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Artigo Técnico

EMULSÕES: APLICAÇÕES EM CREMES


E LOÇÕES COSMÉTICAS

ART CS008 – 12/04

Daisy Scarparo de Sanctis


Oxiteno S.A. Indústria e Comércio

Sumário

Emulsões são úteis em cosméticos já que possuem aparência elegante e são agradáveis ao toque. Emulsões
cosméticas, basicamente cremes e loções, são misturas relativamente estáveis de água e componentes oleosos ou
graxos, na presença de um emulsionante. Ao olho humano, a emulsão apresenta-se como uma fase homogênea. As
propriedades do sistema água/ óleo são drasticamente modificadas após a adição do emulsionante, sendo importante o
entendimento dos fatores físico-químicos relacionados às atividades superficial e interfacial responsáveis pela
estabilidade da emulsão. A natureza e características da emulsão são grandemente determinadas pela natureza do
emulsionante ou combinação de emulsionantes utilizados pelo formulador.
Apesar do progresso na ciência coloidal e interfacial, a prática de fabricação de emulsões ainda permanece muito mais
como arte do que como ciência. A indústria cosmética busca constantemente direcionamentos para o desenvolvimento
de emulsões. Um conceito de emulsão que fornecesse redução significativa no tempo de desenvolvimento através da
seleção apropriada da fase oleosa, dos emulsionantes e do processo de emulsificação, juntamente com o uso
econômico desses materiais e equipamentos seria de grande interesse.
No processo de emulsificação ocorre a divisão de um dos líquidos em pequenos glóbulos com conseqüente aumento da
área superficial desta fase e sua dispersão na outra. Para provocar a subdivisão dos líquidos, torna-se necessário
despender determinada quantidade de energia (térmica e de agitação) sob a forma de trabalho. Os agentes
emulsionantes diminuem o trabalho necessário para a emulsificação. Embora para a preparação da emulsão sejam
disponíveis várias técnicas, vamos nos ater àquelas que utilizam tensoativos como agentes emulsionantes, caso
específico das emulsões cosméticas.
Entre os vários conceitos sobre o processo de emulsificação estão:
(1) HLB (balanço hidrófilo lipófilo) desenvolvido por Griffin, seguindo um processo convencional de emulsificação.
(2) EBE ou LEE (emulsificação de baixa energia), desenvolvido por Joseph Lin, no qual a energia térmica é usada para
as fases do processo que realmente necessitam de temperatura. O uso de bases auto-emulsionantes mostra-se
muito adequado a este processo.
(3) PIT (temperatura de inversão de fases), desenvolvido por Shinoda, no qual o uso da energia térmica é para redução
do tamanho de gotas da emulsão visando maior estabilidade dos produtos finais.
O trabalho tem por objetivo apresentar o uso harmonizado dos componentes das emulsões, com os diferentes processos
de fabricação, principalmente quando relacionado aos emolientes e emulsionantes.
O resultado desta combinação são emulsões de cremes e loções para a pele e desodorantes com sensoriais agradáveis
e maior estabilidade na estocagem.

Introdução

Emulsões são úteis em cosméticos já que possuem aparência elegante e são agradáveis ao toque. Dentre os milhares
de ingredientes que estão disponíveis para formulações cosméticas, a água é o mais utilizado. Como nem todos os
ingredientes cosméticos são miscíveis com a água, ocorre uma necessidade prática de estabilizar e suspender as
misturas heterogêneas de água com outras matérias primas como líquidos parafínicos, óleos vegetais, ceras naturais e
sintéticas e pigmentos inorgânicos através de um processo de emulsificação no qual uma das fases está dispersa na
outra.
Assim, emulsões cosméticas, basicamente cremes e loções, são conhecidas pelos pesquisadores como sendo misturas
relativamente estáveis de água e componentes oleosos ou graxos, na presença de um emulsionante. Generalizando,
pode-se dizer que os componentes de cremes e loções cosméticas estão agrupados em fases da emulsão da seguinte
maneira:

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1. Fase Aquosa
⇒ Veículo: água
⇒ Umectantes: polietilenoglicóis (ATPEG 400, ATPEG 600), glicerina, sorbitol, polissacarídeos, etc
⇒ Espessantes hidrofílicos: polímeros derivados do ácido acrílico, hidroxietilcelulose
⇒ Princípios ativos e promocionais hidrossolúveis: aloe vera, extratos vegetais, vitamina E acetato, D-panenol, etc
⇒ Quelantes: etilenodiamino diacetato de sódio, citrato de sódio
⇒ Conservantes
⇒ Corantes
2. Fase Oleosa
⇒ Emolientes: responsáveis por espalhabilidade do creme sobre a pele, lubrificação e hidratação da pele em conjunto
com o uso de umectantes. Exemplos de emolientes são: álcool estearílico propoxilado (ALKOMOL E), óleo mineral,
óleos vegetais, silicones, ésteres graxos, etc.
⇒ Agentes de consistência ou espessantes da fase oleosa: álcoois graxos, ésteres graxos, etc.
⇒ Antioxidantes: butilhidroxitolueno, vitamina E.
⇒ Filtros solares/ fotoantioxidantes: octilmetoxicinamato, benzofenonas 3 e 4.
⇒ Princípios ativos e promocionais lipossolúveis: óleos vegetais
⇒ Fragrâncias
3. Emulsionantes: tensoativos não iônicos como monoestearato e monooleato de sorbitan (SPAN 60F E 80),
monoestearato e monooleato de sorbitan etoxilados (TWEEN 60 E 80), álcool estearílico etoxilado com 2 e 20 mols de
óxido de eteno (UNITOL E20 E E200F), álcool cetoestearílico com 20 mols de óxido de eteno (UNITOL CE200F).
Normalmente também são usadas bases autoemulsionantes não iônicas tais como mistura de éster graxo e ácido graxo
etoxilado (ARLACEL 165F) e mistura de álcool graxo e álcool graxo etoxilado (ULTRAWAX CRF).
A literatura abordando o tema “emulsões” é bastante vasta (Becher, 1965; Davies, 1963; Lissant, 1974, Sherman, 1968;
Smith, 1976). Becher [1] sugeriu a seguinte definição: “Emulsões são sistemas heterogêneos, consistindo de pelo menos
um líquido imiscível disperso em um outro na forma de gotas, cujo diâmetro, em geral, excede 0,1µ”. Esses sistemas
possuem um mínimo de estabilidade, que pode ser acentuada por aditivos chamados de emulsionantes ou
emulsificantes ou mesmo por sólidos finamente divididos, etc.
A fase dispersa é conhecida como fase interna ou descontínua da emulsão e o veículo ou fase circundante é conhecida
como fase externa ou contínua. Como a maioria dos sistemas contém água, são classificados em dois tipos, baseado na
natureza das fases dispersa, ou seja, O/A (óleo em água) ou A/O (água em óleo).
Ao olho humano, a emulsão apresenta-se como uma fase homogênea. As propriedades do sistema água/ óleo são
drasticamente modificadas após a adição do emulsionante, sendo importante o entendimento dos fatores físico-químicos
relacionados às atividades superficial e interfacial responsáveis pela estabilidade da emulsão. A natureza e
características da emulsão são grandemente determinadas pela natureza do emulsionante ou combinação de
emulsionantes utilizados pelo formulador. Com base em considerações termodinâmicas, W. D. Bancroft deduziu uma
regra geral, que diz: “A fase em que o emulsionante é preferencialmente solúvel é a fase contínua da emulsão”. Desta
forma as emulsões O/ A são aquelas em que o agente emulsionante é hidrossolúvel ou hidrófilo.
Segundo Rosen [2], as emulsões classificam-se em quatro tipos de acordo o tamanho das gotas da sua fase dispersa ou
interna: (1) macroemulsões: emulsões opacas, termodinamicamente instáveis, com partículas ou gotas de tamanho
maior que 400 nm (0,4 µ), facilmente visível no microscópio; (2) microemulsões: são sistemas termodinamicamente
estáveis, dispersões isotrópicas, transparentes com gotículas de tamanho inferior a 100 nm (0,1 µ) e de baixa
viscosidade (newtoniana); (3) miniemulsões: é um tipo intermediário entre os dois primeiros, com tamanho de partícula
variando entre 100 a 400 nm (0,1 a 0,4 µ) e aparência de branco-azulada; (4) emulsões múltiplas: as partículas
dispersas são emulsões delas mesmas. Na realidade são gotas de um líquido dispersado em gotas maiores de outro
líquido, que é então disperso em uma fase contínua, que geralmente é de mesma natureza que o primeiro líquido.

