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Teste de função Pulmonar

Espirometria

Profª. Alessandra
A via respiratória e o aerodispersóide
• A via respiratória é a mais importante para a Toxicologia
Ocupacional, pois a grande maioria das intoxicações ocupacionais
ocorre por aspiração dos agentes suspensos no ar ambiente.

• A absorção das substâncias pode ocorrer nas vias aéreas como


faringe, traquéia, brônquios e alvéolos.

• Os agentes absorvidos são os gases, vapores e os aerodispersóides,


que são partículas sólidas ou líquidas de pequeno tamanho
molecular, suspensas no ar por um período longo.
Mecanismo de retenção dos
aerodispersóides
• Somente partículas com diâmetro menor que
30micra são capazes de penetrar por via
respiratória, inspirações forçadas podem fazer
com que essas partículas sejam absorvidas.

• O mecanismo de retenção e remoção das


partículas depende da região do trato
respiratório na qual as partículas se instalem.

 Partículas de 30 a 5micra se depositam na


região nasofaríngea pelo processo de
impactação.
 Partículas de 5 a 1micra se depositam na
região traqueobronquial pelo processo de
sedimentação.
 Partículas menor que 1micra se depositam na
região alveolar pelo processo de difusão.
Mecanismo de remoção de aerodispersóides
• Nem todas as partículas que se depositam no trato respiratório ficam
retidas nele, pois os mecanismos de remoção retiram essas partículas.
O mecanismo depende do local de deposição da partícula como:

 Partículas da região nasofaríngea: são removidas em minutos através


do muco associado aos movimentos dos cílios presentes nessa região.

 Partículas da região traqueobronquial: são removidas rapidamente em


minutos ou horas pelo mesmo processo da região nasofaríngea e
também através da tosse, porém a fumaça de cigarro diminui a
velocidade de remoção das partículas nessa região devido a destruição
dos cílios.

 Partículas da região alveolar: removidas pela fagocitose realizada pelos


macrófagos presentes em grande número nessa região. Pela fagocitose
pode-se remover até 80% dessas partículas, porém numa velocidade
lenta que pode perdurar dias ou até anos. As partículas presentes nos
alvéolos que não forem removidas ou absorvidas ficam retidas na
região, levando ao desenvolvimento das pneumoconioses.
Espirometria
• Utilizada para medir em milímetros a quantidade
de ar que o trabalhador pode expulsar dos
pulmões após uma inspiração máxima. Pode
ser realizada durante respiração lenta ou
durante manobras expiratórias forçadas. A
espirometria é um teste que auxilia na
prevenção e permite o diagnóstico e a
quantificação dos distúrbios ventilatórios.
• As empresas que possuem situações de
risco para o trabalhador que pode
desenvolver uma pneumoconiose devem
adotar um programa de Proteção
Respiratória (PPR) que contemple as
ações de prevenção primária e secundária,
sendo a espirometria uma ação preventiva
dentro do PPR.
• De acordo com a NR 7, deve-se realizar
avaliação dos trabalhadores que estão
expostos a aerodispersóides fibrogênicos e
não-fibrogênicos, devendo obrigatoriamente
realizar os exames:

 Telerradiografia de tórax na exposição a


aerodispersóides fibrogênicos. O exame deve
ser realizado na admissão e posteriormente, a
cada ano. Na exposição a aerodispersóides
não fibrogênicos o exame é admissional e
posteriormente bienal.

 Espirometria na exposição a qualquer tipo de


aerodispersóides, devendo ser realizada no
exame admissional e posteriormente a cada
ano.
• Aerodispersóides fibrogênico é aquele agente que
provoca fibrose pulmonar, como, por exemplo, a
sílica, asbesto, carvão.

• Aerodispersóide não fibrogênico é aquele agente


que não provoca fibrose, como, por exemplo, o
bário, ferro, estanho, etc.
1 = traquéia
2 = clavícula
3 = arco aórtico
4 = espinha da escápula
5 = primeira costela
6 = costela posterior
7 = costela anterior
8 = artéria pulmonar direita
9 = artéria pulmonar esquerda
Recomendações antes da realização
do teste de espirometria
• Perguntar ao trabalhador se apresentou infecção respiratória nas
últimas três semanas como gripe, resfriado, bronquite ou pneumonia.

• Não é necessário jejum.

• Perguntar ao trabalhador se está sem fumar por pelo menos duas horas
antes de realizar o exame.

• O trabalhador deve ficar em repouso de cinco a dez minutos antes da


realização do teste.

• Pesar e medir o trabalhador.

• Orientar o trabalhador sobre as manobras a serem executadas durante


o teste.

• Utilizar o clipe nasal.


Procedimento para execução da técnica de avaliação da
função pulmonar
• Orientar o trabalhador sobre a finalidade do teste que será executado.

• Solicitar para que o trabalhador fique sentado.

• Colocar o bocal descartável no aparelho de espirometria.

• Explicar ao trabalhador a manobra que será feita, inspiração profunda e uma expiração rápida no
início e prolongada até seis segundos.

• Solicitar que o trabalhador coloque o bocal sobre a língua entre os dentes e os lábios de maneira
a não permitir o escape de ar.

• Solicitar ao trabalhador para inspirar profundamente e colocar o clipe nasal antes de realizar o
sopro.

• Orientar o trabalhador a manter a cabeça neutra, pois a inclinação ou extensão da cabeça altera
os resultados devido à variação da rigidez traqueal.

• Incentivar o trabalhador com palavras como vamos, sopra mais, até que o aparelho indique que
terminou o exame, em média em seis segundos.

• Registrar os valores encontrados.

• Desprezar o bocal no lixo.

• Realizar limpeza do espirômetro com álcool a 70%.


Definições dos resultados da espirometria

• VEF – Volume Expiratório forçado no primeiro segundo:


representa a quantidade de ar eliminada no primeiro
segundo da manobra expiratória forçada, expressa em litros
nas condições de temperatura corporal (37ºC).

• CVF – Capacidade Vital Forçada: representa o volume


máximo de ar exalado com esforço máximo a partir do
ponto de máxima inspiração, medida em litros.

• PFE – Pico de Fluxo Expiratório ou Fluxo Máximo


Expiratório.

• FER – Fluxo Expiratório Residual.


Volume pulmonar
• Inspiração máxima

• Respiração normal – volume corrente

• Inspiração máxima

• Volume residual
• Para os critérios de avaliação dos resultados
deve-se dar preferências a valores de
referência nacional de normalidade,
principalmente para os testes de detecção
precoce de doenças ocupacional e avaliação
de incapacidade.

Distúrbios VEF 1 CVF VEF 1/CVF %


Leve 60% limite inferior 60% limite inferior 60% limite inferior

Moderado 41% - 59% 51% - 59% 41% - 59%


Grave < = 40% < = 50% < = 40%

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