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Apresentação
A educação física adaptada é uma subárea da educação física que engloba as suas intervenções
típicas em programas individualizados, voltados ao atendimento das necessidades específicas das
pessoas, em que adaptações são realizadas para possibilitar a sua participação em atividades
voltadas a essa natureza.
Seus objetivos são importantes para o estudo e a intervenção profissional no universo das pessoas
que apresentam condições diferentes e peculiares para a prática das atividades físicas. Seu foco é o
desenvolvimento da cultura corporal de movimento. Atividades como ginástica, dança, jogos e
esporte, conteúdos de qualquer programa de atividade física, devem ser consideradas tendo em
vista o potencial de desenvolvimento da pessoa.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar esse assunto, no qual a educação física adaptada
deve fornecer melhorias para que o futuro profissional conheça conceitos, procedimentos e
atitudes necessários à atuação com pessoas com deficiência, com as quais você terá contato em
algum momento de sua carreira.
Bons estudos.
testes
Desafio
Conforme Brasil (1997), a educação física (EF), ainda que seja vista como uma cultura desportiva e
competitiva, engloba no seu currículo a educação física adaptada (EFA). A EFA favorece atitudes de
respeito próprio por parte do deficiente e a convivência com ele, possibilitando atitudes de respeito
e aceitação sem preconceitos.
Considerando que você é o professor, elabore uma atividade prática que possa fazer a integração
entre Luísa e os demais alunos da turma.
Responda:
2) Caso você encontrasse resistência por parte de algum aluno, como lidaria com essa situação e
como poderia trabalhar a percepção da turma?
Infográfico
A importância da evolução da educação física nos esportes adaptados é fundamental para a saúde
física e mental. Para pessoas com deficiência, a prática é ainda mais importante. As diversas
modalidades melhoram a condição cardiovascular de quem as pratica, aprimora a força, a agilidade,
a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor.
As atividades físicas, esportivas ou de lazer propostas aos portadores de deficiências físicas, como
os portadores de sequelas de poliomielite, lesados medulares, lesados cerebrais, amputados, dentre
outros, têm valores terapêuticos evidenciando benefícios tanto na esfera física quanto psíquica.
Boa leitura.
EDUCAÇÃO FÍSICA
INCLUSIVA E
ESPORTES
ADAPTADOS
Introdução
A realidade de grande parte dos portadores de necessidades educativas
especiais no Brasil e no mundo revela poucas oportunidades para a prática
de jogos, esportes ou atividade física regular. A prática de atividades físicas
ou esportivas por portadores de algum tipo de deficiência — visual,
auditiva, mental ou física — tem valor terapêutico e pode proporcionar
benefícios físicos e psíquicos, como a oportunidade de testar seus limites
e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência
e promover a integração social do indivíduo (SILVA, 2018).
Neste capítulo, você vai aprender sobre a prática do esporte adaptado,
e são necessários apoios de natureza social, material, afetiva e emocio-
nal para o sucesso nessa ocupação. O apoio social é definido como
“[…] qualquer informação, falada ou não, e ou auxílio material oferecido
por grupos e/ou pessoas que se conhecem e que resultam em efeitos
emocionais e/ou comportamentos positivos [...]” (PANZIERA; FRAGA;
CARVALHO, 2016, p. 99).
2 A educação física e os esportes adaptados
[...] educação por base no esporte adaptado sugere a escola como um ambiente
ideal para estabelecer bases para um mundo melhor, pois as crianças não con-
vivem com muitos preconceitos e as conotações negativas vêm da relação com
a sociedade adulta. Além disso, consideram esse conteúdo, esporte adaptado,
como um conjunto de atividades e possibilidades que educa sobre o esporte e
questões de deficiências em um ambiente divertido e lúdico.
6 A educação física e os esportes adaptados
O esporte adaptado foi idealizado em 1944 pelo neurologista alemão Ludwig Gutt-
mann. Esse médico desenvolvia suas atividades profissionais em lesados medulares e
criou um programa de recuperação para seus pacientes, que envolveu uma série de
modalidades esportivas em pacientes com problemas de lesões medulares, amputações
e mutilações (REDE NACIONAL DO ESPORTE, 2013).
Apesar de uma era denominada inclusiva, esse grupo social continua sendo
estigmatizado pelas suas deficiências. Ao se fazer parte de uma cultura de
normalidade e de uma sociedade onde o capitalismo rege todas as esferas,
inclusive a educação, o que se observa no cotidiano do ambiente escolar é
um modelo focado apenas nas capacidades cognitivas e na contribuição que
essa pessoa poderá oferecer à produção capitalista (DANTAS; RABELO;
MARINHO, 2016, documento on-line).