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Apesar do progresso na ciência coloidal e interfacial, a prática de fabricação de emulsões, como por exemplo de cremes
e loções cosméticas, ainda permanece muito mais como arte do que como ciência. A indústria cosmética busca
constantemente direcionamentos para o desenvolvimento de emulsões. Um conceito de emulsão que fornecesse
redução significativa no tempo de desenvolvimento através da seleção apropriada da fase oleosa, dos emulsionantes e
do processo de emulsificação, juntamente com o uso econômico desses materiais e equipamentos seria de grande
interesse.
No processo de emulsificação ocorre a divisão de um dos líquidos em pequenos glóbulos com conseqüente aumento da
área superficial desta fase e sua dispersão na outra. Este fato contraria as forças de tensão superficial dos líquidos que é
a tendência de redução da área superficial de cada líquido para um mínimo de energia. Para provocar a subdivisão dos
líquidos, torna-se necessário despender determinada quantidade de energia (térmica e de agitação) sob a forma de
trabalho. Os agentes emulsionantes diminuem o trabalho necessário para a emulsificação. Embora para a preparação da
emulsão sejam disponíveis várias técnicas, vamos nos ater aquelas que utilizam tensoativos como agentes
emulsionantes, caso específico das emulsões cosméticas.
Entre os vários conceitos sobre o processo de emulsificação estão:
(1) HLB (balanço hidrófilo lipófilo) desenvolvido por Griffin, seguindo um processo convencional de emulsificação. Este
processo consiste no aquecimento de todos os componentes solúveis na fase aquosa e dos componentes da fase
oleosa em temperaturas entre 75 a 85ºC. Após a mistura das duas fases e seguido por um período de
homogenização, é iniciado o resfriamento da emulsão e adicionado os demais componentes da formulação que, por
motivo de oxidação ou degradação, não toleram alta temperatura. Neste processo é gasta uma considerável
quantidade de energia (térmica e mecânica) e tempo, que proporcionam alta estabilidade à emulsão. A quantidade
de energia térmica pode atingir 95% do consumo total de energia no processo. A maior desvantagem do método de
HLB, além do consumo de energia e tempo, é que ele descreve as moléculas de emulsionantes apenas em função
de suas modificações estruturais, sem considerar o seu comportamento na interface O/ A durante a emulsificação,
não prevendo as mudanças de HLB com as alterações nas condições para emulsificação tais como temperatura,
natureza das fases oleosa e aquosa, presença de aditivos (eletrólitos, solventes). Por exemplo: com o aumento da
temperatura, a força de hidratação entre a água e o tensoativo não iônico etoxilado diminui e o emulsionante torna-
se menos hidrófilo (mais solúvel na fase oleosa) e conseqüentemente, seu HLB também diminui até ocorrer a
inversão da emulsão.
(2) EBE ou LEE (emulsificação de baixa energia), desenvolvido por Joseph Lin, no qual a energia térmica é usada para
as operações que realmente necessitam de aquecimento, tais como fusão dos componentes, dissolução, formação
de sabão in situ, inversão de fase e esterilização. Quantidade significativa de água pode ser adicionada a frio. O uso
de bases auto-emulsionantes mostra-se muito adequado a este processo. O método consiste na divisão da fase
contínua, no caso aquosa, em duas porções. Uma porção é utilizada a quente para formação da emulsão
concentrada e em seguida é adicionada lentamente a outra porção a frio para diluição e resfriamento do sistema, o
que proporciona uma economia de energia térmica, de tempo de processo e de mão de obra. A adição de água fria
deve ser feita abaixo de 70°C e, preferencialmente, abaixo de 50°C, de modo lento e contínuo para evitar choque
térmico, que provoca a formação de emulsão com gotas grandes, influenciando na aparência da emulsão e podendo
até provocar separação de fases. O processo EBE é aplicado tanto para emulsões O/ A como para A/O e
independe do tipo de emulsionante. No entanto é mais comum para o processo O/A, já que é mais simples diluir
este tipo de emulsão do que a A/O e mais fácil manusear água do que óleo. Em ambos os casos, a fase fria não
deve ultrapassar 60% da quantidade de fase externa total, pois pode formar grandes glóbulos emulsionados
distribuídos de forma não homogênea e causar a separação de fases da emulsão. Assim, pelo menos 40% da fase
externa deve ser aquecida para preparação da emulsão concentrada. Quanto aos emulsionantes, podem ser usados
os não iônicos, aniônicos e bases auto-emulsionáveis. Controlando-se variáveis como temperatura do primeiro
estágio da emulsificação, intensidade de agitação, proporção da fase externa adicionada no primeiro estágio da
emulsificação (no caso, água) é possível a obtenção de melhores emulsões por este método que pelo convencional.
(3) PIT (temperatura de inversão de fases), desenvolvido por Shinoda, cuja vantagem é o uso da energia térmica para
redução do tamanho de gotas da emulsão para maior estabilidade dos produtos finais. Uma emulsão O/ A quando
estabilizada com tensoativo não iônico etoxilado, pode inverter para A/ O com o aumento da temperatura acima do
cloud point do tensoativo. A temperatura em que ocorre inversão da emulsão é chamada “temperatura de inversão
de fases - PIT”. Em temperaturas acima da PIT , o tensoativo torna-se ainda mais lipófilo, ocorrendo separação de
água e, conseqüentemente, da emulsão. Desta forma a PIT está relacionada a uma dada temperatura em que o

