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ULTRASSOM

TERAPÊUTICO

PLÍNIO REGINO MAGALHÃES


DEFINIÇÃO

Vibrações acústicas inaudíveis de alta frequência que podem


gerar efeitos fisiológicos térmicos ou atérmicos nos tecidos
biológicos
DEFINIÇÃO

Vibrações acústicas inaudíveis de alta frequência

Que podem gerar efeitos fisiológicos térmicos ou atérmicos


nos tecidos biológicos
GERAÇÃO DO SOM

Para se gerar o som

No cabeçote tem um cristal


Quartzo / Germanio
Que tem a propriedade Piezoelétrico
GERAÇÃO DO SOM

Quando se adiciona no cristal uma corrente elétrica


alternada

O cristal se contrai e expande


Vibrando o tímpano de metal
Gerando o som
PROPAGAÇÃO DO SOM

As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem


(líquido, sólido e gasoso)
PROPAGAÇÃO DO SOM

Nos tecidos a propagação depende das características


de propagação do meio biológico e da reflexão de
energia ultrassônica nas interfaces teciduais.

A velocidade é maior em meios com maior agregação


molecular
Ar: 343 m/s H2O sal: 1500 m/s osso:4000 m/s
FREQUÊNCIAS DO ULTRASSOM
TERAPÊUTICO
O ultrassom terapêutico, no mercado nacional, caracteriza-
se por apresentar frequências de
1,0 e/ou 3,0 megaHertz (MHz)

Sendo disponível atualmente também em 5,0 megahertz


(MHz)
FREQUÊNCIAS DO ULTRASSOM
TERAPÊUTICO
Quanto maior frequência maior a interação com o tecido
superficial
Menor é a profundidade de ação

1MHz – penetra 4cm


3MHz – penetra 1cm
No tecido biológico
Com eficiência terapêutica
INTENSIDADE ULTRA-SÔNICA

É a energia que passa por segundo a cada cm² de uma


superfície perpendicular à emissão das ondas

Sendo sua unidade calculada em


W/cm²

A intensidade pode variar atualmente entre


0,01 a 3,0 W/cm².
INTENSIDADE ULTRA-SÔNICA
A intensidade que varia entre
0,01 a 3,0 W/cm²

0,01 a 0,5 W/cm² efeito mecânico - atérmico


Altera o metabolismo / Não produz calor

0,6 a 3,0 W/cm² efeito mecânico – térmico


Altera o metabolismo em tal intensidade / Produz calor
INTENSIDADE ULTRA-SÔNICA

A intensidade utilizada na prática clínica varia entre


0,5 a 1,5 W/cm²
TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

Existem dois tipos de ondas que podem se propagar por um


meio sólido

ONDAS LONGITUDINAIS

ONDAS TRANSVERSAIS
TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

ONDAS LONGITUDINAIS

O deslocamento molecular se dá na direção em que a onda


se propaga
TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

ONDAS LONGITUDINAIS

Durante a propagação de uma onda longitudinal em regiões de alta


densidade cria-se uma compressão
TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

ONDAS LONGITUDINAIS

Durante a propagação de uma onda longitudinal em regiões


de baixa intensidade cria-se uma rarefação
TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

ONDAS LONGITUDINAIS

Se propagam em sólidos e líquidos


TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

ONDAS TRANSVERSAIS

As moléculas são deslocadas em uma direção perpendicular


à direção em que a onda ultra-sônica está se movendo
TRANSMISSÃO DA ENERGIA ACÚSTICA
NOS TECIDOS BIOLÓGICOS

ONDAS TRANSVERSAIS

Se propagam nos diversos meios


ÁREA DE RADIAÇÃO EFETIVA (ARE /
ERA)

Porção da superfície do transdutor que realmente produz a


onda sonora
ÁREA DE RADIAÇÃO EFETIVA (ARE /
ERA)
Corresponde aproximadamente ao diâmetro da superfície
de contato do transdutor

Considerando que a área de radiação efetiva sempre é


menor que a superfície do transdutor, o tamanho do
transdutor não é indicativo da real superfície de radiação
ÁREA DE RADIAÇÃO EFETIVA (ARE /
ERA)

O tamanho da área a ser tratada é de


2 a 3 vezes o tamanho da área de radiação efetiva
(ERA)
ABSORÇÃO DOS DIFERENTES MEIOS E
TECIDOS

A absorção de energia sonora é


Maior nos tecidos com quantidades
maiores de proteínas e
menor conteúdo de água
MODO DE APLICAÇÃO

Modo Pulsado

Modo Contínuo
MODO DE APLICAÇÃO

Modo Pulsado

A intensidade é periodicamente interrompida


Ligado / Desligado

Nenhuma energia ultrassônica será produzida durante o


período desligado
MODO DE APLICAÇÃO

Modo Pulsado

Gera calor quando ligado

Calor dissipa quando desligado

Ao término da sessão não apresenta aumento da


temperatura clinicamente significante
MODO DE APLICAÇÃO
Modo Pulsado

Mais indicado para fase final do estágio de reação


inflamatória
Entre 48 e 72h

Pois evita intensificar as manifestações clínicas deste estágio


A intensificação pode se dar com a aplicação de calor
Atrasando a evolução do processo inflamatório
MODO DE APLICAÇÃO
Modo Contínuo

