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15/08/2018 Portal Secad

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TESTES DE LEVANTAR E SENTAR EM


PACIENTES COM DOENÇAS
CARDIOPULMONARES
VANESSA SUZIANE PROBST
ANDREA AKEMI MORITA

■ INTRODUÇÃO
Pacientes com doenças cardiopulmonares apresentam limitação da capacidade de exercício
em razão do desequilíbrio que ocorre entre os sistemas cardiovascular, respiratório, muscular
e metabólico.1,2 Dessa forma, a avaliação dessa limitação é de grande importância para essa
população.
Existem diversas maneiras de avaliar a performance e a capacidade funcional de pacientes
com doenças cardiopulmonares, sendo que o teste mais conhecido e frequentemente
aplicado é o teste de caminhada de seis minutos (TC6min). No entanto, sua aplicação
demanda amplo espaço e tempo, pois é necessário um corredor de 30 metros de
comprimento, além da recomendação para a realização de dois testes com período de
repouso entre eles.3 Portanto, novos testes funcionais, como o teste de levantar e sentar
(TLS), têm surgido como uma opção fácil e prática para avaliar a capacidade funcional.
O TLS é um teste simples e prático, que avalia a funcionalidade do indivíduo por meio de
um movimento comum do cotidiano, o de levantar e sentar.4 Recentemente, vários estudos
têm explorado esse teste em profundidade, principalmente na população com doenças
cardiopulmonares O presente artigo aborda os aspectos técnicos para sua execução as1/16
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cardiopulmonares. (home)
O presente artigo aborda os aspectos técnicos para sua execução, as
principais indicações, os diversos protocolos existentes na literatura, as propriedades
psicométricas, a aplicabilidade clínica e sua interpretação.

■ OBJETIVOS
Ao final da leitura do artigo, o leitor será capaz de

compreender a definição dos testes de levantar e sentar e suas indicações;


identificar aspectos técnicos que devem ser considerados para a aplicação dos testes;
conhecer os diferentes protocolos de TLS aplicados em pessoas com doenças
cardiopulmonares;
identificar as propriedades psicométricas de cada protocolo existente até o presente momento;
discutir a aplicabilidade e a interpretação do teste e dos diferentes protocolos.

■ ESQUEMA CONCEITUAL

■ ASPECTOS BÁSICOS
O TLS é um teste prático que avalia a capacidade funcional e abrange uma atividade comum
no cotidiano: movimentos de levantar e sentar de uma cadeira. Em idosos saudáveis, a
incapacidade de realização desse movimento básico (levantar e sentar) na vida diária está
relacionada com institucionalizações, limitações de mobilidade e funcionalidade.5
Inicialmente, o TLS foi descrito como método alternativo para avaliar indiretamente a força
muscular de membros inferiores de idosos saudáveis por meio de uma atividade funcional. O
protocolo consistia na realização de 10 repetições dos movimentos de levantar e sentar de
uma cadeira o mais rapidamente possível, tendo o tempo de execução como desfecho. Dessa
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forma, o teste mostrou ser um método simples, rápido e reprodutível para avaliar a
funcionalidade em idosos.6

■ ASPECTOS TÉCNICOS
Alguns aspectos técnicos, como as características da cadeira (altura, apoio para os braços e
encosto), velocidade de execução, posicionamento de membros inferiores e de tronco e
movimentos de membros superiores, devem ser considerados ao realizar o teste, e serão
apresentados a seguir.

CARACTERÍSTICAS DA CADEIRA

As cadeiras utilizadas para a realização do teste devem ser fixas, sem apoio para os
membros superiores e não apresentar rodas ou movimentos giratórios dos assentos.

A altura da cadeira pode influenciar no resultado do teste, pois cadeiras mais baixas, que
não permitem o posicionamento de 90 graus de flexão de quadril, joelhos e tornozelos,
dificultam a realização do movimento.7 Há aumento da velocidade angular do tronco, quadril e
joelhos ao se levantar e maior necessidade de estabilização dos pés em cadeiras com alturas
menores. Assim, alterações na altura da cadeira resultam em mudanças na biomecânica
corporal e nas estratégias de estabilização.5

LEMBRAR
Chorin e colaboradores demonstraram que uma diferença de 19cm na altura da cadeira
aumenta em 12% o tempo despendido para o indivíduo levantar-se de uma cadeira
baixa. Isso reforça a ideia de que cadeiras baixas tornam o movimento de levantar e
sentar difícil, pois a angulação dos joelhos é mantida menor do que 90 graus.8

