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Emergência e

urgência
cardiovasculares –
Parada
cardiorrespiratória
Prof Enf. Gabriela Gonçalves
Prof Enf. Lucelia Cristina
Módulo III
Técnico em Enfermagem
Emergência e urgência
Fisiopatologia
● Existem várias situações clinicas/patológicas do sistema
cardiovascular, que mesmo sob tratamento podem gerar uma
urgência/emergência.
● O Coração tem seus próprios vasos sanguíneos para suprir o
musculo cardíaco de O² ,remover CO² e outros detritos.
● O sistema coronariano (artérias e veias coronárias) e denominamos
o músculo cardíaco de miocárdio.
● Para que o miocárdio desempenho de forma eficiente sua função
de bomba ,é fundamental que o sangue oxigenado alcance a
intimidade do tecido.
Fisiopatologia
● Quando as artérias coronarianas estão prejudicadas na sua função
de transportar sangue, o suprimento de O² para o miocárdio é
reduzido, deixando a função contrátil comprometida.
● Ao processo lento, gradual de oclusão dos vasos sanguíneos
devido formação de placas de gorduras na parede interna da
artéria chamamos de arterosclerose.
● Conforme o tempo passa um deposito de cálcio vai endurecendo
a parede das artérias chamada de arteriosclerose, diminuindo sua
elasticidade e aumentando a pressão arterial.
Fisiopatologia
● A irregularidade desta superfície provoca adesão de plaquetas
circulantes formando um trombo. Este pode alcançar tal tamanho
que pode ocluir o vaso ou ao se quebrar transforma em um
êmbolo ocluindo o vaso mais adiante.
● Quando isso ocorre nas artérias coronárias, os tecidos (miocárdio)
que dependem desse fluxo de sangue, ficam privados de oxigênio
e morrem.
Epidemiologia
● Cerca de 75% para 80% de todas ocorrências de parada súbita
cardíaca acontecem em casa, de modo que ser treinado para
realizar ressuscitação cardiopulmonar (RCP) pode significar a
diferença entre a vida e a morte de um ente querido.
● Cerca de 94% das vitimas de Parada cardíaca súbita morrem antes
de chegar ao hospital.
Epidemiologia
● A parada cardiorrespiratória (PCR) permanece como uma das
emergências cardiovasculares de grande prevalência e com
morbidade e mortalidade elevadas.
● A criação de protocolos e algoritmos internacionais permitiu a
padronização e a organização da assistência médica.
Epidemiologia
● O reconhecimento precoce das causas desencadeantes,
orientando a intervenção para cada cenário clínico, com ênfase
nos cuidados após o retorno à circulação espontânea, trouxe
melhorias nos resultados, contribuído ao prognóstico dos
pacientes.
● Os dados na literatura quanto à incidência de PCR no Brasil são
escassos.
Epidemiologia
● O principal ritmo de PCR em ambiente extra-hospitalar é a
Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular (TV),
chegando a quase 80% dos eventos, com bom índice de sucesso
na reversão, se prontamente tratados.
● Quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5
minutos do início da PCR, a taxa de sobrevida é em torno de 50% a
70%.
● Em contrapartida, em ambiente intra-hospitalar, o ritmo de PCR
mais frequente é Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) ou assistolia,
com pior prognóstico e baixas taxas de sobrevida, inferiores a 17%.
Emergência e Urgência cardiovascular
● Síndroma Coronariana Aguda (SCA)
● Infarto Agudo do Miocárdio
● Angina estável
● Angina instável
Definição
● A dor cardíaca ela pode ser classificada em isquêmica , pericárdica
ou atípica.
● É relatada pelo doente como um forte aperto no centro do tórax
ou de forma semelhante a um peso, compressiva , atingindo todo
o tórax.
● Uma forma clássica é a demonstração da dor do paciente com o
uso do punho fechado sobre o centro do esterno (sinal de Levine).
● Até 33% dos paciente com IAM não apresentam dor no peito,
apenas desconforto torácico, dor epigástrica, dispnéia, confusão,
vômitos, diaforese.
Avaliação da dor
● Local da dor
● Radiação da dor
● Natureza da dor
● Duração
● Outros sintomas
● Fatores desencadeantes
● Fatores de alívio
IAM
● É a principal causa de morte nos países industrializados, levando a
arritmias severas e potencial PCR.
● Morte tecidual(necrose) do músculo cardíaco caracterizado por
obstrução parcial ou total de uma artéria coronariana.
● Principais fatores de risco: Hipertensão, diabete mellitus,
obesidade, estresse, tabagismo, etilismo, dispidelimias,
sedentarismo, idade, historia familiar de coronariopatias.
Sintomas clássicos do IAM
● Dor retroesternal (Sinal de Levine)
● Epigastralgia
● Agitação
● Sudorese
● Palidez