A intensidade sonora permanece constante ao longo do


tratamento e a energia do ultrassom é produzida em 100%
do tempo

Ao término da sessão apresenta aumento da temperatura


clinicamente significante
MODO DE APLICAÇÃO

Modo Contínuo

Mais indicado a partir do 2º estágio do processo


inflamatório
Estágio de reparo e cicatrização
Que apresenta boa aceitação ao calor como terapia
Após as 72h iniciais
EFEITOS FISIOLÓGICOS
Na aplicação das ondas ultra-sônicas é possível observar
Efeitos térmicos e
Não térmicos

Nos diferentes tipos de tecidos biológicos:

Células
Tecidos e
Órgãos
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos térmicos

Aumento do metabolismo
Aumento do fluxo de sangue
Modulação da dor
Redução do espasmo muscular
Aumento na extensibilidade das fibras de
colágeno Diminuição da rigidez articular;
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos térmicos

Tem sido sugerido para que os efeitos térmicos aconteçam

A temperatura dos tecidos devem ser elevados para um nível


de:
37,5 a 40,5°C por num mínimo de 5 minutos
EFEITOS FISIOLÓGICOS
Efeitos térmicos

Aumento da temperatura tecidual em 1°C


Acelera o metabolismo e o processo de cura entre 10 e 13%

Aumentos de 2 a 3°C
Diminuem a dor e o espasmo muscular

Aumentos de 4°C ou mais aumentam a:


Extensibilidade do colágeno
Diminuem a rigidez articular
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos térmicos

Tem se demonstrado que temperaturas acima de:


40,5°C podem ser potencialmente lesivas aos tecidos

Os pacientes normalmente sentem dor antes de se atingir


essas temperaturas extremas
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos não térmicos

Cavitação

Micromassagem
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos não térmicos

Cavitação

Formação de bolhas gasosas que expandem e se comprimem


em razão da mudança de pressão induzida pelo ultrassom nos
líquidos teciduais
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos não térmicos

Cavitação estável:

As bolhas se expandem e se contraem em resposta à mudança


de pressão regularmente repetida durante muitos ciclos.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
Efeitos não térmicos

Cavitação Instável:

Existem grandes modificações violentas nos volumes de


bolhas de ar antes que ocorra a implosão e o colapso depois
de uns poucos ciclos

Gerando calor intenso


Muitas vezes lesivo
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Efeitos não térmicos

Micromassagem

As ondas de compressão e rarefação podem produzir uma


forma de micromassagem capaz de reduzir o edema
PREPARO E TESTE DO EQUIPAMENTO
Colocar o cabeçote com a ERA para cima
Cobrir a ERA com água

Ligar o equipamento

Aumentar lentamente a intensidade


A partir de 0,5 W/cm²
Começa a ferver e evaporar a água
Sinal que o equipamento está funcionando
Não necessariamente calibrado
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
MÉTODOS DE ACOPLAMENTO
Aplicação em banho de imersão

É usado quando o contato direto não é possível devido a forma


irregular da parte a ser tratada

Geralmente utilizado nas extremidades

O cabeçote é colocado na água e movido paralelo à superfície


da parte que está sendo tratada e o mais próximo possível da
pele
MÉTODOS DE ACOPLAMENTO
Aplicação em banho de imersão

Para que a tenha seja eficaz alguns requisitos devem ser seguidos

Se possível a água deverá ser fervida e aquecida

A mão do terapeuta não deverá estar em contato com a água

Caso a água não seja desgaseificada o terapeuta deverá


constantemente retirar as bolhas.
MÉTODOS DE ACOPLAMENTO

Aplicação com gel

O mais utilizado

É importante que a distância entre o cabeçote e o tecido seja


preenchida por gel
MÉTODOS DE ACOPLAMENTO

Aplicação com gel

Manter o cabeçote bem acoplado ao tecido

Se o cabeçote se aquecer em excesso é possível que o


preenchimento de gel é inadequado

Após a aplicação retirar todo o gel do cabeçote


MÉTODOS DE ACOPLAMENTO
Aplicação com bolsa de água

Utilizado também em superfícies irregulares

Geralmente utiliza-se uma bolsa de plástico ou borracha, preenchida


com água desgaseificada

Entre a bolsa, o cabeçote e a pele do ultrassom deverá existir uma


fina camada de gel

O cabeçote deverá ser firmemente pressionado sobre a bolsa


MOVIMENTAÇÃO DO CABEÇOTE

O cabeçote deverá estar bem acoplado a superfície tecidual

Deve ser movimentado de forma circular


Cobrindo regularmente toda a região a passar pela aplicação

A velocidade moderada
Se o paciente indicar que esta ficando quente
Deve-se aumentar a velocidade de aplicação
Antes de diminuir a intensidade
PRINCÍPIOS FÍSICOS DA INTERAÇÃO DAS
ONDAS COM TECIDO BIOLÓGICO

