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Eletrotermofototerapia

Informações sobre LASER, TENS e FES.

Marcelo Nogueira

TENS - Eletroestimulação Transcutânea

Objetivo da Corrente Analgesia

Frequência Dores crônicas: 2Hz a 10Hz (Opioides Endógenos);

Dores agudas: 90Hz a 130Hz (Teoria da Comporta da dor).

Intensidade Dores crônicas: Intensidade moderada, no limite do suportável


pelo paciente, com leves contrações musculares;

Dores agudas: Intensidade média, confortável para o paciente


no nível de estimulação sensorial, sem contrações musculares.

Largura de Pulso Dores agudas: 20 - 50us, sendo quanto menor o pulso, menor a
possibilidade de acomodação;

Dores crônicas: 180 - 250us.

Modos do TENS
Convencional: Indicado para dores agudas, utiliza frequências altas (90-130Hz)e largura de
pulso mais baixas (20-50us);
Burst: Programa pré-definido no aparelho. Consiste num sistema especial de modulação de uma
frequência mais elevada para outra baixa, diminuindo a impedância cutânea e tornando a
estimulação mais confortável. Indicado para dores crônicas com músculos contraturados;
Breve-intenso: Frequência, largura de pulso e intensidade muito elevados. Promove
eltroanalgesia localizada imediata, porém é muito desconfortável para o paciente;

Observações
Na dor aguda os eletrodos devem ser posicionados sobre os dermátomos em que a dor se
localiza, e o tempo de terapia deve ser de 30 a 60 minutos. Já nos casos de dores crônicas os
eletrodos devem ser posicionados sobre o(s) grupo(s) muscular(es) e o tempo de terapia deve
ser de 20 a 30 minutos.

LASER - Luz Amplificada por Emissão Estimulada de


Radiação
Potências do LASER:
Laser de alta potência: Produz temperaturas acima de 100°C, classificados como
ablativos e utilizados na área cirúrgica por médicos especializados;
Laser de média potência: Produz temperaturas de aproximadamente 60°C. Indicado para
tratar tecidos especialmente dérmicos. Muito usado na área da estética como
fotoepilação, remoção de manchas, rejuvenescimento, etc;
Laser de baixa potência: Não gera acúmulo térmico e o estímulo se dá pela luz nos
fotorreceptores não especializados, produzindo os efeitos de fotobioestimulação, seja
inibindo a transmissão de dor ou estimulando os processos de regeneração tecidual.

Iremos focar no Laser de baixa potência!

Efeitos do Laser de baixa potência


Seus principais efeitos são tróficos, analgésicos e anti-inflamatórios. Estimula as
mitocôndrias celulares, aumentando a produção de ATP, além de favorecer a produção de
ácido araquidônico e a transformação de prostaglandina em prostaciclina, o que justifica sua
ação anti-inflamatória.

Geradores de Laser de baixa potência


Hélio-Neon (HeNe): Possui comprimento de onda de 632,8 nm, na faixa visível da luz
vermelho alaranjado. Possui divergência mínima do feixe luminoso. Sua potência pode
chegar acima de 30 mW nos equipamentos, possui absorção muito rápida e penetração
superficial, pois seu cromóforo é derivado do tecido sanguíneo. Deixou de ser produzido;
Alumínio-Gálio-Indio-Fósforo (AlGaInP): Faz parte dos tratamentos especialmente
dirigidos ao tecido cutâneo na busca da cicatrização, substituindo o HeNe. Seu
comprimento de onda pode variar entre 660 e 670nm (vermelho intenso) nos aparelhos.
A distância da ponteira em direção à área tratada não deve ser superior a 5 mm. Pode ser
emitido nos modos contínuo e pulsátil, dependendo do fabricante;
Arsenêto de Gálio (AsGa) e Gálio-Alumínio-Arseneto (GaAlAs): O comprimento de onda
do AsGa é de 904nm e o AsGaAl, de 780 e 830nm, sempre no espectro infravermelho.
Devem ser aplicados em contato direto com a pele do paciente. São levemente
absorvidos pela água, permitindo penetrações mais profundas. Indicado no tratamento
de tendões, músculos e ossos. Sua potência de pico é variável, em média de 10 a 50 mW.
Aplicação do Laser de baixa potência
A emissão do Laser numa determinada região está condicionada aos efeitos pretendidos e
condições físicas do próprio gerador. Por exemplo, se a luz é gerada por diodo haverá grande
dispersão, portanto deve-se manter a ponteira bem próxima da área tratada.

Quando ocorrem disparos sobre pontos previamente demarcados numa determinada área e
de modo que a ponteira da caneta seja mantida encostada sobre a pele em ângulo reto, é
denominado como método pontual. A distância entre os pontos é próxima de 1cm.

Não é permitido encostar a ponteira na pele quando o paciente apresenta ulcerações, pois
haverá contaminação da mesma ou na lesão. Nesse caso é interessante envolver a ponteira
e/ou a lesão num plástico filme.

Os efeitos do Laser de baixa potência estão fundamentados na fotobioestimulação e para


isso a energia emitida não necessita de grandes intensidades. O uso do Laser promove dois
efeitos antagonistas que estão relacionados à sua dosagem, ou buscamos a estimulação com
dose adequada, baixa, ou a inibição com doses elevadas.

Para efeito analgésico recomenda-se uma dose entre 2 e 4 J/cm²; efeito anti-inflamatório
doses entre 1 e 3 J/cm²; efeito cicatrizante dose entre 3 e 6 J/cm² e para efeito circulatório de
1 a 3 J/cm². Outra coisa que deve ser levada em consideração é a fase da lesão, em lesões
agudas as doses devem ser baixas (1 a 3 J/cm²); doses médias (3 e 4 J/cm²) e para fase crônica
doses mais elevadas, entre 5 e 7 J/cm². Doses superiores a 8 Joules são inibitórias e devem
ser evitadas para uso terapêutico.