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HLB do tensoativo, tensão interfacial O/ A e a distribuição do tamanho de partículas são mínimos. O método da PIT
consiste na preparação da emulsão numa temperatura de 2 a 4°C abaixo da PIT, visando obter uma fina dispersão,
na qual a tensão interfacial é muito baixa. Com o resfriamento rápido da emulsão são formados pequenos glóbulos
emulsionados, conferindo estabilidade para a emulsão. O efeito de aditivos tais como eletrólitos sobre a fase externa
da emulsão e de misturas de emulsionantes ou de óleos são refletidos na PIT e automaticamente ajustados de
modo a mudar o HLB do emulsionante na interface. Emulsões O/ A contendo tensoativos não iônicos etoxilados
apresentam PIT constante dentro de uma ampla faixa de conteúdo de água (30 a 70%), mantendo constante a
relação óleo/ emulsionante. Entretanto, a PIT desaparece nas emulsões com alto conteúdo de água (acima de 80%)
e com extremamente baixo conteúdo de água (abaixo de 20%). Em suficientemente baixo conteúdo de água,
aparece uma fase de microemulsão, com tamanho de gotas muito pequeno que é utilizado para a emulsificação
seguindo o processo da PIT, conforme representado graficamente na figura I. Assim, processos envolvendo a
formação de uma emulsão concentrada à quente e posterior diluição com água restante da formulação durante o
resfriamento, podem ser úteis para obtenção de uma emulsão com pequeno tamanho de gotas, de aparência branco
azulada e estável. A PIT da emulsão deve ser ajustada para cada relação e seleção do sistema emulsionante/ co-
emulsionante e fase oleosa, em função do aumento da temperatura para ser determinada a temperatura de inversão
de fases. Um emulsionante favorável para emulsões O/A deve possuir uma PIT de 20 a 60ºC maior que a
temperatura de estocagem da emulsão.
A figura 1: representação esquemática das condições de PIT em função do conteúdo de água.

120
O/A A/ O
Temperatura, oC

100
80 ME LC

60
40 O/ A
A/ O
20
0 20 40 60 80 100
Conteúdo de água, %

Emulsões com mesma PIT, podem ter diferentes comportamentos na estabilidade dependendo do sistema emulsionante.
A velocidade de coalescência das gotas é diminuída quando é utilizado co-emulsionante lipofílico, como o
monoestearato de glicerila (ALKEST EGC 40F), em mistura com o emulsionante hidrófilo, visto que ocorre a formação de
uma fase gel lamelar ao redor das gotas de óleo, o que impede a coalescência dessas gotas. Co-emulsionantes mais
solúveis em água como o álcool laurílico etoxilado não conferem tão boa estabilidade a emulsão como emulsionantes
lipofílicos.
Tabela I: Efeito da mistura de emulsionantes sobre a estabilidade de estocagem da emulsão O/ A composta de 20% de
éter dioctílico e 73,8% de água.
Mistura de emulsionantes % PIT (°C) Tamanho médio de gotas (nm)
Depois da produção 4 semanas de estocagem
C16/ 18 – 12 EO 3,8
Monoestearato de glicerila 2,4 73 305 450
(ALKEST EGC 40F)
C16/ 18 – 12 EO 2,7 74 350 3500
C12/ 14 – 4 EO (ALKONT L40) 3,5

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Alguns fatores são determinantes para o processo PIT:


• A PIT é diretamente proporcional ao HLB. Quanto maior o HL, maior é a PIT, ou seja, a PIT aumenta com a
hidrofilidade do emulsionante.
• Quanto mais larga é a distribuição de oligômeros de óxido de eteno do emulsionante não iônico, maior é a PIT e a
estabilidade da emulsão, motivo pelo qual, misturas de emulsionantes de baixo e alto HLB deve ser a melhor escolha
do sistema emulsionante.
• Para tensoativos etoxilados com dado valor de HLB, quanto menor a polaridade da fase oleosa, maior é a PIT, ou
seja, o tensoativo deve ser mais lipofílico para compensar a menor polaridade do óleo. Isto significa que deve ser
escolhido um tensoativo de menor HLB para óleos menos polares. Aditivos como a parafina que diminui a polaridade
da fase oleosa, aumentam a PIT e aditivos como ácido oleico ou álcool laurílico que aumentam a polaridade,
diminuem a PIT.
• A adição de hidrocarbonetos hidrofóbicos de cadeia reta longa solubilizados na fase interna da emulsão, ou o
aumento na sua cadeia carbônica, aumenta a PIT. Já a adição de hidrocarbonetos aromáticos de cadeias curtas e
aditivos polares, como por exemplo, álcoois e ácidos graxos e monoglicerídeos de ácidos graxos (ALKEST EGC 40F),
diminuem a PIT, com muito pouca dependência do tamanho da cadeia carbônica. Assim, a PIT aumenta com o
comprimento da cadeia carbônica do hidrocarboneto hidrofóbico, ou seja, com o aumento do peso molecular e
diminui com o aumento da concentração de aditivos polares.
• A adição de sais a fase aquosa, diminui a PIT das emulsões feitas com tensoativos não iônicos etoxilados;
• Quanto maior a razão óleo/ água, maior é a PIT e quanto maior a razão tensoativo/ óleo, menor é a PIT.
Objetivo
O trabalho tem por objetivo apresentar o uso harmonizado dos componentes das emulsões, com os diferentes processos
de fabricação, principalmente quando relacionado aos emolientes e emulsionantes. O resultado desta combinação são
emulsões de cremes e loções para a pele e cabelo e desodorantes com sensorial agradável e maior estabilidade na
estocagem.
Parte experimental
Para facilitar o preparo da emulsão torna-se conveniente a acomodação dos componentes da emulsão em fases de
acordo com as propriedades de cada matéria prima tais como temperatura de fusão, suscetibilidade a oxidação ou
evaporação ou ainda degradação e solubilidade em água ou óleo. Componentes suscetíveis à oxidação ou degradação
por efeito de temperatura devem ser adicionados durante a fase de resfriamento da emulsão. Tipicamente, as fases da
emulsão são compostas por:
⇒ Aquosa quente: é para ser usada em conjunto com a fase oleosa quente para formação da emulsão. Pode conter
componentes solúveis em água e que possam ser aquecidos tais como espessantes poliméricos acrílicos, EDTA,
polietilenoglicol, propilenoglicol, dipropilenoglicol, parabenos, etc;
⇒ Oleosa: é constituída por todos os constituintes insolúveis em água (emolientes, espessantes da fase oleosa/ ceras,
dimeticone, antioxidantes) e pelos emulsionantes e bases autoemulsionáveis (solúveis ou insolúveis em água);
⇒ Demais fases: podem ser outras fases aquosas utilizadas para solubilizar componentes sólidos solúveis ou
dispersíveis em água (corantes, goma xantana, uréia) ou para diluir outros componentes como trietanolamina e
hidróxido de sódio. Também podem ser constituídas por componentes isolados que serão adicionados um a um
(ciclometicone, conservantes, fragrâncias, etc).
Foram trabalhadas em emulsões de cremes e loções para a pele e cabelo e desodorantes visando estudar a
implantação dos processos convencional e EBE nesses tipos de formulações. Foram selecionados para aplicação nas
formulações as seguintes matérias primas fabricadas pela OXITENO:
• Emulsionantes: UNITOL CE200F (álcool cetoestearílico etoxilado com 20 mols de óxido de eteno), UNITOL E 20 e
E200F (álcool estearílico etoxilado com 2 e 20 mols de óxido de eteno, respectivamente), ULTRAWAX CRF (base
auto-emulsionante não iônica contendo álcool cetoestearílico e álcool cetoestearílico etoxilado com 20 mols de óxido
de eteno) e ARLACEL 165F (Base autoemulsionante não iônica de alta suavidade para a pele contendo
monoestearato de glicerila e ácido esteárico etoxilado).

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• Emoliente não comedogênico, de alta espalhabilidade e baixa oleosidade para a pele: ALKOMOL E (álcool
estearílico propoxilado com 15 mols de óxido de propeno).
• Umectante não comedogênico para a pele, de secagem rápida e com grande sinergia com diferentes tipos de
emolientes para potencializar a hidratação da pele: ATPEG 400 e 600 (polietilenoglicol de pesos moleculares 400 e
600, respcetivamente).
• Agentes de consistência da fase oleosa da emulsão: ALKEST EGC 40F (monoestearato de glicerila) e ALKEST
DGMS (monoestearato de dietilenoglicol)
• Alcalinizante: TRIETANOLAMINA 99.

