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BIOACÚSTICA

Prof. Luís Eduardo Maggi


luis.maggi@gmail.com
RIO BRANCO - AC
Estratégia do Curso
1. Conceitos
2. Propriedades acústica
a) Comprimento de onda e frequência

b) Intensidade 4. Aplicação ao diagnóstico (Princípios de


c) Velocidade do som Formação de Imagens).
d) Impedância Acústica
5. Ultrassom Aplicado à Terapia
e) Reflexão e Transmissão
a) Nefrologia, traumatologia, odontologia, oncologia,
f) Absorção (atenuação) hipertermia, Ultrassom Aplicado à Fisioterapia

3. Biofísica do Ultrassom b) Ultrassom em fisioterapia

a) Propagação do ultrassom em meios biológicos


c) Segurança biológica da radiação (doses, normas).

b) Parâmetros físicos da onda

c) Fenômenos de propagação (reflexão, difração,


espalhamento, absorção, atenuação, refração).

d) Interação do US com tecidos biológicos (efeitos )


Conceitos Básicos
Som: São perturbações ou distúrbios capazes de
propagar em um meio elástico promevendo nesse
meios variações de pressão e densidade.

v
Onda Transversal e
Longitudinal
Ondas Transversais e Longitudinais

Ondas transversais

Ondas longitudinais
Propriedades Acústicas

1. Frequência e Comprimento de Onda


2. Intensidade
3. Velocidade do som
4. Impedância Acústica
5. Reflexão e Transmissão
6. Atenuação (Absorção + espalhamento)
Frequência
𝑁 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑏𝑎𝑐𝑜𝑒𝑠
𝑓=
∆𝑡

• Infrassom: ondas mecânica com frequência inferior à 20 Hz


• Ultrassom (US): onda mecânica com frequência acima de
20kHz (longitudinal ou transversal).
• Necessita de um meio físico (elástico) para se propagar.

Infrassom Som audível Ultrassom

< 20 Hz > 20 Hz e < 20 kHz > 20 kHz


Frequência e Comprimento de
Onda
Superposição do ondas
 Interferência Construtiva
 Interferência Destrutiva
Intensidade de energia

0,000000000001

Io = 10-12
VELOCIDADE LONGITUDINAL

AR
AGUA
AÇO
Impedância Acústica

.103
.103
.103
.103
.103
Cada meio possui uma Impedância Acústica
Z = v
 - densidade do meio,
v – velocidade da onda no meio).
Reflexão e Transmissão
pele gordura músculo osso
Io = 1.000
W

Zp=1,4 106 Zg=1,3 106 Zm=1,6 106 Zo=7,0 106

R T

R + T = 1,0
Atenuação (Absorção + Espalhamento)

Io = 1,00 W/m2

 . x
I ( x)  Io.e
I(x)
Io

x
Coeficientes de atenuação x Freqüência
ULTRASSOM
DIAGNÓSTICO + TERAPEUTICO
Ultrassom Histórico
Foi descoberto durante a II Guerra Mundial
Baseado nos sistemas de direção dos morcegos e golfinhos.
A marinha desenvolveu o sonar (Sound Navigation and
Ranging), um método de localizar objetos submersos, tais
como submarinos, com ecos ultrassônicos.
Após a II Guerra Mundial engenheiros-médicos desenvolveram
técnicas para usar o ultrassom em diagnósticos.
Princípios Biofísicos
 Fenômenos Piezoelétrico

 Jacques e Pierre Curie por


volta de 1880

 Um dispositivo que converte


energia elétrica em energia
mecânica, ou vice-versa, é
chamado transdutor (cerâmica
ou cabeçote)
Como gerar
ultrassom?
• Feixes US são gerados por materiais piezoelétricos e que
são a parte principal dos transdutores.

• Variações na corrente elétrica promove variações no


formato da cerâmica e vice-versa.

