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Câncer de Pele

Resumo de Ranna Simões – Aula: Prof. Franciscone

Carcinoma Basocelular
É uma pápula ou nódulo superficial de crescimento lento, derivado de determinadas células
epidérmicas. O carcinoma basocelular é proveniente dos queratinócitos localizados próximos
à camada basal. As metástases são raras, mas o crescimento local pode ser muito destrutivo.
O diagnóstico é por biópsia. O tratamento depende das características do tumor, podendo
ser por curetagem e eletrocoagulação, excisão cirúrgica, crioterapia, quimioterápicos tópicos
ou, ocasionalmente, radioterapia ou terapia medicamentosa.

Conceito: Células semelhantes às células basais da epiderme

Crescimento lento

Capacidade invasiva localizada

Raramente metastatiza

Neoplasia cutânea maligna com melhor prognóstico

Epidemiologia: Carcinoma basocelular é o tipo de câncer de pele mais frequente, com > 4
milhões de novos casos anualmente nos EUA. Ele é mais comum em pessoas de pele clara
com histórico de exposição solar e é raro em pessoas com pigmentação escura de pele.
Etiopatologia: Radiação, Substâncias Químicas, Cor da Pele e Profissões.
Histopatologia: Células da periferia em paliçada.
Clínica:
O carcinoma inicia-se como uma pápula brilhante, aumenta lentamente e, após alguns
meses ou anos, apresenta uma borda perlácea brilhante, com vasos sanguíneos
dilatados (telangiectasias) na superfície e na região central da úlcera. Sangramento ou
crostas recorrentes não são raros, e as lesões continuam a crescer lentamente. Em
geral, o carcinoma pode, de forma alternativa, formar crostas e regredir.

Lesão Perolada
Telangiectasias
Incrustada em Pele Sã

CBC Nodular ➢ Apresentação mais comum


• Pequenos nódulos brilhantes, firmes, quase translúcidos a rosa com telangiectasias,
normalmente na face. Ulceração e crostas são comuns.

CBC Ulcerado
• Pode iniciar como ou evoluir para uma úlcera.
• Secreção serosa praticamente inexistente.
• BORDA PEROLADA.

CBC Superficial
• Geralmente oval, eritematoescamosa ou superficial.
• Borda nítida e bem delimitada.
Pequenas pápulas ou placas vermelhas marginadas,
comumente no tronco, difíceis de diferenciar da
psoríase ou de dermatite localizada.
CBC Plano Cicatricial
• Placas planas, parecidas com cicatriz e induradas que podem ser cor de carne ou vermelho
claro e ter bordas vagas.
• Cresce centrifugamente.
• Centro – Aspecto cicatricial.
• PERIFERIA PEROLADA.

CBC Vegetante

CBC Pigmentado
• Lesão papulosa, globosa ou ulcerada com grande quantidade de melanina
• Mais comum em negros
CBC Esclerodermiforme CBC Terebrante
• Semelhante à uma placa de esclerodermia. • Forma ulcerada com invasão rápida.
• Grande destruição do maciço central da
• Borda não é nítida nem perolada.
face, unindo boca e fossas nasais.
• Superfície lisa e brilhante. • Pode invadir calota craniana e estruturas
• Limites pouco definidos. adjacentes.
• Infiltrativa.
• Altamente recidivante.

Diagnóstico
É realizado com base na idade adulta do paciente e na morfologia da lesão, que é de
crescimento lento, em geral na face e com aspecto perolado. Devemos suspeitar quando
qualquer lesão passa a sangrar espontaneamente ou por mínimos traumas, crescimento
súbito ou sintomatologia local. O exame histopatológico é decisivo. A dermatoscopia
possibilita identificar critérios específicos para este diagnóstico.

• Clínica • Sangramento espontâneo


• Dermatoscopia • Sangramento por mínimos traumas
• Biópsia • Sintomatologia local
• Exame Histopatológico • Crescimento súbito

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Melanoma
• CEC
• Esclerodermia
• Doença de Bowen
Tratamento
• Geralmente com métodos locais
• A aparência clínica, tamanho, localização e subtipo histopatológico determinam a escolha
do tratamento — eletrocoagulação e curetagem, excisão cirúrgica, crioterapia,
quimioterapia tópica (imiquimode ou 5-fluoruracila) e terapia fotodinâmica ou,
ocasionalmente, radioterapia.
• Cânceres recorrentes ou tratados de maneira incompleta, lesões de grandes dimensões,
cânceres propensos à recidiva nos locais habituais (p. ex., cabeça e pescoço) e do tipo
esclerodermiforme, com bordas mal definidas, podem ser tratados com cirurgia
micrográfica de Mohs, na qual os tecidos das bordas são progressivamente excisados até
se encontrar amostras sem tumor (determinado por exame microscópico durante a
cirurgia).
Prevenção
• Como o carcinoma basocelular parece estar relacionado com exposição a raios UV,
algumas medidas são recomendáveis para limitar a exposição.
• Evitar o sol: procurar a sombra, diminuir as atividades fora de casa das 10 H às
16 H (quando os raios solares são mais intensos) e evitar banhos de sol e câmaras de
ultravioleta.
• Usar roupas protetoras: camisas de manga longa, calças compridas e chapéus de aba
larga.
• Uso de fotoprotetores: pelo menos com FPS 30 com proteção UVA/UVB de amplo
espectro, usado diretamente (i. e., reaplicado a cada 2 horas e depois de nadar ou suar);
não deve ser usado para exposição solar prolongada.
Carcinoma Espinocelular

Trata-se de uma neoplasia maligna, isto é, com capacidade de invasão local e de


metastatizar, originária das células epiteliais do tegumento (pele e mucosa), com certo grau,
maior ou menor, de diferenciação no sentido da ceratinização; são exceções a este último
aspecto os carcinomas espinocelulares (CEC), altamente indiferenciados.

