Você está na página 1de 54

ULTRA-SOM

TECNOLOGIA EM ESTÉTICA
DEFINIÇÃO
O ultra-som é uma modalidade de penetração
profunda, capaz de produzir alterações nos
tecidos, por mecanismos térmicos e mecânicos.
O ultra-som é definido como uma forma de
vibração acústica a freqüências muito altas para
serem percebidas pelo ouvido humano.
Produção de ultra-som
O ouvido humano é capaz de escutar ondas
sonoras que variam de 16 a 20.000 Hz. Qualquer
onda sonora acima dessa faixa é considerada
ultra-som. O ultra-som terapêutico varia de
750.000 a 3.000.000 Hz (0,75 a 3MHz) (Starkey,
2001).
Produção de ultra-som

 O ultra-som é produzido por uma corrente


alternada que flui através de um cristal
piezoelétrico que pode ser um quartzo, titanato
de bário, zirconato de chumbo ou titanato,
alojado em um transdutor que é um aparelho
que converte uma forma de energia em outra
(Okuno et al., 1986).
Produção de ultra-som

 Ocorre um efeito piezoelétrico inverso ou indireto


quando uma corrente passa através do cristal
piezoelétrico, resultando na contração e
expansão dos cristais produzindo o ultra-som. A
vibração dos cristais causa uma vibração
mecânica de ondas sonoras de alta freqüência
(Okuno et al., 1986).
Transmissão