Nos estudos que utilizam o TLS em indivíduos com doenças cardiopulmonares, diferentes
alturas de cadeira são utilizadas, variando de 40 a 48cm, o que pode não permitir o
posicionamento adequado de 90 graus de flexão de quadril, joelhos e tornozelos. No entanto,
isso parece não comprometer a validade externa dos resultados encontrados nesses estudos,
pois não é possível encontrar cadeiras que permitam esse posicionamento ideal no
cotidiano.4
O apoio de membros superiores deve ser considerado, pois influencia na performance do
teste. O uso de cadeiras com apoio para os braços resulta em menor movimentação de
quadril e joelhos, sendo que há, nessa situação, redução de 50% de extensão de quadril ao
realizar o movimento de levantar e sentar.5 Além disso, o uso de cadeira com braços não é
recomendado, com o intuito de minimizar o uso dos membros superiores durante a realização
do teste.8
A utilização do encosto da cadeira torna possível a padronização do posicionamento inicial
do teste
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do teste.
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LEMBRAR
Recomenda-se a utilização de cadeiras com encosto para os testes de levantar e sentar
que proporcionem apoio para a região dorsal e lombar.

VELOCIDADE DE EXECUÇÃO

A velocidade de execução do teste pode alterar a angulação da flexão do quadril, a


extensão dos joelhos e a dorsiflexão dos tornozelos. A velocidade de execução pode,
ainda, influenciar nos resultados obtidos, visto que há uma variação de 60% na duração
do movimento, quando realizados de forma usual ou rápida.

As duas velocidades podem ser utilizadas, sendo a velocidade rápida mais recomendada
para avaliação e a velocidade usual para treinamento. Embora alguns autores tenham
realizado o TLS com velocidade rápida, ou ditada por um metrônomo ou autosselecionada
pelo indivíduo, a melhor escolha é a velocidade rápida para avaliação. Isso porque a
velocidade usual fornece dados subjetivos, pois o avaliado pode ajustar a velocidade para
uma condição confortável, o que não acontece com a velocidade rápida.5,8

POSICIONAMENTO

O posicionamento dos pés, do tronco e dos membros superiores também é importante para a
execução do teste. Quando os pés estão posicionados posteriormente à linha anterior da
cadeira, observa-se menor tempo exigido para a realização do movimento.5,9

A posição ideal para a realização do teste é sentada com 90 graus de flexão de quadril,
joelhos e tornozelos.

Quando os membros superiores estão livres, a propensão dos idosos é utilizá-los para auxiliar
no movimento. Por isso, é necessária a padronização da posição de membros superiores,
para que não sejam utilizados com esse objetivo.5 A melhor opção, demonstrada por Chorin e
colaboradores, é mantê-los cruzados sobre o tórax.5,8
A representação do TLS pode ser observada na Figura 1.

Figura 1 – Representação do TLS


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Figura 1 Representação do TLS.
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Fonte: Arquivo de imagem das autoras.

■ TESTE DE LEVANTAR E SENTAR NAS DOENÇAS


CARDIOPULMONARES
O TLS tem sido explorado nas doenças cardiopulmonares, abrangendo em sua maioria a
população com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).10–13 Além disso, são
encontrados na literatura, em menor quantidade, estudos que utilizam o teste em pacientes
com fibrose cística14 e em pacientes com doenças cardiovasculares que foram submetidos
às fases II e III da reabilitação cardíaca.15
O primeiro estudo do TLS em pacientes com DPOC, publicado em 2007, teve o objetivo de
comparar e correlacionar as respostas obtidas no teste com as encontradas no TC6min.11 Foi
verificado nesse estudo que, embora o TLS de 1 minuto demande menor estresse
hemodinâmico, o desempenho correlaciona-se com o observado no TC6min, tornando-o uma
alternativa para avaliação da capacidade funcional.11 Os estudos subsequentes mostraram
que o TLS é um teste válido, reprodutível e responsivo em pacientes com DPOC, fibrose
cística14 e em cardiopatas.15

Algumas vantagens podem ser observadas no TLS como uma ferramenta de avaliação
em pacientes com doenças cardiopulmonares. O teste é considerado rápido, ao
contrário do TC6min e do incremental shuttle walking test (ISWT), que necessitam de
corredores maiores e um tempo maior para avaliação; é acessível, pois necessita
somente de uma cadeira e um cronômetro, e requer pouco espaço, possibilitando a sua
realização tanto em clínicas como na beira dos leitos de hospitais. A avaliação de
levantar e sentar também pode ser utilizada como um complemento para estratificação
de pacientes com capacidade de exercício reduzida.10

