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TERAPÊUTICA TÓPICA

Luciana

Resumo do Azulay

ALGUNS PROBLEMAS DA TERAPÊUTICA TÓPICA


Ao aplicarmos determinado tópico seja na pele saudável ou na pele doente, de certo modo estamos
agredindo-a, pela chegada de elementos estranhos. Por esse motivo, as mais diversas reações podem ocorrer,
positivamente ou não, podendo gerar reações alérgicas ou reações anômalas por irritação.
Há sempre de se levar em consideração, em terapêutica tópica, outros parâmetros, como a adequação
do tipo de pele e da morfologia da lesão ao tipo de veículo, maior ou menor penetração do princípio ativo,
trazendo inconveniente pela sua ação geral (que não se deseja).

Alergização Aos Tópicos:


 O parênquima cutâneo (epiderme + cório papilar), sobretudo quando alterado, é um dos órgãos que
mais facilmente se sensibilizar;
 Frequentemente na prática, observarmos casos que, além da doença primária, apresentam outra
complicação: a dermatite de contato. Esta pode se dar em razão do princípio ativo, de um dos
componentes da base ou de um dos preservativos do preparado;
 Evitar o uso tópico de substâncias indicadas para uso parenteral;
 Substâncias como a sulfa e penicilina, são contraindicados na terapêutica tópica, pois sensibilizam
com muita facilidade;
 Deve-se levar em conta a alergia cruzada, isto é, substâncias com ações e indicações diferentes, que
têm, no entanto, o mesmo radical sensibilizante, como, por exemplo, o NH2, na posição para do anel
benzênico;
 Evita-se de qualquer maneira o uso de tópicos com antibióticos e quimioterápicos orais e paraenterais,
pois evita do paciente ser sensibilizado e ficar impossibilitado de usar no futuro.

Adequação do tópico ao tipo de pele e à localização:


Ao prescrever uma fórmula, deve-se adequá-la ao tipo de pele. Assim, caso seja necessário o efeito
ceratolítico, deve-se usar o princípio ativo (ácido salicílico) em uma base adequada à pele seca, à pele
gordurosa ou à pele eudérmica. Na pele seca, está indicada a emulsão água em óleo (A/O), enquanto na pele
normal ou oleosa, a indicação é a emulsão óleo em água (O/A). Áreas pilosas requerem soluções ou loções,
assim como áreas extensas.

Adequação do tópico ao aspecto morfológico da lesão:


Em terapêutica tópica, a forma do veículo deve estar diretamente relacionada com o aspecto objetivo
da lesão e independe da etiologia da dermatose e dos princípios ativos porventura existentes no mesmo.
Lesões exsudativas (independentemente de sua etiologia) deve ser feito com compressas (24 a48 h),
que passam a ser um verdadeiro dreno dermatológico; em uma fase subaguda, a indicação é a pasta (pó +
líquido), a
qual é porosa e, assim, adsorve melhor o restante do exsudato, ao mesmo tempo que protege a pele; se a lesão
é seca,
descamativa ou não, indica-se pomada (veículo oleoso inerte) ou emulsão A/O.

Penetração do princípio ativo:


Quando, pela natureza da patologia cutânea, desejamos atingir a derme, há necessidade de uma
penetração maior do fármaco. Para a penetração do fármaco deve-se atentar para 2 fatos: (1) as substâncias do
veículo que

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facilitam sua penetração; (2) a própria natureza química do fármaco, que pode ter maior ou menor poder de
penetração.
Quanto ao princípio ativo, deve-se levar em consideração a concentração e maior atividade. O que se deseja é
que essa penetração seja suficiente, embora não excessiva, isto é, que aja sobre a lesão dermatológica com o
máximo de intensidade e que sua absorção pela circulação geral seja mínima; do contrário, cai-se também nos
inconvenientes – exatamente o que se procura evitar com a indicação da terapêutica tópica

ARTE DE FORMULAR
 No que diz respeito ao dermatologista, uma exploração bem feita e lógica da arte de formular
possibilita à obtenção de melhores resultados.
 Os tópicos industrializados, afora os específicos (antimicóticos e antibacterianos), são, em geral,
corticosteroides de ampla aplicação ou produtos de indicações em uma pequena faixa de dermatoses,
com finalidades precisas;
 q.s.p. = quantidade suficiente para atingir o total prescrito.
 Não se deve ater-se a fórmulas fixas, ou seja, com composição precisa e irredutível;
 É possível variar as concentrações dos princípios ativos e do veículo, desde que elas tenham a mesma
atividade específica (princípio ativo) e o veículo não perca as suas características básicas – inclusive
de estabilidade, o que lhe confere durabilidade.
 Chamados veículos oil-free são aqueles contendo óleos que sofreram esterificação, acetilação ou
etoxilação, não sendo, necessariamente, não comedogênicos.

