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Instituto de ciências de

Saúde da Beira
Emulsões
5ᵒgrupo
Augusto Mupacho
Cremilde Da Conceicao
Saul T.V.Alexandre
Mateus Rodrigues
Moises Charles Manuel
Bongesse Alferes Bongesse

Curso de Tecnicos de Farmacia-6


FARMÁCI
A6
5 GRUPO
o
EMULSÕES
EMULSÕES
 É a mistura entre dois líquidos imiscíveis em que um deles (a
fase dispersa) encontra-se na forma de finos glóbulos no seio
do outro líquido (a fase contínua), formando uma mistura
estável.
 Exemplos de emulsões incluem manteiga e margarina,
maionese, café expresso e alguns cosméticos. As emulsões
mais conhecidas consistem de água e óleo.
CONTIN.
 São sistemas dispersos constituídos de duas fases
líquidas imiscíveis (oleosa e aquosa), onde a fase
dispersa ou interna é finamente dividida e distribuída em
outra fase contínua ou externa. Temos emulsões do tipo
óleo em água (O/A: fase externa aquosa) e água em óleo
(A/O: fase externa oleosa).
CONTIN.
CONT

 São formas farmacêuticas líquidas ou semi-sólidas, de


aspecto cremoso, resultante da dispersão de um líquido
no seio do outro no qual é imiscível a custa de um agente
emulsificante.
 As emulsões são formas obtidas pela dispersão mecânica
de líquidos imiscíveis entre si, estabilizadas através do
uso de tensioactivos. Na forma líquida para uso tópico
recebe a
 denominação de loção. Para massagem, denomina-se
linimento. Na forma semi-sólida, recebe o nome de
creme.
VANTAGENS

 Formulação medicamentos hidrossolúveis e


lipossolúveis juntos
 Uso oral: permite mascarar sabor desagradável

 Permite diminuir irritabilidade dérmica de certos


fármacos
 Administração de óleos e gorduras via endovenosa para
nutrição Parenteral
 Administração I. V. de fármacos lipossolúveis
ESTABILIDADE DAS EMULSÕES
 As emulsoes devem manter-se estaveis
durante um prazo mais ou menos longo, apos
a sua preparacao. Contudo por vezes alteram-
se algum tempo depois da sua preparacao.
Existem tres categorias de alteracoes das
emulsoes sem incluir as alteracoes de ordem
microbiana:
CONTIN.

 Floculacao e formação de crème;


 Coalescência e separação das fases;
 Alterações físicas e químicas diversas.
CONTIN.
 Floculaҫão - processo onde colóides saem de suspensão
na forma de agregados, formando partículas maiores,
ditos "flocos" ou "flóculos".
 Coalescência - quando em uma mistura multifásica,
ocorre a união de duas ou mais parcelas de uma fase em
prol da formação de uma única (unidade ou parcela).
CONTIN.
 As emulsões são instáveis termodinamicamente e,
portanto não se formam espontaneamente, sendo
necessário fornecer energia para formá-las através de
agitação, de homogeneizadores, ou de processos de
spray. Com o tempo, as emulsões tendem a retornar
para o estado estável de óleo separado da água.
 Os agentes emulsificantes (ou surfactantes) são
substâncias adicionadas às emulsões para aumentar a
sua estabilidade cinética tornando-as razoavelmente
estáveis e homogéneas. Um exemplo de alimento
emulsionado é a maionese, na qual a gema de ovo
contém o fosfolipídeo lecitina que estabiliza a
emulsão do azeite na água.
CONT
 A estabilidade
de uma emulsão depende
essencialmente de três fenómenos: sedimentação,
floculação e quebra da emulsão devido a
coalescência das gotículas dispersas.
 A sedimentação resulta de uma diferença de
densidade entre as duas fases e consiste na migração
de uma das substâncias para o topo da emulsão, não
sendo necessariamente acompanhada de floculação
das gotas.
CONTIN.
 As colisões entre as gotas podem resultar em
floculação, que pode levar a coalescência em glóbulos
maiores.
CONTIN.
 Eventualmente, a fase dispersa pode se tornar a fase
contínua, separada da dispersão média por uma única
interface. O tempo levado para tal separação de fases
pode ser de segundos ou até anos, dependendo da
formulação da emulsão
CONT.
 Para aumentar a estabilidade cinética das emulsões
tornando-as razoavelmente estáveis, um terceiro
componente, o agente emulsificante, pode ser
adicionado. Os materiais mais eficientes como agentes
emulsificantes são os tensioactivos, alguns materiais
naturais e certos sólidos finamente divididos. Esses
materiais formam um filme adsorvido ao redor das gotas
dispersas e ajudam a prevenir a floculação e a
coalescência
COMPOSIÇÃO BÁSICA DA EMULSÃO

 Fase aquosa
 Fase Oleosa

 Tensioactivo (Agente emulsificante)

 Agentes Antioxidantes

 Conservantes

 Flavorizantes e Corantes (Emulsões Orais)


FASE OLEOSA

 Oleos vegetais: soja, amendoim, amêndoas, algodão,


semente de uva, macadâmia, girassol, outros
 Ésteres graxos (MIP)