Puhan e colaboradores12 demonstraram que pacientes com DPOC, que sobreviveram ao


longo de dois anos de acompanhamento, realizaram maior número de repetições no TLS de 1
minuto (19.5 versus 11.8 repetições), quando comparados aos pacientes que morreram nesse
período. Além disso, o TLS é um importante preditor de mortalidade nesses pacientes
(área sob a curva [AUC]=0,78), com valores preditivos melhores do que variáveis já
consagradas na literatura, como:

índice de massa corporal (AUC=0,52);


VEF1 (AUC=0,61);
dispneia (AUC=0,63);
força muscular (AUC=0,62).
Para complementar o valor prognóstico do TLS, outra análise foi realizada pelos autores. O
número de repetições obtido no teste foi inserido no índice Body mass index, airflow,
Obstruction, Dyspnea and Exercise capacity (BODE) em substituição à distância percorrida no
TC6min, e o valor discriminativo permaneceu excelente.12 Além de ser um preditor de
mortalidade o TLS associa se com outras variáveis comumente avaliadas na DPOC e na5/16
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mortalidade, o TLS(home)
associa-se com outras variáveis comumente avaliadas na DPOC e na
fibrose cística, como:

capacidade de exercício;10,11,14
força muscular periférica;10,13,16,17
qualidade de vida;10,14
mobilidade;18
atividade física de vida diária (AFVD).19
É possível verificar, ainda, que pacientes com DPOC possuem maior déficit de controle
postural para a execução do teste em relação a indivíduos saudáveis. Esse dado foi
confirmado por Janssens e colaboradores, que compararam dois grupos (DPOC versus
idosos saudáveis) enquanto realizavam o movimento de levantar e sentar da cadeira durante
cinco repetições, posicionada em cima de uma plataforma de força. Os indivíduos com DPOC
demandaram maior tempo para realizar o teste em comparação aos idosos, o que foi
explicado pelo maior tempo na posição em pé e em pé para sentado, fases que requerem
maior controle postural.20
A avaliação funcional pelo TLS é de extrema importância, visto que a atividade de
levantar e sentar faz parte do cotidiano de muitos indivíduos. O teste tem se mostrado prático
e simples, capaz de refletir a capacidade funcional de pacientes com doenças
cardiopulmonares. Adicionalmente, o teste pode ser utilizado para triagem de pacientes com
capacidade funcional prejudicada, sendo um forte preditor de mortalidade, com a vantagem
de poder ser utilizado em situações com limitação de espaço, como à beira do leito de
pacientes hospitalizados, em clínicas e consultórios.4

DIVERSIDADE DE PROTOCOLOS

Assim como em estudos com idosos saudáveis, existe uma variedade de protocolos
propostos para avaliação da capacidade funcional em indivíduos com doenças
cardiopulmonares. Os protocolos descritos na literatura incluem a atividade de levantar e
sentar da cadeira com número fixo de repetições (cinco) e com período de tempo fixo (30
segundos, 1 minuto ou 2 minutos).4
O teste de cinco repetições de levantar e sentar considera o tempo (em segundos) gasto
pelo indivíduo para levantar e sentar cinco vezes de uma cadeira. Por outro lado, nos
protocolos de 30 segundos, 1 minuto e 2 minutos, é necessário realizar o mesmo movimento
durante 30, 60 e 120 segundos, respectivamente. Assim, o desfecho avaliado é o número de
repetições obtido nos intervalos de tempo supracitados. Os testes mais utilizados
internacionalmente são o de cinco repetições, 30 segundos e 1 minuto. Apenas dois estudos
brasileiros utilizaram o protocolo de 2 minutos.4
Quando diferentes protocolos foram comparados em pacientes com DPOC, o TLS de 1
minuto mostrou ser a melhor opção, pois é o teste que melhor correlaciona-se com variáveis
clínicas comumente avaliadas, como a capacidade funcional de exercício, atividade física de
vida diária e estado funcional.21 Embora o teste com duração de 1 minuto apresente maior
demanda hemodinâmica e sintomatológica, este protocolo se mostra como a melhor opção
para avaliar essa população
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para avaliar essa população.
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Os protocolos de cinco repetições, 30 segundos e 1 minuto são capazes de discriminar


pacientes com baixa capacidade de exercício (AUC≥0,71). No entanto, nenhum TLS
pode ser utilizado para discriminar pacientes como ativos ou inativos (AUC≤0,67).21