É contraindicação absoluta a exposição direta sobre os olhos, pela possibilidade de lesar a


retina, sendo este um dos maiores riscos da radiação Laser.
Objetivos Analgesia, controle da inflamação e cicatrização
(fotobiomodulação).

Geradores HeNe: Não é mais produzido, possui mínima dispersão,


comprimento de onda de 632,8nm (vermelho alaranjado);

AlGaInP: Comprimento de onda varia entre 660 e 670nm


(vermelho intenso), substitui o HeNe, deve ser aplicado bem
próximo à área tratada;

AsGa: Comprimento de onda de 90nm (infravermelho),


penetração mais profunda, deve ser aplicado em contato
direto com a pele;

GaAlAs: Comprimento de onda de 780nm (infravermelho),


penetração mais profunda, deve ser aplicado em contato
direto com a pele.

Dosagem Lesões crônicas: Doses elevadas (5 a 7 J/cm²);

Lesões Subagudas: Doses médias (3 e 4 J/cm²);

Lesões agudas: Doses baixas (1 a 3 J/cm²).

Efeitos Analgesia: 2 a 4 J/cm²;

Efeito anti-inflamtório: 1 a 3 J/cm²;

Cicatrização: 3 a 6 J/cm²;

Efeito circulatório: 1 a 3 J/cm².

FES - Eletroestimulação Funcional


Fibras Musculares
Para o fortalecimento muscular, os parâmetros serão distintos aos do TENS (analgesia). O objetivo dos
parâmetros será selecionar os tipos de fibras musculares a serem recrutadas. O músculo possui fibras
vermelhas (tônicas) ou tipo I, e fibras brancas (fásicas) ou tipo II. Não existe um músculo composto apenas por
um tipo de fibra.

Objetivos da Eletroestimulação
Restabelecimento da sensação de contração muscular, indicada no pós-operatório e pós-trauma;
Aumentar a forma e a massa muscular;
Melhorar a estabilidade dinâmica da articulação;
Manter as condições funcionais do músculo;
Reduzir os níveis de gordura subcutânea (eletrolipólise);
Prevenir atrofia muscular.

Frequência
Como a eletroestimulação tem condições de estimular os dois tipos de fibras, selecionaremos frequências entre
30 e 40 Hz para as fibras tônicas e para as fibras fásicas devem ser empregadas frequências entre 80 e 100 Hz.
Quanto maior a frequência dos pulsos elétricos menor será a resistência da pele à passagem desses pulsos
gerando maior conforto.

Largura de Pulso
A escolha da largura de pulso está relacionada com a localização anatômica do grupo muscular a ser trabalhado.
A musculatura de MMSS respondem melhor com pulsos próximos a 150us, já nos músculos de tronco superior,
abdomên e MMII a largura de pulso deve ser maior, chegando até 400us.

Modos de aplicação do FES


Modo Contínuo: A corrente é enviada sem pausas, permitindo modificar apenas a frequência, largura de
pulso e tempo de estimulação. Utilizada geralmente com frequência baixas (2 a 10Hz) para aquecimento
muscular;
Modo Sincronizado: O fisioterapeuta ajusta, além dos parâmetros citados anteriormente, o tempo de
subida (rise), tempo de contração (on), tempo de relaxamento (off) e tempo de descida (decay). Os canais
utilizados são estimulados ao mesmo tempo;
Modo Recíproco: Possui os mesmos parâmetros do anterior. Utiliza um canal em cada grupo muscular
(geralmente um no agonista e um no antagonista), e enquanto um grupo contrai o outro relaxa
simultaneamente.

Fases da Eletroestimulação
ON: Também conhecida como fase de estimulação ou da contração propriamente dita, é o momento de
contração máxima, quando ocorre o encurtamento das fibras musculares;
OFF: Momento em que é permitido que as fibras retornem ao estado normal. Também chamada de fase de
repouso;
Rampa de subida (rise): Corresponde ao aumento gradativo da intensidade da corrente até conseguir a
contração de todas as fibras musculares, que devem ser mantidas no tempo on;
Rampa de descida (decay): Corresponde à diminuição gradativa da intensidade da corrente do platô ao
relaxamento das fibras.

As rampas de subida e descida geralmente devem ter o mesmo tempo, que deve ser avaliado e definido de
acordo com o segmento, patologia e condições musculares e articulares.

Fadiga Muscular
A fadiga muscular é um dos principais fatores para interrupção da eletroestimulação. Os parâmetros que mais
influenciam na fadiga são o tempo on excessivo e/ou tempo off insuficiente, além de resistência demasiada
durante o movimento. Alguns sinais de fadiga muscular são:

Diminuição da vivacidade da contração;


Diminuição do desenvolvimento de tensão isométrica;
Presença de tremor/fibrilação;
Presença de dor e/ou rigidez muscular.
Objetivo da Corrente Fortalecimento muscular.

Frequência Aquecimento Muscular: 2 a 10Hz;

Fibras Tipo I (tônicas): 30 a 40Hz;

Fibras Tipo II (fásicas): 80 a 100Hz;

Potencialização Muscular: 110 a 150Hz.

Intensidade Deve ser aumentada até que possa ser observada contração
vívida do músculo alvo.

Largura de Pulso Ajustada de acordo com a posição anatômica do grupo


muscular a ser estimulado (imagem mais acima no
documento).

Posicionamento dos Devem ser posicionados sobre o ponto motor da musculatura


a ser estimulada.
Eletrodos

Referência
1. AGNE, J. Eletrotermofototerapia. 4. ed. Santa Maria. Ed.
Orium, 2017.

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