 Acidos graxos

 Álcoois graxos

 Silicones

 Ceras de abelhas e carnaúba


TENSOACTIVO
 O tensoactivo é o agente emulsivo e torna a emulsão
mais estável, pois, interpõe-se entre a fase dispersa e
dispersante, retardando assim, a separação. O tipo
de emulsão é determinado pela solubilidade do
agente emulsificante:
 Apresentam a propriedade de reduzir a tensão
superficial da água e de outros líquidos.
 Sua molécula apresenta um componente hidrofílico
(polar) e lipofílico (apolar).
TENSOACTIVO
 Se o agente emulsificante é mais solúvel na água
(hidrofílico, a água será a fase contínua, se formará
emulsão do tipo O/A).
 Se o agente emulsificante é mais solúvel na óleo
(lipofílico, o óleo será a fase contínua, se formará
emulsão do tipo A/O).
CONT.
 Agentes de detergência ou limpeza;
 Emulsionantes;
 Agentes de tratamento, condicionamento ou
sobreengordurante;
 Agentes espumantes;
 Agentes de viscosidade ou de espessamento da
formulação;
 Agentes de redução de irritação de pele e olhos.
TENSOACTIVOS PODEM SER CLASSIFICADOS

 Aniônico
Fornece íons orgânicos carregados
negativamente.
Apresentam um óptimo poder de detergência e
espuma.
Ex: Sabões de ácidos graxos, Lauril sulfato de
sódio, Alquil éter sulfonatos
NÃO IÓNICOS

 Em solução aquosa não sofrem ionização,


não possuem carga.
 Aplicação em emulsionantes para cremes,
loções, óleos de banho, auxiliar de
espessamento para xampus.
 Ex: Mono e diestearato de etilenoglicol,
Lanolina etoxiladas, Ésteres de sorbitan,
óxidos de amina graxa e outros.
CATIÔNICOS

 Ao se ionizar em solução aquosa, fornece


íons orgânicos carregados positivamente.
 São incompatíveis com aniônicos, não
toleram água dura, íons ferro e metais
pesados.
 São usados na preparação de condicionadores
e como agentes bactericidas em sabonetes.
 Ex: Compostos quartenários de amónios,
Polímeros quartenários (Cloreto de
benazalconio)
ANFÓTEROS

 Possuem grupos funcionais com carácter aniônico e


catiônico.
 Ex: Anfótero betaínicotaína (betaína de coco) - Tem
aplicação com co-tensoativo para aumento da espuma,
viscosidade e redução da irritação
 dos xampus, sabonetes líquidos e loções higenizantes.
 Ex: Anfótero imidazolínico (ácidos graxos de coco) -
Tem propriedades de suavidade da pele e
 olhos. Aplicação em xampus e sabonetes infantis.
SELECÇÃO E USO DE TENSOACTIVO

 Detergência

É um processo complexo que implica na umectação


de um substrato (pele ou cabelo), na eliminação das
sujidades
 Umectância

Todos os agentes tensoactivos possuem certa


propriedade umectante
 Emulsificante

Um bom agente emulsificante requer uma unidade


hidrofóbica ligeiramente maior que a de um
umectante.
SELECÇÃO E USO DE TENSOACTIVO
Solubilização
 Todos os agentes tensoactivos acima de sua
concentracao. Micelar possuem propriedades
solubilizantes. Ex: Incorporar um
componente orgânico insolúvel em um
produto transparente, como um xampu
MICELA

 Após uma certa concentração, as moléculas


de tensoactivo, na solução, passam a se
agregar sob a forma de micelas. São as
micelas os “entes” da solução responsáveis
pela catálise micelar e pela solubilização da
gorduras
OS SEGUINTES FACTORES FAVORECEM A ESTABILIDADE DE EMULSÕES:

 Tensão superficial baixa: a adsorção de surfactantes


nas interfaces óleo-água diminui a energia interfacil,
facilitando o desenvolvimento e aumentando a
estabilidade das grandes áreas interfaciais associadas
com as emulsões;
 Filme interfacial mecanicamente forte e elástico: a
estabilidade das emulsões é favorecida pela protecção
mecânica dada pelo filme adsorvido ao redor da gota. A
elasticidade do filme também é importante para permitir
a recuperação após distúrbios locais;
CONT.
 Repulsão das duplas camadas eléctricas: a
repulsão entre as partículas diminui os choques
evitando a floculação. Quando agentes
emulsificantes iônicos são usados, a repulsão da
dupla camada eléctrica lateral pode prevenir a
formação de filmes compactos. O efeito de
expansão dos filmes pode ser minimizado usando
uma mistura de um filme iônico com um não-iônico
e/ou aumentando a concentração electrolítica na
fase aquosa;
 Volume pequeno da fase dispersa: favorece a
formação de gotículas pequenas;
CONT.
 Gotículas pequenas: gotas grandes são
menos estáveis devido a sua menor razão de
área/volume, que aumentam a tendência da
gota crescer;
 Viscosidade alta: diminui as colisões
retardando a floculação e sedimentação.
CONT.
O tipo de emulsão formada quando dois líquidos
imiscíveis são homogeneizados depende dos volumes
relativos das duas fases e da natureza do agente
emulsificante. Quanto maior for o volume da fase, maior
é a probabilidade do líquido se tornar a fase contínua.
Sabões de metais alcalinos favorecem a formação de
emulsões óleo em água, enquanto que sabões de metais
pesados favorecem a formação de emulsões água em
óleo. Além disso, a fase na qual o agente emulsificante é
mais solúvel tende a ser a fase contínua.
VERIFICAÇÃO DAS EMULSÕES
O controle das emulsões deve ter, especialmente, o
controlo e apreciação de:
 Determinação do teor em agua;