Somente no estudo de Aguilaniu e colaboradores foi encontrado um protocolo diferente dos


demais para pacientes com DPOC, o “3-minute chair rise test”. Neste protocolo, o avaliador
dita um ritmo no primeiro minuto e nos dois minutos seguintes o paciente realiza o teste de
modo a perfazer o maior número de repetições.22
Também há diferenças técnicas em relação à altura do assento da cadeira. Contudo, somente
no estudo de Janssens e colaboradores, a altura da cadeira foi ajustada para manter 90 graus
de flexão de quadril, joelhos e tornozelos.20

PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS

Alguns protocolos do TLS possuem suas propriedades psicométricas, como validade,


reprodutibilidade e responsividade, bem estabelecidas na literatura.23

Validade

A validade propõe verificar se um determinado instrumento mensura o que ele realmente


se propõe em mensurar. Para atingir esse objetivo, são realizadas correlações da
variável estudada com outras de natureza semelhante.23

O TLS de cinco repetições pode ser considerado válido na população com DPOC. Um estudo
recente mostrou correlação do teste com variáveis, como:10

incremental shuttle walking test (r= - 0,59);


contração voluntária máxima de quadríceps femoral (r = - 0,38);
questionários de qualidade de vida (St. George’s Respiratory Questionnaire) (r= 0,35);
escala de dispneia (MRC) (r= 0,43);
índice ADO (Age Dyspnoea Obstruction index) (r= 0,42);
índice iBODE (0,46).
O protocolo de 30 repetições também é considerado válido em pacientes com DPOC,
pois possui associação com o teste de uma repetição máxima (1-RM) de quadríceps femoral
(r= 0,38).13 Da mesma forma, o teste de 1 minuto tem a sua validade comprovada, pois possui
relação com o TC6min (r= 0,75)11 em paciente com DPOC, e associa-se com VO2pico (r=
0,63) e questionário CFQ-R (revised Cystic Fibrosis Questionnaire) (r= 0,72) na fibrose
cística.14

Reprodutibilidade

A Reprodutibilidade é medida de consistência livre de erro, ou seja, é possível verificar


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se em medidas(home)
repetidas ocorre a obtenção dos mesmos resultados.23

Em pacientes com DPOC, a reprodutibilidade do teste foi estudada somente no protocolo de


5 repetições, no qual foi observado um valor de coeficiente de correlação intraclasse (CCI) de
0,97 no teste-reteste e CCI de 0,99 na avaliação interobservador.10 Em pacientes com
doenças cardiovasculares, o protocolo de cinco repetições também possui excelente valor de
CCI (0,87),15 mostrando boa reprodutibilidade também nessa população.
Finalmente, excelente reprodutibilidade foi observada em pacientes com fibrose cística, com
valor de CCI=0,98.14

Responsividade

A responsividade é definida como a capacidade que um instrumento tem de detectar


uma mudança mínima ao longo do tempo.23

O TLS de cinco repetições tem a sua responsividade comprovada em pacientes com DPOC e
em cardiopatas após programas de reabilitação pulmonar e cardiovascular, respectivamente.
Foi observada redução de 1,4 segundos no tempo de realização do teste após intervenção na
população com DPOC (effect size= 0,32)10 e 3,12 segundos em cardiopatas.15
Em pacientes com fibrose cística, o teste de 1 minuto mostrou-se responsivo com valor de
effect size= 0.97.14

■ INTERPRETAÇÃO DO TESTE
A interpretação do TLS pode ser entendida de acordo com valores de referência para cada
tipo de protocolo proposto ou pelo valor de mínima diferença clinicamente importante
(MDCI) obtido após intervenções.

A MDCI é a menor mudança clinicamente relevante de valores obtidos e percebidos


pelos pacientes (melhora ou piora) após intervenção.

