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UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda

Soldagem no Estado Sólido

Alunos: Iago Moreira de Oliveira – 201910604

Matheus de Souza da Silva – 201820521

Pedro Henrique de Oliveira Teixeira – 201910624

Vitor Hugo Rodger Netto – 201910506

Disciplina: Engenharia de Soldagem

Data: 08/22
1 – Soldagem no Estado Sólido: Processos e Conceitos

O processo de união de metal é classificado em dois tipos. O primeiro é o


processo de soldagem em estado líquido, no qual as peças metálicas são
aquecidas até sua temperatura de fusão e a união metal-metal se forma devido
à solidificação das peças fundidas. Às vezes, este processo usa material de
enchimento que é derretido com material de base e permite solidez, o que faz
uma junta forte permanente. O outro é o processo de soldagem no estado sólido
no qual não envolve o estado fundido ou líquido e o processo de união do metal
ocorre devido à aplicação de alta pressão no estado sólido. A união metal-metal
se forma devido ao processo de difusão intermolecular nas superfícies de
interface. Os processos de soldagem que não envolvem fusão têm muitas
vantagens sobre os processos de soldagem que utilizam da mesma. Se não
ocorre a fusão, então não existe zona termicamente afetada e o metal em torno
da junta preserva suas propriedades.
(DUTRAH, Kaio, “Processos Metalúrgicos”. Disponível-em:
https://kaiohdutra.files.wordpress.com/2017/11/pm_aula11-14_soldagem.pdf)

Soldagem por Explosão: A soldagem por explosão (Explosive Welding, EXW)


é um processo que utiliza a energia de detonação de um explosivo para
promover a união de peças metálicas. Uma das peças é lançada ao encontro da
outra pela explosão e, durante a colisão, desenvolve-se uma intensa deformação
plástica superficial capaz de remover as contaminações superficiais e promover
a união das peças. Devido ao forte choque nas superfícies da junta, a solda
resultante tem um aspecto típico ondulado (figura 1). O processo pode ser
utilizado para união de praticamente todos os metais e ligas que possuam
ductilidade suficiente para não se romper durante a explosão e tem sido utilizado
industrialmente para a fabricação de revestimentos, de chapas bimetálicas e
para a união de metais metalurgicamente incompatíveis em processos de
soldagem por fusão. A figura 1 ilustra o processo.

Figura 1: Soldagem por explosão.


Soldagem por Ultrassom: A soldagem por ultrassom é um processo econômico
e eficiente para a união de peças em série feitas de termoplásticos amorfos ou
semicristalinos. O menor consumo de energia e o curto tempo de ciclo permitem
alcançar maior velocidade de produção. Na soldagem por ultrassom a tensão
elétrica é convertida em oscilação mecânica. O coração da máquina de
soldagem é o chamado conjunto acústico, composto pelo transdutor acústico
piezoelétrico (conversor), a unidade de transformação da amplitude (booster) e
a ferramenta de soldagem (sonotrodo).

Figura 2: As partes do conjunto acústico.

O gerador de ultrassons transforma a tensão de rede em uma tensão de alta


frequência, entre 20 e 35 kHz, a qual é convertida em oscilações mecânicas
mediante o efeito piezoelétrico obtido no conversor. A ferramenta de soldagem,
chamada sonotrodo, desloca-se para o componente e inicia a oscilação na área
da união – a 20 kHz são verificados 20.000 movimentos por segundo.
Aqui é gerado calor de fricção e o material derrete de forma objetiva nos pontos
de contato de ambos os componentes. Após um período sob pressão, a união
fica homogeneamente fixa. Uma vez que o ultrassom separa a estrutura
molecular, as peças ficam unidas de forma tão permanente como se fossem o
resultado de uma fundição. (J. MODENESI, Paulo, VILLANI MARQUES, Paulo,
“Soldagem I: Introdução aos Processos de Soldagem”. Disponível em:
https://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/processo.pdf)

Soldagem por Fricção: Como o nome indica, esta soldagem usa calor de fricção
para acelerar o processo de difusão. Neste tipo de soldagem, uma peça de
trabalho rotativa entra em contato com uma peça de trabalho estável. Devido à
alta força de atrito nas superfícies de contato, uma grande quantidade de calor
é gerada. O atrito é aplicado até que a forma plástica na superfície da interface
seja alcançada. Após este processo de aquecimento, uma força de pressão
continuamente aumentada aplicada nestas peças de trabalho até que toda a
junta seja formada.
Figura 3: Ilustração de um processo de soldagem por Fricção.