• Partindo do princípio que a velocidade do som (US) é


constante no meio, pode-se calcular a distância do
transdutor de um objeto (tecido, órgão, etc) através dos
ecos.
Funcionamento do sonar

v = 1.500 m/s

v=S/t
v = 2.d / t
d = v. t / 2
Ultrassom
Modo A (Amplitude)
Ecoencefalografia
Mapeamento
de Amplitudes
dos ecos

Oftalmologia
ULTRASSOM
Modo B (Brilho)

ANATOMIA TOMOGRÂFICA
Modo B
(Bi-dimensional) Dinâmico

Formação da Imagem em tempo real


Ultrassom Modo B
Aparelho de última geração
Sensor multifrequencial

Ultrassom portátil
Exemplos de Transdutores de Imagem

Convexos
Lineares

Intra-cavitários Setoriais
Ultrassom
Modo B (Brilho)
Imagens de Ultra-som Modo B
Diagnóstico Anatômico

• Definições de
interfaces
• Textura dos
órgãos
• Tamanhos e
formatos
• Inclusões
Endocrinologia

Tireóide
Urologia

Cálculos biliares
Ginecologia e Reprodução
Humana

Ovário estimulado Ovário policistico


US Modo M (Movimento)

Ecocardiografia
Ultrassom Funcional
Ecodoppler

Efeito doppler
Diagrama esquemático do sensor ultra-sônico em
movimento para monitoração do coração fetal
ECODOPPLER
Mapeamentos M mostrando o movimento da válvula mitral do coração; a razão
em que a válvula fecha é indicada pela inclinação, que esta esboçada abaixo de
cada mapeamento. (a) Uma inclinação de 72 mm/s é normal. b Uma inclinação
abaixo de 35 mm/s indica uma anormalidade chamada estenose mitral
(estreitamento da abertura).
US COLLOR
Doppler
Captura imagens de estruturas em movimento
Imagem US da Carótida
Modo B + Color Flow

Espectro
Doppler

Imagem no Modo Triplex


DOPPLER
• TRANSPLANTE
RENAL
ULTRASSOM 3D E 4D
Modo de superficie de mão de
feto.
Imagens em 3 dimensões

Alças intestinais →

← Feto de 26 semanas
ULTRASSOM
TERAPIA
Parte II
Luís Eduardo Maggi
Ultrassom Aplicado à Terapia

Nefrologia (litotripsia)
Sistema músculo-esquelético (Traumatologia)
Oncologia (Hipertermia)
Odontologia
Ultrassom em fisioterapia
Segurança biológica da radiação (doses,
normas).
Elastografia
NEFROLOGIA
Litotripsia:
Destruição parcial ou total de cálculos renais por
Ondas de choque

Figura 01 – Exemplo de um litotriptor comercial:


(2) guia do tratamento, (6) raio-x, (3) cama do paciente
e (5) mesa de controle
Técnica de Tratamento
Região focal de um litotriptor

Tratamento de cálculos
renais.
Cálculos Renais
Algumas formas, tamanhos e tipos de cálculos
Localização do cálculo
Fluroscopia (raixo–
x)
Ø Disponível na maioria dos
aparelhos
Ø Facilidade de uso por
parte dos médicos
Ø Importante no tratamento
de cálculos uretrais
Ultra–sonografia
Ø Monitoração contínua em tempo real
Ø Localiza diversos tipos de pedras
(radiodensidades)
Ø Não expõe o paciente à radiação
Ø Dificuldade em localizar alvos distantes da
pele ou em obesos
Estado da arte tecnológico
Descrição da técnica: Posicionando o
feixe

 Pulsos rápidos – 8 a 10 s
 Intervalos de cerca de 1 s
 Bolhas instáveis de 0 a 1400 s (cavitação)
Phantom para Litotripsia

Simula a região da vesícula


biliar e a região renal.
ONCOLOGIA (HIFU)
Tratamento de tumores por Hipertermia

Sistema comercial de terapia


Transdutor-aplicador

← Aplicadores multi-setoriais →
com controle independente,
permitem mapear a região
do tumor.

Profundidade de radiação controlada


por sistema de frequência variável
Indicações e Performance
Cirurgia Acústica

Princípio
Físico
Cirurgia Acústica
Modo de Operação
Lesão Hepática por Ultrassom
Fígado Normal
Sarcoma de Partes Moles
Imagem com Doppler Colorido

Pré-tratamento Pós-tratamento
Odontologia
Aplicações ultra-sônicas em odontologia:

Detecção do tecido gengival


Remoção de cálculos
Mapeamento dentário
Instrumentação: corte
Nova tecnologia
Detecção do tecido gengival
Recepção do eco com informação do tecido gengival
Remoção de cálculos

antes da limpeza após a limpeza

• Tira placas e cálculos dentários.


• Evita irritação da gengiva .
LUS Mapeamento do dente

Imagem em Modo B-SCAN

Seção transversal do molar em milímetros.


Elastografia

Mapeamento do modulo de Young dos tecidos.

Sinais captados com e sem pressão no meio.

Informação obtida a partir da diferença de fase


dos 2 sinais.