 As ondas ultra-sônicas propagam-se mais


facilmente em determinados tecidos que em
outros. Isto é determinado pela impedância
acústica característica de cada tecido. Quando
uma onda de som encontra um meio diferente do
qual estava trafegando, esta pode ser refletida,
refratada ou absorvida. Quando os valores das
impedâncias características forem muito
diferentes a reflexão será predominante (Fuirini e
Longo, 1996).
Influências sobre a Transmissão
de Energia
• Reflexão
Ocorre quando uma onda não consegue
atravessar a próxima densidade. A onda bate em
um objeto e inverte sua direção, voltando. A
reflexão pode ser completa, quando toda
energia é impedida de entrar na próxima camada
de densidade, ou pode ser parcial. O eco é um
exemplo de reflexão composta de energia
acústica (Starkey, 2001).
Influências sobre a Transmissão
de Energia
• Refração
 É a curvatura das ondas resultante de uma
alteração da velocidade de uma onda que entra em
um meio com densidade diferente. Quando a
energia deixa uma camada densa e entra em uma
camada menos densa, sua velocidade aumenta.
Quando vai de uma camada de baixa densidade
para outra de alta densidade, a energia
diminui(Starkey, 2001).
Influências sobre a Transmissão
de Energia
• Absorção
A absorção ocorre através de um meio que
recebe a onda e a transforma em energia
cinética. Os tecidos podem absorver parte ou
toda a energia neles introduzida. Qualquer
energia não refletida ou absorvida por uma
camada de tecido continua a atravessar o
tecido, até atingir uma camada com outra
densidade(Starkey, 2001).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
 A energia ultra-sônica é uma energia do tipo
mecânica, cuja a aplicação terapêutica
depende dos parâmetros de freqüência, modo
de emissão, intensidade e tempo de aplicação
(Soriano et al., 2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
A) Freqüência
 As freqüências utilizadas na terapia ultra-
sônica estão compreendidas entre 800 KHz e
3 MHz (Soriano et al., 2000).
 Os equipamentos mais modernos de ultra-som
podem emitir freqüências de 1MHz à 3MHz, o
que permite o seu campo de aplicação em
diferentes patologias (Soriano et al., 2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
A) Freqüência
 Quanto maior for a freqüência, menor é a
capacidade de penetração, então o ultra-som
de 3MHz se atenua nas estruturas superficiais,
enquanto as freqüências menores de 1MHz
são usadas para estruturas mais profundas
(Soriano et al., 2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
A) Freqüência
 Com isso, os efeitos do ultra-som de 1 MHz
ocorrem mais profundamente dentro dos
tecidos do que um ultra-som de 3MHz, que se
atenua nos tecidos superficiais (Soriano et al.,
2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
B) Modo de emissão
 As ondas ultra-sônicas podem ser emitidas de
modo contínuo e pulsado. Na emissão
contínua predomina o efeito térmico, para
aplicação quando se deseja uma diatermia
localizada (Soriano et al., 2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
B) Modo de emissão
 Quando se aplica na emissão pulsada, entre
um impulso e outro há um tempo que facilita a
dispersão do calor, por isto o efeito térmico é
menor, potencializando o efeito mecânico
(Soriano et al., 2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
B) Modo de emissão
 Na emissão pulsada, a duração do tempo de
pulso varia entre 0,5ms; 1ms ou 2ms. A
duração do tempo de pausa se ajusta ao
tempo de pulso elegido (Soriano et al., 2000).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
 C) Intensidade
 A força de um raio de luz do ultra-som é
determinado pela intensidade. A intensidade é
a taxa na qual a energia é liberada em área
por unidade, e é expressa em unidades de
watts por centímetro quadrado (w/cm2); (Ziskin
et al., 1996).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
C) Intensidade
 Intensidades empregadas em terapia física
limita-se por volta de 0,25 a 3,0 w/cm 2. A
medida de intensidade é provida pela medida,
de total rendimento do aplicador do ultra-som
(em watts) e dividindo área (em cm2) da face
aplicadora (Ziskin et al., 1996).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
C) Intensidade
Pela razão do raio de luz do ultra-som não ser
uniforme, algumas regiões do feixe de luz será
mais intenso que em outras (Ziskin et al.,
1996).
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
C) Intensidade
 Nas proximidades do transdutor, há muitos
picos e depressões de ondas, mas à medida
em que o feixe de ultra-som, se move para
mais distante do transdutor, o padrão do
campo se torna mais uniforme.
Parâmetros para a emissão ultra-
sônica
C) Intensidade
 Então, a região próxima do ultra-som é
conhecida como campo próximo, ou zona de
Fresnel que apresenta grande pressão sônica
e grande variação na intensidade do feixe
sônico, gerando grande turbulência e
distúrbios (Haar, 1998).
D) Formas de acoplamento
• Método Direto
 Este método é usado para tratamento de áreas
planas, regulares, sem acidentes ósseos, sem
meios de contaminação e que suportem a
pressão do transdutor.
D) Formas de acoplamento
• Método Direto
 Técnica: Utilizar meio acoplador (gel com ou
sem princípio ativo).
 Realizar movimentos circulares ou
deslizamentos leves com uma certa pressão,
não permitindo o levantamento do transdutor.
D) Formas de acoplamento
• Método subaquático
 Usado em clientes que refiram dor à pressão
do transdutor, em áreas irregulares, áreas com
úlcera e de difícil acesso (extremidades).
D) Formas de acoplamento
• Método subaquático
 Técnica: colocamos a região a ser tratada em uma
cuba com água a 38º C. O transdutor fica submerso
na água. Realizamos movimentos longitudinal e
circulares, o transdutor fica a 1 a 2 cm de distância
da pele, na presença de bolhas afastamos com um
pincel, para permitir a melhor penetração da onda
ultra-sônica.
D) Formas de acoplamento
• Método do balão
 Evita o contato direto. Essa técnica emprega
um balão cheio de água coberta com gel
acoplador, movimenta-se o transdutor sobre a
bexiga.
Tempo de aplicação
As opiniões expostas nas literaturas sobre a
duração do tratamento são variáveis
dependendo da dimensão a ser tratada, da
intensidade da saída e das metas terapêuticas
do tratamento (Starkey, 2001).
Tempo de aplicação
Para Leitão (1995), a duração do tratamento varia
de 5 a 10 minutos. Ziskin et al. (1996), dizem que
podem ser tratadas várias regiões numa sessão,
mas é melhor limitar-se a uma irradiação de 15 a
20 minutos no total.
Tempo de aplicação
Segundo Starkey (2001), quando se desejam
efeitos vigorosos de aquecimento, a duração do
tratamento deve-se variar de 10 a 12 minutos,
com uma saída de 1 MHz; e de 3 a 4 minutos,
com ultra-som de 3 MHz.
Tempo de aplicação
Soriano et al. (2000), refere que o tempo de
aplicação do ultra-som varia de 5 a 20 minutos,
sendo 5-10 minutos para zonas concretas,
podendo-se chegar até 20 minutos para zonas
extensas.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som