● Diagnóstico tem que ser rápido e preciso, objetivando o


reconhecimento e tratamento das condições que oferecem risco
de morte.
Condutas imediatas
● Monitorização contínua
● Acesso venoso calibroso
● Decúbito elevado
● Alívio de dor (Morfina) CPM
● Administrar Nitrato sublingual (isordil) e Acido acetilsalicílico (AAS)
CPM
● Administrar oxigenoterapia a 3l/min se necessário
● Repouso no leito
● ECG e monitorização dos medidores cardíacos (CPK,CKMB,
Troponina)
Angina estável
● Diminuição de fluxo de sangue dentro da artéria coronariana por
estreitamento da parede da parede interna .
● Sinais e sintomas são semelhante ao do infarto, porém as dores
surgem apenas quando o paciente executa algum esforço físico
(corrida, subir as escadas, levantar peso)
● Cessam quando o paciente fica em repouso.
Angina instável
● Mesma característica da angina estável porém as dores se iniciam
com o paciente em repouso.
● Não é necessário realizar esforço físico para que apresente os
sinais e sintomas.
Sintomas Síndrome Coronariana Aguda (SCA)

● Suor frio e pegajoso ● Dificuldade para respirar


● Pele pálida ● Pulso irregular
● Alteração nível de consciência ● Tonturas
● Vômitos e náuseas ● Sensação de morte iminente
● Dores no peito com irradiação ● Cianose de extremidades
para as costas, maxilar ou (lábios e dedos)
braço esquerdo ● Ansiedade
Condutas imediatas
● SE POSSIVEL, Oxigênio por máscara com reservatório.
● REPOUSO ABSOLUTO (Qualquer esforço físico pode elevar a FC,
aumentando o fluxo de sangue nas coronárias, piorando dor e
oxigenação)
● Arritmias cardíacas podem ser comuns nesse caso e a PCR pode
ocorrer.
● Remoção mais rápida para que o caso da obstrução coronariana
for revertido, melhor recuperação e qualidade de vida.
PCR
● Parada Cardiorespiratória (PCR) é a ausência de atividade
mecânica cardíaca, confirmada pela ausência de pulso central
detectável (Carotideo), inconsciência associado a apnéia ou
respiração agônica “Gasping”.
● Após 4 minutos de PCR, as células cerebrais iniciam um processo
de deterioração, levando a anoxia cerebral, consequentemente
sequelas definitivas
Diferença entre ataque cardíaco e PCR
● Ataque cardíaco: ● Parada cardíaca:
● desordem do coração ● desordem elétrica