Permite diferenciar conteúdos entre regiões


(a ultra-sonografia convencional diferencia
interfaces).
ELASTOGRAFIA
Fisioterapia
Diagrama de blocos do aparelho
Indicador da
Saída

Modo Contínuo Amplificador de


oscilador transdutor
ou Pulsátil potência

Dispositivo Coupling Monitor


Temporizador
Monitoração
Efeitos Biofísicos

1. Térmico (Absorção)
2. Atérmico
1. Cavitação
2. Correntes Acústicas
3. Ondas Estacionárias
4. Micromassagens
Efeito Térmico
• Absorção: energia mecânica é convertida em calor
(0,07°C/Seg no tecido muscular a 1W/cm²).
• Provoca: aumento da circulação, da permeabilidade das
membranas, do metabolismo dos tecidos, relaxamento,
hiperemia.
• Cuidados: Há pontos preferenciais nos tecidos onde o calor é
gerado com mais facilidade: Interface entre tecidos de grande
diferença de impedância acústica (osso/tecido mole).
- Isso gera os chamados “pontos quentes que podem
ter consequencias locais danosas.
• Providência: executar movimentos continuos durante a
aplicação.
Efeito Mecânico
• Micromassagem: a onda mecânica submete os
tecidos à vibrações.
• Provoca: melhora no metabolismo celular, acelera a difusão dos
íons (permeabilidade da membrana).
• Cuidados: Pode gerar cavitação (bolhas de gás no interior dos
tecidos) e causar danos até irreversiveis.
• Providência: controle da potência emitida (equipamento
calibrado).
Efeito Químico
• Ação colóide-química: Transformação de
colóides-geis em colóides solidos.

• Provoca: melhora nos quadros de treanstornos


metabólicos (mucinoese, fibro-edema).

• Cuidados: há efeitos químicos causados pelo


aumento de temperatura (desnaturação das
proteínas).

• Providência: controle da potência emitida


(equipamento calibrado).
Efeito Fisiológico
1. Vasodilatação e hiperemia
2. Relaxamento
3. Analgésico
4. Aumento da permeabilidade de membrana
5. Anti-inflamatório
6. Regenerativo
7. Tecido Nervoso (velocidade de despolarização)
8. Tecido ósseo (acelera a formação do calo)
Indicações Terapêuticas

Processos Cicatriciais
Retrações Teciduais
Quadros Álgicos
Edemas
Distúrbios de Consolidação Óssea

Ao todo, cerca de 40 patologias


possuem essa indicação...
Efeitos do US
Térmico: diversos mecanismos de absorção (relaxação,
etc)

Não-Térmicos:
Cavitação estável: oscilação de bolhas de gás.
Cavitação instável: bolhas se rompem
“Streaming”: movimetação do fluido biologico
Ondas de choque: cria pressões abruptas
Ondas estacionárias: gera amplitudes em pontos
fixos.
Pressão de radiação: Movimenta pequenos alvos
Características do Feixe de Transdutores
• Campos Proximo e Distante (Fish 1990)
Campos Próximo e Distante 8
Campo próximo Campo distante

7
Amplitude do sinal do hidrofone
(unidades arbitrárias)

4
0 20 40 60 80 100 120 140
Distância da face do cabeçote (mm)
Forma do Feixe de Transdutores
Forma do Feixe de Transdutores
Mapeamento de Campo
Acústico
Phantoms Ultra-sônicos

Definição:
Corpos de prova que apresentam as propriedades ultra-sônicas
básicas de tecidos Biológico
(Atenuação, velocidade e espalhamento).
Objetivo:
Gerar imagens padronizadas para:
- Estudo de características de propagação
- Ensino de técnicas de Ultra-sonografia
- Calibração e Monitoração de imagens
Resolução Lateral

Imagem dos arames


alvos “A”

Phantom Multi-purpose com os grupamentos de arames


alvos “A” para medição do parâmetro resolução lateral
evidenciados na cor cinza escuro.
Modelo AIUM Standard 100mm Test Object (VICTOREEN,1994)
Bibliografia
O Som na Medicina
www.lui-bertolo.hpg.ig.com.br/Som/ULTRASOM.htm

Acoustics and Vibration Animations


Dan Russell, Ph.D., Associate Professor of
Applied Physics at Kettering University in Flint, MI
www.gmi.edu/~drussell/Demos.html

Ultra-som para Fisioterapia – UNICAMP


www.tecnologiasaude.hpg.ig.com.br/bancodados.
html

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