5 × infra de ST) – (4 × índice


de angina)

O tempo de exercício é medido em minutos para o protocolo de Bruce, o segmento


ST é medido em sua maior depressão ou elevação em milímetros, em qualquer
derivação, com exceção de aVR, e o índice de angina segue a escala: 0 = sem
angina, 1 = angina surgida no teste, mas que não determinou a interrupção do
exercício, 2 = angina limitante que determinou a interrupção do esforço. Se o
protocolo de Bruce não foi utilizado, deve-se empregar o tempo do protocolo de
Bruce corresponde ao gasto energético em MET atingidos no protocolo utilizado.
O escore varia de - 25 (alto risco) a + 15 (baixo risco). Habitualmente são clas-
sificados três níveis de risco: baixo, intermediário e alto. Estão sob baixo risco
os pacientes com escore igual ou superior a cinco, que são os que apresentam
mortalidade anual estimada de 0,5%. Em risco intermediário estão aqueles com
escore entre 5 e -11, com mortalidade anual estimada entre 0,5% e menor que
5%. E o grupo de alto risco são os que têm escore <11. Para esse grupo, a mor-
talidade anual estimada é > 5%. A população estudada para o estabelecimento
da equação proposta e as dos estudos para sua validação foram constituídas

GUIMARÃES, J. I. (coord.). Normatização de técnicas e equipamentos para realização


predominantemente de homens, permitindo supor que a validade do escore nas
de exames em ergometria e ergoespirometria. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 80,
mulheres deveria ser verificada (MENEGHELO et al., 2010, documento on-line).
n. 4, abr. 2003. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2003000400011.
Acesso em: 18 nov. 2019.
JONES, N. L.; KILLIAN, K. J. Exercise limitation in health and disease. New England Jour-
nal of Medicine, v. 343, n. 3, 2000. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/10.1056/
NEJM200008313430907. Acesso em: 18 nov. 2019.
Teste ergométrico máximo e submáximo 17

LAUER, M. S. et al. Association of cigarette smoking with chronotropic incompetence and


prognosis in the Framingham Heart Study. Circulation, v. 96, n. 3, 1997. Disponível em:
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/01.CIR.96.3.897. Acesso em: 18 nov. 2019.
MENEGHELO, R. S. et al. III Diretrizes da sociedade brasileira de cardiologia sobre teste
ergométrico. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 95, n. 5, supl. 1, 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2010002400001
&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 18 nov. 2019.
TANAKA, H.; MONAHAN, K. D.; SEALS, D. R. Age-predicted maximal heart raterevisited.
Journal of the American College of Cardiology, v. 37, n. 1, 2001. Disponível em: https://doi.
org/10.1016/S0735-1097(00)01054-8. Acesso em: 18 nov. 2019.

Leitura recomendada
CONSELHO NACIONAL DE ERGOMETRIA. Indicações e contraindicações dos testes
ergométricos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 65, supl. 2, 1995. Disponível em: http://
publicacoes.cardiol.br/consenso/1995/6502/65020019.pdf. Acesso em: 18 nov. 2019.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
Há uma grande diversidade de pessoas e necessidades. Muitas dessas pessoas ficaram por anos
excluídas da sociedade e, hoje, por meio de estratégias de acessibilidade, têm encontrado
oportunidades para ter uma vida com equidade. Na realização do teste ergométrico, é preciso
pensar em alternativas para garantir a acessibilidade ao exame para pacientes com limitações
funcionais de membros inferiores.

Nesta Dica do Professor, você vai compreender alguns aspectos dessa abordagem e ver algumas
possibilidades de promover a acessibilidade para a realização do teste.

Acompanhe a seguir.

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Exercícios

1) O teste ergométrico é um exame diagnóstico que exige esforço do paciente em teste.


Conhecer as condições patológicas em que o paciente se encontra é importante para a
prescrição correta do exame.

Para qual das condições descritas a seguir o teste ergométrico pode ser indicado?

A) Presença de embolia pulmonar.

B) Ocorrência de intoxicação medicamentosa.

C) Distúrbios metabólicos não corrigidos.

D) Prognóstico de doenças cardiovasculares.

E) Distúrbios hidroeletrolíticos não corrigidos.

2) A definição entre testes ergométricos máximos e submáximos vai depender do protocolo


escolhido pelo avaliador, de acordo com a avaliação e a proposta de diagnóstico para o perfil
do paciente.

Das alternativas a seguir, qual descreve a característica de um teste ergométrico


submáximo?

