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ESCOLA TÉCNICA DE ENFERMAGEM RAIMUNDA NONATA

CNPJ/MF: 10.684.024/0001-60 - INSCRIÇÃO MUNICIPAL: 00441335


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM

ASSISTÊNCIA EM SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E


EMERGÊNCIA
Noções de PCR E RCP
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• A parada cardiorrespiratória pode ocorrer em indivíduos cardiopatas e não-


cardiopatas.
• Define-se parada cardíaca primária como aquela decorrente de disfunção
cardíaca na ausência de fator desencadeante extracardíaco, e parada
cardíaca secundária como evento terminal evolutivo de muitas doenças.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• Em qualquer destas situações, o débito cardíaco é inadequado


para a manutenção da vida, com volume sistólico insuficiente
para perfusão tecidual, determinando redução de oxigênio
disponível, o que leva o metabolismo anaeróbio a determinar
acidose láctica, que pode ter um efeito negativo sobre a
contratilidade do miocárdio.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• O cérebro, ao contrário de outros órgãos, não armazena glicose ou


oxigênio, e seu metabolismo realiza-se 95% através do metabolismo da
glicose, em forma aeróbica.
• Em situações não-patológicas, recebe de 15 a 20% do débito cardíaco,
sendo extremamente dependente do fluxo sanguíneo devido a seu alto
consumo energético.
• Quando ocorre privação de oxigênio, devido a um fluxo sanguíneo cerebral
baixo ou ausente, ocorre interrupção parcial ou total do seu metabolismo
normal, iniciando-se um processo anaeróbio.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• Após 4 a 6 minutos de isquemia global, praticamente todo o ATP


(adenosina trifosfato) foi consumido, ocorrendo acúmulo de ácido
lático e fosfatos resultantes da degradação de ATP e ADP (adenosina
difosfato), aumentando a proporção lactato/piruvato e iniciando-se a
produção de dois moles de ATP por mol de glicose, produzindo,
então, durante algum tempo, a energia necessária para a
sobrevivência neuronal.
ATP?

• ATP (adenosina trifosfato) é uma importante molécula formada


por adenosina e fosfato que funciona como fonte de energia para a
célula realizar seus processos celulares. Adenosina trifosfato, o
famoso ATP, é uma molécula que funciona como fonte de energia
para a realização da maioria dos processos celulares.
ADP?

• Adenosina difosfato ou difosfato de adenosina. também conhecido


como adenosina pirofosfato ou pirofosfato de adenosina é um
importante composto orgânico importante no metabolismo celular e
é essencial no fluxo de energia das células vivas.
O que é lactato e piruvato?

• O lactato é produzido no citoplasma a partir do piruvato, e a


transformação a lactato é apenas uma das possibilidades metabólicas
a partir do piruvato. O piruvato se encontra no meio de diversas
reações metabólicas, tanto citoplasmáticas, como mitocondriais e,
sendo assim, várias enzimas atuam sobre ele.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• Porém, com este consumo extremamente elevado do ATP, ocorre


insuficiência da bomba de sódio e potássio, com perda do potencial
transmembranoso e consequente edema cerebral.
• Com o edema cerebral a quantidade de liquor diminui, e se a pressão
intracraniana continuar aumentando, leva à redução do fluxo
sanguíneo em veias e artérias devido à sua compressão, reduzindo
ainda mais a perfusão cerebral.
Edema cerebral?

• Edema cerebral é o acúmulo excessivo de líquido (edema) nos


espaços intracelular e/ou extracelular do cérebro. Isso geralmente
causa comprometimento da função nervosa, aumento da pressão
dentro do crânio e pode levar à compressão direta do tecido cerebral
e dos vasos sanguíneos.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• Na vigência de uma parada cardiorrespiratória prolongada, em que as


funções circulatória e respiratória não foram restabelecidas, a hipóxia e
a acidose prolongadas promovem alterações fisiopatológicas
irreversíveis que culminam com a morte orgânica.
• Um dos objetivos do ressuscitador deve ser o da preservação cerebral
durante e após as manobras de ressuscitação, que se dá através de uma
manutenção adequada do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) .
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• A restauração da perfusão cerebral após a PCR resulta em aumento


global do FSC, apesar de áreas de hipoperfusão ainda permanecerem.
• A pressão de perfusão cerebral (PPC) é obtida calculando-se a
diferença entre a pressão arterial média (PAM) e a pressão
intracraniana (PIC) .
• A pressão de perfusão cerebral deve ser mantida acima de 50 mmHg,
e é um bom indicador do fluxo sanguíneo cerebral
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• PPC = PAM - PIC


• PPC = pressão de perfusão cerebral
PAM = pressão arterial média
PIC = pressão intracraniana
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• No período de hipoperfusão ocorre um hipermetabolismo celular pós-


isquêmico, que leva a um desequilíbrio entre a oferta de sangue e o consumo
celular, que contribui na piora do dano cerebral.
• Considerando-se que a reserva cerebral de glicose dura em média quatro
minutos — após o que cessa a metabolização da glicose no cérebro — é
importante que as manobras de ressuscitação sejam instauradas nesse
período para a restauração das funções orgânicas.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória
• Durante a parada cardiorrespiratória, órgãos como o fígado e os rins cessam suas
funções, sendo que no fígado ocorre cessação de sua função de desoxidação e
excreção, provocando acúmulo de metabólitos prejudiciais na circulação.