Veículos ou excipientes:
São substâncias empregadas para incorporar ou dissolver princípios ativos. Modificando-se os
veículos, é possível que se obtenham resultados e apresentações diferentes em relação à consistência, à
dispersão, ao pH, à
estabilidade e ao conteúdo de água e óleo, consequentemente, possibilitando penetrações diferentes aos
princípios ativos.
O veículo ideal deve ser: estável, de reação neutra, não graxo, não irritante, não desidratante, não
higroscópico, eliminável pela água, compatível com todas as medicações, eficiente em peles secas ou oleosas
e facilmente feito pelo farmacêutico.

siliconados

1. PÓS:
 São minúsculas esferas, podendo ser de origem vegetal (amido, fécula etc.) ou mineral (talco, óxido
de zinco, caulim etc.)
 Agem absorvendo água, o que explica sua ação descongestionante e refrescante
 Não são penetrantes e têm, também, efeito físico de proteção (evitar o atrito de duas superfícies
cutâneas
 Ex: Oxido de Zinco, carbonato de magnésio, talco, esterato de magnésio;
 Podem ser classificados em: LUBRIFICANTES: talco, amido seco etc.aderentes: estearato de
magnésio, de alumínio e de zinco, óxido de zinco; ABSORVENTES: caulim, bentonita, amido, óxido
de tântalo, carbonato de magnésio; PROTETORES: óxido de zinco, dióxido de titânio etc;
 À eles podem ser adicionados substancias ativas como antissépticos, antimicóticos, antimicrobianos e
etc.

2. SOLUÇÕES:
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 É uma mistura homogênea constituída de um líquido e outra substância que seja solúvel no mesmo.
Ex: Permanganato de potássio, água boricada;
 Solução saturada é aquela em que o acréscimo de mais soluto provocará apenas a precipitação do
soluto, já que a capacidade do solvente está esgotada;
 As soluções alcoólicas contêm maior poder de penetração e maior volatilidade que as aquosas, embora
sejam mais irritantes e desidratante;

3. TINTURAS:
 É uma solução corada, em geral, alcoólica, extrativa, de natureza vegetal, que se obtém por
maceração após 8 a 10 dias- Ex: Tintura de jaborandi, de Iodo;

4. LINIMENTO:
 É um tipo de solução oleosa;
 Para sua elaboração, utiliza-se sempre graxa fundida ou óleo quente; provoca ação revulsiva
ou é usado para facilitar absorção de certas substâncias ativas;

5. LOÇÃO-SUSPENSÃO:
 É um veículo líquido ou semilíquido contendo em seu interior partículas solúveis;
 São muito úteis para áreas extensas, sendo mais estéticas do creme, pasta ou pomada;

6. EMULSÃO:
 É uma mistura de dois líquidos não miscíveis; um dos quais, sob a forma de glóbulo, está disperso no
outro.
 Pós agitado, se obtém uma mistura de água e óleo, instável, pois, ao repouso, voltam a separar-se;
 A estabilização da emulsão é obtida pela adição de uma substância emulsificante (tensoativa ou
surfactante);
 Os emulsificantes podem ser aniônicos, catiônicos ou não iônicos
 As emulsões têm vantagens cosméticas sobre as pomadas, pois não engorduram a roupa e são
facilmente retiradas devido à sua solubilidade em água.
 As emulsões são de dois tipos: O/A, na qual a fase interna, descontínua, dispersa, é o óleo, e a fase
externa, contínua, dispersiva, é a água e A/O, na qual a fase dispersa (água) é interna, e a fase dispersiva
(óleo) é externa.
 Os cremes e as loções cremosas são emulsões.

