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Ultrassom Terapêutico: Conceito

A primeira aplicação do ultrassom terapêutico foi na década de 50, desde


então vem evoluindo rapidamente.
Atualmente, a energia ultrassônica é um dos recursos da eletroterapia mais
utilizados na prática clínica do fisioterapeuta com os objetivos de diminuir a
dor, atenuar os efeitos da inflamação e auxiliar na regeneração tecidual.
É definido como uma forma de onda acústica inaudível, cujas frequências
para tratamento por meio de vibrações mecânicas são superiores a 20.000 Hz.
Estas vibrações acústicas podem gerar efeitos fisiológicos térmicos
(exposição contínua à onda) e não térmicos (exposição à onda pulsada) nos
tecidos biológicos por meio de parâmetros que varia de 1 a 3 MHZ de
frequência.
Método de Aplicação do Ultrassom Terapêutico
As ondas ultrassônicas podem ser aplicadas por dois métodos conhecidos
como contínuo ou pulsado.
A forma contínua produz maior quantidade de calor decorrente da vibração de
partículas celulares, que através do atrito entre si é produzido o efeito térmico,
alterando o metabolismo e a permeabilidade das células, auxiliando na
cicatrização das feridas e diminuindo o inchaço, sendo também mais eficaz
no tratamento de lesões crônicas.
Já no ultrassom de modo pulsátil, as ondas são emitidas com pequenas
interrupções, o que não produz efeitos térmicos, decorrente do intervalo entre
a transmissão das ondas que permite ao tecido dissipar calor recebido, mas
também é capaz de estimular a cicatrização e diminuir os sinais inflamatórios,
sendo mais indicado no tratamento de lesões agudas.
Propriedades do Ultrassom Terapêutico
A área de radiação ultrassônica do cabeçote corresponde à área do cristal
onde há emissão de ondas sonoras, e chama-se de ERA (Área Efetiva de
Radiação).
A ERA é sempre menor que a área geométrica do cabeçote. E além disso
devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal ao cabeçote
(diafragma) e ocorrerem espaços vazios, a radiação emitida será ainda
menor.
Em virtude do ultrassom (com frequência na faixa mega-hertz) não se
propagar através do ar, ocorre intensa reflexão do som caso não haja
nenhuma substância à frente do cabeçote quando o aparelho for ligado. E
esta reflexão faz com que o som volte para a região do cristal, podendo trazer
alterações estruturais no equipamento.
Modo de Utilização do Ultrassom Terapêutico
O ultrassom terapêutico deve ser usado corretamente:
1. Coloca-se uma camada de gel condutor diretamente na área a ser
tratada.
2. Em seguida deve acoplar a cabeça do equipamento sob o gel aplicado,
fazendo movimentos lentos.
3. Os movimentos são de forma circular, em forma de 8, de cima para
baixo, ou de um lado para o outro.
4. Nunca deixe parado sobre o mesmo local.
Tempo de Aplicação
O tempo de aplicação é calculado da seguinte forma:
Tempo = Área / ERA
Por exemplo:
● Largura= 5 cm
● Comprimento = 8 cm
● Então a área é igual a 40 cm².
● ERA = 4cm²
● O tempo é de 40 minutos, então 40/4 = 10 minutos de aplicação
Frequência do Ultrassom Terapêutico
Quanto às frequências de onda do equipamento pode ser regulado de acordo
com a necessidade do paciente, varia de 0,5 a 5 MHZ, sendo que as mais
utilizadas são de 1 MHZ e 3 MHZ (ABNT, 1998). Quanto maior a frequência,
maior a absorção e menor a profundidade de penetração (HAAR,1999).
Se o fisioterapeuta quer tratar uma lesão profunda, como músculos e
tendões, utiliza-se a frequência de 1 Mhz. Mas se a área lesionada é
superficial, como por exemplo, disfunções na pele, utiliza-se a frequência de 3
Mhz por ter uma capacidade de concentração menor.
O ultrassom apresenta doses entre 0,125 w/cm²-5w/cm². A
intensidade menor trata estruturas mais próximas da pele, enquanto que a
intensidade maior trata regiões mais profundas, como lesão óssea.

Indicação para Uso do Ultrassom Terapêutico


● Traumatismo do Tecido Ósseo
● Traumatismo de Articulações e Músculos
● Distenções
● Luxações
● Fraturas
● Contraturas
● Espasmos Musculares
● Neuroma
● Pontos Gatilhos
● Distúrbios do Sistema Nervoso Simpático
● Transtornos Circulatórios
● Processos Inflamatórios Agudos e Crônicos
● Reparos de Lesões
● Fibro Edema Gelóide
● Cicatrização de Feridas

Contra-Indicação
● Área com Hipoestesia
● Área com Insuficiência Vascular
● Afecções Localizadas no Tecido
● Epífises Férteis
● Diabetes Melitus
● Diretamente sobre o Marca-Passo
● Feridas Abertas

Conclusão
A terapia ultrassônica sem dúvida pode causar bio-efeitos a curto e longo
prazo desde que os tempos de cicatrização tanto muscular como epitelial
possam ser respeitados.
O manejo correto do aparelho requer não só a prática, mas principalmente o
conhecimento do funcionamento embasado nos fatores biológicos,
conhecimento e entendimento das fases da lesão e principalmente deverá
saber o funcionamento físico do aparelho de ultrassom terapêutico.
A intervenção terapêutica por meio do ultrassom promove aumento das
propriedades mecânicas na região tratada, recuperando assim a função do
tecido lesionado.

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