• Nos rins, ocorre anúria devido à suspensão da filtração, reabsorção, excreção e


secreção, como consequência de distúrbios histológicos causados por isquemia,
como necrose cortical bilateral e tubular aguda.

• Ocorre também, com a interrupção da circulação, uma elevação súbita da secreção


de glicocorticóides e de ACTH, com possível efeito protetor, promovendo
vasoconstricção e mobilização do glicogênio hepático, com a finalidade de
compensar as alterações orgânicas da anóxia e isquemias existentes.
Fisiopatologia da Parada Cardiorrespiratória

• Em relação ao coração, um baixo débito cardíaco significa também


diminuição do fluxo sanguíneo em artérias coronárias, piorando a isquemia
do miocárdio, que poderia ter sido a causa primária da PCR, estabelecendo,
então, um ciclo de retroalimentação: isquemia miocárdica baixo débito
cardíaco.
PCR
PCR

• A parada cardiorrespiratória ocorre quando o coração para de bater e a pessoa


para de respirar.
• Nessa situação, a ajuda médica precisa ser acionada imediatamente, e
enquanto o atendimento é aguardado, a massagem cardíaca deve ser iniciada
para que o coração volte a pulsar.
PCR

• A parada cardiorrespiratória pode ser gerada por diversas causas, e as


principais correspondem a afogamento, infarto agudo do miocárdio,
hemorragia, choque elétrico, infecção grave, acidentes vasculares e arritmia
cardíaca.
PCR

• Os sintomas mais comuns de uma parada cardiorrespiratória incluem dor no


peito, falta de ar, suor frio, sensação de palpitação, tonturas, desmaios e vista
turva ou embaçada.
• Além desses sintomas, a ausência de pulso ou a falta de respiração indicam
que o coração parou de bater.
PCR
• Em casos de parada cardiorrespiratória, é necessário chamar imediatamente o
atendimento médico e iniciar os primeiros socorros em alguns passos:

• Verificar se a vítima está consciente;


• Caso esteja inconsciente, verificar se há batimentos cardíacos e respiração;
• Se estiver ausente;
• Inicia-se 30 compressões torácicas que deverão ser realizadas de forma
ritmada, efetivas, e com duração de 18 segundos.
• Profissional de saúde habilitada a ser socorrista usa-se a mascara pocket.
PCR
•Manobra de Heimlich
Manobra de Heimlich

• Como agir em caso de engasgo por corpo


estranho
Manobra de Heimlich

• Posicione-se por trás e enlace a vítima com os braços ao redor do


abdome (se for uma criança, ajoelhe-se primeiro), caso ela esteja
consciente.
• Uma das mãos permanece fechada sobre a chamada “boca do
estômago” (região epigástrica).
• A outra mão comprime a primeira, ao mesmo tempo em que
empurra a “boca do estômago” para dentro e para cima, como se
quisesse levantar a vítima do chão.
• Faça movimentos de compressão para dentro e para cima (como
uma letra “J”), até que a vítima elimine o corpo estranho.
Como agir em caso de engasgo em bebês
Como agir em caso de engasgo em bebês

• Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre as
escápulas (no meio das costas).
• Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue mais cinco compressões sobre o
esterno (osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos.
• Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente.
• Se não conseguir, repita as compressões até a chegada a um serviço de emergência
(pronto socorro ou hospital).
• Esses procedimentos são válidos somente se a criança ou o adulto engasgado estiverem
conscientes.
• Vítimas inconscientes precisam de atendimento hospitalar rapidamente.
• Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo devem ser tomados até que seja possível
o atendimento especializado.
Referência
• VERTIGENS, DESMAIOS E CRISES CONVULSIVAS. Disponível em:
http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/588/Aula_09COLOR.pdf?sequence=9&isAllowed=y#:~:tex
t=O%20desmaio%20consiste%20na%20perda,as%20principais%20causas%20do%20desmaio.&text=A%20v
ertigem%20%C3%A9%20um%20dist%C3%BArbio,tudo%20girando%20%C3%A0%20sua%20volta.
• MANUAL INSTRUTIVO DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE (SUS) Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf
• URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/urgencia_emergencia.pdf
• ACIDENTE COM ANIMAIS PEÇONHENTOS. http://portalsinan.saude.gov.br/acidente-por-animais-
peçonhentos.
• CAPÍTULO 04 - FISIOPATOLOGIA DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. Disponível em:
https://www.bibliomed.com.br/bibliomed/books/livro7/cap/cap04.htm.
Referência

• Manual de Socorrismo S.R.P.C.B.A. - Divisão de Prevenção, Formação e Sensibilização. Disponível em:


https://www.prociv.azores.gov.pt/fotos/documentos/1490290633.pdf. Acesso em: 15/07/2021.
• KAREN, Keith J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. São Paulo: Manole, 2014.
• American Heart Association. Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE. [versão em
Português]. Disponível em: https://www.heart.org/idc/groups/heart-
public/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ucm_317343.pdf. Acesso em: 11/01/2022
• American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE.
[versão em Português]. Disponível em:
http://www.heart.org/idc/groups/heartpublic/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ucm_317343.pdf.
Acesso em: 11/01/2022

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