As emulsões O/A têm as seguintes são as preparações ideais para o couro cabeludo
características: são, entretanto, um pouco irritantes para as peles
são laváveis em água, de maneira que seu uso é secas, devido à sua capacidade desidratante.
muito agradável aos pacientes, pela facilidade de
remoção, além de não As emulsões A/O têm as seguintes
engordurarem as roupas características:
são mais penetrantes, de modo que haverá maior são lubrificantes, em virtude de sua fase externa ser
atividade das substâncias ativas incorporadas; por o óleo, e, por essa razão, devem ser usadas em peles
isso, o percentual secas
dessas substâncias ativas deve ser menor do que os retêm o calor da pele
utilizados comumente nos veículos tipo óleo inerte, são menos penetrantes que as O/A
como a vaselina são usadas como veículos de antibióticos
são mais agradáveis do ponto de vista cosmético dificultam a evaporação

7. GEL:
 É uma dispersão coloidal transparente, que se liquefaz em contato com a pele;
 Não é oleoso e é miscível em água; pode ser incorporadas substâncias ativas;
 Para melhorar a cosmética, têm sido adicionados cremes, gerando assim o denominado gel-creme.
 O gel de carbopol (gel puro, gel base) é mais usado para peles oleosas e mistas. Dentre os géis, é o
veículo mais utilizado, é ideal para a veiculação de princípios ativos hidrossolúveis e lipossomas.

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8. VERNIZ E COLOIDE:
 São constituídos de líquidos voláteis (éter, clorofórmio), ao qual se juntam substâncias ativas; ao ser
aplicado à pele, há evaporação, ficando um resíduo sob a forma de película. Como exemplo, temos: o
verniz de coaltar para a psoríase;

9. BARREIRA:
 São os veículos que aderem à superfície cutânea sem penetrar, com base oleosa.

10. POMADA:
 É uma forma medicamentosa, constituída basicamente de substância oleosa e princípios ativos. As
substâncias oleosaspodem ser de origem mineral (hidrocarburetos: vaselina ou petrolato), vegetal
(manteiga de cacau) ou animal (lanolina – dalã).
 É hidrófoba e, portanto, anticosmética, por engordurar a roupa e ser de difícil remoção;
 Atua por meio do estado congestivo que provoca e terá sua ação potencializada caso seja coberta com
material impermeável; só deve ser usada em processos crônicos e secos.

11. UNGUENTOS
 São considerados iguais às pomadas, mas com maior consistência; trata-se da mistura de óleo, ceras e
resinas.

12. PASTA
 É a mistura de um líquido (água ou óleo, daí pasta aquosa ou graxa) com pós; tem a consistência que
se desejar, na dependência da concentração do pó.
 A essas pastas podemos incorporar substâncias ativas (enxofre, resorcina, coaltar etc.).
 As pastas são porosas, o que permite certo grau de drenagem de exsudato e melhor perspiração da
pele; são utilizadas nos processos subagudos.

13. GLICERÓLIO
 É uma forma medicamentosa que se obtém pela transformação físico-química do amido sob a ação da
glicerina e docalor.

14. GLICEROGELATINA
 É uma forma medicamentosa constituída de glicerina, gelatina e água e, eventualmente, óxido de zinco;
 Podemosincorporar substâncias ativas;
 É uma massa mole cuja consistência e ponto de fusão variam de acordo com a proporção de seus
componentes.

15. CERATOS
 Mistura de ceras e óleos que podem ou não levar água.

16. BASE SILICONADA


 O silicone é constituído por óxido de silício; é hidrófobo e desprovido de princípios nutritivos capazes
de serem utilizados pelas bactérias. Muito utilizado no tratamento da dermatite das mãos.

Princípios ativos:
 São as substâncias que se agregam aos vários veículos, com uma ou mais ações específicas;
 Os princípios ativos usados em dermatologia são de natureza mineral, vegetale até mesmo animal;
 São classificados, de preferência, por sua ação farmacodinâmica. Assim temos:

1. ADSTRINGENTES:
 São substâncias que coagulam as albuminas e provocam uma finíssima capa com capacidade protetora,
diminuem a exsudação e a contaminação bacteriana exógena e estimulam a epitelização.

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2. ANIDRÓTICOS:
 São substâncias com capacidade de diminuir a secreção sudorípara; algumas delas agem até mesmo
contra os odoresque ocorrem nas áreas de hiperidrose.

3. ANTIACTÍNICOS:
 São aqueles que impedem a agressão dos raios solares à pele. Funcionam por dois mecanismos
diferentes: atuando como barreira, refletindo os raios (dióxido de titânio, óxido de zinco, bentonita,
calamina e neocalamina, óleos minerais e gorduras), ou como absorventes dos raios.

