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COSMETOLOGIA
Alexandra Allemand
Introdução às formulações
cosméticas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará os principais componentes de uma for-
mulação cosmética, bem como os princípios para associação desses
componentes e quais os fatores que influenciam na sua incorporação.
Em seguida, aprenderá quais são as principais formas farmacêuticas (FF)
dos cosméticos, quais as diferenças entre elas e a indicação de cada uma;
por fim, você conhecerá as formas como as substâncias presentes nos
cosméticos podem permear a nossa pele.
Faixas do pH do corpo
variados, geralmente contendo uma dose única do princípio ativo. Pode ser
formada de gelatina, amido ou outras substâncias (BRASIL, 2011). De acordo
com FERREIRA, 2011, cápsulas são FF, em geral destinadas à administração
por via oral. O conteúdo das cápsulas pode ser de consistência sólida (mistura
de pós), líquida (líquidos anidros) ou semissólida. O invólucro é constituído
de gelatina (cápsulas gelatinosas) ou outro material apropriado, como a hi-
droxipropilmetilcelulose (HPMC), constituinte das cápsulas vegetais. De
acordo com o farmacêutico pesquisador em cosmetologia, o uso de cápsulas
com nutricosméticos é uma boa alternativa para complementar os tratamentos
estéticos tópicos (NUTRICOSMÉTICOS..., 2018).
Bastões ou Sticks são formas cosméticas moldadas, adequadas para a
administração tópica de ativos cosméticos. Têm como vantagens a facilidade
de transporte, podem ser preparados em diferentes tamanhos e formatos para
aplicação em diferentes áreas do corpo, por exemplo. desodorantes (FER-
REIRA, 2011). Os sticks, em sua maioria, são produzidos a partir de substâncias
lipofílicas, como ceras (candelila, cera de abelha, ceras ozoquerita) e óleos
(óleo de rícino, mineral, vegetal) em diversas proporções, que permitam dureza
ou rigidez específicas, mas também apresentem elasticidade suficiente para
resistir a quebra ou rachaduras durante o uso. São exemplos desodorantes,
batons e lapiseiras de maquiagem (ESTÉTICA EXPERTS, 2018).
Sabonete em barra é um FF sólida, com forma variável, derivada da
ação de uma solução de álcali em gorduras ou óleos de origem animal ou
vegetal; é destinado à limpeza e à aplicação na superfície cutânea (BRASIL,
2011). A limpeza da oleosidade e sujidades da pele se deve ao tensoativo que,
nesse caso, é formado pela reação de saponificação dos óleos com a adição
de um alcalinizante, como o hidróxido de sódio ou a neutralização de ácidos
graxos. O sabão é o tensoativo de limpeza mais antigo em uso ainda nos dias
de hoje. Os sabonetes em barra costumam apresentar pH mais alcalino, o que
os tornam mais agressivos a pele, quando comparados aos sabonetes líquidos
ou cremosos (RIBEIRO, 2010).
Adesivo é um sistema destinado a produzir um efeito sistêmico pela difu-
são do(s) princípio(s) ativo(s) em uma velocidade constante, por um período
de tempo prolongado (BRASIL, 2011). Também conhecidos como patches
transdérmicos, esses sistemas permite uma liberação controlada dos ativos
paras as camadas da pele até atingir a circulação sanguínea. Exemplos de
ativos veiculados em patches cosméticos são a cafeína para tratamento da
celulite, o colágeno, o ácido hialurônico e os óleos essenciais (FURLANI;
SILVA; NETZ, 2012).
Introdução às formulações cosméticas 11
https://goo.gl/iL6jkV
Glândula
Fatores cosmetológicos
https://goo.gl/FzahSQ
Introdução às formulações cosméticas 19
Figura 2. Microagulhamento.
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Unidade Ilha, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2012. Disponível em: <http://
siaibib01.univali.br/pdf/Daniela%20Furlani%20e%20Nayara%20da%20Silva.pdf>.
Acesso em: 10 out. 2018.
GOMES, R. K.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 4.
ed. São Paulo: LMP, 2013. 478 p.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.
1056 p.
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Disponível em: <http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/nutri-
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www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-29032010-145411/pt-br.php>. Acesso
em: 10 out. 2018.
