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• Introdução ao Ultrassom;
• Tipos de Ultrassom;
• Introdução as Ondas de Choque;
• Tipos de Ondas de Choque;
• Efeitos Terapêuticos e Indicações;
• Técnica de Aplicação;
• Parâmetros.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Abordar as diversas modalidades de energia mecânica Ultrassônica (plano, focado
e microfocado) e também as ondas de choque, com objetivo de proporcionar aos
profissionais de estética um conhecimento mais amplo dos conceitos, aplicabili-
dades e técnicas de aplicação desses tipos de terapias empregadas na estética;
• Trabalhar de forma correta e segura, além de equipamentos mais utilizados
nos tratamentos.
UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Introdução ao Ultrassom
Ultrassom consiste em uma terapia mecânica, em que ondas mecânicas vibram
em frequências superiores às audíveis pelo ser humano. Um meio submetido ao
ultrassom oscila na mesma frequência do feixe ultrassônico, fornecendo uma mas-
sagem em alta frequência e gerando efeitos fisiológicos e terapêuticos muito impor-
tantes em diversos tratamentos estéticos.
Importante! Importante!
Vamos entender melhor: se temos 10 pulsos por segundo, chamamos de 10Hz; então,
se temos 1000 pulsos, chamamos de 1000Hz ou 1KHz (quilohertz) e assim por diante.
Se temos 1 milhão de pulsos por segundo, teremos, então, 1MHz (mega-hertz).
Tipos de Ultrassom
Quando falamos em ultrassom terapêutico não-invasivo (extracorpóreo), encon-
tramos uma subdivisão: ultrassom plano e ultrassom focalizado. Cada um possui
características próprias e indicações correspondentes, apesar de se tratar do mes-
mo tipo de energia. Mas a forma da entrega da energia é bem diferente.
No ultrassom plano, temos emissão das ondas
mecânicas de maneira livre no tecido, passando
por todas as camadas até chegar na profundida-
de definida pela frequência. Então, todos os teci-
dos que recebem a energia respondem à mesma.
Por exemplo: se nosso alvo de tratamento é a
gordura localizada, as ondas emitidas passarão
pela pele até chegar lá; então, a pele também
receberá o estímulo e vai interagir com as ondas. Figura 1 – Ultrassom plano
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O ultrassom focalizado já tem um comporta-
mento diferente. Por uma concavidade do transdu-
tor ou do próprio cristal, temos uma “focalização
da energia”. Dessa forma, há direcionamento e
concentração de toda energia em um ponto focal,
que chamamos de “hot point”. Esse ponto focal
pode se dar em diversas profundidades, de acordo
com o equipamento e parâmetros escolhidos.
Figura 2 – Ultrassom focalizado
Ultrassom Plano
Na estética, o ultrassom plano em alta frequência (1 e 3MHz) é o que mais uti-
lizamos devido aos efeitos que ele produz e as diversas possibilidades terapêuticas
de seu uso e controle de profundidade.
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
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• Reabsorção de edemas: o aumento da permeabilidade celular e a micromas-
sagem produzida pelo ultrassom auxilia no retorno venoso e linfático, favore-
cendo a reabsorção de edemas.
• Incremento do metabolismo local: com estimulação das funções celulares e
da capacidade de regeneração celular.
• Estímulo à lipólise: o ultrassom é capaz de estimular a cascata lipolítica, sen-
do importante no tratamento da gordura localizada.
Em Síntese Importante!
Importante! Importante!
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Técnica de aplicação
As técnicas de aplicação consistem na colocação de gel de contato (base água,
como meio condutor da energia), e o acoplamento do transdutor na área, reali-
zando movimentos circulares em toda a sua extensão. Importante dividir a área de
tratamento em quadrantes, para cálculo adequado do tempo e deposição correta
da energia (vide em parâmetros).
A aplicação pode ser direta: transdutor em contato com a pele (utilizamos essa
técnica nos tratamentos estéticos); ou indireta: aplicações em regiões irregulares
por meio subaquático ou por bolsa de água (utilizada algumas vezes na reabilitação).
Parâmetros
Devemos conhecer e ajustar os parâmetros no equipamento de ultrassom con-
forme a necessidade terapêutica do paciente. Alguns equipamentos já pré-estabe-
lecem parâmetros de acordo com a indicação.
• Frequência: está relacionada com o número de ondas que passam em uma
unidade de tempo, sendo 1 ou 3 MHz as mais utilizadas. A atenuação é dire-
tamente proporcional à frequência do feixe de ultrassom. Portanto, 1 MHz é
mais profundo (atinge cerca de 5cm) e 3 MHz mais superficial (atinge cerca
de 2,5cm).
