Você está na página 1de 35

Tumores cutâneos

benignos e malignos
Prof Ms Claudia Carpes
Melanoma Cutâneo (MC)
Neoplasia de pele

ORIGEM dos melanócitos, células da pele produtoras


de um pigmento denominado melanina, que lhe proporciona
proteção contra os danos causados pela radiação ultravioleta
(UV).

proliferação anormal e desordenada dos melanócitos.


Menos frequente, representa 4-6% das neoplasias de pele;
porém é responsável pela maioria dos óbitos.
Fatores de risco

AMBIENTAIS:

• A atividade mais relacionada à ocorrência desse câncer é o


exposição solar.

• Fontes artificiais de radiação ultravioleta.


Fatores de risco

Genéticos:
• Pessoas com pele e olhos claros, apresentam maior risco de
desenvolver câncer de pele.

• Na população negra, em muitos casos, as lesões iniciais


passam despercebidas na pele escura, e o diagnostico e feito
em estádios mais avançados.
Fatores de risco

Geográfico:

• No Brasil, a população do Rio Grande do Sul, em particular,


tem maior propensão ao desenvolvimento do melanoma
cutâneo, devido a maior proporção de indivíduos de pele clara
em relação a outros estados, além da alta concentração de
UVA ambiental decorrente da localização geográfica e de
hábitos culturais, como a exposição solar nas praias durante o
verão e serviço no campo.
Classificação Histológica
• Melanoma disseminativo superficial:
Mais comum em indivíduos de pele clara,
Corresponde a 70% dos melanomas diagnosticados.
O pode surgir em qualquer área corporal, afetando
pessoas de todas as faixas etárias.
Classificação Histológica
• Melanoma nodular : É o segundo mais comum entre
indivíduos brancos,
• Corresponde a 10- 12% dos melanomas diagnosticados.
O melanoma nodular costuma exibir tonalidade preta, ou
azul – acompanhada ou não por uma mistura com o
vermelho.
Classificação Histológica

• Melanoma acral lentiginoso:


É o mais raro ,e o mais comum entre negros e as áreas anatômicas
predominantes são as palmas, solas e leito ungueal.
Melanoma acral lentiginoso:
• Melanoma é o câncer mais comum que ocorre na região plantar.
• Diagnosticado em fases mais invasivas que os demais melanomas e com pior
prognóstico.
• Tratamento cirúrgico do melanoma acral é um desafio. A ressecção é a cura e
evitar a recorrência local.
• A amputação deve ser evitada se possível, cirurgias funcionais são atualmente
realizadas, evitando as mutilações do passado.
• Nos pacientes da raça negra a pele pigmentada dificulta o seguimento e a
avaliação precoce da recidiva local.
• Geralmente são pacientes idosos, com comorbidades, alterações importantes
na vascularização e perfusão sanguínea inadequada das ex - tremidades.
• No arco plantar, o enxerto de pele quase sempre fornece uma
cobertura adequada.
• Superfície que suporta peso, como o calcanhar ou a cabeça do
primeiro metatarso, o enxerto de pele algumas vezes não evolui com
uma boa cicatrização, com formação de calosidades, hiperceratoses e
lacerações da pele do enxerto.
• Nos casos em que o melanoma acral localiza-se entre os dedos,
podem ser tratados com excisão adequada e correção do defeito com
retalhos ou enxerto
• O tempo necessário para a cicatrização completa, geralmente de dois
a três meses
Melanoma Subungueal

• Mais de ¾ dos melanomas subungueais localizam-se no hálux ou


polegar.
• Melanoma nestes locais ou no leito ungueal deve ser tratado com
amputação, preservando o máximo de dedo quanto possível, já que
amputações mais proximais não estão associadas com aumento na
sobrevida.
• Melanomas dos dedos dos pés, é recomendada a realização da
amputação de todo o dedo ao nível da articulação metatarso-falan -
geana, enquanto no hálux será realizada proximal à sua articulação
interfalageana, evitando assim dificuldade para a deambulação.
• Nos melanomas subungueais, distais e do hálux a amputação da
falange distal é necessária, com mínima morbidade e disfunção.
• Para os melanomas palmar e plantar, a amputação pode ser evitada,
mantendo os princípios oncológicos.
• Homens e mulheres acima de 50 anos
Mancha irregular, castanha clara ou
escura, e até preta.