Segundo Cabral e Almeida (2019), embora as instituições que atendem
pessoas com deficiência tenham surgido em meados do século XIX, a inclusão
escolar para esses indivíduos no Brasil foi garantida em lei há pouco mais de
20 anos. Embora haja essa garantia legal, isso não assegura que ela ocorra
na prática. Preconceito, desconhecimento e má vontade ainda são elementos
que dificultam esse processo.
No Brasil, os desafios para a inclusão são grandes. As faltas de adaptação,
tanto na parte pedagógica quanto na parte arquitetônica, são comuns nos
recantos educacionais do país. Além disso, os professores ainda encontram
dificuldades e resistência para promover a inclusão. No entanto, esse dever é
de todos. As aulas de educação física também têm esse compromisso e podem
estimular a inclusão com a melhora dos movimentos e da interação entre os
alunos (CABRAL; ALMEIDA, 2019).
Pesquisas visam contribuir para o processo de inclusão que ocorre gradu-
almente em nossa sociedade, analisando as possibilidades de adequações do
currículo com o intuito de garantir direitos conquistados ao longo da história
da educação inclusiva, sobretudo na educação física. Em meados do século
XX, emerge outra perspectiva: as descobertas nas áreas das ciências cogniti-
vas, neurobiologia, economia, educação e psicologia começam a questionar a
supremacia da mentalidade racionalista. Torna-se indiscutível a importância
cada vez maior que as emoções assumem em todos os acontecimentos que
percorrem a vida de qualquer ser humano (CASASSUS, 2009).
O desenvolvimento da sociedade a partir dos parâmetros da equidade
social enquanto ser político pressupõe olhar as relações sociais a partir da
diferença e das práticas geradoras da inclusão social. Nesse aspecto, o contexto
educacional torna-se indispensável para o atendimento às diferenças. Embora
muitas escolas regulares e clubes anunciem propostas inclusivas, no cotidiano
há uma grande fragilidade quanto à acessibilidade dos alunos e das pessoas
com deficiência nos espaços e na relação ensino–aprendizagem, sobretudo
quanto às práticas inclusivas em aulas de educação física. Muitas escolas e
clubes regulares possuem discurso inclusivo, mas não refletem acerca da
inclusão em suas práticas educativas (BRASIL, 2010).
8 A educação física e os esportes adaptados
Para saber mais sobre os benefícios do esporte para pessoas com deficiência, assista
ao vídeo Os benefícios do esporte para pessoas com deficiência - Conexão Futura do Canal
Futura no YouTube.
10 A educação física e os esportes adaptados
Em uma aula de educação física, os professores lidam com diferentes situações de-
correntes das várias facetas do esporte. Essa multiplicidade confere ao esporte um
caráter de imprevisibilidade. Dessa forma, é importante o professor estar preparado
para os jogos adaptados, que possibilitem a estimativa do resultado esportivo de
forma confiável.
Para saber mais, assista ao vídeo Educação Física inclusiva no canal MultiRio no YouTube.
Leia o artigo Educação física adaptada como perspectiva de inclusão: percepção de alunos
sem deficiência na educação física escolar, de Milan, Salles e Rodrigues (2017), para saber
mais sobre a educação física adaptada como perspectiva de inclusão nos esportes
adaptados.
14 A educação física e os esportes adaptados
Leituras recomendadas
CASTELLANI FILHO, L. Política educacional e educação física: polêmicas de nosso tempo.
Campinas: Autores Associados, 1998.
FIGUEIREDO, V. M. C.; TAVARES, M. C. G. C. F.; VENÂNCIO, S. Olhar para o corpo que
dança: um sentido para a pessoa portadora de deficiência visual. Movimento, Porto
Alegre, v. 5, n. 11, p. 65–73, 1999.
MILAN, F. J.; SALLES, W. N.; RODRIGUES, L. B. S. Educação física adaptada como pers-
pectiva de inclusão a percepção de escolares na educação física escolar. Conexões,
Campinas, v. 15, n. 4, p. 432–451, 2017.
MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
SANTOS, B. C. A.; FUZII, F. T. A educação física na área da linguagem: o impacto da bncc
no currículo escolar. Comunicações, Piracicaba, v. 26, n. 1, p. 327–347, 2019.
SANTOS, R. C.; FIGUEIREDO, V. M. C. Dança e inclusão no contexto escolar, um diálogo
possível. Pensar a Prática, Goiânia, v. 6, p. 107–116, 2003.
A educação física e os esportes adaptados 17
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
A prática de educação física adaptada tem um papel importante e fundamental na sociedade. Foi a
partir da educação física adaptada que as pessoas portadoras de necessidades especiais começaram
a perceber que elas eram importantes na sociedade, como: no trabalho, na inclusão social, na vida
afetiva e no esporte.
Além de praticarem esportes, também podiam competir e ganhar medalhas, suas conquistas se
tornaram verdadeiras, e assim se ganhou um espaço de inclusão na sociedade.
Na Dica do Professor, você vai ver um pouco mais sobre alguns aspectos importantes da educação
física e os esportes adaptados, temas de grande importância na prática docente e na sociedade.