1. Loção de desodorante roll-on usando emulsionante não iônico com processo convencional de
emulsificação.

Componentes Composição (%)


Fase A:
UNITOL E 200 F (Álcool estearílico 20 EO) 0,9
UNITOL E 20 (Álcool estearílico 2EO) 3,6
ALKOMOL E (Álcool estearílico propoxilado 15PO) 4,0
Butilhidroxitolueno 0,05
Propilparabeno 0,05
Fase B:
Água deionizada q.s.p. 100
Metilparabeno 0,1
Fase C:
Cloridróxido de alumínio (solução 50%) 37,0
Fase D:
Fragrância

Preparo selecionado:
1) Fundir a fase A a 75 a 80°C, usando banho-maria e mantendo o sistema agitado na velocidade de 150 rpm
2) Aquecer fase B a 75 a 80°C e verter sobre a fase A de modo lento e contínuo, mantendo o sistema agitado a 500rpm
por 10 minutos.
3) Retirar o aquecimento e manter agitação até a temperatura de 45°C ser atingida.
4) Adicionar a fase C na temperatura ambiente de modo lento e contínuo.
5) Manter agitação até atingir a temperatura de 30 a 35°C e adicionar a fragrância.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 7,5
Viscosidade inicial (Brookfield-LVT, 30 rpm, sp3, 25°C): 1140cP
Estabilidade a 45°C: estável sem separação de fases por 4 meses.

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2. Creme hidratante sugerido para pele seca a extra-seca usando emulsionante não iônico com processo
convencional de emulsificação.

Componentes Composição (%)


Fase A:
Álcool cetoestearílico 30/ 70 8,0
Óleo mineral 3,0
ALKOMOL E (Álcool estearílico 15 PO) 2,0
Dimeticone 1,0
UNITOL CE 200 F (Álcool cetoestearílico com 20 EO) 2,0
Fase B:
ATPEG 400 (Polietilenoglicol 400) 2,0
EDTA Dissódico 0,1
Água 50,0
Fase C:
Uréia 10,0
Água q.s.p.
Fase D:
Composto de fenoxi etanol e parabenos 0,5
Imidazolinidil uréia 0,1
Acetato de alfa-tocoferol 0,5
Fragrância 0,1

Preparo selecionado:
1) Aquecer a FASE A até 75 a 80ºC.
2) Aquecer a FASE B até 75 a 80ºC.
3) Sob agitação de 500 rpm, adicionar FASE B sobre a FASE A.
4) Resfriar até 40ºC, mantendo agitação.
5) Separadamente, dissolver a uréia na água. Incorporá-la sobre a mistura das FASES A e B.
6) Adicionar um a um os componentes da FASE D.
7) Amostrar para medida de pH e viscosidade.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 6,5
Estabilidade a 45°C: estável sem separação de fases por 4 meses.

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3. Loção para o corpo usando emulsionante aniônico e ésteres graxos com processo de emulsificação EBE.

Componentes Composição (%)


Fase A
ALKEST EGC 40F (monoestearato de glicerila) 2,5
ALKEST DGMS (monoestearato de dietilenoglicol) 2,5
Ácido esteárico 1,5
Óleo mineral 6,0
Propilparabeno 0,05
Butilhidroxitolueno 0,05
Fase B
TRIETANOLAMINA 99 0,6
Metilparabeno 0,1
Água 40
Fase C
Água q.s.p.100
Fase D
Fragrância 0,2

Preparo selecionado
1) Fundir a fase A a 75 a 80°C, usando banho-maria e mantendo o sistema agitado na velocidade de 150 rpm
2) Aquecer fase B a 75 a 80°C e verter sobre a fase A de modo lento e contínuo, mantendo o sistema agitado por 15
minutos.
3) Retirar o aquecimento.
4) Adicionar a fase C (água restante) na temperatura ambiente de modo lento e contínuo.
5) Manter agitação até atingir a temperatura de 35°C e adicionar a fragrância.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 7,5
Viscosidade inicial (Brookfield-LVT, 12 rpm, sp4, 25°C): 6400cP
Viscosidade 15°dia de estocagem (Brookfield-LVT, 12 rpm, sp4, 25°C): 6700cP

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4. Loção hidratante oil-free sugerida para rosto com pele normal a oleosa usando base auto-emulsionante não
iônica com processo de emulsificação EBE.