Melanoma amelanótico, caracterizado


pela ausência de cor e muitas vezes
confundido com uma verruga plantar ou
um calo infectado.

O melanoma subungueal se parece com


um hematoma debaixo da unha.

O primeiro sinal é uma faixa estreita e


escura que aparece sob a unha, mais
frequentemente no halux.
O que causa esta doença?
Entre os fatores de risco :
presença de pintas e o tipo de
pele.
O melanoma plantar é maior nas
populações negras e asiáticas nas
quais os melanomas clássicos estão
menos presentes.
O melanoma plantar não está
relacionado à exposição excessiva
aos raios UV.
CARCINOMA BASOCELULAR
CARCINOMA BASOCELULAR

O carcinoma basocelular (CBC) é o tumor maligno de pele mais


frequente no mundo, e sua incidência está aumentando, emergindo
como um problema de saúde pública, correspondendo entre 70-80%
dos casos.

tumor maligno epidérmico

crescimento lento e invasivo

70%
origina-se de células pluripotentes na
camada basal ou folículos da pele.
Localizam-se preferencialmente:
• na face
• nas orelhas
• no pescoço

Podendo surgir também:


• no tronco
• couro cabeludo
• nos membros
• genitais
• axilas e regiões inguinais.
SINAIS E SINTOMAS

Lesão na pele de Pinta preta ou castanha Mancha ou ferida que:


aparência: que:
• não cicatriza;
• elevada e brilhante • muda sua cor; • continua a crescer
apresentado
• translúcida • textura coceira, crosta,
• avermelhada, • torna-se irregular nas erosão ou
castanha, rósea ou bordas; sangramento.
multicolorida
• cresce de tamanho.
• crosta central
• sangra facilmente
FATORES DE RISCO

• Fototipos claros (I e II, pela classificação de Fitzpatrick);


• Pele , olhos ou cabelos claros;
• Idade avançada entre 50 e 80 anos;
• Incidência maior no sexo masculino;
• História familiar positiva de CBC (30-60%);
• Sardas na infância,
• CBC é raro em negros, orientais e hispânico.

OBS: Peles claras têm risco dez a vinte vezes maior de desenvolver
CBC do que peles escuras, mesmo quando vivem na mesma região.
Classificação Histológica

PIGMENTADO ESCLERODERMIFORME
NODULAR

Acomete Firme e indurado,


CABEÇA E PESCOÇO Superfície lisa,
Pápula arredondada Plano ou levemente
Coloração clara Pápula hiperpigmentada sobrelevado/deprimido,
Rosada ou perolada, Branco a amarelado,
Superfície lisa e Pode ter borda elevada Aspecto de cicatriz e
brilhante Margens mal
Telangiectasias tortuosas delimitadas.
e irregulares.
Posteriormente se ulcera Acomete
CHINEM e MIOT, 2011
FACE
Paciente do sexo feminino, de 63 anos,
parda, procedente de São Paulo.
Apresenta há dois anos lesão papulosa
de superfície ulcerada em interdígito do
pé direito
A histopatologia mostrou carcinoma
basocelular com tecido de granulação
exuberante, e a paciente foi tratada por
cirurgia micrográfica de Mohs.
Carcinoma Espinocelular

➢O carcinoma espinocelular (CEC) é um câncer de pele não-melanoma,


representa 25% dos diagnósticos, é um câncer agressivo e pode
apresentar metástase.
➢O CEC também é chamado de carcinoma de células escamosas ou
epidermoide.
Etiologia
➢O carcinoma espinocelular (CEC) é originado dos queratinócitos da epiderme tem
um padrão de crescimento destrutivo e metastático, é reconhecido por suas crostas
hiperqueratinócitas , ou ulcerações em estágios posteriores.
➢Esta neoplasia é constituída pela proliferação descontrolada de células do estrato
espinhoso da epiderme.