○ Dor aguda no peito (Angina) ○ Perda de consciência


○ Dores no corpo ○ Apneia
○ Falta de ar ○ Sem pulso
○ Suor frio

○ Ansiedade
○ Dores na região abdominal
PCR
1. Indicação
2. Massagem cardíaca adulto
3. Massagem cardíaca criança
4. Ritmo massagem cardíaca
5. Funcionamento DEA
6. Atendimento PCR pré hospitalar
7. Atendimento PCR intra hospitalar
Cadeia de sobrevivência
● 1- Segurança da Cena, identificação e reconhecimento precoce da
situação de emergência, chame sempre por ajuda , solicitando o
DEA ou solicitação de serviço médico de emergência 192 _SAMU
e 193_Corpo de Bombeiros.
● 2- RCP precoce com ênfase nas compressões torácicas.
● 3- Rápida desfibrilação.
● 4-Suporte de vida avançado. (SAV)
● 5- Cuidados pós PCR integrados.
Cadeia de elos de sobrevivência diferenciadas no contexto de
uma parada cardiorrespiratória (PCR) intra-hospitalar
● Vigilância e prevenção
● Reconhecimento e acionamento do serviço médico de
emergência
● RCP imediata de alta qualidade
● Rápida desfibrilação,
● Suporte Avançado de Vida e cuidados pós-PCR, ou uma PCR
extra-hospitalar
Cadeia de elos de sobrevivência diferenciadas no contexto de
uma parada cardiorrespiratória (PCR) intra-hospitalar
● Reconhecimento e acionamento do serviço médico de
emergência
● RCP imediata de alta qualidade e rápida desfibrilação
● Serviços médicos básicos e avançados de emergência
● Suporte Avançado de Vida e cuidados pós-PCR
Diretriz de ressuscitação
● Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e
Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira
de Cardiologia
● 22 de novembro de 2019
Suporte Básico de Vida (SBV)
● Os aspectos fundamentais do Suporte Básico de Vida (SBV) no
adulto incluem:
● reconhecimento imediato da PCR,
● contato com o sistema de emergência,
● início da RCP de alta qualidade
● e uso do DEA, assim que disponível
Abordagem e atendimento Basic Life Suport (BLS)
● CENA SEGURA:
● Antes de abordar a vitima tenha certeza que a cena é segura.
● Observe riscos potenciais na cena, mecanismo de lesão ou
doença.
Abordagem e atendimento Basic Life Suport (BLS)
● Checar Responsividade: Estimular a vítima, chamando e tocando
em seus ombros com firmeza, avaliar se está inconsciente:
● _OI, o senhor pode me ouvir?
● Se a vitima não responde avaliar se está respirando ou com
respiração anormal “Gasping”.
Abordagem e atendimento Basic Life Suport (BLS)
● Na vitima não responsiva com respiração ausente, lenta ou
agônica:
● Suspeitar de PCR e solicitar um DEA (Desfibrilador externo
automático) e acionar serviço de emergência.
CAB
Atendimento
● Identificação da PCR
● Trazer o carrinho de parada para próximo ao paciente
● Colocar tabua tábua rígida sob o paciente
● Ventilar paciente
● Massagem cardíaca efetiva
● Monitorizar o paciente
● Acesso venoso periférico calibroso
● Verificar horário de início
● Administrar drogas
Equipe de atendimento à PCR
● Atribuição de cada profissional
no atendimento à PCR de
acordo com a orientação da
American Heart Association
(AHA), equipe de atendimento
deve dispor de seis elementos
assim distribuídos:
Equipe de atendimento à PCR
● Um líder da equipe
● Um na ventilação
● Uma na compressão torácica
● Um anotador de medicamentos e de
tempo
● Uma na manipulação os medicamentos
● Um no comando próximo ao monitor/ECG
Equipe de atendimento à PCR
● Dentro da realidade de cada instituição, procura-se padronizar as
funções dessas pessoas com atribuições mais específicas,
tornando o atendimento mais eficiente e rápido.
Equipe de atendimento à PCR
Ritmos da parada cardíaca

TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO

ASSISTOLIA
Ritmos da parada cardíaca
Desfibrilador
Diferença entre a desfibrilação e a cardioversão elétrica
sincronizada
● Cardioversão sincronizada: procedimento no qual se aplica o
choque elétrico de maneira “sincronizada”, ou seja, a descarga
elétrica é liberada na onda R, no período refratário da
despolarização cardíaca
● Está indicada no tratamento de taquiarritmias com o Fibrilação
atrial (FA) flutter atrial, taquicardia paroxística supraventricular e
taquicardias com complexo largo e com pulso
Diferença entre a desfibrilação e a cardioversão elétrica
sincronizada
● Desfibrilação: procedimento terapêutico que consiste na aplicação
de uma corrente elétrica contínua “não sincronizada” no músculo
cardíaco. Esse choque despolariza em conjunto todas as fibras
musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de
arritmias graves como a TV e FV, permitindo ao nó sinusal retomar
a geração o controle do ritmo cardíaco
Suporte avançado de vida
● São avaliações e procedimentos mais complexos realizados após
a execução do suporte básico de vida
● Obedece a sequência do ABCD para avaliações e procedimentos
conforme o suporte avança de vida