Soldagem por Difusão: Neste método de soldagem, ambas as placas de


soldagem são colocadas uma sobre a outra na presença de alta pressão e
temperatura por muito tempo. Esta alta pressão inicia a difusão entre as
superfícies de interface das placas de soldagem. Esta difusão é acelerada pela
alta temperatura que está muito abaixo da temperatura de fusão das placas de
base. Nenhum estado fundido envolve este tipo de soldagem e a junta de solda
é formada em estado sólido puro.

Soldagem a frio: A soldagem a frio usa pressão para unir dois materiais. Esse
processo é chamado de difusão em estado sólido e usa pressão para criar
soldas. Uma das condições necessárias para a soldagem a frio é que pelo menos
um dos materiais seja dúctil e não tenha sofrido um endurecimento severo,
geralmente materiais macios são bons candidatos para solda a frio. (Cobre e
Aluminio são os metais mais utilizados.)

Soldagem por Laminação: é um processo de soldagem no estado solido, no


qual a pressão suficiente para provocar o coalescimento é aplicada por meio de
rolos, com ou sem aplicação externa de calor.

Figura 4: Ilustração de um processo de soldagem por Laminação.


Soldagem por forja: A soldagem por forja funciona com base no princípio básico
do forjamento. Neste tipo de soldagem processo, ambas as placas de soldagem
aquecidas simultaneamente bem abaixo de sua temperatura de fusão. Este
aquecimento deforma plasticamente as peças de trabalho. Agora, um repetido
martelar sobre essas placas aplicado em conjunto. Esse martelamento inicia o
processo de difusão entre as placas e é repetido continuamente até que toda a
junta seja criada.

Figura 5: Soldagem por forja.

2 - Exemplos de aplicação da soldagem no estado sólido e


materiais que são soldados pelos processos.

Em relação a soldagem por explosão, a fabricação de chapas com revestimentos


protetores contra a corrosão em vasos de pressão e em trocadores de calor e de
peças de transição entre estruturas de alumínio e aço são alguns exemplos de
aplicações deste processo. Particularmente no setor eletrônico e automobilístico,
existem muitas aplicações para a soldagem por Ultrassom, desde o painel de
instrumentos até às luzes, e mesmo a unidade de vácuo no bloco do motor, o
que garante perfeição visual e estanqueidade. Nos sistemas eletrônicos é
necessário unir muitas peças de plástico, como conectores, caixas e baterias,
para mencionar apenas algumas. As aplicações do processo de soldagem por
Difusão incluem o corte de ferramentas de corte pesadas com pontas de metal
duro ou ligas duras, junção de componentes de tubos de vácuo, fabricação de
aquecedores de alta temperatura a partir de disilicida de molibdênio para fornos
resistores que podem operar em atmosfera oxidante até 1650 ° C. Na indústria
aeroespacial, é usado para fabricar componentes complexos de titânio a partir
de formas estruturais simples. Também é usado para revestir componentes para
resistir a desgaste, calor ou corrosão. A soldagem por fricção é usada para unir
tubos, eixos, pistão hidráulico, biela, linha de transmissão , buchas do caminhão,
eixo da bomba, engrenagem alavanca, broca e etc. As aplicações de soldagem
por laminação incluem o revestimento de acho doce ou baixa liga, com acho
inoxidável para resistência à corrosão, preparação de tiras bimetálicas para
medir temperatura e produção de moedas do tipo “sanduiche”.
3 – Características e influência sobre a qualidade do produto,
quesitos de segurança operacional e rendimento.