➢É frequentemente resultado de uma queratose actínica, ou seja, lesões pré-


cancerosas sem tratamento.
Localização
➢São localizadas em locais expostos ao sol: como dorso da mão,
antebraço, rosto, pescoço e couro cabeludo.

Sinais e Sintomas

As lesões comumente apresentam-se como nódulos ou placas


eritematosas, hiperceratóticas, com tendência para ulcerar e sangrar
facilmente, ou mesmo como feridas de crescimento progressivo que não
cicatrizam.
Fatores de risco
➢O principal fator de risco para seu surgimento é a fotoexposição (radiação ultravioleta),
causadora de mutações em genes supressores de tumor;
➢A partir dos 50 anos de idade;
➢ Mais comum em homens de pele clara;
➢Exposição a radiação ionizante;
➢ xeroderma pigmentoso;
➢HPV;
➢Exposição a arsênico ou hidrocarbonetos aromáticos;
➢ Imunossupressão;
➢ Transplantados;
➢Portadores de linfoma ou leucemia, injúrias crônicas de pele;
➢Presença de lesões precursoras, entre outros......
(CARNEIRO et.al 2012)
Doença de Bowen (DB)
• É um carcinoma espinho-celular
• Afeta frequentemente idosos
(áreas expostas à radiação solar) e
imunodeprimidos,
• Tem um risco de até 10% de
evolução para CEC invasivo.
• As lesões devem ser identificadas
e tratadas precocemente
Epidemiologia
• A Doença de Bowen afeta predominantemente em mulheres
estimando-se que 70 a 85% dos casos ocorram no género
feminino
• Tipicamente, a doença manifesta-se na sétima década de
vida e tem tendência a surgir mais precocemente em
imunocomprometidos
• O seu aparecimento é menos comum na população negra
Etiologia
• Existe uma multiplicidade de fatores de risco que têm sido
associados à Doença de Bowen.
• Destacam-se a exposição solar prolongada e a outras fontes
de radiação
• A infecção pelos VPH
• Os estados de imunossupressão
• A exposição a arsénio
Clínica
• Manifesta-se, na maioria dos casos, por uma mácula ou pápula
eritematosa única, de crescimento gradual e centrífugo, com
bordos bem definidos mas irregulares, e superfície crostosa ou
descamativa
• Podem ocorrer lesões queratósicas papiladas , em 10 a 20% dos
casos ocorrem lesões múltiplas
• As lesões podem afetar a pele e as mucosas e são frequentemente
assintomáticas
• Quando ocorre ulceração, normalmente é acompanhada de
prurido ou dor
• Variantes da doença como a nodular,
erosiva, multicêntrica, verrucosa e
pigmentada podem ocorrer, assim como
o seu aparecimento em sítios incomuns
como as palmas das mãos e a região
subungueal/peri-ungueal

• As DB ungueal e peri-ungueal
apresentam-se como bandas
longitudinais com alguns milímetros de
espessura

• Coloração vermelha ou negra/castanha


• Ocorre desenvolvimento de placas
hiperqueratósicas ou eritematosas
ao redor da unha, que se tornam
ulcerativas e condicionam destruição
da placa ungueal e dor
• Banda acastanhada com destruição
parcial do leito ungueal é uma
característica clínica comum às
lesões ungueais VPH-positivas.
• O envolvimento da matriz ungueal
pode também levar a eritroníquia
longitudinal ou a distrofia ungueal

• O envolvimento do leito ungueal


pode causar onicólise,
hiperqueratose subungueal e
discromia.
Referências Bibliográficas

BONFA, Raquel; BONAMIGO, Renan Range; BONFA, Rafael; DURO, Kaue Marcolin; FURIAN, Roque Domingues;
ZELMANOWICZ, Alice de Medeiros - A precocidade diagnóstica do melanoma cutâneo: uma observação no sul do Brasil –
An Bras Dermatol. 2011;86(2):215-21.