3 MHz 1 MHz
Figura 6
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• Modo de emissão: Contínuo quando não ocorre interrupção da onda ultras-
sônica, de modo que há uma deposição ininterrupta de energia nos tecidos
irradiados; aplicações onde se deseja todos os efeitos do ultrassom (térmico,
mecânico e químico). E Pulsado, quando há interrupções regulares e regulá-
veis na liberação da energia (é uma necessidade para minimizar o efeito teci-
dual e que tem proporcionado outras indicações principalmente nos estágios
inflamatórios mais precoces); nesse caso é necessário estabelecer a frequência
em 16 e 48 Hz (para reparo de estruturas ósseas – fisioterapia) ou 100 Hz (em
processo inflamatório agudo) e também o percentual de relação ON – OFF
(varia de 5 a 50%). Exemplo: Razão de pulso de 20%: 20% de tempo ON,
80% de tempo OFF.
• Tempo: deve ser referente ao tamanho da área (em cm2, sendo altura X largu-
ra) dividido pela ERA. O resultado é o tempo de aplicação.
• Intensidade: energia total por segundo emitida pelo aparelho, medida em
watts (W/cm2). Intensidade baixa: < 0,3 W/ cm2; Intensidade Moderada: 0,3 a
1,2 W/ cm2; Intensidade alta: 1,2 a 3 W/ cm2. Essa é definida de acordo com
o objetivo terapêutico. Em quadros de pós-operatórios utilizamos intensidades
baixas. Em celulite e gordura, intensidades médias e altas (depende da camada
adiposa). Para fonoforese intensidades médias.
• Potência: o feixe de ultrassom transporta uma determinada quantidade de
energia produzida pelo transdutor denominado de potência, a qual é medida
em Watt (W), geralmente identificada nos equipamentos cujos valores terão
relação com a área do transdutor e a intensidade aplicada. Assim, em um
transdutor cuja ERA mede 3cm2 e se emite 3W/cm2, sua potência será de 9W.
Ultrassom Focado
Com a crescente busca em torno da melho-
ra do contorno corporal, os tratamentos não
invasivos para a redução de gordura tornaram-
-se cada vez mais populares e tem crescido
muito a procura por parte dos pacientes. O Ul-
trassom focalizado não invasivo de alta intensi-
dade (HIFU) tem sido utilizado desde a década
de 50 para o tratamento de diversos tumores,
mas só recentemente foi determinado como
um método não invasivo com intuito de pro- Figura 7 – Ultrassom focalizado
mover a destruição seletiva do tecido adiposo. Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Por meio desses efeitos, as células que sofreram danos desencadeiam uma respos-
ta inflamatória que induz a uma resposta de reparação, e atraem células pró-inflama-
tórias (macrófagos e neutrófilos), que fagocitam (englobam e digerem) e transportam
lipídios e restos celulares. A maior parte dos adipócitos destruídos são reabsorvidos
dentro de 12 semanas após o tratamento e 95% são reabsorvidos após 18 semanas.
Isto resulta numa redução global do volume de adiposidade localizada. Estas altera-
ções ocorrem sem aumentos significativos nos lipídios circulantes.
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Técnica de aplicação
A técnica consiste em uma aplicação estática, com deslocamento do aplicador a
cada disparo, mantendo-se uma distância entre cada ponto, definida pela área de
aplicação (geralmente 1 cm em regiões corporais) para que a distribuição da ener-
gia seja uniforme por toda região de tratamento.
Importante! Importante!
O aplicador nunca deve ficar estacionado no local por mais de 1 disparo, havendo risco
de queimadura.
Figura 10 – Passo 1, 2 e 3
Fonte: Adaptado de Divulgação
Figura 11 – Passo 4
Fonte: Adaptado de Divulgação
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Parâmetros
O ajuste das variáveis no equipamento se dá conforme indicação terapêutica.
• Profundidade: alguns equipamentos permitem a escolha de diferentes pro-
fundidades para que pacientes com maior ou menor quantidade de gordura
sejam submetidos a esse tratamento (exemplo: 1cm, 1,5cm e 2cm); enquanto
outros só permitem uma profundidade (1,5cm).
• Potência/intensidade: configura a potência (em W) ou energia de saída de
cada disparo/aplicador. O controle da sensação do paciente verbalmente deve
ser feito regularmente durante o tratamento permitindo um melhor controle
de eventos adversos.
• Shot time: tempo de disparo/emissão da energia.
• Time Off: tempo de intervalo entre um disparo e outro (é o momento que
deslizamos o aplicador para o outro ponto).
• Área (cm2): devemos informar ao equipamento o tamanho da área que será
tratada para que ele calcule automaticamente o tempo de aplicação.