Os diversos materiais a serem soldados apresentam rugosidade superficial, de


forma que quando aproximam-se as partes a serem unidas no estado sólido,
apenas algumas se tocam. Para realizar esta aproximação, utiliza-se o
aquecimento para facilitar a deformação plástica através da pressão envolvida.
Evidentemente o aquecimento acelera ainda a difusão atômica, o que favorece
a soldagem dos materiais pela troca de posição dos átomos na região da
interface de união. Desta forma, a soldagem no estado sólido por ser obtida
através a da combinação da aplicação de pressão e aquecimento na interface
de união. Existe uma dependência entre a temperatura e a pressão exercida
para obter-se a soldagem no estado sólido. Um exemplo desta dependência
pode ser vista na figura 6 (Lison, 1998), válida para a soldagem de ferro puro.
Quanto maior a temperatura de soldagem (neste caso, abaixo da temperatura
de fusão dos materiais base), menor é a pressão necessária para a obtenção de
uniões satisfatórias. Acima da temperatura de fusão não é necessária a
aplicação de pressão, pois a fusão e subseqüente solidificação se encarrega de
aproximar os átomos.

Figura 6: Combinações de temperatura e pressão para união de ferro puro

De forma mais simples, o controle de qualidade no processo de soldagem é feito


basicamente através da medição dos parâmetros que vão ser utilizados na
execução de uma peça. São realizados testes e ensaios de soldagem, alguns
casos podem ser mecânicos ou destrutivos, conforme a norma definida para
essa peça. Os ensaios e testes vão dizer se os parâmetros podem ser utilizados
para aquela determinada soldagem. Depois de definido o processo, cabe ao
soldador seguir esses parâmetros durante a execução da produção da peça. É
de extrema importância seguir à risca os parâmetros encontrados ou orientados
na ação de solda pois, esse processo pode alterar as características do material
a ser soldado, um material que foi criado para suportar a corrosão por exemplo,
pode perder essa propriedade em função da soldagem se ela for feita com os
parâmetros fora da especificação pela qual foi aprovada. (SUMIG, “Como fazer
o controle de qualidade no processo de soldagem?”, Conhecimento), Disponível
em: < SUMIG.com.br>.
4 – Conlusão
Analisando todo o estudo sobre a soldagem no estado sólido e o rumo que o mundo
está tomando quando o assunto é tecnologia, fica claro que a mesma também
será uma área que sofrerá grande evolução. Tudo indica que cada vez mais,
processos automatizados, irão fazer parte deste mercado, pois, os avanços
tecnológicos e o desenvolvimento de novos materiais exigem novos métodos
de soldagem.

5 – Referências

(MODENESI, Paulo, VILLANI MARQUES, Paulo, “Soldagem I: Introdução aos


Processos de Soldagem”) Disponível em: <https://demet.eng.ufmg.br/wp-
content/uploads/2012/10/processo.pdf>.
Acesso em: 29/08/2022

(SUMIG, “Como fazer o controle de qualidade no processo de soldagem?”).


Disponível em: <https://www.sumig.com/pt/blog/post/como-fazer-o-controle-de-
qualidade-no-processo-de-soldagem>.
Acesso em: 29/08/2022

(Okimoto, “1ª Aula – Conceitos fundamentais e classificação”, UFPR –


Universidade-Federal-do-Paraná).
Disponível-em:
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM254/Prof_Okimoto/Aula1.pdf>.
Acesso em: 29/08/2022

(DUTRA, Kaio “Processos Metalurgicos: Aula 11-14 - Soldagem”).


Disponível em: <https://kaiohdutra.files.wordpress.com/2017/11/pm_aula11-
14_soldagem.pdf>.
Acesso em: 29/08/2022

Disponível em:<https://infosolda.com.br/>
Acesso em: 29/08/2022

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