SOARES, M. et al. Permeação cutânea: desafios e oportunidades. Revista de Ciências
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em: <http://seer.fcfar.unesp.br/rcfba/index.php/rcfba/article/view/332>. Acesso em:
10 out. 2018.
SOUTOR, C.; HORDINSKY, M. Dermatologia clínica: Lange. Porto Alegre: AMGH; Artmed,
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em: <http://www.revistapolimeros.org.br/doi/10.1590/S0104-14282010005000009>.
Acesso em: 10 out. 2018.
Legislação brasileira de
produtos cosméticos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará a legislação vigente sobre registro e no-
tificação de cosméticos, como estes se classificam para fins de registro,
quais são eles e por que alguns precisam de registro e outros apenas de
notificação. Você aprenderá também qual legislação trata da sua rotulagem,
quais são os dizeres obrigatórios gerais e os produtos que necessitam de
dizeres mais específicos, bem como a importância do Guia para Avaliação
de Segurança de Produtos Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e sua relação com os dizeres de rotulagem.
e cuidados, modo e restrições de uso” (BRASIL, 2015a, p. 7), apenas eles estão
sujeitos ao procedimento de registro. Você pode ver alguns desses produtos
a seguir:
ANEXO VIII
Produtos Grau 2 sujeitos a Registro
1. Bronzeador.
2. Protetor solar.
3. Protetor solar infantil.
4. Gel antisséptico para as mãos.
5. Produto para alisar os cabelos.
6. Produto para alisar e tingir os cabelos.
7. Repelente de insetos.
8. Repelente de insetos infantil.
(BRASIL, 2015a, p. 20–21).
Rotulagem de cosméticos
A rotulagem tem como objetivo estabelecer as informações indispensáveis
que devem figurar nos rótulos dos produtos de higiene pessoal, cosméticos
e perfumes, concernentes a sua utilização, assim como toda a indicação ne-
cessária referente a eles. Ela também não deve conter indicações e menções
4 Legislação brasileira de produtos cosméticos
Aerossóis:
■■ inflamável, não pulverizar perto do fogo;
■■ não perfurar, nem incinerar;
■■ não expor ao sol nem a temperaturas superiores a 50º C;
■■ proteger os olhos durante a aplicação;
■■ manter fora do alcance de crianças.
Neutralizantes, produtos para ondular e alisar os cabelos:
■■ não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado;
■■ manter fora do alcance das crianças.
Agentes clareadores de cabelos e tinturas capilares:
■■ pode causar reação alérgica. Fazer a Prova de Toque;
■■ não usar nos cílios e sobrancelhas;
■■ não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado;
■■ em caso de contato com os olhos, lavar com água em abundância;
■■ manter fora do alcance das crianças.
Tinturas capilares com acetato de chumbo:
■■ não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado;
■■ o uso inadequado pode provocar intoxicação por absorção de chumbo;
■■ aplicar somente no couro cabeludo (cabelos);
■■ depois do uso, lavar as mãos com água em abundância para evitar
a ingestão acidental;
■■ manter fora do alcance das crianças.
Legislação brasileira de produtos cosméticos 7
Depilatórios e epilatórios:
■■ não aplicar em áreas irritadas ou lesionadas;
■■ não deixar aplicado por tempo superior ao indicado nas instruções
de uso;
■■ não usar com a finalidade de se barbear;
■■ em caso de contato com os olhos, lavar com água em abundância;
■■ manter fora do alcance das crianças.
Dentifrícios e enxaguatórios bucais com flúor:
■■ indicar o nome do composto de flúor utilizado e sua concentração
em ppm (parte por milhão);
■■ indicar o modo de uso, quando necessário;
■■ não usar em crianças menores de 06 anos. (somente para enxagua-
tórios bucais).
Produtos antiperspirantes/antitranspirantes:
■■ usar somente nas áreas indicadas;
■■ não usar se a pele estiver irritada ou lesionada;
■■ caso ocorra irritação e/ou prurido no local da aplicação, suspender
o uso imediatamente.
Tônicos capilares:
■■ em caso de eventual irritação do couro cabeludo, suspender o uso.