○ A – vias aéreas

○ B – boa ventilação
○ C – circulação

○ D – diagnóstico diferencial
A – vias aéreas
● Mantenha a via aérea patente: manobra de inclinação da cabeça –
elevação do mento e cânula orofaríngea
● Preparação e auxílio no procedimento de intubação orotraqueal
● Confirme o posicionamento do dispositivo de via aérea
● Confirme integração adequada entre RCP e ventilações
● Fixe o dispositivo da via aérea (tubo orotraqueal) de forma
adequada
Tubo orotraqueal
● Indicações
● Nível de consciência rebaixado, impedindo o controle adequado
do paciente sobre a patência de suas vias aéreas superiores
● Falência cardio-circulatória concomitante: choque circulatório,
sinais de isquemia miocárdica, arritmias graves
● Paciente com grave trabalho respiratório, com taquipneia
persistente e utilização da musculatura acessória da respiração,
para manter valores limítrofes na gasometria arterial
Material para intubação orotraqueal
● Carrinho de emergência: drogas ● Tubo orotraqueal (vários
e utensílios tamanhos)
● Luvas de procedimento ● Fio guia
● Cânula orofaríngea ● Seringa
● Ambu com extensão para ● Sonda aspira
oxigênio, fluxômetro e fonte de ● Fixador de TOT ou
O2 cadarço ou atadura de
crepom
Drogas utilizada da intubação
Drogas para intubação orotraqueal
● Sequência

○ Fentanil

○ Midalozan 500mg ou Etomidato


○ Quelicin
Drogas para intubação orotraqueal
● Sedação contínua a critério médico

○ Midazolan (04 ampolas)

○ Fentanil (04 ampolas)


○ SF 0,9% (160 ml)
B – boa ventilação
● Administrar oxigênio quando indicado

○ O2 a 100% em paciente com PCR

○ Administrar para alcance de Sat O2 > ou igual a 94% para os


demais pacientes
B – boa ventilação
● Monitore a adequação da ventilação e oxigenação no paciente em
PCR

○ Critérios clínicos: elevação do tórax e cianose

○ Capnografia
○ Oxímetro de pulso
● Evitar ventilação excessiva
Ventilação assistida com dispositivo bolsa válvula máscara
(ambu)
Oxigenoterapia
C - circulação
● Monitores qualidade da RCP
● Conecte o monitor/desfibrilador
● Obter acessos venosos
● Administre medicamentos conforme orientação médica
● Administre fluídos conforme orientação médica
● Avalie glicemia capilar
Drogas utilizadas durante a PCR
● Epinefrina (adrenalina)
● Amiodarona
● Bicarbonato
● Atropina
● Lidocaina
Drogas utilizadas durante a PCR
● Epinefrina (adrenalina)
● Ação:
● Vasoconstrição sistêmica
● Melhora o fluxo cerebral e coronariana
● Maior chance de restauração da circulação espontânea

● 1mg EV a cada 3 a 5min


Drogas utilizadas durante a PCR
● Amiodarona
● é o antiarrítmico de escolha na Fibrilação ventricular (FV) ou
taquicardia ventricular sem pulso (TVsp) que persiste ou recorre
após a desfibrilação.
● O objetivo não é converter farmacologicamente a FV /TV sp. mas
aumentar a chance da reversão com novo(s) choque(s).
● Além disso, uma vez revertida a FV/TVsp, o uso de amiodarona
também tem como objetivo manter um ritmo de perfusão
espontânea, reduzindo a chance de recidiva da FV /TV sp.
● Principais recomendações:
● Primeira dose: 300 mg. IV ou via intra óssea, em bolus
● Segunda dose: ISO mg. IV ou via intra óssea, em bolus .
Drogas utilizadas durante a PCR
● Bicarbonato de sódio
● Somente se confirmada

○ Acidose metabólica

○ Hipercalemia ou intoxicação por tricíclicos e fenobartibal

● Dose de 1mEq (+-1ml/Kg) em bolus


Drogas utilizadas durante a PCR
● Atropina
● Medicamento de primeira escolha para bradicardia sinusal
sintomática.
● Melhora a resistência vascular sistêmica (PA)
● Reverte a depressão da Frequência cardíaca

