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ULTRASSOM

TERAPÊUTICO
A NATUREZA DAS ONDAS
SONORAS

■ As ondas sonoras são umas séries de compressões e


rarefações mecânicas na direção do trajeto da onda, e
por isso são chamadas de ondas longitudinais. Em
sólidos mais não em líquidos pode ocorrer ondas
transversais.
■ É importante compreender que é a energia que corre
como onda, e não a matéria. Isso é valido para
quaisquer ondas, não apenas para ondas sonoras.
■ Infrassom = abaixo de 20 Hz.
■ Som = entre 20 Hz e 20 kHz.
■ Ultrassom = acima de 20 kHz.
FÍSICA DO SOM:
■ REFLEXÃO;
■ REFRAÇÃO;
■ DIFRAÇÃO;
■ TRANSMISSÃO;
■ ABSORÇÃO.
ENERGIA ABSORVIDA (LEI DE
GROTHUS):
■ Depende da natureza do material;
■ Freqüência da onda sonora.
As ondas de som passam mais
rapidamente através do material onde as
moléculas estão mais próximas.
PRODUÇÃO DO ULTRASSOM
TERAPÊUTICO
■ Cristal de quartzo;
■ Titanato de bário;
■ Titanato zirconato de chumbo (PZT).

Os materiais sintéticos produzem um


campo de energia melhor e mais
consistente.
■ Esses são cristais adequadamente cortados que mudam o
formato sob a influência de uma carga elétrica;
■ O mais importante é a espessura;
■ Para aplicar as cargas elétricas são fixadas eletrodos de
metal ao cristal;
■ Isso é denominado de efeito piezoelétrico inverso ou efeito
piezoelétrico recíproco;
■ Há pesquisas sobre um desenvolvimento de um gerador de
ultrassom movido a LASER que tem potencial de fornecer
uma saída ultrassônica mais precisa e mais flexível.
TRANSMISSÃO DE ONDAS
SONORAS
■ Pelo fato do comprimento dessas ondas serem
muito menor do que a face do transdutor, o feixe
sonoro é grosseiramente cilíndrico.
■ O feixe emitido a partir do transdutor não é de
forma alguma uniforme, mesmo em um meio
homogêneo.
■ Taxa de não – uniformidade (TNF) = TNF = Pi/Im
■ TNF de 8:1 não é considerada segura. Ex: 3:1 =
2W/cm² = em algum ponto tem 6W/cm²
■ Zona próxima Fresnol = r²/λ
■ Ex: transdutor com diâmetro de 3cm com 1 MHz.
r = 15mm, r² = 225mm, λ = 1,5mm
■ r²/λ = 225/1,5 = 150mm = 15 cm
■ Campo distante ou zona de Fraunhofer.
■ ERA = área de radiação efetiva.
■ É a área do transdutor que emite a radiação
ultrassônica. Medida em centímetros quadrados.
Aproximadamente 80% do transdutor.
FRONTEIRA ENTRE MEIOS
Absorção da energia dos ultrassons:
■ A transferência de energia do feixe ultrassônico para os
tecidos biológicos obedece a uma equação que se
assemelha a lei de Lambert-Bier.
■ I = Io.e-αx
■ Onde:
■ I = é a intensidade do feixe ultrassônico transmitido.
■ Io = é a intensidade do feixe ultrassônico incidente.
■ e = é a base dos logaritmos neperianos
■ α = é o coeficiente de absorção linear do material que
constitui o meio atravessado.
■ x = é a espessura do meio.
■ Quanto maior for o coeficiente de absorção e a espessura do
meio absorvido menor será a intensidade transmitida;
■ A energia absorvida por meios de mesma espessura pode
ser expressa:
■ E = α . Io
Onde:
■ E = é a energia absorvida pelo meio (W/m³)
■ α = é o coeficiente de absorção linear do material que
constitui o meio atravessado.
■ Io = é a intensidade do feixe ultrassônico incidente.
Intensidade física e sonora
■ Intensidade energética (W/m2) (linear)
■ Intensidade fisiológica (dB) (logaritmo)
I= 10.log I/I0
I0 = 10 (-12) W/m2
Níveis sonoros do cotidiano
Relógio de parede 10 dB