CARNEIRO, VF; et al. Carcinoma Espinocelular cutâneo bem diferenciado: apresentação atípica. doi:
http://dx.doi.org/10.5892/ruvrv.2012.102.5258. Brazil, South America, 2012

CHINEM VP, MIOT HA. Epidemiologia do carcinoma basocelular . Anais Brasileiros de Dermatol. 2011;86(2):292-305.

GOULART, Viviane Pereira – Espectroscopia de fluorescência na otimização da terapia fotodinâmica em carcinoma


espinocelular de pele e sua avaliação utilizando tomografia por coerência óptica. IPEN São Paulo 2012

RODRIGUES EW, MOREIRA MR, MENEGAZZO PB. Análise do Tratamento do Carcinoma Basocelular. Rev. Bras. Cir. Plást.
2014;29(4):504-510.

SONIA R P DE SOUZAA , FRIDA M FISCHERB E JOSÉ M P DE SOUZA - Bronzeamento e risco de melanoma cutâneo: revisão
da literatura – Revista de Saude Publica 2004.
Diagnóstico diferencial
• O diagnóstico da DB é essencialmente baseado nas
características clínicas das lesões

• A confirmação histológica é necessária

• A dermatoscopia e a fluorescência [29] podem ser úteis,


todavia, nenhum deles substitui o exame histológico da lesão
para a afinação do diagnóstico de DB.
• ATIVIDADE AULA TUMORES CUTÂNEOS
• CRIAÇÃO E ANÁLISE DE CASO CLÍNICO
• 1ª ETAPA
• A TURMA SERÁ DIVIDIDA EM 06 GRUPOS
• SERÃO DISTRIBUIDOS 3 TEMAS SOBRE TUMORES CUTÂNEOS PARA CADA 02 GRUPOS
• MELANOMA CUTÂNEO
• CARCINOMA BASOCELULAR
• CARCINOMA ESPINOCELULAR
• CADA GRUPO, A PARTIR DA EXPOSIÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO, DEVERÁ CRIAR UM “CASO CLÍNICO” À REPEITO DO SEU TEMA CONTENDO:
• DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
• QUEIXAS RELACIONADAS À LESÃO DERMATOLÓGICA
• HISTÓRIA DA DOENÇA
• SINAIS E SINTOMAS
• USO DE MEDICAMENTOS OU OUTRO TIPO DE TRATAMENTO
• NO FINAL, O GRUPO DEVERÁ MANTER OCULTA A RESPOSTA DO TIPO DE TUMOR CUTÂNEO QUE O “CASO CLÍNICO “ SE REFERE. PARA PRÓXIMA ETAPA DA ATIVIDADE;
• 2ª ETAPA:
• OS “CASOS CLÍNICOS” ELEBORADOS PELOS GRUPOS SERÃO TROCADOS, ENVIADOS PARA UM GRUPO DIFERENTE.
• APÓS A TROCA OS GRUPOS TERÃO NO MÁXIMO 20 MINUTOS PARA DESCOBRIR QUAL TIPO DE TUMOR CUTÂNEO O “CASO CLÍNICO” SE REFERE
• AO FINAL DO TEMPO OS “CASOS CLÍNICOS” RETORNAM PARA SEU GRUPO DE ORIGEM
• 3ª ETAPA:
• CADA GRUPO REALIZARÁ UMA BREVE APRESENTAÇÃO DO SEU CASO CLÍNICO CORRIGINDO E ESCLARECENDO DÚVIDAS DA ATIVIDADE ANTERIOR ( 2ª ETAPA ) , COM A
INTERVENÇÃO DO PROFESSOR .

Você também pode gostar