 Determinação do teor em gordura total;

 Determinação do pH

 Avaliação da estabilidade;

 Determinação da viscosidade;

 Determinação do diâmetro das partículas dispersas


CLASSIFICAÇÃO DAS EMULSÕES
1.Quanto a carga:
 Iônicas +
 Não iônicas -
2. Quanto ao tipo de emulsões
Quanto ao tipo de emulsoes podem ser:

a) Quanto à fase interna


 A/O (fase interna água/ fase externa óleo)
 O/A (fase interna óleo/fase externa água)
 Múltiplas O/A/O e A/O/A (fase interna é uma
emulsão)
CONT.
 b)
Quanto ao tamanho da fase interna elas
podem ser:
-Macroemulsões
-leitosas
-gotícula :> 400 nm
-Miniemulsões
-gotícula: 100-400 nm
CONT.
 Microemulsões

-transparentes
-termodinamicamente estáveis
-gotícula: < 100 nm
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DAS EMULSÕES

 Emulsões orais

 As emulsões orais são normalmente emulsões


do tipo O/A.
 Utiliza-se com frequência no preparo destas

formulações as gomas ou surfactantes não


iônico como agentes emulsivos.
 Exemplos de Emulsões Orais :

- Emulsão com Óleo de Fígado de Bacalhau


- Emulsão de Óleo Mineral

EMULSÕES TÓPICAS (CREMES E LOÇÕES CREMOSAS)

 Os cremes são emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e


constituída de uma fase aquosa e oleosa homogeneizadas
através da utilização de um terceiro componente que
possui afinidade por ambas as fases (tensoactivo).
 Sua aparência geralmente é branca, devido o maior
tamanho dos glóbulos oleosos.
 As loções são emulsões O/A ou A/O de média e baixa
viscosidade podendo utilizar além do tensoactivo um
solvente alcoólico.
 A aparência das loções pode ser branca (macroemulsão)
ou transparente ( microemulsão)
 dependendo do dos glóbulos oleosos emulsionados.
CONT.
Emulsões gel
• Creme clássico- 12% ceras;
• Creme gel – 8% ceras;
• Custo menor;
• Confere toque mais suave.
Preparo:
• Preparar o gel aquoso;
• Adicionar 1 a 2% de Microemulsão de silicone;
• Homogeneizar até ocorrer turvação
CARACTERÍSTICAS DAS EMULSÕES O/A
 Tacto menos oleoso;
 Secagem rápida;
 Condutividade eléctrica semelhante à fase aquosa;
 São coloridas por corantes hidrossolúveis;
 Podem formar um espuma branca quando aplicados
sobre a pele;
 É obrigatório de uso de conservantes;
 Exigem necessariamente a adição de umectantes.
NO PREPARO DAS EMULSÕES TÓPICAS DEVEMOS:

 Aquecer os componentes hidrossolúveis e


lipossolúveis á uma temperatura em torno de
80º a 85º.
 Adicionar uma fase à outra (a fase de maior
quantidade sobre a de menor) agitando até a
formação da emulsão.
 Adicionar activos, essências quando a
temperatura esfriar a cerca de 30º.
PREPARAÇÃO DAS EMULSOES
 Adicionar fase dispersa na fase contínua, sob
agitação
 Outros componentes -dissolvidos antes da
mistura, na fase em que são solúveis
 Emulsões O/A: -Podem ser obtidas pela técnica
inversa (F.A. add. F. O.)
 Componentes oleosos sólidos/semi-sólido
 devem ser previamente fundidos
 fase aquosa deve ser aquecida na mesma
temperatura
CONT.
 Ingredientes voláteis -adicionados após
resfriamento da emulsão
 Componentes que possam influenciar na
estabilidade - devem ser diluídos ao
máximo/adicionados lentamente
 Escolha do equipamento (homogeneizadores,
“mixers”) - depende da intensidade de agitação
requerida para obter o tamanho de partícula
desejável.
BIBLIOGRAFIA
 PRISTA, Luís Vasco Nogueira; ALVES, António
Correia; ett all; Tecnologia farmacêutica 4a edição;
volume 1. editora fundação Calouste. Portugal.
1996.pg.633
 HIR, A. Le. Noções da Farmácia Galénica; 6a edição;
André editora. São Paulo, 1997.pg.176, 269,379, 407,
426.
 MINISTERIO DA SAUDE. Tecnologia farmacêutica.
Vol.I; 1ª edição. Maputo. 2011.p.g.36;37.

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