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CIRCULAÇÃO EXTRA-CORPÓREA (CEC)

Profª: Gilbania Landi


Disciplina: Assistência de Enfermagem na Saúde da Criança II
Curso de Graduação de Enfermagem
CIRCULAÇÃO EXTRA-CORPÓREA (CEC)
• Conhecida também como “máquina coração-pulmão,
substitui temporariamente as funções do coração e pulmão,
permitindo a parada do coração para a correção cirúrgica das
estruturas internas.
• A CEC desvia o sangue sistêmico das veias cava superior e
inferior direto para a máquina( bomba oxigenadora) que
oferece O2 e retira CO2, retornando para a aorta, irrigando
todo o corpo.
• Os tecidos podem recuperar com um tempo de parada
cardiocirculatória de até 45 minutos, quanto maior maior
tempo de CEC maior riscos para lesão tecidual e sequelas.
CIRCULAÇÃO EXTRA-CORPÓREA
(CEC)
TEMPO DE CEC
X
COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATÓRIO

• Hipotermia Terapêutica
• é utilizada para reduzir metabolismo celular, ou seja, consumo de O² pelas
células.
• Leve: entre 32º e 34º C
• Moderada entre 28º e 32º C
• Profunda abaixo de 28º C
• Complicações: hipotermia com acentuada perda calórica, aumento da
resistência vascular periférica (vasoconstricção) e hipóxia tecidual.
(Landry e Oliver, 2001)
• Síndrome da resposta inflamatória sistêmica:
• Pelo contato do sangue nas superfícies não endotelizadas da máquina de
CEC, há ativação de macrófagos, neutrófilos e plaquetas, inflamação
vascular sistêmica com lesão endotelial.
• Complicações: hipertermia (aumento do metabolismo com maior
consumo de O2) com risco de crise convulsiva.

• Coagulopatia:
• Durante a CEC ocorre o consumo de fatores da coagulação, destruição das
plaquetas, juntamente com o uso da heparina e neutralização inadequada
com a protamina.
• Complicações : hemorragias e hipotensão por perda de volume.
• Hemodiluição:
• Diminuição da viscosidade sanguínea, com aumento do fluxo
sanguíneo porém queda do hematócrito (através da infusão de
cristalóides).
• Complicações : hipóxia tecidual e anemia.

• Hemólise:
• a hemólise acontece por trauma mecânico, durante a passagem do
sangue pelos roletes, com exposição a diferentes superfícies e
velocidades.
• Complicações : trombose, hipóxia tecidual e anemia.

• Retenção hídrica:
• Desiquilíbrio hidroeletrolítico (alteração de K+, Na, cl, cálcio...),
aumento da permeabilidade vascular com edema ( perda para o
espaço intersticial)
• Complicações: Hipocalemia, hiponatremia...Edema, hipovolemia.
• Lesão Pulmonar:
• Atelectasias
• Pneumotoráx
• Pneumonias.

• Lesão Renal
• Insuficiência renal

• Lesão cerebral.
• Tempo de CEC aumentado pode levar a hipovolemia e hipóxia
tecidual.
• Comprometimento neurológico, como o retardo psicomotoras.
SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM NO PÓS OPERATÓRIO CARDÍACO:
DIAGNÓSTICO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Termorregulação Corporal Alterada, hipotermia ou hipetermia
relacionada a hipovolemia ou a reação sistêmica disseminada,
evidenciado por temperatura xxxxxxx.
• Controlar e verificar temperatura corporal – 1/1h
• Administrar antitérmicos conforme prescrição médica em casos de
hipertermia.
• Manter paciente aquecido entre 36 -37°c.
• Promover o aquecimento: através de cobertores, saco plástico, foco de luz ou
manta térmica em casos de hipotermia.

• Risco para Perfusão Tissular Cerebral Alterada relacionado a


hipovolemia.
• Monitorizar nível de consciência.
• Comunicar alterações ao médico.
Déficit do volume de Líquidos, relacionado a perdas secundárias por sangramentos, febre.
• Administrar colóides (albumina, sangue) ou cristalóides (Soro Fisiológico 0,9% ou Ringer) se
necessário e conforme prescrição médica .
• Administrar os antieméticos em caso de vômitos conforme prescrição médica.
• Monitorar débito urinário em sonda vesical de demora de 1/1h. Atentar se a Anúria, oligúria
e hematúria.
• Realizar balanço hídrico rigoroso: ingesta hídrica, volume das soluções venosas, drenagem
dos drenos e diurese.

Excesso de volume de líquidos, relacionado a disfunção cardíaca.


• Administrar diuréticos conforme prescrição médica.
• Monitorar sinais vitais de 1/1h.
• Realizar balanço hídrico rigoroso: ingesta hídrica, volume das soluções venosas, drenagem
dos drenos e diurese.

Risco para sangramento, relacionado a heparinização e redução plaquetária.


• Monitorar drenagem mediastinal de 1/1h, comunicar imediatamente ao médico alterações
no volume drenado.
Obs: volume normal =3 a 5 ml/kg/h. Atentar se para hemorragia e tamponamento cardíaco.
Administrar e controlar infusão de plaquetas.
Monitorar sangramentos na incisão cirúrgica, na secreção traqueal, na drenagem da sonda
gástrica, na diurese.
• Débito Cardíaco diminuido, relacionado a disfunção cardíaca.

• Monitorização Pressão Arterial Invasiva através de um dispositivo


introduzido diretamente na artéria.
Obs: hipotensão: <70+ idade x 2
• Monitorar hipoperfusão renal, débito urinário em Sonda Vesical
de Demora.
• Monitorar sinais de hipoperfusão periférica, cerebral.
• Desobstrução Ineficaz de Vias Aéreas, relacionado a ventilação com tubo.
• Aspirar vias aéreas e traquéia. (tubo orotraqueal ou traqueostomia)
• Manter vias aéreas pérvias.

Troca de gazes Ineficaz relacionado a desiquilibrio da ventilação´-perfusao.


• Suporte ventilatório.
• Monitorar padrão respiratório: freqüência respiratória e esforço respiratório.

• Monitorizar SPO² através do sensor de oximetria de pulso.


• Monitorar gasometria arterial através da coleta laboratorial, conforme
prescrição médica.

• Risco de queda relacionado a idade, agitação, restrição ao leito.


• Manter grades do leito elevadas
• Contenção no leito se necessário
• Administrar sedação prescrita;
Risco para nutrição alterada: menos que as necessidades
corporais relacionado pela incapacidade de deglutir, pelo
tempo prolongado de jejum.

• Administrar dieta via sonda Nasogástrica, orogástrica e ou


nasoenteral, conforme prescrição médica.
• Verificar estase gástrica antes de administrar dieta.
• Manter sonda bem fixada.
• Trocar fixação da sonda após o banho ou se necessário.
BIBLIOGRAFIAS
• TANIGUCHI F.P. Hemodiluição, disfunção renal e cirurgia cardíaca. Einstein,2009. Disponível em:> http://apps.
einstein.br/revista/arquivos/PDF/535-Einsteinv7n1p103_7.pdf

• Vieira Junior F.U, et al. Hemólise na circulação extracorpórea: correlação com tempo e procedimentos
realizados. Revista Brasileira Circulação Cardiovascular. 2012;27(4):535-41. Disponível em:> http://www.scielo.
br/pdf/rbccv/v27n4/v27n4a11.pdf

• MICHEL J. L. M. Diagnóstico de Enfermagem da NANDA. Editora Artmed, São Paulo, 2001.

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