VALORES DE REFERÊNCIA

Valores de referência foram propostos para o TLS a fim de proporcionar melhor interpretação
da capacidade funcional. Os protocolos que possuem esses valores estabelecidos são os de
cinco repetições, 30 segundos e 1 minuto.25–27
Bohannon propôs valores de referência para a população de idosos saudáveis e determinou
um intervalo do tempo gasto para levantar e sentar em cinco repetições, de acordo com a
idade. Os indivíduos que excedem o limite de tempo estabelecido podem ser classificados
com um desempenho ruim no teste (Tabela 1).25
Tabela 1
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VALORES DE REFERÊNCIA
(home) PARA O PROTOCOLO DO TESTE DE LEVANTAR E
SENTAR DE CINCO REPETIÇÕES
Idade (anos) Tempo para realizar cinco repetições (segundos)
60–69 11,4
70–79 12,6
80–89 12,7
Fonte: Adaptada de Bohannon (2006).

No protocolo de 30 segundos, Rikli e Jones determinaram o número de repetições conforme a


faixa etária e o sexo (Tabela 2).26
Tabela 2
VALORES DE REFERÊNCIA DO TESTE DE LEVANTAR E SENTAR DE 30
SEGUNDOS
Idade (anos) Homens (nº de repetições) Mulheres (nº de repetições)
60–64 14–19 12–17
65–69 12–18 11–16
70–74 12–17 10–15
75–79 11–17 10–15
80–84 10–15 9–14
85–89 8–14 8–13
90–94 7–12 4–11
Fonte: Adaptada de Rikli e Jones (2013).

Já no teste de 1 minuto, Strassmann e colaboradores propuseram uma tabela com o número


necessário de repetições de acordo com a faixa etária e o sexo27 (Tabela 3).
Tabela 3
VALORES DE REFERÊNCIA DO TESTE DE LEVANTAR E SENTAR DE 1 MINUTO
Idade (anos) Homens (nº de repetições) Mulheres (nº de repetições)
20–24 50 47
25–29 48 47
30–34 47 45
35–39 47 42
40–44 45 41
45 49
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45–49 (home) 44 41
50–54 42 39
55–59 41 36
60–64 37 34
65–69 35 33
70–74 32 30
75–79 30 27
Fonte: Adaptada de Strassmann e colaboradores (2012).

MÍNIMA DIFERENÇA CLINICAMENTE IMPORTANTE

O valor de MCDI estabelecido para o protocolo do TLS de cinco repetições em pacientes com
DPOC é de 1,7 segundos após programas de reabilitação pulmonar.10
Para pacientes com doenças cardiovasculares, uma melhora de 3,12 segundos foi
considerada como favorável após tratamento.15 Nos pacientes com fibrose cística, uma
melhora de cinco repetições no teste de 1 minuto é considerada como sendo clinicamente
importante.14

ATIVIDADES

1. O TLS foi originalmente descrito em qual população? Qual o protocolo utilizado?

Confira aqui a resposta

2. O TLS é um teste simples, prático e rápido, que pode ser utilizado em pacientes com
doenças cardiopulmonares para
A) avaliar a força muscular de membros inferiores, substituindo o método de uma
repetição máxima.
B) avaliar a capacidade funcional por meio de um movimento comum no cotidiano, o
de levantar e sentar.
C) prescrever um programa de treinamento físico para fortalecimento de membros
inferiores.
D) avaliar a capacidade máxima de exercício por meio do movimento de levantar e
sentar.
Confira aqui a resposta

3. Para a realização do TLS, observe os seguintes aspectos técnicos descritos nas


fi ti b i
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afirmativas abaixo
(home) que devem ser considerados.

I – Posicionamento: a melhor posição de membros superiores para a realização do teste


é cruzada sobre o tórax.
II – Altura da cadeira: cadeiras baixas dificultam a realização do movimento.
III – Velocidade: existe a opção de realização do teste em velocidade rápida e usual,
sendo a rápida recomendada quando se trata de um processo de avaliação.
IV – Encosto da cadeira: não há diferença entre a performance do teste quando
realizado em cadeiras com e sem encosto, portanto, não é necessário padronização.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a II e a III
B) Apenas a I, a II e a IV
C) Apenas a I, a III e a IV
D) Apenas a II, a III e a IV
Confira aqui a resposta

4. Qual a posição ideal para a realização do TLS?

Confira aqui a resposta

5. Quais as vantagens que o TLS possui na avaliação da capacidade funcional de


exercício quando comparado ao TC6min e o Incremental Shuttle Walking Test
(ISWT)?