Com a interação das ondas com o tecido biológica em cada interface


haverá

Absorção
Reflexão
Transmissão
Refração
Difração
Espalhamento
PRINCÍPIOS FÍSICOS DA INTERAÇÃO DAS
ONDAS COM TECIDO BIOLÓGICO

Com a interação das ondas com o tecido biológica em


cada interface haverá

Absorção – o tecido retém parte da energia emitida


PRINCÍPIOS FÍSICOS DA INTERAÇÃO DAS
ONDAS COM TECIDO BIOLÓGICO

Com a interação das ondas com o tecido biológica em


cada interface haverá

Reflexão – parte da energia não penetra e volta em


ângulo contrário da fonte emissora
PRINCÍPIOS FÍSICOS DA INTERAÇÃO DAS
ONDAS COM TECIDO BIOLÓGICO

Com a interação das ondas com o tecido biológica em


cada interface haverá

Transmissão – as ondas continuam penetrando o tecido


com a mesma direção da aplicação
PRINCÍPIOS FÍSICOS
ONDAS ESTACIONÁRIAS

Quando se aplica o ultrassom a movimentação do


cabeçote tem que ser moderado para:

Permitir a penetração das ondas para o alcance da


terapia

Evitar o fenômeno de somação de ondas


PRINCÍPIOS FÍSICOS
ONDAS ESTACIONÁRIAS

Somação de Ondas
Quando a onda REFLETIDA se encontra com a onda EMITIDA

Unindo pico com pico e vale com vale

Temos a sinergia de energia, elevando sem controle a


temperatura tecidual podendo queimar o paciente
PRINCÍPIOS FÍSICOS
ONDAS ESTACIONÁRIAS

Somação de Ondas
Quando a onda REFLETIDA se encontra com a onda EMITIDA

Unindo pico com vale e vale com pico

Temos a anulação da energia, não tendo eficiência


terapêutica
REGRAS GERAIS
Na aplicação de modo sub-aquático a absorção da onda
ultra-sônica é de 100%

Na aplicação com gel é de 80%

Quando se utiliza com bolsa de água 50%

Quando se utiliza outras substâncias como cremes, óleos a


absorção é de 50%
FATORES DETERMINAM A DOSAGEM
DO ULTRASSOM

Três fatores determinam a dosagem do ultrassom:

Tamanho da área a ser tratada


Profundidade da lesão
Natureza da lesão
TEMPO DE APLICAÇÃO TEMPO =
ÁREA / ERA

2,5 minutos por ERA

Tempo máximo = 15 min por área


TEMPO DE APLICAÇÃO TEMPO =
ÁREA / ERA

Como não há um modo certo de saber quanta energia é


absorvida por um tecido em particular, as decisões sobre
dosagem dependem até certo ponto do julgamento
individual

Esse julgamento precisa ser baseado nos fatores conhecidos


que governam a absorção do ultrassom
TEMPO DE APLICAÇÃO TEMPO =
ÁREA / ERA
Quando uma modalidade de calor é aplicada no tecido,
somente deve fazer sentido se o paciente sentir o calor local
Leve a morno

Se o aquecimento não é sentido, ou o terapeuta está


movendo o cabeçote muito rapidamente, ou a intensidade
está muito baixa
INTENSIDADE DE APLICAÇÃO
Efeito não térmico
Até 0,5 W/cm²

Efeito Térmico
0,6 a 0,8 W/cm² - leve
0,9 a 1,2 W/cm² - moderado
1,3 a 1,5 W/cm² - intenso
INDICAÇÕES
Inflamação

Tecido cicatricical

Aumento da extensibilidade do colágeno

Contratura articular

Modulação da dor

Redução do espasmo muscular


INDICAÇÕES

Aumento do fluxo sanguíneo


Reparação do tecido mole
Aumento da síntese de proteína
Revitalização do tecido
Reparação de fraturas
Pontos-gatilho miofasciais
PRECAUÇÕES

Podem ocorrer queimaduras

Se o calor gerado exceder a habilidade fisiológica para


dissipá-lo
PRECAUÇÕES

Pode haver destruição do tecido como resultado de


cavitação instável

Pode ocorrer estase de células sanguíneas e dano endotelial


se houver formação de ondas estacionárias
CONTRAINDICAÇÕES

Áreas de sensação de temperatura diminuída


Insuficiência vascular
Tromboflebite
Olhos
Órgãos reprodutores
Pelve imediatamente após
menstruação
CONTRAINDICAÇÕES

Gravidez
Marca-passo
Neoplasia
Áreas epifisárias em crianças
Próteses cimentadas
Infecção

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