A) Definição de um valor de pressão arterial a ser atingido proporcional à pressão arterial média
predita para o paciente.

B) Definição de um valor de frequência cardíaca a ser atingido proporcional à frequência


cardíaca máxima predita para o paciente.

C) Definição de um valor de tempo de treino a ser atingido proporcional ao esforço esperado


para o paciente.

D) Definição de um nível de esforço a ser exercido pelo paciente proporcional a sua idade e
peso.

E) Definição de um valor de frequência cardíaca a ser atingido acima da frequência cardíaca


monitorada ao repouso do paciente.
3) A repercussão hemodinâmica devido ao teste ergométrico é evidente e, se não for
monitorada, pode gerar risco desnecessário ao paciente em teste. Interromper ou não o
esforço é uma decisão a ser tomada pelo avaliador.

Das alternativas a seguir, qual corresponde a um critério de interrupção do teste


ergométrico que pode ser adotado pelo avaliador?

A) Aumento da pressão arterial sistólica com incremento de carga.

B) Elevação da pressão arterial diastólica até 120 mmHg em hipertensos.

C) Elevação da pressão arterial diastólica até 120 mmHg em normotensos.

D) Aumento da frequência cardíaca com incremento de carga.

E) Aumento da sensação subjetiva de esforço relatado pelo paciente.

4) O teste ergométrico pode ser realizado em aparelhos como esteira e cicloergômetros, e


baseia-se em protocolos específicos, conforme o tipo de aparelho e outros dados.

Em relação ao protocolo de Balke realizado no cicloergômetro, é possível afirmar que:

A) é um protocolo escalonado com incremento de cargas de 25 watts (w) a cada dois minutos.

B) é um protocolo escalonado com incremento de cargas conforme a idade do paciente.

C) é um protocolo escalonado com incremento de cargas conforme a variação da pressão


arterial.

D) é um protocolo iniciado sem carga (sem resistência), e os incrementos variam com a idade do
paciente.

E) é um protocolo com incremento de cargas de 50 watts (w), a cada dois minutos, para homens
e mulheres.

5) Quando houver limitações físicas nos membros inferiores, os protocolos descritos para
cicloergômetros podem ser aplicados com cicloergômetros manuais (a manivelas) ou
adaptados no cicloergômetro com pedal, permitindo a realização da tarefa com os membros
superiores.

Quando isso ocorrer, em relação às cargas, deve-se:


A) manter as mesmas cargas mensuradas no protocolo para membros inferiores.

B) reduzir pela metade as cargas mensuradas no protocolo para membros inferiores.

C) elevar em 50% as cargas mensuradas no protocolo para membros inferiores.

D) adotar protocolos específicos, pois as cargas mensuradas para membros inferiores não se
aplicam.

E) adotar protocolos específicos, pois os objetivos da avaliação mudam para membros inferiores.
Na prática
O teste ergométrico é uma fonte de informações importantes à prática profissional. Serve como
base de dados para implementação de programas de reabilitação cardiorrespiratória, por exemplo.
As informações resultantes de testes ergométricos auxiliam na definição de metas e na
monitorização durante as atividades, proporcionando eficiência e segurança na realização destas.
Ainda, após implementado o programa de reabilitação cardiorrespiratória, é possível
compreender os efeitos do programa e, quando necessário, estabelecer novas ações terapêuticas.
Neste Na Prática, você vai ver um caso clínico que demonstra a aplicação do teste ergométrico em
um plano de tratamento, em busca de melhora nas condições cardiorrespiratórias de uma paciente
hipertensa e sedentária.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

A importância do teste ergométrico


Neste vídeo, o cardiologista André Luiz Miranda Costa aborda, de maneira objetiva e prática, a
importância do teste ergométrico, trazendo esclarecimentos a serem adotados na explicação ao
paciente.

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Resposta hiper-reativa da pressão arterial durante teste de


esforço em pacientes cardiometabólicos
Este artigo aborda diversos tópicos associados à hiper-reatividade da pressão arterial (HRPA), um
aumento abrupto da pressão arterial sistólica e/ou diastólica durante o teste ergométrico.

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Fisiologia humana: uma abordagem integrada


Acesse esta obra e estude o Capítulo 14: Fisiologia cardiovascular. O conteúdo traz uma revisão
geral do sistema cardiovascular, a fim de reforçar conteúdos básicos para o entendimento da
repercussão das atividades no organismo.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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