Os cosméticos para crianças são cada vez mais populares, e o Brasil é um dos maiores
mercados mundiais desses produtos, que incluem maquiagens, esmaltes, sabonetes,
batons, entre outros. As crianças devem utilizar apenas produtos infantis, pois eles são
elaborados respeitando as necessidades específicas dessa faixa etária.
A RDC nº. 15, de 24 de abril de 2015, e suas atualizações dispõem sobre os requisitos
técnicos para a rotulagem de produtos infantis, bem como para sua formulação. Para
saber mais detalhes, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/m3WM92
Legislação brasileira de produtos cosméticos 9
Ensaios pré-clínicos
In vitro
In vivo
Ensaios clínicos
Produtos cosméticos podem necessitar de estudos clínicos em humanos para
que as empresas ofereçam aos consumidores o máximo de segurança, com o
menor risco, garantindo suas melhores condições de uso. A partir das infor-
mações pré-clínicas, deve ser confirmada a evidência de segurança com o uso
por humanos. Essas informações também são importantes para estabelecer
advertências de rotulagem e orientações para o serviço de atendimento ao
consumidor.
https://goo.gl/uEyVMv
Legislação brasileira de produtos cosméticos 13
Introdução
Neste capítulo, você estudará algumas das matérias-primas mais utilizadas
no desenvolvimento de um cosmético, bem como as características e
funções de umectantes, emolientes, espessantes e filtros solares nesse
produto.
Você compreenderá também a importância desses componentes
na fisiologia cutânea, como eles agem na pele; os componentes secun-
dários da formulação, por exemplo, conservantes, corantes, fragrâncias
e antioxidantes, e qual a sua relação com algumas reações cutâneas.
Glycerin x
Propylene glycol x
Sorbitol x
Trehalose x
Lanolin x
Paraffin x X
(Continua)
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 3
(Continuação)
Almond oil x
Cetostearyl alcohol x X
Carboxymethylcellulose (CMC) X
Ethylcellulose (HEC) X
Carbômeros (polycarbophil, X
etc.)
Xanthan gum X
Você deve conhecer a legislação vigente sobre as substâncias permitidas pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produtos de higiene pessoal, cosméticos
e perfumes. Você tem acesso às listas atualizadas nos links a seguir:
https://goo.gl/rLyPXa
https://goo.gl/KK5siz
https://goo.gl/xcThna
https://goo.gl/JiWyGz
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 7
Umectantes
O papel do umectante na pele é hidratação, devido principalmente à sua
propriedade higroscópica, ou seja, pela capacidade de absorção de água
a partir da derme (RIBEIRO, 2010). Substâncias umectantes previnem
a evaporação hídrica por meio da ligação molecular com a água e, no
estrato córneo, há algumas, altamente higroscópicas, que fazem parte do
fator natural de hidratação (FNH) e constituem fontes de matérias-primas
utilizadas em produtos hidratantes, como ureia, lactato de sódio, lactato de
amônio, ácido 2-pirrolidono-5-carboxilico sódico (PCA Na), polietilenoglicol
(PEG), aminoácidos, entre outros. Entretanto, nem todos os umectantes são
integrantes do FNH, por exemplo, glicerina, ácido hialurônico, quitosana
e condroitina.
Dependendo do peso molecular, eles permeiam a pele ou permanecem na
superfície cutânea, formando um filme hidrofílico sobre a camada córnea,
aumentando a retenção de água nessa superfície e podendo ser classificados
como umectantes ativos ou superficiais respectivamente (RIBERO, 2010;
RAWLINGS; HARDING, 2004).
A ureia, comumente utilizada em produtos hidratantes em concentrações
que variam de 3 a 5%, é considerada um umectante ativo, e a glicerina pode
ser usada em concentrações de 1 a 10% como umectante superficial (RIBERO,
2010).
Segundo Lodén et al. (2001), a solução aquosa de glicerina em pele normal
reduz a perda transepidérmica de água por algumas horas; já a aplicação a 20%
em emulsões não proporcionou efeitos significativos. Estudos demonstraram
que não há diferenças relevantes entre ureia e glicerina no tratamento de
dermatites atópicas (LODÉN et al., 2002).
