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NANOEMULSÕES

Jarlene da C. Silva
EMULSÃO

Um sistema coloidal o qual é constituído por, pelo menos, dois líquidos


imiscíveis, onde um (fase dispersa) encontra-se disperso no outro (fase
contínua) é denominado de emulsão.

O/A O/A A/O/A ou


O/A/O

Nanoemulsões
EMULSÃO
 Classificação - Tamanho da fase dispersa

Macroemulsões Microemulsões Nanoemulsões

• F. dispersa > 400 nm; • F. dispersa > 50 a • F. Dispersa < 200 nm;
• Term. estável; 400 nm; • Term. Instável;
• Opaca. • Term. Estável • Transparente.
• Transparente.

Nanoemulsões
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Fase dispersa – 10 a 200 nm;

Aspecto óptico transparente;

Termodinamicamente instável;

Foto de uma nanoemulsão


(esqueda) e uma macroemulsão
(direita) .

Nanoemulsões
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Tendência à
separação de fase

Velocidade de
desestabilização lenta

Foto de uma nanoemulsão


Cineticamente estável (esqueda) e uma macroemulsão
(direita) .

Nanoemulsões
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 Mecanismos de desestabilização de emulsões.

 floculação – as gotículas
se aproximam uma das
outras, agrupando em
flocos, porém mantendo
suas características de
gotículas;

 Cremeação e
Sedimentação -
decorrentes da diferença
de densidades entre as
fases dispersa e contínua
da emulsão, sendo esses
fenômenos visualizados
em emulsões do tipo o/a
e a/o, respectivamente

Nanoemulsões
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 Mecanismos de desestabilização das nanoemulsões.

As minúsculas dimensões das gotículas reduzem muito a força da gravidade


evitando que ocorra o fenômeno de sedimentação

O pequeno tamanho das gotículas também evita a floculação;

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 Mecanismos de desestabilização das nanoemulsões.

Amadurecimento/ envelhecimento de Ostwald

Gotículas menores, que apresentam grande área interfacial e alta pressão interna, se
difundem para gotas maiores;

Aumento do tamanho médio de gotículas;

Fenômeno favorecido pelo alta polidispersividade e/ou pequena solubilidade da fase


dispersa na fase contínua;

Esquema do Fenômeno de amadurecimento de Ostwald

Nanoemulsões
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 Estabilidade de nanoemulções depende:

• Tamanho e distribuição de tamanho de gotículas;


• Diferença de densidade entre as fase dispersa e contínua;
• Viscosidade da fase contínua;
• Repulsão estérica ou eletrostática entre as gotículas –TENSOATIVOS

Na ausência de tensoativos – separação de fases;

Na presença de tensoativos – formação de filme interfacial que


estabiliza as gotículas da fase dispersa na fase contínua;

Nanoemulsões
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 Formação de nanoemulções

• Grande quantidade de energia é necessária para produzir as gotículas;

• Pressão de Laplace (P) – diferença entre as pressões internas e externas da


gotícula;

• Para que uma gota seja rompida em tamanho menores, ela precisa ser
deformada – aumento de P;

• Tensão para deformar a gota é maior quando menor for a gotícula;

• Uso de energia de modo a promover uma taxa de cisalhamento capaz de


superar a pressão de Laplace;

• Tensoativos – redução da tensão interfacial, reduzindo P e, consequentemente,


a energia necessária para o rompimento das gotículas.

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 Formação de nanoemulções

• Métodos de emulsificação de baixa energia – alterando as propriedades físico-


químicas do sistema, fazendo uso da energia armazenada dentro dos agregados
moleculares, formados pelas moléculas de agente tensoativo presente na emulsão

Exemplo: método de temperatura de inversão de fases (TIF), no qual faz uso da


energia térmica para a redução do tamanho de gotículas.

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 Formação de nanoemulções

• Métodos de emulsificação de alta energia – fazem uso de equipamentos mecânicos


ou ultrassônicos que geram uma taxa de cisalhamento suficiente para o rompimento
das gotículas.

Exemplo: homogeneizadores de alta pressão, dispositivos de ultrassom, etc.

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 Obtenção de nanoemulções por ultrassom

O mecanismo da emulsificação acústica é baseado em duas fases:


1 - As ondas ultrassônicas, aplicadas em um sistema óleo-água, geram uma
instabilidade na interface podendo causar a erupção da fase oleosa para dentro da
fase aquosa sob forma de gotículas;

2 - Segunda fase, envolve a quebra dessas gotas maiores em gotículas menores


por ondas de choque ocasionadas pelo colapso de microbolhas que são geradas
em decorrência das flutuações da pressão da onda acústica - CAVITAÇÃO .

Colapso dessas bolhas provoca, na zona de cavitação, ondas de energia de alto cisalhamento e
turbulência. Desta forma, essas microimplosões atuam como um método eficiente no rompimento de
gotículas dispersas maiores em gotículas de tamanho submicrométrico.

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Fatores que afetam a produção de nanoemulsão por ultrassom

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 Preparação de uma nanoemulsão de óleo de laranja

Nanoemulsão o/a

Tensoativos
Óleo essencial de
poliméricos não Água ultrapura
laranja
iônicos
Fase oleosa Mistura com HLB 11 Fase aquosa

Tabela 1. Tensoativos poliméricos não iônicos da linha Ultrol® L.

Nome Descrição HLB

Ultrol L20 Álcool laurílico com 2 unidades de EO 6,4


Ultrol L100 Álcool laurílico com 10 unidades de EO 13,9

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 Preparação de uma nanoemulsão de óleo de laranja

- O preparo foi realizado utilizando o processador ultrassônico de 450 W de potência depois


de uma pré-emulsificação em agitador Ultra-Turrax IKA T10

5 mL de nanoemulsão

Pré-emulsificação com
agitação mecânica:
-2 min;
-9400 rpm

Emulsificação
Ultrassônica:
Figura 8. Processo de obtenção da nanoemulsão. -1 min
Direita: agitação mecânica; esquerda: processador
-20% de Amplitude
ultrassônico.

VÍDEO
Nanoemulsões
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 Preparação de uma nanoemulsão de óleo de laranja

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 Preparação de uma nanoemulsão de óleo de laranja

Diâmetro: 24,92 ± 0,15 nm;

PDI: 0,066 para

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 Aplicações

Cosméticos
Alimentos

Farmacêutica
Indústria de petróleo

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Referências
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Aplicada, p. 9-18, 2011.

Nanoemulsões
Referências
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Obrigada!!!

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