 As alterações fisiológica dentro dos


tecidos, associadas com aplicação de
ultra-som, podem ser agrupadas em duas
classes, mas há sobreposição entre elas.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som
- Efeitos não-térmicos: alterações dentro
dos tecidos, resultantes do efeito mecânico
da energia ultra-sônica;
- Efeitos térmicos: alterações dentro dos
tecidos, como um resultado direto da
elevação da temperatura do tecido,
provocada pelo ultra-som.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som
 Os efeitos térmicos e não térmicos não são
restritos a cada um. Os dois tipos de efeitos
ocorrem no organismo, mas a proporção e
a magnitude de cada um deles dependem
do ciclo de fornecimento e da intensidade
da saída, maior será a magnitude dos
efeitos.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som
 Efeitos não térmicos
 Aumento da permeabilidade da membrana
celular.
 Taxas alteradas de difusão através da
membrana celular.
 Aumento da permeabilidade vascular.
 Aumento do fluxo sangüíneo.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som
 Aumento da atividade fibroblástica.
 Estimulação da fagocitose.
 Síntese de proteína.
 Redução de edema.
 Síntese de colágeno.
 Difusão de íons.
 Regeneração de tecido.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som
 Efeitos Térmicos
 Aumento da velocidade de condução do
nervo sensorial.
 Aumento da extensibilidade das estruturas
ricas em colágeno.
 Aumento da deposição de colágeno.
Efeitos Biofísicos da Aplicação
de Ultra-som

 Aumento do fluxo sangüíneo.


 Redução do espasmo muscular.
 Aumento da atividade dos macrófagos.
 Melhora da adesão dos leucócitos a
células endoteliais danificadas.
Fonoforese
 A energia ultra-sônica pode ser utilizada
para liberar medicamentos nos tecidos
pelo processo de fonoforese. A teoria da
fonoforese é semelhante à da iontoforese,
mas essa técnica não necessita que a
medicação seja eletricamente carregada
porém, o produto deve conter moléculas
de tamanho pequeno e baixo peso
molecular.
Fonoforese

 É um processo em que fisicamente o ultra-


som leva o medicamento através da pele e
penetre mais profundamente nos tecidos
por via transanexial.
Fonoforese
 Os medicamentos introduzidos só podem
ser absorvidos pelos tecidos subcutâneos
viáveis, depois de passar pela barreira
enzimática da epiderme e do estrato
córneo, a barreira que limita a taxa de
difusão. Essa camada da pele determina a
velocidade e a quantia de medicamento
que é transmitida para os tecidos mais
profundos.
Fatores da pele que determinam a taxa de difusão do
medicamento com auxilio da fonoforese:

 Hidratação: Quanto maior o conteúdo


de água, mais permeável é a pele à
passagem de medicamentos.
 Idade: A desidratação ocorre com o
envelhecimento da pele; também diminuem
o conteúdo de lipídeos.
Fatores da pele que determinam a taxa de difusão do
medicamento com auxilio da fonoforese:

 Composição: A passagem mais fácil de


medicação através da pele ocorre perto de
folículos pilosos, glândulas sebáceas e
ductos sudoríparos.
Fatores da pele que determinam a taxa de difusão do
medicamento com auxilio da fonoforese:

 Vascularização: Áreas altamente


vascularizadas são mais aptas a permitir a
transferência de medicamentos para
tecidos profundos. Os vasos contraídos
localizam os efeitos, ao passo que vasos
dilatados aumentam a liberação sistêmica
da medicação.
Fatores da pele que determinam a taxa de difusão do
medicamento com auxilio da fonoforese:

 Espessura: A pele espessa oferece


uma barreira muito mais incômoda à
medicação do que peles mais finas.
Preparação do paciente
 Verificar se não há contra-indicações.
 Determinar o método e o modo de aplicação
de ultra-som a serem utilizados durante o
tratamento.
 Limpar o local a ser tratado, para remover
oleosidade, impurezas ou pó.
 Eleger o método de acoplamento a ser
utilizado (bexiga, imersão ou direto).
Preparação do paciente
 Ao utilizar o método de acoplamento
direto, espalhar o gel sobre a área a ser
tratada. Utilizar a fonte sonora para
distribuir uniformemente o gel.
 Explicar as sensações que poderão surgir
durante o tratamento, como, calor leve,
peça para o cliente informar sobre
quaisquer sensações inesperadas.
Iniciação do tratamento
 Reduzir a INTENSIDADE para zero, antes de acionar o
LIGAR.
 Selecionar o modo apropriado para a saída
(CONTÍNUO/PULSADO).
 Ajustar o TEMPO, respeitando a Era do transdutor para
tratar áreas duas ou no máximo três vezes maiores.
 Começar mover lentamente o transdutor e apertar
INÍCIO só após estar em contato com o tecido
biológico a ser tratado.
Iniciação do tratamento
 Aumentar lentamente a INTENSIDADE até o nível
adequado e, ao mesmo tempo, continuar a mover a
fonte sonora.
 O movimento deve ser firme e lento, não permitindo o
levantamento do transdutor, pois pode danificar o
cristal de quartzo.
 Se o gel começar a esgotar-se ou se a fonte sonora
começar aderir à pele, colocar mais gel mantendo o
transdutor em movimento ou de pausa para aplicar
mais gel.
Término do tratamento

 Muitas unidades interrompem


automaticamente a produção de ultra-som,
quando o tempo se esgota. Se este não for
o caso, ou se o tratamento deve terminar
antes do tempo, a intensidade é reduzida
antes de remover o transdutor do meio.
Término do tratamento

 Remover o gel ou água remanescente da


pele do paciente.
 Para garantir a continuidade das sessões
do tratamento, registrar os parâmetros
utilizados para esse tratamento em ficha
individual; em especial, anote a freqüência,
intensidade, duração de saída e local de
aplicação.
Indicações
 Lipodistrofia Ginóide
 Quando se deseja a penetração de algum
princípio ativo, respeitando as contra-
indicações.
 Contraturas articulares
 Espasmo muscular
 Tecido cicatricial.
 Espasticidade.
Indicações

 Redução pós aguda de miosite ossificante.


 Condições inflamatórias agudas (saídas em
pulso).
 Condições inflamatórias crônicas (saída em
pulso ou contínua).
Contra-indicações
 Patologias agudas
 Áreas isquemicas
 Tendência a hemorragia
 Áreas ao redor dos olhos, coração, crânio ou
genitália.
 Período gestacional.
 Sobre tumores malignos (podem aumentar a
massa e o peso do tumor).
Contra-indicações
 Sobre a medula espinhal.
 Áreas anestesiadas.
 Sobre locais de fratura.
 Infecção ativa.
 Sobre área pélvica ou lombar, em pacientes
menstruadas.
 Áreas cuja circulação está prejudicada.
 Sobre extremidades ósseas em
desenvolvimento.

Você também pode gostar