Conversa a meia voz 40 dB

Rua com tráfego intenso 70 a 90 dB

Buzina a ar 100 dB

Morumbi lotado na hora do 100 dB


gol
Avião a jato aterrissando 140 dB
Conversão de W/cm2 em dB
0,1 W/cm2 80,98 dB
0,5 W/cm2 86,98 dB
1,0 W/cm2 90 dB
1,5 W/cm2 91,76 dB
2,0 W/cm2 93,01 dB
2,5 W/cm2 93,97 dB
3,0 W/cm2 94,77 dB
O coeficiente de absorção aumenta quando se
eleva a quantidade de proteína presente no
meio condutor
■ Osso.
■ Cartilagem.
■ Tendão.
■ Pele.
■ Músculo.
■ Nervo.
■ Gordura.
■ Sangue.
ABSORÇÃO DAS FREQÜÊNCIAS
DO ULTRASSOM
■ Reatância de massa. Xm = 2. Π. F. m
■ 20 KHz
■ 40 KHz
■ 0,5 MHz
■ 0,75 MHz
■ 0,87 MHz
■ 1 MHz
■ 1,5 MHz
■ 2 MHz
■ 3 MHz
■ 5 MHz
PROFUNDIDADE DE MEIO VALOR

■ 1MHz = 6,5 cm

■ 3MHz = 3,0 cm
AQUECIMENTO DOS TECIDOS
DEVIDO AO USO DO ULTRASSOM

■ Em tecidos altamente vascularizados como o


músculo, é provável que o calor seja logo
dissipado, impedindo qualquer aumento
importante de temperatura, por outro lado, um
tecido menos vascular, como o tecido
conjuntivo denso tipo tendão ou ligamento,
pode experimentar um aumento de temperatura
relativamente maior.
■ Interfaces teciduais.
■ Ondas estacionárias (dor perióstica).
■ Efeito tixotrópico.
■ 1W/cm² eleva a temperatura do meio em
0,8ºC/min se os efeitos de resfriamento
vascular forem ignorados.
ULTRASSOM PULSADO

■ No gerador ultra-sônico é constituído um circuito


para ligá-lo em disparos curtos, ou pulsos. Isso
reduz a média temporal de intensidade e,
portanto a quantidade de energia disponível para
os tecidos, ao mesmo tempo assegura que a
energia disponível em cada pulso (intensidade de
pico do pulso) seja alta suficiente para que os
efeitos mecânicos, e não térmicos, predominem.
Muitos geradores de ultrassom pulsado
geram pulsos de 2 ms. Isso pode ser expresso
da seguinte forma:

■ Pulso 2ms/ Intervalo 2ms/ Razão marca:espaço


1:1 / Razão pulso-período 1/2 , Ciclo livre 50%.

■ Pulso 2ms/ Intervalo 8ms/ Razão marca:espaço


1:4 / Razão pulso-período 1/5 , Ciclo livre 20%.
■ Alguns equipamentos trabalham com
durações de pulso de 12,5 ms com uma
freqüência de 16Hz, dando um ciclo livre
de 20%. Esta freqüência parece ser a
freqüência fundamental do sistema de
cálcio intracelular.
EFEITOS DA PULSAÇÃO

■ A aplicação de ultrassom pode aumentar


as taxas de difusão de íons através das
membranas celulares; isso pode dever-se
ao aumento das partículas de cada lado da
membrana e, possivelmente, ao aumento
do movimento de fosfolipídios e proteínas
que formam a membrana.
EFEITOS FÍSICOS E FISIOLÓGICOS
EFEITO TÉRMICO:
■ Elevação da temperatura para algo entre 40 e 45ºC. Ocorre
hiperemia;
■ Para que se tenha efeito deve ser mantida por pelo menos
por cinco minutos;
■ Tecido fibroso, cápsula articular, ligamentos, tendões, tecido
cicatricial tem sua extensibilidade aumentada;
■ As estruturas que absorvem o ultra som podem impedir que
o tratamento alcance tecidos alvos profundamente
localizados se estiverem no caminho do feixe sonoro.
EFEITOS NÃO TÉRMICOS:

■ Cavitação = é a formação de pequenas bolhas gasosas nos


tecidos como resultado da vibração do ultrassom;
■ Cavitação estável associada com as correntes acústicas é
benéfica ao sistema;
■ Síntese de colágeno;
■ Secreção de agentes quimiotácteis;
■ Aumento na captação de cálcio nos fibroblastos;
■ Aumento na atividade dos fibroblastos;
■ Interfere na fagocitose;
■ Eleva o número de radicais livres;
■ Acelera a fibrinólise;
■ Aumento na liberação da cicloaminoglicana
e da hidroxiprolina que é um aminoácido
essencial ao colágeno;
■ Cavitação transitória. Maléfica. Ocorre com
potência acima de 30W/cm².
CORRENTES ACÚSTICAS

■ É um fluxo circulatório constante devido ao torque


de radiação. Esses movimentos de líquidos muito
pequenos também ocorrem em torno das células.
O efeito, chamado microcorrenteza, exerce uma
carga viscosa sobre a membrana da célula. Com
isso aumento na secreção pelos mastócitos,
aumento na captação de cálcio e maior produção
do fator de crescimento pelos macrófagos.
ONDAS ESTACIONÁRIAS

■ Formação de antinodos e nodos. Tem-se


mostrado que este padrão de pressão
causa estagnação nas células dos vasos
sangüíneos nos nodos de pressão.
Também promove a dor perióstica.
MICROMASSAGEM

■ As ondas de compressão e rarefação


podem produzir uma forma de
micromassagem capaz de reduzir o
edema.
EFEITOS DO ULTRASSOM NOS
PROCESSOS DE INFLAMAÇÃO E
REPARO

ESTÁGIO AGUDO:

■ Cavitação estável = corrente acústica = aumenta a difusão


do cálcio = produz e libera fatores que contribuem para a
cicatrização = histamina dos mastócitos e fatores liberados
por macrófagos = aumenta a fagocitose.
■ Deve ser observado que o ultrassom tem uma ação
pró-inflamatória e não antiinflamatória.
■ Pode ocorrer uma dilatação ou uma constricção de pequenas
arteríolas.
ESTÁGIO PROLIFERATIVO:

■ Três dias após a lesão = tecido conjuntivo é depositado


pelos fibroblastos para os vasos sangüíneos.
■ Aumento da permeabilidade celular, com aumento no
fluxo de cálcio nos fibroblastos elevando a produção do
colágeno e aumentando a força tênsil.
FASE DE REMODELAMENTO:

■ Considera-se que o ultrassom melhora a extensibilidade


do colágeno maduro, como o que é encontrado no
tecido cicatricial.
DISCUSSÃO SOBRE O USO
TERAPÊUTICO
■ Úlceras de pressão = efetivo.
■ Alivio na dor = efetivo.
■ Lesão tecidual aguda = efetivo mais com
ressalvas.
■ Fluxo sangüíneo = depende da técnica aplicada.
■ Lesão óssea = efetivo após duas semanas da
lesão.
■ Estiramento do tecido = janela de alongamento
de Draper
■ Ultrassom contínuo aumenta o fluxo sangüíneo
até 45 minutos após o tratamento (efeito
térmico, redução do tônus vascular, liberação
de histamina);

■ Crioterapia antes do ultrassom não é efetivo.


