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Dicas para realização do exame de espirometria

Espirometria e distúrbios ventilatórios


A espirometria é o exame feito para identificar possíveis distúrbios ventilatórios que um
paciente pode ter. O distúrbio ventilatório é uma condição em que a função pulmonar
apresenta certo grau de resistência para trabalhar da melhor maneira possível. Essa condição,
por padrão, possui alguns graus e que podem variar de acordo com peso, altura, idade, se a
pessoa possui hábitos que não são saudáveis para a saúde como, por exemplo, fumar e até
mesmo, outras alterações patológicas. Essas e outras situações podem ser a causa da alteração
na função respiratória de uma pessoa. O tipo de distúrbio ventilatório pode ser classificado em
inespecífico, restritivo, obstrutivo e misto ou combinado e ainda assim, alguns desses tipos
podem ser subdivididos em leve, moderado e severo.

Preparação do colaborador para o exame


No dia anterior a realização do exame, orientar o paciente:

• Ter uma boa alimentação e uma boa noite sono.

No dia da realização do exame, orientar o paciente:

• Se não estiver em jejum, se alimentar de forma leve;


• Se hidratar, mas, de maneira equilibrada;
• Evitar a ingestão de café, bebida alcoólica e chás;
• Se programar para chegar com antecedência e não precisar correr para o local;
• Evitar fazer atividade física ou qualquer coisa que possa alterar a sua função
respiratória (fundamental para não elevar os picos de adrenalina e consequentemente
afetar a função respiratória).

Todos os pontos citados acima são de extrema importância para que o exame tenha o máximo
de confiabilidade possível e que evite qualquer alteração que não seria comum no dia a dia do
colaborador.

Preparação do técnico e do ambiente para o exame


O teste de espirometria requer prática e paciência do técnico, pois depende muito da
colaboração do paciente para se coletar bons resultados. É recomendado que, para a execução
deste exame, o técnico esteja atento aos seguintes pontos:

• Esteja em um ambiente preparado, arejado e limpo;


• A clínica deve possuir um equipamento de qualidade e estar dentro do prazo de
calibração;
• Em nenhuma hipótese, reutilizar os bocais em diferentes pacientes;
• O técnico deve ter paciência para realizar o exame quantas vezes forem necessárias
até atingir valores aceitáveis e dentro das reais condições do paciente.

Realização do exame
Para termos um bom exame, o colaborador deve estar confortável, em pé ou sentado e com a
coluna reta.

O paciente deve colocar o bocal na boca, prendendo levemente com os dentes e fechar os
lábios suavemente para evitar que todas as passagens de ar sejam encobertas. Se possível e
muito indicado, utilizar o clipe nasal que tampa as narinas para evitar o máximo a passagem de
ar pelo nariz. Este clipe geralmente vem com os aparelhos ou pode ser adquirido
separadamente.

Imagem 1: Ilustração de um teste de espirometria

Antes de iniciar o teste, peça para que o paciente inspire e expire em ritmo normal para que
ele consiga relaxar e passar para o próximo passo.

Em seguida oriente o paciente a encher os pulmões de ar pela boca e ao seu comando peça
para que ele solte com força já no primeiro segundo do teste, porém, ele deve continuar
expelindo o ar que fica residual dentro dos pulmões. A orientação é que o técnico tente extrair
um sopro de 6 segundos. O técnico deve ir orientando o paciente para que o exame não seja
finalizado antes do tempo correto. Tente fazer 3 sopros para que o colaborador consiga
entender como funciona o teste e ter resultados satisfatórios.
Imagem 2: Gráfico de espirometria

Na imagem acima podemos ver um exemplo de espirometria, onde, no primeiro segundo a


curva teve um salto bem alto, representando o sopro forte já no inicio do teste. Após o
primeiro segundo o paciente continuou soprando e o seu limite de tempo foi por volta dos 4
segundos. O médico irá avaliar as informações como peso, idade, altura, tempo de teste, fluxo
de ar no inicio do teste e todas as variáveis que foram apresentadas no exame para saber se o
paciente possui uma função respiratória dentro dos limites da normalidade ou se ele possui
algum distúrbio ventilatório.

Quando evitar fazer o teste de espirometria


Em alguns casos será necessário evitar ou adiar o teste da espirometria. São eles:

• Paciente com pneumonia ou estar gripado;


• Tosse com sangue;
• Dor no peito recente;
• Infarto do miocárdio recente;
• Deslocamento da retina ou cirurgia ocular recente;
• Crise hipertensiva;
• Aneurisma de aorta torácica;
• Edema pulmonar.

Avaliação e Laudo
A avaliação e o laudo da espirometria são feitos por um médico qualificado em pneumologia
ou pelo fisioterapeuta pulmonar que possua certificação do CREFITO. O profissional vai
analisar as condições da curva respiratória em conjunto com as demais informações do
paciente e vai avaliar se o exame apresentou alguma alteração ou se está normal. Porém, se o
exame não estiver em boas condições o profissional tem todo o direito de recusa-lo e solicitar
um novo teste.

Capacitação
Por fim, é importante lembrar que o exame de espirometria deve ser realizado por uma pessoa
capacitada. Existem cursos onde este procedimento é ensinado com uma visão mais ampla e
abordando diversos outros fatores que serão de grande importância para o seu conhecimento.
Este material serve apenas como um apoio para que possa ser consultado e não deve ser
utilizado como um curso para quem não tem nenhum conhecimento da área.

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