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Exercícios
O que deve ser incluído no currículo geral de educação física sobre os esportes adaptados?
A) A partir do todo, os professores poderão ter uma autonomia de inserir no contexto escolar a
diversidade humana. Isso até mesmo incluindo desde os mais desfavorecidos até os que
apresentam deficiências graves. Devem ser incluídas no currículo geral de educação física
sobre os esportes adaptados a compreensão e a aceitação da pessoa com deficiência.
B) A partir do todo, os professores poderão ter uma autonomia de inserir no contexto escolar a
diversidade humana. Isso até mesmo incluindo desde os mais desfavorecidos até os que
apresentam deficiências graves. Devem ser incluídas no currículo geral de educação física
sobre os esportes adaptados a inclusão e a aceitação da pessoa com deficiência.
C) Incluindo os esportes adaptados nas aulas de educação física, os professores poderão ter uma
autonomia de inserir no contexto escolar a diversidade humana. Isso até mesmo incluindo
desde os mais desfavorecidos até os que apresentam deficiências graves. Devem ser incluídas
no currículo geral de educação física sobre os esportes adaptados a compreensão e a
valorização da pessoa com deficiência.
D) A prática por parte dos alunos era fora do contexto inclusivo, na qual a educação física era
adaptada exclusivamente para eles. E mesmo com a adaptação, a visão era a busca de
rendimento no esporte. Portanto, devem ser incluídas no currículo geral de educação física
sobre os esportes adaptados a compreensão e a conscientização da pessoa com deficiência.
E) A prática por parte dos alunos era fora do contexto inclusivo, na qual a educação física era
adaptada exclusivamente para eles. E mesmo com a adaptação, a visão era a busca de
rendimento no esporte. Portanto, devem ser incluídas no currículo geral de educação física
sobre os esportes adaptados a valorização da pessoa com deficiência e a harmonia com a
pessoa com deficiência.
B) Por lei, o direito de não acolher todas as pessoas, independentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, dentre outras, em escolas ou em espaços
sociais, é o processo de exclusão.
C) Por lei, o direito de não acolher todas as pessoas, dependentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, dentre outras, em escolas ou em espaços
sociais, é o processo de liberdade nas escolas.
D) Por lei, o direito de não acolher todas as pessoas, independentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, dentre outras, em escolas ou em espaços
sociais, é o processo de adaptação.
E) Por lei, o direito de acolher todas as pessoas, independentes de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, dentre outras, em escolas ou em espaços sociais,
é o processo de alteração do currículo escolar.
3) A prática regular de um programa de exercícios físicos ou prática esportiva por pessoas com
deficiência física pode ter três objetivos distintos, quais são eles?
A) Os três objetivos que devem ser distintos são a competição, o terapêutico e a inclusão.
B) Os três objetivos que devem ser distintos são o lazer, a obrigação e a inclusão.
C) Os três objetivos que devem ser distintos são o lazer, a competição e o terapêutico.
D) Os três objetivos que devem ser distintos são a competição, a obrigação e o lazer.
E) Os três objetivos que devem ser distintos são o lazer, a emoção e a competição.
4) A maior parte dos deficientes físicos pode e deve se beneficiar da prática da educação física
e das modalidades esportivas adaptadas. Quais são os problemas que impedem a
participação dos esportes e exercícios físicos para pessoas com deficiência física?
B) Efetividade do esporte no processo de adequação, não do direito das pessoas com deficiência
à prática do esporte e caráter da modalidade enquanto entretenimento.
E) Efetividade do esporte no processo de não reabilitar, direito das pessoas com deficiência à
prática do esporte e caráter da modalidade enquanto entretenimento.
Na prática
A evolução da educação física e dos esportes adaptados surgiu na década de 1950 e foi definida
pela American Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD) como
um programa diversificado de atividades desenvolvimentistas, seguras e bem-sucedidas com
atividades vigorosas de um programa de educação física.
Os deficientes físicos podem e devem se beneficiar da prática da educação física e de modalidades
esportivas adaptadas. A influência da educação física na estruturação dos esportes adaptados se
tornou tão importante que os professores de educação física devem estar preparados para receber
os alunos com diversos tipos de deficiência.
Portanto, o grau e o tipo de deficiência, educabilidade e histórico motor, nível de interesse, metas e
objetivos educacionais gerais determinam as modificações e as adaptações necessárias nas aulas ou
nos ambientes esportivos.
Os alunos, no momento da execução de exercícios ou da prática de esporte, devem estar
acompanhados de perto pelos professores das atividades realizadas. É importante que os
educadores físicos mantenham contato direto com os profissionais de saúde que atendem os
deficientes para prescreverem programas que supram suas necessidades especiais.
Na Prática, você vai conhecer um estudo de caso com base na educação física e nos esportes
adaptados.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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