● 0,5 mg EV e pode ser repetida até 3 mg no máximo


Drogas utilizadas durante a PCR
● Lidocaina
● Antiarrítmico de menor ação no foco elétrico alterado
● Diminui o limiar de desfibrilação do coração
● Só usado se o coração resiste com fibrilação ventricular
● Dose inicial: 1 a 1,5 mg/kg IV, em bolus.
● Dose adicional pode ser usada, mas não deve ultrapassar o total
de 3 mg/kg.
● Apresentação:
● Lidocaína a 2% (sem vasoconstrictor): 1 mL = 20 mg
● Lidocaína a 1 % (sem vasoconstrictor): 1 mL = 10 mg
D – Diagnóstico diferencial
● Causas da PCR
● Hipoxia ● Toxicidade
● Hipovolemia ● Tromboembolismo
● Hipo/hipercalemia coronariano
● H+ ions – acidose ● Tromboembolismo pulmonar
● Hipotermia ● Tensão no tórax
● Tamponamento cardíaco
Atribuição de cada profissional no atendimento à PCR
● Enfermeiro
● Coordena as ações e direciona as atribuições da equipe de
enfermagem.
● Instala o desfibrilador semi automático (DEA) e se indicado realiza
a desfibrilação.
● Prepara o desfibrilador convencional.
● Instala o monitor, no caso de não haver possibilidade ou
necessidade de realizar a desfibrilação, ou quando a primeira
desfibrilação não teve sucesso.
● Auxilia o médico nas manobras de RCP, assumindo a ventilação ou
a compressão torácica.
Atribuição de cada profissional no atendimento à PCR
● Auxiliar e Técnico de Enfermagem
● Aproximação do carro de emergência e colocação da tábua rígida;
● Preparo de medicação;
● Controle do tempo de administração de cada medicamento;
● Obtenção de via de acesso venoso.
Elementos de uma equipe no momento da rcp
● Elementos de uma equipe no momento da reanimação
cardiopulmonar.
● Funções e responsabilidades claras.
● Comunicações em circuito fechado
● Mensagens claras
● Conhecer suas limitações
● Respeito mútuo
● Intervenções construtivas
● Compartilhar o conhecimento
● Resumo e reavaliação
Cuidados pós PCR
● Pressão arterial sistólica ideal: acima de 100mmHg (associado a
uma melhor recuperação
● É aconselhável evitar corrigir imediatamente PA sistólica menor
que 90mmHg e Pressão arterial média (PAM) menor que 65mmHg
durante os cuidados pós parada, pois a hipotensão está associada
ao aumento da mortalidade e à redução da recuperação funcional
● Identificar e tratar hipo e hiperglicemia
Cuidados pós o PCR
● Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós PCR
● Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais
após o retorno da circulação espontânea
● Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com
completo sistema de tratamento pós-PCR
● Identificar e tratar síndromes coronarianas agudas e outras causas
reversíveis
● Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica
(Evitar febre)
● Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui
evitar ventilação excessiva e hiperóxia
Cuidados pós o PCR - exames
● Gasometria arterial;
● Lactato;
● Glicemia;
● Radiografia de tórax;
● Eletrólitos (sódio, potássio, cálcio);
● Hemograma;
● Marcadores de necrose miocárdica (CK-MB, troponina); se suspeita
de Síndrome Coronariana Aguda como causa da PCR;
● TP/TTPA;
● Eletrocardiograma de 12 derivações;
● Outros exames podem ser necessários de acordo com a suspeita
do motivo da PCR
Avaliação secundária
● Trata-se do diagnóstico diferencial para identificar a causa da
parada cardiorrespiratória.
● Deve ser realizada em toda abordagem de pacientes com agravo
clínico, após a realização da avaliação Primária e das intervenções
específicas dessa fase do atendimento.
Avaliação secundária
● Realizar a entrevista SAMPLA (com o paciente, familiares ou
terceiros):
● S: verificação dos sinais vitais: respiração (frequência, ritmo e
amplitude); pulso (frequência, ritmo e amplitude); pressão arterial;
e pele (temperatura, cor, turgor e umidade).
● A: história de alergias;
● M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso;
● P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia;
● L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; e
● A: ambiente do evento.
Tratamento
● Avaliação do exame clínico e monitorização de parâmetros
hemodinâmicos, ventilatórios, metabólicos e neurológicos
imediatamente após o episódio de parada cardiorrespiratória.
Tratamento
● Otimização da ventilação e oxigenação:

○ Via aérea avançada (intubação orotraqueal);

○ Manter saturação de O2 entre 94-99%;


○ Evitar hiperventilação;

○ Utilização de capnografia se possível.