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• Varredura: número de aplicações em diferentes sentidos na mesma região
(horizontal, vertical e oblíquo) – utilizamos para garantir que toda a área rece-
beu a aplicação. Utilizamos de 2 a 3 passadas.
Ultrassom Microfocado
O ultrassom microfocado consiste em um transdutor focado, porém com con-
trole diferente de profundidade e energia aplicada. Essas diferentes configurações
são determinadas para que o uso pretendido seja facial.
Esses efeitos são possíveis devido à interação da energia mecânica de alta inten-
sidade gerada na pele que culmina em:
• Efeito mecânico ou cavitacional: as oscilações mecânicas formam microbo-
lhas de ar/gás no interior dos tecidos e pela alta intensidade energética gerada
no ponto focal, estimulando uma lesão controlada do tecido. Com isso temos
ativação do sistema de reparo tecidual, com atração de células inflamatórias,
seguido de indução de fibroblastos. Assim, o colágeno é desnaturado pelo
calor, resultando na formação de um novo colágeno seguido por tensão dos
septos da pele.
• Efeito térmico: a alta intensidade energética no ponto focal eleva a temperatura
resultando em necrose de coagulação e morte celular quase imediata dentro da
zona alvo, na ordem de milímetros, mas sem danos para os tecidos circunvizinhos.
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Técnica de aplicação
A técnica consiste em uma aplicação estática, com deslocamento do aplicador
a cada disparo, mantendo-se uma distância entre cada ponto, definida pela área
de aplicação (geralmente 0,5 cm), para que a distribuição da energia seja uniforme
por toda a região de tratamento. O aplicador nunca deve ficar estacionado no local
por mais que 1 disparo, havendo risco de queimadura.
• Área de aplicação (face e pescoço): dividir a região a ser trabalhada em qua-
drantes: região frontal, face lado direito, face lado esquerdo, pescoço e colo.
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Figura 16 – Exemplo de passo a passo de preparo do paciente e do equipamento
Fonte: Adaptado de Divulgação
Parâmetros
O ajuste das variáveis no equipamento se dá conforme indicação terapêutica.
• Profundidade: alguns equipamentos permitem a escolha de diferentes pro-
fundidades para que pacientes com maior ou menor quantidade de gordura
sejam submetidos a esse tratamento. Exemplo: 1,5mm (derme papilar); 3mm
(derme reticular) e 4,5mm (SMAS).
• Potência/intensidade: configura a potência (em W) ou energia de saída de
cada disparo/aplicador. O controle da sensação do paciente verbalmente deve
ser feito regularmente durante o tratamento, permitindo um melhor controle
de eventos adversos.
• Shot time: tempo de disparo/emissão da energia.
• Time Off: tempo de intervalo entre um disparo e outro (é o momento que
deslizamos o aplicador para o outro ponto).
• Área (cm2): devemos informar ao equipamento o tamanho da área que será
tratada para que ele calcule automaticamente o tempo de aplicação.
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Contraindicações
• Gravidez;
• Tecido neoplásico;
• Implantes metálicos;
• Alteração de sensibilidade na região de tratamento;
• Doenças cardíacas;
• Portadores de marca-passo;
• Doenças renais;
• Alterações cutâneas na região a ser tratada;
• Hipertensos descompensados;
• Pessoas submetidas a cirurgia há menos de 60 dias;
• Tumores cutâneos;
• Aplicação dos eletrodos próximo ao tórax pode aumentar o risco de fibrila-
ção cardíaca;
• Não deve ser aplicado sobre as regiões caróticas.
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Tipos de Ondas de Choque
Existem diversos tipos de equipamentos geradores de Ondas de Choque, como
os eletromagnéticos, pneumáticos, piezoelétricos. São diferentes formas de se
produzir a energia. Os mais conhecidos e estudados são os eletromagnéticos
e pneumáticos:
• Eletromagnético: consiste em um aplicador que possui bobinas que, ao se
submeterem a uma energia elétrica, geram um campo magnético que oscila
(movimenta) um projétil contido no interior do aplicador (como uma bala).
Esse movimento faz com que o mesmo impacte com a ponteira na extremida-
de do aplicador, gerando impacto e, consequentemente, a emissão das ondas
de choque de maneira controlada transferida para a pele do paciente.
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UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque
Técnica de Aplicação
A técnica de aplicação é simples e
rápida, podendo ser associada a outras
terapias na mesma sessão. Realiza-se a
limpeza do local de tratamento, em se-
guida deve-se aplicar um gel neutro, po-
sicionar o aplicador e, na sequência, re-
alizar a aplicação estática ou dinâmica.
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