4. ANTIBIÓTICOS:
 Devemos evitar o uso tópico de antibióticos de uso geral, pois muitos deles são sensibilizantes e ficarão
impedidos deserem usados de maneira sistêmica, quando necessário.
 É importante o dermatologista se limitar a indicar os que têm
 uso exclusivamente local
 Têm sua maior indicação nas piodermites. Às vezes, estão associados a corticosteroides, antifúngicos
ou a outros fármacos.

5. ANTIFLOGÍSTICOS
 São os que atuam sobre a inflamação, diminuindo seus efeitos. Destacam-se os corticosteroides,
alguns anti-inflamatórios não esteroides têm sido usados com certo sucesso e substâncias redutoras.

6. ANTIMICÓTICOS
 São substâncias que atuam, por mecanismos variados, contra os fungos, matando-os ou impedindo a
sua multiplicação.
 Podem ser as substâncias químicas ou antibióticas

7. ANTIPARASITÁRIOS
 São substâncias com atividade contra os parasitas metazoários, quer na sua fase adulta, quer em uma
de suas fases evolutivas. Têm indicações em: Escabiose e pediculose

8. ANTIPRURIGINOSOS
 São substâncias que atuam diminuindo ou anulando a sensação de prurido induzindo uma sensação
(frio) estimuladora competitiva dos receptores; mentol, cânfora , atuam analgesicamente sobre os
receptores da dor; benzocaína e nupercaína e atuam combatendo a inflamação: corticosteroides.

9. ANTISSÉPTICOS
 São substâncias químicas que atuam sobre os diversos microrganismos, matando-os.

10. ANTIVIRAIS
11. CÁUSTICOS
 São utilizados sobretudo no tratamento de verrugas e ceratoses; entre eles, são citados os mais usados.

12. CERATOLÍTICOS
 São aqueles que agem sobre a camada córnea, modificando a sua espessura; podem apenas causar
descamação superficial ou, dependendo da concentração, ter ação cáustica.

13. CERATOPLÁSTICOS
 Trata-se de substâncias que favorecem a queratinização normal; são indicados nos casos em que a
queratinização está alterada, como nos eczemas.

14. CITOSTÁTICOS
 Destacamos em uso tópico a mostarda nitrogenada.

15. DECAPANTES
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 São substâncias utilizadas com a finalidade de remover as escamas, tais como óleos e gorduras.

16. DEPILATÓRIOS
 São substâncias que agem de modo mecânico, arrancando os pelos (ceras), ou quimicamente,
destruindo-os (sulfeto debário).

17. DESPIGMENTANTES
 São indicados nas hiperpigmentações, sobretudo no melasma. A substância de maior ação é
hidroquinona.

18. DETERGENTES
 Além de removedores de sujeira e oleosidade da pele, agem também removendo micróbios e
substâncias de odor desagradável, resultantes de ação microbiana.

19. EPITELIZANTES
 São substâncias que estimulam a epitelização, sobretudo nas lesões ulceradas muito granulosas, como
o nitrato de prata a 10% em emulsão ou em bastão.

20. HIDRATANTES
 Têm por objetivo restabelecer o grau adequado de umidade na pele normal; visam à retenção de água
e são indicados nas xerodermias como vistas na dermatite atópica, na pele envelhecida e nas ictioses.
As bases emulsionadas (cremes ou loções) são as mais indicadas para a promoção da hidratação, pois
a fase oleosa promove a oclusão, enquanto a fase aquosa promove umectação e confere ao produto boa
cosmética.
 Os mecanismos da hidratação podem ser por oclusão, a qual atua por impedir a evaporação
transepidérmica da água, promovida por vaselina, óleo mineral, pomadas, silicone etc.;
 Por umectação, quando as substâncias são higroscópicas e capazes de reter água na superfície da pele,
seja do interior da epiderme, seja pela retirada da água do meio ambiente (quando a umidade for maior
que 80%). Ex: ureia, glicerina e o sorbitol.
 Substâncias emolientes atuam de maneira a suavizar, preencher os espaços entre as corneócitos que
estão a descamar, como a vaselina e ceramidas.
 Na prática, os chamados hidratantes combinam várias dessas substâncias, pois há necessidade de o
produto ser também de cosmética agradável. A vaselina é possivelmente o melhor hidratante, além de
ser barata, porém sua cosmética é precária.
 A denominada hidratação ativa funciona pelo mesmo mecanismo da umectação, diferenciando-se por
ser um processo ativo, pois induz a formação de moléculas capazes de reter água, como, por exemplo,
os glicosaminoglicanos, e tem nos alfa-hidroxiácidos (AHA) e no lactato de amônio os seus melhores
exemplos. Outro conceito de hidratação é feito por meio da reposição conjunta de diversas substâncias
lipídicas que se complementariam e, assim, passam a restabelecer as propriedades do manto lipídico.