Tratamento
● Otimização hemodinâmica:

○ Manter PAS>=90mmHg;

○ Acesso venoso/intraósseo rápido;


○ Administração de fluidos endovenosos;

○ Administração de drogas vasopressoras (noradrenalina,


dopamina, dobutamina);
Tratamento

○ Eletrocardiograma de 12 derivações;

○ Tratar causas reversíveis de PCR (6 “H”s e 6 “T”s);


○ Monitorização de pressão arterial invasiva se possível;

○ Acesso venoso central após estabilização do paciente.


Tratamento
● 6 H’s ● 6 T’s
● Hipoglicemia ● Tromose
● Hipoxia ● Tensão (pneumotórax)
● Hipovolemia ● Trauma
● Hiper/hipocalemia ● TEP
● H+ (acidose) ● Tóxicos
● hipotermia ● Tamponamento cardíaco
Tratamento
● Terapia neuroprotetora:

○ Considerar hipotermia para pacientes não responsivos;

○ Evitar hipertermia;
○ Tratar crises convulsivas.
Tratamento
● Suporte de órgãos específicos:

○ Evitar hipoglicemia;

○ Considerar sedação após PCR em pacientes com disfunção


cognitiva;
○ Considerar investigação coronária invasiva em pacientes com
suspeita de infarto agudo do miocárdio.
Tratamento
● Prognóstico pós-PCR:

○ Avaliação neurológica 72h após PCR;


Tratamento – Hipotermia induzida
● HIPOTERMIA INDUZIDA

○ Objetivo: minimizar injúria neurológica

○ Indicação:
■ Pós PCR em FV/TV em ambiente extra-hospitalar;

■ Ressuscitação bem sucedida e estabilidade


hemodinâmica;

■ Glasgow < 8, em ventilação mecânica


Tratamento – Hipotermia induzida
● Critérios de exclusão:

○ Outra razão para o estado comatoso (overdose de drogas,


TCE, AVC, status epilepticus);

○ Temperatura inicial <32ºC;


○ Gravidez

○ <18 anos

○ Coagulopatia ou sangramento prévio.


Tratamento – Hipotermia induzida
● Início: <10h após parada cardiorrespiratória.
● Cuidados antes do início:

○ sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular

■ Fentanil: ataque 1- 2mcg/kg e manutenção 1-4mcg/kg/h.


■ Midazolam: ataque 2-6mg e manutenção 1-2mg/h;

■ Rocurônio: ataque 0,5mg/kg e manutenção 0,5mg/kg/h.


Tratamento – Hipotermia induzida
● Método:

○ Paciente despido, em ventilação mecânica com compressas


úmidas e pacotes de gelo em regiões de dobras cutâneas;

○ Infusão de 30-50ml/kg de SF0,9% ou RL a 4ºC por 30min


(repetir se não atingir 34ºC em 4h);
○ Monitoração da Tº: esofágica ou venosa central (cateter de
Swan-Ganz).
Tratamento – Hipotermia induzida
● Alvo: temperatura entre 34-36ºC por 12-24h.
● Cuidados durante: monitorar potenciais complicações.

○ Distúrbios metabólicos (hipocalemia, hipomagnesemia,


hipofosfatemia, hiperglicemia);

○ Arritmias;
○ Infecções;

○ Coagulopatias;

○ Status epilepticus.
Tratamento – Hipotermia induzida
● Reaquecimento:

○ Início após 18h da indução;

○ Velocidade de 0,3-0,5ºC/h até atingir 36ºC;


○ Método passivo ou ativo, através de cobertor térmico.
Tratamento – Hipotermia induzida
● Cuidados após:

○ Suspender sedação e bloqueio neuromuscular após


reaquecimento;

○ Evitar hipertermia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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