O carcinoma espinocelular é o segundo tipo de câncer de pele mais comum depois do câncer
basocelular, com mais de 1 milhão de casos anualmente nos EUA e 2.500 mortes. Ele pode
se desenvolver em tecidos normais, em queratoses actínicas preexistentes, em placas
de leucoplasia oral ou em cicatrizes de queimadura.
Sinais e sintomas
• O quadro clínico é muito variável, mas deve-se suspeitar de qualquer lesão que não
cicatriza em áreas expostas ao sol. O tumor pode se iniciar como uma pápula ou placa
eritematosa, com superfície escamosa ou crostosa, e se tornar nodular ou hiperceratosa,
às vezes com superfície verrucosa. Em alguns pacientes, a parte principal da lesão pode se
localizar abaixo do nível da pele circunjacente. Eventualmente, o tumor ulcera-se e invade
os tecidos sob a epiderme e derme.
Etiopatogenia: Exposição Solar, Imunossupressão e Síndrome Genética.
Histopatologia: Hiperplasia em ninhos e cordões e Pérolas Córneas.

Clínica:

Tem preferência por pele previamente alterada

Sangramento discreto e frequente


LESÕES PRÉ MALIGNAS
Áreas expostas ao Sol, exceto em negros (MMII)
• Ceratose Actínica
• Corno Cutâneo
• Queilite Actínica
Mucosas e semimucosas

Lesões ulceradas, vegetações verrucosas,


condilomatosas, infiltrantes
Diagnóstico
Lesão ceratósica de crescimento progressivo, que se instala em pele sã e/ou,
preferencialmente, em pele já comprometida, em pessoas adultas, leva à suspeita de CEC,
impondo-se o exame histopatológico. A biopsia deve ser realizada, sem nenhum
inconveniente, o mais rapidamente possível.

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Melanoma Amelanocítico
• CBC
• Ceratoacantoma
• Granuloma piogênico
Carcinoma Verrucoso
É de crescimento lento, inicialmente exofítico, verrucoso, que acaba por invadir em
profundidade os tecidos subjacentes. A histopatologia revela alto grau de diferenciação
celular, quase sempre com ausência de atipias, diagnosticado erroneamente com frequência
como verruga vulgar.
• Tipo especial de CEC.
• Baixa malignidade.
• Bem diferenciado.
• Similar a pseudocistos cheios de queratina ou pus invadindo a derme.

Doença de Bowen
• CEC in situ.
• A lesão pode ser única ou múltipla. É vermelho-amarronzada, descamativa ou crostosa,
com discreta rigidez, e geralmente se assemelha a uma discreta placa localizada de
psoríase, dermatite ou infecção por dermatófito.
• Lesão eritematoescamosa de bordas bem definidas e irregulares.
• Pouco infiltradas.
• Presença ou não de exsudato.
• Crescimento centrífugo lento.
• Áreas fotoexpostas.
• Relação com o arsenismo.
Ceratoacantoma
• Diagnóstico diferencial de CEC.
• Benigno.
• Involui espontaneamente
• Atinge seu maior crescimento em algumas semanas

Eritroplasia de Queyrat
• Lesão pré-cancerígena.
• Lesão aveludada, em placa, localizada no pênis.
• Ulceração, sangramento e vegetação indicam transformação em CEC.
• Diagnóstico diferencial: epitelioma basocelular superficial, doença de Paget, papulose
bowenoide.

Tratamento:
É idêntico ao do CBC, com alguns pequenos reparos.
• A curetagem simples não tem indicação;
• A eletrodessecação com curetagem pode ser usada para lesões de até 10 mm.
• A criocirurgia pode ser empregada.
• A terapêutica ideal é a cirurgia, com ampla possibilidade de cura.
• A terapia fotodinâmica parece ter um futuro promissor nas pequenas e múltiplas lesões.
• A quimioterapia e/ou radioterapia são tratamentos coadjuvantes frequentemente
empregados no tratamento de lesões maiores;
• O esvaziamento ganglionar somente é indicado quando houver comprometimento
ganglionar e possibilidade de cura; é rotineiramente indicado no tratamento do CEC de
língua.

Profilaxia:
Idêntica à dos CBC; é necessário tratar as ceratoses e as úlceras crônicas, bem como orientar
os pacientes quanto à possibilidade de cancerização, devendo retornar imediatamente ao
médico se for notada qualquer alteração em suas cicatrizes viciosas ou de radiodermite.

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