21. PIGMENTANTES
 São substâncias que têm por objetivo repigmentar a pele.

22. PROTEOLÍTICOS
 São enzimas que destroem o tecido necrosado, causando uma verdadeira desbridação química;

23. REDUTORES
 São substâncias ávidas de oxigênio e que, por isso, agem como anti-inflamatórias e ceratoplásticas;
daí o seu uso em psoríase, neurodermites, eczemas crônicos etc. Em doses elevadas, entretanto, os
redutores podem tornar-se esfoliantes e irritantes.

24. REPELENTES DE INSETOS

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 Agem de maneira a evitar as picadas de insetos.

25. RUBEFACIENTES
 São substâncias que provocam hiperemia; são indicadas nas alopecias, com a finalidade de ativar a
nutrição dos folículos pilosos, pelo aumento de circulação sanguínea local.

SLIDES DA AULA+MONITORIA
DINÂMICA DA BARREIRA CUTÂNEA: Elementos da barreira cutânea
Camada córnea: É fina, composta por tijolos proteicos insolúveis em uma “argamassa” de lipídios
intercelulares. É o primeiro elemento que limita absorção e o elemento mais vulnerável às patologias ( Ictiose,
psoríase, dermatite).
Lipídio intercelular: Disposição em folhas e função de barreira à difusão.
Apêndices: Locais de interrupção da integridade da barreira; fase inicial da aplicação.

PERMEABILIDADE DOS SEGMENTOS CORPORAIS:

PRINCÍPIOS BASICOS:
Penetração do princípio ativo vai depender do veículo, da natureza química do ativo, da concentração
do ativo, da potência do ativo- no caso dos corticoides.
A ARTE DE FORMULAR:

VEÍCULOS:
São substâncias que atuam por suas propriedades físicas e incorporam as drogas ativas.
A penetração do ativo depende do veículo.
O veículo ideal é:

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PRINCIPIO DE ADEQUAÇÃO:
“Em terapêutica tópica, a forma do veículo deve estar diretamente relacionada ao aspecto objetivo da
lesão e independente da etiologia da dermatose e dos princípios ativos porventura existentes no mesmo”.
TIPO DE PELE E LOCALIZAÇÃO: Levando-se em consideração, por exemplo, a pele seca, deve-se
dar preferência à emulsão água em óleo (A/O), com intuito de hidratar a pele acima de tudo, enquanto na pele
normal ou oleosa, a indicação é a emulsão óleo em água (O/A). Áreas pilosas requerem soluções ou loções,
assim como áreas extensas.

Princípio da adequação de Azulay


Significa dizer que, mesmo sem ter feito o
diagnóstico exato do tipo de dermatose, usar o
VEÍCULO MAIS ADEQUADO às características
morfológicas da lesão, GARANTE-SE UM MAIOR
SUCESSO AO TRATAMENTO.

IMPLICAÇÃO DO ASPECTO MORFOLÓGICO DA LESÃO


Lesão exsudativa: Compressa- Dreno dermatológico, usado nas 24 a 48h da inflamação.
Fase subaguda da lesão exsudativa: Pasta- Absorve o restante do exsudato e protege a pele.
Lesão seca: Pomada ou emulsão A/O
POTENCIAL ALERGINIZAÇÃO AOS TÓPICOS
Evitar substâncias de uso parenteral como sulfas e penicilinas.
Utilizar antimicrobianos exclusivamente locais como neomicinas, mupirocina e ácico fucsídico.
O sensibilizante pode ser um veículo ou um dos preservativos.

CLASSIFICAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA
Monofásico: Um componente- pós, líquidos, bases oleosas
Bifásicos: Dois componentes-Loções em suspensão, creme, pomada, pasta.
Trifásico: Três componentes: Pasta

APLICABILIDADE CLÍNICA DOS VEÍCULOS


Soluções: Misturas homogêneas
Preparação que contém solução (Solvente)+ princípio ativo
Descongestionado e refresca -Bom para dermatose exsudativa
Podem ser administrados em forma de compressa e imersão
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Compressas: Inflamação aguda exsudativa
Exemplos clássicos- Líquido de burow ( Acetato de alumínio)- Adstrigente para
diminuição de exsudação.
Perganato de potássio-Antisséptico.