Crioterapia + US = 1,8 ºC (5cm), só com o US
chegou a 4 ºC.
■ Controle da dor: atuação nas proteínas
inibidoras abrindo os canais de potássio,
efeito contra irritante, elevação do fluxo
sangüíneo aumentando a concentração de
O2 em áreas hipóxicas, reduzindo a
atividade dos receptores quimiosensíveis
de dor.
FONOFORESE OU
SONOFORESE
■ Os medicamentos podem penetrar até 6cm;
■ Não é o feixe mecânico do ultrassom que
empurra o medicamento para dentro do tecido e
sim a ação do ultrassom nos folículos pilosos e
glândulas sebáceas, abrindo-os facilitando a
entrada dos medicamentos;
■ Pode ser utilizada a técnica do “método invisível”.
Primeiro se massageia a área com o
medicamento e depois se aplica o ultra-som.
■ Sempre utilizar o ultrassom contínuo;

■ Medicamentos (hidrocortisona,
dexametasona e salicilato para inflamações
e lidocaina para dor).
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

■ Aplicação em contato direto;


■ Aplicação por imersão;
■ Aplicação com bolsa de água;
■ Aplicação por meio de uma folha de gel de
poliacrilamina.
TABELA INFORMATIVA

■ Taxa de aquecimento por ultrassom, por


minuto, baseado em uma área de
tratamento duas a três vezes maior que a
será de radiação efetiva.
1,4 °C
Intensidade W/cm2 1MHz 3MHz
Profundidade do
tecido 5cm 1,2cm
0,5 0,04 °C 0,3 °C

1,0 0,2 °C 0,6 °C

1,5 0,3 °C 0,9 °C

2,0 0,4 °C 1,4 °C


CONTRA-INDICAÇÕES

■ Tecidos que estejam dividindo-se


rapidamente;
■ Alastramento de infecção;
■ Problemas vasculares;
■ Olho;
■ Marcapasso.
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
Formas de medição da saída pulsada do
ultrassom:
■ SATA (média espacial, média temporal).
■ SPTA (pico espacial, média temporal).
■ SPTP (pico espacial, pico temporal).
■ SATP (média espacial, pico temporal)
Exemplos de saída SATA de uma fonte de
ultrassom com uma mostra de pico temporal no
medidor e saída máxima de 3W/cm².
Intensidadde (W/cm²)

no medidor
SATA na face do Contínua 1:1 1:4
transdutor (W/cm²) 3,0

0,1 0,1 0,2 0,5


0,2 0,2 0,4 1,0
0,3 0,3 0,6 1,5
0,4 0,4 0,8 2,0

0,5 0,5 1,0 2,5

0,75 0,75 1,5

1,0 1,0 2,0

1,5 1,5 3,0

3,0 3,0
INDICAÇÃO
■ 2 W/cm² = crônico.
■ 2 W/cm² = 1/2 crônico.
■ 2 W/cm² = 1/3 e 1/5 = subagudo.
■ 2 W/cm² = 1/10 e 1/20 = agudo.
■ 16 Hz = cicatrização.
■ 50 Hz = cicatrização e dor.
■ 100 Hz = dor.
TERAPIA LIPUS
■ Introduzido na década de 1980, denominado de US
pulsado de baixa intensidade ou LIPUS (low-intensity
pulsed US), é caracterizado pela energia ultrassônica
emitida com freqüência de 1 a 1,5 MHz e com uma
intensidade de 0,03mW/cm², produzindo apenas o
efeito mecânico;
■ Pode ser aplicado com contato ou sem contato;
■ O aplicador (cabeçote-transdutor) é estacionário;
■ Indicado para tratamento de fraturas ósseas recentes e
daquelas com retardo de consolidação.
SISTEMA TERAPÊUTICO MIST
■ Introduzido na década de 2000;
■ 20 – 40 KHz;
■ Sem contato;
■ Meio de acoplamento (salina estéril contida dentro de
um frasco);
■ Indicação: limpeza e debridamento de feridas que
apresentam crostas amareladas, fibrina, exsudatos
tissulares ou bactérias, cuja remoção é importante para
o processo de cicatrização.

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