Componentes Composição (%)


Fase A:
Álcool cetoestearilico 30/ 70 1,5
ARLACEL 165F (Base autoemulsionante não iônica) 3,0
ALKOMOL E - (Álcool estearílico 15 PO) 2,0
Ciclometicone 1,5
Fase B:
EDTA Dissódico 0,1
Carbomer 940 0,2
Água 30,0
Fase C:
Água q.s.p.
Fase D:
TRIETANOLAMINA 99 0,2
Água 5,0
Fase E:
Água 25,0
Goma xantana 0,1
ATPEG 400 (Polietilenoglicol 400) 1,0
Glicerina 1,0
Hialuronato de sódio solução 1% 8,0
Fase F:
D-Pantenol 0,5
Phytantriol 0,2
Acetato de alfa-tocoferol 0,5
Composto de fenoxietanol e parabenos 0,3
Imidazolinidil uréia 0,1
Fragrância 0,1

Preparo selecionado:
1) Dispersar o Carbomer 940 sob agitação de 500rpm por 50 minutos a uma hora até a sua completa dispersão.
Adicionar o EDTA e aquecer até 80 a 85ºC.
2) Aquecer a FASE A até 80 a 85ºC até a completa fusão dos componentes.
3) Sob agitação de 500 rpm, adicionar FASE A sobre a FASE B.
4) Retirar o aquecimento e adicionar a FASE C, mantendo agitação.
5) Resfriar até 50ºC, mantendo agitação.

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6) Misturar a TRIETANOLAMINA 99 com água e incorporá-la na formulação, mantendo agitação.


7) Resfriar até 40 a 35ºC, mantendo agitação.
8) Separadamente, dispersar a goma xantana na água, incorporar os demais componentes da FASE E e adicioná-la
sobre a mistura das FASES A, B, C e D, mantendo agitação.
9) Adicionar um a um os componentes da FASE F.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 6,1
Viscosidade inicial (Brookfield-LVT, 12 rpm, sp4, 25°C): 21500cP
Estabilidade a 45°C: estável sem separação de fases por 4 meses.

5. Condicionador sugerido para cabelos encaracolados usando emulsionante não iônico com processo de
emulsificação EBE.

Componentes Composição (%)


Fase A:
Álcool cetoestearilico 30/ 70 4,0
UNITOL CE 200 F (Álcool cetoestearílico com 20 EO) 0,3
Lanolina 0,5
Dimeticone 0,3
Água 40,0
Fase B:
ALKOMOL E (Álcool estearílico 15 PO) 2,0
Cloreto de cetiltrimetil amônio a 25% de ativo 6,0
Fase C:
Água q.s.p. 100
EDTA Dissódico 0,1
Fase D:
ATPEG 400 (Polietilenoglicol 400) 1,0
D-pantenol 0,5
Proteína de trigo hidrolisada 0,5
Mistura de metilcloro isotiazolinona/ metilisotiazolinona 0,05
Fase E:
Ácido cítrico q.s.p. pH 4,0 a 4,5
Água 15,0
Fase F:
Fragrância 0,1

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Artigo Técnico

EMULSÕES: APLICAÇÕES EM CREMES


E LOÇÕES COSMÉTICAS

ART CS008 – 12/04

Preparo selecionado:
1) Aquecer a FASE A até 75 a 80ºC sob agitação de 70 a 100 rpm até a fusão dos componentes.
2) Adicionar os componentes da FASE B, na ordem indicada, mantendo agitação e temperatura por 15 minutos.
3) Retirar o aquecimento, mantendo agitação.
4) Dissolver o EDTA na água à temperatura ambiente e adicionar na formulação.
5) Resfriar até 40 a 35ºC, mantendo agitação e adicionar os componentes da FASE D um a um na ordem indicada.
6) Separadamente, dissolver ácido cítrico na água. Incorporá-la sobre a mistura das FASES A e B.
7) Resfriar até 30ºC, mantendo agitação e adicionar a fragrância.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 4,2
Estabilidade a 45°C: estável sem separação de fases por 4 meses.

6. Creme para pentear sugerido para cabelos encaracolados usando base auto-emulsionante não iônica com
processo de emulsificação EBE.

Componentes Composição (%)


Fase A:
ULTRAWAX CRF (base auto-emulsionante não iônica) 4,0
Palmitato de isopropila 1,0
Dimeticone 0,4
Fase B:
Água 60,0
ALKOMOL E (Álcool estearílico 15 PO) 2,0
Cloreto de cetiltrimetil amônio a 25% de ativo 6,0
Fase C:
ATPEG 600 (Polietilenoglicol 600) 1,0
D-pantenol 0,5
Fase D:
Água q.s.p. 100
EDTA Dissódico 0,1
Ácido cítrico q.s.p. pH 4,5 a 5,0
Fase E:
Composto de fenoxietanol e parabenos 0,4
Imidazolinidil uréia 0,1
Fragrância 0,1