Imersões: Para limpar a pele ( escamas/ resíduos) ou para depositar medicação.


Tempo limite= 30 min (risco de maceração) Ex: Banho de aveno (aveia coloidal) ou amido-
amaciante e antipruginoso. Banho de Alcatrão de hulha: Uso na psoríase.

Gel: Dispersão coloidal que se liquefaz em contato com a pele


Bom para áreas pilosas, seca rápido e refrescante coma desvantagem que sai facilmente com o
suor

Loções cremosas- Emulsão O/A- Emulsão refrescam a pele


Umectantes, emolientes, melhor espalhabilidade

Creme- Emulsão A/O- Efeito refrescante, hidratante, emoliente.


Emulsão- Significa mistura de dois imiscíveis sob a forma de glóbulos ( fase interna), descontínua, dispersa
na fase externa, contínua. Mistura instável, estabilizada por um emulsificante.

Pó: Pequenas partículas inorgânicas – absorver moléculas de água


Não são penetrantes

Pasta: Mistura de um líquido (água ou óleo) com pós (livro)


Mistura de água + óleo + pó
Oferecem a consistência que se deseja ter
Permitem incorporação de substâncias ativas – enxofre, resorcina, coaltar, zindo, etc.

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As pastas são porosas, o que permite certo grau de drenagem de exsudato e melhor perspiração
da pele.

Pomadas: São misturas de substancias graxentas, onde o teor de água é desprezível, onde são mais
lubrificantes e de melhor lubrificação.

INGREDIENTES QUE COMPOEM OS VEÍCULOS:

1. EMOLIENTES: São agentes oclusivos que amaciam/ hidratam a pele, sendo o petrolato o mais usado.
Ex não oleoso: Ditrato e palmirato de isopropil
2. UMECTANTES: São agentes que restabelecem os lipídeos da pele, retendo água na superfície da
pele e temos como exemplo a glicerina, propileno glicol e sorbitol.
3. SOLVENTES: Servem para aumenta a solubilidade dos outros ingredientes, como água, álcool,
glicerina.
4. EMULSIFICANTES:Diminuem a tensão superficial de substancias imiscíveis, possuem grupamentos
hidrofólico mais um lipofílico e temos como exemplo o álcool de lanolina, polietileno glicóis e éter
laurel sulfato de sódio- menos irritativos
5. ESTABILIZADORES: -Conservantes: Inibem o crescimento microbiano, parabenos são os mais usados.
- Antioxidantes
6. ESPESSANTE: Para aumentar a viscosidade, possui uso comum para pomadas, exemplo cera de
abelha e petrolato.

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POSOLOGIA DA FORMULAÇÃO TÓPICA
 A concentração: A maioria das drogas tem potencial irritante em altas doses
 Quantidade por aplicação: Camada espessa não melhora o efeito terapêutico
 Frequência de aplicação: Uma única aplicação de glicocorticoides já é o suficiente
Estudos revelam que efeitos semelhantes entre 6 ou 3x/dia e outros estudo
entre 3 ou 1x/dia.

CORTICOTERAPIA TÓPICA
 Ligam-se em receptores no citoplasma formado complexo R-GC que atuam na transcrições de genes.
 Efeitos anti-inflamatório e imunossupressor: Diminui vasodilatação e quimiotaxia dos leucócitos
Inibe a liberação de citocinas e linfocinas
Inibe a produção de prostaglandinas
Inibe a proliferação de linfócitos

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BAIXA E MÉDIA POTÊNCIA: geralmente são empregadas em lesões inflamatórias agudas na face e
de áreas intertriginosas, e preferencialmente em CRIANÇAS E IDOSOS POR CAUSA DA SUPERFÍCIE
CORPORAL E DA MAIOR PERMEABILIDADE DA PELE.
ALTA POTÊNCIA: frequentemente usada para tratamento de lesões crônicas, ceratóticas,
liquenificadas ou lesões em região palmoplantar; Uma maior frequência de aplicação pode ser requerida para
a região palmoplantar porque o produto é facilmente removido durante atividades normais, como caminhar e
lavar as mãos, e a penetração no estrato córneo é bem maior.
Corticoesteróides Fluorados e não fluorados: Eficácia e toxidade tem relação direta com a concentração,
veículo e capacidade de penetração. A potencia varia com a concentração e o tipo de CO- Potencia é a
capacidade de vasoconstricção.

Taquifilaxia – rápida diminuição do efeito de um fármaco em doses consecutivas

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