Confira aqui a resposta

6. Marque V (verdadeiro) ou F (falso). Além de ser um preditor de mortalidade, o TLS


associa-se com outras variáveis comumente avaliadas na DPOC e na fibrose cística,
como
( ) capacidade respiratória vital.
( ) percentual de massa muscular.
( ) mobilidade.
( ) qualidade de vida.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V – V – F – F
B) V – F – V – F
C) F – F – V – V
D) F – V – F – V
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D) F – V – F(home)
–V
Confira aqui a resposta

7. Sobre as propriedades psicométricas do TLS e seus respectivos conceitos,


correlacione as colunas.
(1) Reprodutibilidade ( ) É a capacidade que um instrumento tem de
(2) Responsividade detectar uma mudança mínima ao longo do
(3) Validade tempo.
( ) É a medida de consistência livre de erro, ou
seja, é possível verificar, por meio dela, se em
medidas repetidas ocorre a obtenção dos
mesmos resultados.
( ) Verifica se um determinado instrumento
mensura o que ele realmente se propõe em
mensurar.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 1 – 3 – 2
B) 1 – 2 – 3
C) 2 – 3 – 1
D) 2 – 1 – 3
Confira aqui a resposta

8. Quais as variações que existem nos protocolos do TLS em pacientes com DPOC?
Qual parece ser a melhor opção?

Confira aqui a resposta

9. Qual é a MDCI estabelecida em pacientes com doenças cardiopulmonares?

Confira aqui a resposta

■ CASOS CLÍNICOS
CASO CLÍNICO 1

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Paciente M.A.S.,
(home)sexo masculino, 79 anos de idade, com diagnóstico de DPOC
(VEF1/CVF: 42%; CVF: 56%; VEF1: 31%), IMC de 29,1kg.m-2, procurou o serviço de
reabilitação pulmonar para iniciar sua participação no programa. Foi submetido à
avaliação física por meio do TC6min e TLS de 1 minuto, obtendo os seguintes valores:
342 metros (65% do predito) para o TC6min e 21 repetições no TLS.

ATIVIDADES

10. Qual o número de repetições no TLS esperado para este paciente? E qual a
porcentagem do predito atingida neste teste?

Confira aqui a resposta

11. É possível afirmar que este paciente apresenta limitação da capacidade funcional?
Por quê?

Confira aqui a resposta

CASO CLÍNICO 2

Paciente M.P.F., sexo feminino, 64 anos de idade, em pós-operatório tardio de


revascularização do miocárdio, encontra-se no fim do programa de reabilitação
cardiovascular. A paciente realizou o TLS de cinco repetições antes e após a
intervenção, com duração de 12,13 segundos e 6,56 segundos, respectivamente. A
paciente relata, no momento da avaliação, que antes não conseguia realizar atividades
simples da vida diária e que agora houve melhora neste aspecto.

ATIVIDADES

12. A paciente apresentava limitação da capacidade funcional antes da participação no


programa de reabilitação cardiovascular? Por quê?

Confira aqui a resposta

https://www.portalsecad.com.br/artigo/5604 13/16
15/08/2018 Portal Secad

(home)
13. Houve melhora da capacidade funcional da paciente após o programa de reabilitação
cardiovascular? Justifique a resposta.

Confira aqui a resposta

■ CONCLUSÃO
O TLS é um teste prático, simples e rápido para avaliação da capacidade funcional em
pacientes com doenças cardiopulmonares. O movimento utilizado no TLS pode indicar
limitações na mobilidade e na funcionalidade dos indivíduos avaliados.
Alguns aspectos técnicos, como as características da cadeira, a velocidade de execução, o
posicionamento de membros inferiores e tronco, devem ser considerados para a correta
aplicação do teste de sentar e levantar. Além disso, é importante conhecer as propriedades
psicométricas, como validade, reprodutibilidade e responsividade de cada protocolo existente,
para que se faça uma adequada aplicação e interpretação desse importante teste.