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Artigo Técnico

EMULSÕES: APLICAÇÕES EM CREMES


E LOÇÕES COSMÉTICAS

ART CS008 – 12/04

Preparo selecionado:
1) Aquecer a FASE A até 75 a 80ºC sob agitação de 70 a 100 rpm até a fusão dos componentes.
2) Aquecer a água a 70 a 75°C e adicionar os componentes da FASE B, na ordem indicada, sob agitação de 70 rpm
3) Verter a FASE B sobre a FASE A, mantendo agitação e temperatura por 15 minutos.
4) Retirar o aquecimento, mantendo agitação e resfriar até 40°C.
5) Adicionar os componentes da FASE C na ordem indicada.
6) Dissolver o EDTA e o ácido cítrico na água à temperatura ambiente e adicionar na formulação.
7) Resfriar até 30ºC, mantendo agitação e adicionar a fragrância.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 4,8
Estabilidade a 45°C: estável sem separação de fases por 4 meses.

7. Água Oxigenada Cremosa usando base auto-emulsionante não iônica com processo de emulsificação EBE.
Componentes Composição (%)
Fase A:
ULTRAWAX CRF (base auto-emulsionante não iônica) 5,0
UNITOL CE 200F (álcool cetoestearílico com 20EO) 1,0
Óleo Mineral 1,0
Fase B:
Água 40,0
Fase C:
Água (temperatura ambiente) q.s.p. 100
Fase D:
Peróxido de hidrogênio 33% 18
Fase E:
TRIETANOLAMINA 99 0,5
Fase F:
Mistura fenoxietanol e parabenos 0,5
Fragrância 0,1

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Artigo Técnico

EMULSÕES: APLICAÇÕES EM CREMES


E LOÇÕES COSMÉTICAS

ART CS008 – 12/04

Preparo selecionado:
8) Aquecer a FASE A até 75 a 80ºC sob agitação de 500rpm até a fusão dos componentes.
9) Aquecer a água a 75 a 80°C e verter sobre a FASE A, mantendo agitação e temperatura por 15 minutos.
10) Retirar o aquecimento e adicionar a quantidade de água restante, mantendo agitação e resfriar até 30°C.
11) Adicionar a FASE D.
12) Adicionar a TRIETANOLAMINA 99 para obter pH entre 4,5 a 5,0.
13) Adicionar os componentes da FASE F na ordem indicada, mantendo agitação por 5 minutos.
14) Amostrar para análise de pH e viscosidade.
Propriedades:
pH (sol. 1% aquosa): 4,6
Viscosidade (Brookfield LVT, sp3, 30rpm, 25°C): 1728cP
Estabilidade a 37°C: estável sem separação de fases por 3 meses.

CONCLUSÃO

A escolha do processo de fabricação está intimamente relacionada ao tipo de emulsionante e demais componentes de
formulação escolhidos:
• Processo convencional de fabricação de emulsão é amplamente aplicado, embora a presença de componentes com
baixa tolerância a temperaturas superiores a 70°C forçam o uso de água na temperatura ambiente para solubilizar
tais componentes.
• Processo de emulsificação EBE é amplamente recomendado para emulsões a base de tensoativos não iônicos,
aniônicos e bases auto-emulsionáveis devido a economia de tempo, energia e homogeneidade no tamanho de
partículas da emulsão. No entanto, a água fria deve ser adicionada de modo lento e contínuo para evitar choque
térmico e má formação dos glóbulos emulsionados.
• O uso de emulsionantes iônicos requer a escolha de processo convencional ou EBE de emulsificação, dificultando o
uso do processo PIT devido a alta solubilidade em água do emulsionante.
• Emulsionantes não iônicos etoxilados são amplamente favoráveis para uso em formulações de emulsões
cosméticas, independente do tipo de processo de emulsificação escolhido. A Oxiteno possui ampla linha de
emulsionantes não iônicos que podem ser usados nas emulsões cosméticas com processos de fabricação
convencional, EBE e PIT, observadas as condições estabelecidas neste trabalho, principalmente aquelas
relacionadas a solubilidade dos emulsionantes nas fases oleosa e aquosa, temperatura de emulsificação e
velocidade de agitação da emulsão.

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Artigo Técnico

EMULSÕES: APLICAÇÕES EM CREMES


E LOÇÕES COSMÉTICAS

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BIBLIOGRAFIA

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JAOCS, 70 ( 1 ): 65 ( 1993 ).
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21. Zografi, G., Physical Stability Assessment of Emulsions and Related Disperse Systems: a Critical Review, The
Journal of the Society of Cosmetic Chemists, 33(11), 345, (1982).

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