■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 1
Resposta: O teste foi primeiramente descrito na população de idosos saudáveis e o protocolo
utilizado foi o de 10 repetições. Ou seja, o indivíduo era orientado a se levantar e a se sentar
de uma cadeira o mais rapidamente possível por 10 vezes, e o tempo gasto para realizar o
teste foi utilizado como desfecho.
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: O teste é utilizado para avaliar a capacidade funcional e reflete a capacidade dos
indivíduos com distúrbios cardiopulmonares de realizar o movimento básico de levantar e
sentar.
Atividade 3
Resposta: A
Comentário: Cadeiras com encosto para apoio da região lombar e dorsal são recomendadas,
pois dessa forma, é possível padronizar o posicionamento inicial para realização do teste.
Atividade 4
Resposta: A posição ideal para a realização do teste é sentada, com 90 graus de flexão de
quadril, joelhos e tornozelos.
Atividade 5
R t O TLS é t t á id
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Resposta: O TLS é(home)


um teste rápido, simples e prático, que pode ser aplicado em lugares com
pouco espaço, como, por exemplo, à beira do leito de hospitais. Já o TC6min e o ISWT
necessitam de espaço (pelo menos um corredor de 30 metros e 10 metros, respectivamente)
e tempo (intervalo de no mínimo 30 minutos entre dois testes que devem ser realizados).
Atividade 6
Resposta: C
Comentário: Além de ser um preditor de mortalidade, o TLS associa-se com outras variáveis
comumente avaliadas na DPOC e na fibrose cística, como capacidade de exercício, força
muscular periférica, qualidade de vida, mobilidade e atividade física de vida diária (AFVD).
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: A validade propõe verificar se um determinado instrumento mensura o que ele
realmente se propõe a mensurar. Para atingir esse objetivo, são realizadas correlações da
variável estudada com outras de natureza semelhante. A reprodutibilidade é a medida de
consistência livre de erro, ou seja, é possível verificar se em medidas repetidas ocorre a
obtenção dos mesmos resultados. Já a responsividade é definida como a capacidade que um
instrumento tem de detectar uma mudança mínima ao longo do tempo.
Atividade 8
Resposta: Existem vários tipos de protocolos do teste nessa população, dentre eles, o de
cinco repetições, 30 segundos, 1 minuto e 2 minutos. Quando todos os protocolos foram
comparados, o de 1 minuto parece ser o mais recomendado para avaliar a capacidade
funcional, pois é o que melhor se correlaciona com desfechos clínicos importantes, como
capacidade funcional, estado funcional e atividade física de vida diária.
Atividade 9
Resposta: O valor de MDCI do TLS de cinco repetições para pacientes com DPOC, após
programas de reabilitação pulmonar, é de 1,7 segundos, e para pacientes, submetidos à
reabilitação cardíaca, a MCDI é de 3,12 segundos. Já nos pacientes com fibrose cística, uma
melhora de cinco repetições no teste de 1 minuto é considerada clinicamente relevante após
reabilitação pulmonar.
Atividade 10
Resposta: O número de repetições esperado para esse paciente, segundo a tabela com
valores de referência proposta por Strassman e colaboradores, é de 30 repetições.
Considerando o desempenho do paciente no TLS (21 repetições), esse corresponde a 70%
do predito (razão do total realizado pelo número de repetições esperado).
Atividade 11
Resposta: Sim, embora não exista um ponto de coorte da porcentagem do predito para
indicar uma limitação da capacidade funcional pelo TLS, é possível identificar essa limitação,
pois o paciente realizou um número de repetições abaixo do esperado para ele. Além disso, é
possível confirmar essa informação com a porcentagem do predito do TC6min (65%) atingida
pelo paciente. Segundo a literatura, uma porcentagem abaixo de 82% no TC6min é um
indicativo de limitação da capacidade funcional.
https://www.portalsecad.com.br/artigo/5604 15/16
15/08/2018 Portal Secad

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Atividade 12
Resposta: Sim, pois a paciente teve desempenho de 12,13 segundos no TLS de cinco
repetições, ou seja, mais lentamente do que o esperado para a sua idade (11,4 segundos).
Atividade 13
Resposta: Sim, pois a paciente apresentou melhora de 5,57 segundos no TLS, o que
corresponde a um valor acima da melhora clinicamente relevante de 3,12 segundos. Além
disso, o relato de melhora na realização de atividades de vida diária é um indicativo de
melhora da capacidade funcional.

■ REFERÊNCIAS
1. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arq Bras Cardiol.
2005 Maio;84(5):431–40.
2. Sue DY, Wasserman K. Impact of integrative cardiopulmonary exercise testing on clinical
decision making. Chest. 1991 Apr;99(4):981–92.
3. Holland AE, Spruit MA, Troosters T, Puhan MA, Pepin V, Saey D, et al. An official European
Respiratory Society/American Thoracic Society technical standard: field walking tests in
chronic respiratory disease. Eur Respir J. 2014 Dec;44(6):1428–46.

https://www.portalsecad.com.br/artigo/5604 16/16

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