De acordo com Albèr (2015), os mecanismos pelos quais os umectantes
interagem com a pele estão longe de serem totalmente compreendidos, e sua
compreensão pode aumentar as possibilidades de adequar os produtos às várias
anormalidades da pele. Um estudo publicado em 2015 investigou os efeitos de
umectantes de alto (ácido hialurônico) e baixo peso molecular (ureia e glicerol),
suas interações com a água, bem como seu efeito sobre as propriedades de
barreira da camada mais externa da pele, o estrato córneo. Em contraste com
os umectantes de baixo peso molecular, concluiu-se que o ácido hialurônico
(17 kDa) não penetra na barreira da pele devido ao tamanho, além disso, o
estudo mostrou que a ureia e o glicerol melhoram a hidratação da pele.
8 Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas
Emolientes
Os emolientes constituem um tipo de matéria-prima que tem a capacidade
de tornar a pele mais macia e flexível. Representados pelos óleos, sobretudo
os vegetais, eles geram benefícios ao tecido cutâneo, pois são os principais
constituintes das membranas celulares, além de manterem o nível de água
adequado no estrato córneo (SILVA, 2009). Por isso, pode-se considerá-los
agentes hidratantes ou nutritivos, restaurando o equilíbrio fisiológico da pele
e mantendo o filme hidrolipídico.
A função hidratante dos emolientes ocorre por meio da ação mecânica sobre
a pele. Sua propriedade oclusiva impede que a água presente nas camadas da
pele evapore, portanto, pode-se afirmar que eles têm uma ação antidesidra-
tante. Eles auxiliam na impermeabilização da barreira hidrolipídica, o que
resulta em uma maior quantidade de água retida, permitindo a hidratação e
melhora da aparência do estrato córneo. Já a presença da umidade no interior
dessas células córneas mantém a elasticidade, flexibilidade e maciez da pele
(LIPIZENČIĆ; PAŠTAR; MARINOVIĆ-KULIŠIĆ, 2006). Para potencializar o
efeito, os emolientes devem ser aplicados na pele após o banho, pois apreendem
a água no estrato córneo (SILVA, 2009).
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 9
Tensoativos
Nos sistemas biológicos, os efeitos dos tensoativos são complexos, por serem
capazes de interagir com proteínas e lipídios no estrato córneo e, portanto,
levar às alterações na permeabilidade das membranas celulares. Isso é parti-
cularmente relevante, considerando que o estrato córneo é a principal barreira
natural de permeação da pele. Além de reduzirem a tensão superficial, eles
provocam a desnaturação reversível das proteínas da pele e reduzem de modo
marcante a capacidade do tecido subcutâneo de reter água ligada à mem-
brana — essa redução da força da barreira natural aumenta a permeação de
substâncias (FERREIRA, 2011).
Os tensoativos interagem com o estrato córneo e alteram sua estrutura de
forma reversível, causando um desarranjo estrutural lipídico e aumentando
a permeabilidade da pele (SILVA, 2009; RAFEIRO, 2013). Assim, muitos
10 Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas
Filtros solares
Os filtros UV são os ingredientes presentes nos fotoprotetores que apresentam a
capacidade de interagir com a radiação incidente, por meio de três mecanismos
básicos: reflexão, dispersão e absorção.
As principais características dos filtros inorgânicos são a baixa permeação
cutânea e a elevada fotoestabilidade, ou seja, como eles mantêm sua capacidade
fotoprotetora mesmo após longos períodos de radiação solar (SCHALKA;
REIS, 2011). Eles têm baixo potencial alergênico, podendo ser importantes
sobretudo para formulações de produtos infantis para uso diário, indivíduos
com pele sensível e gestantes (RIBEIRO, 2010).
A estrutura química dos filtros orgânicos permite que absorvam os raios
UV nocivos ao ser humano, a radiação com alta energia, convertendo-a em
uma radiação inócua com baixa energia, podendo ser na faixa do visível ou
infravermelho (IV). Portanto, um filtro solar absorve a energia prejudicial
e a transforma em formas não agressivas à pele (RIBEIRO, 2010). O uso
desses filtros químicos está associado aos casos de dermatite de contato e
fotodermatite (LATHA et al., 2016).
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 11
s
ga tas
Radiação UV do sol
l on cur
B as as
s UV ond ond
io e e
Ra VA d A d
U U V
ios os
Ra Rai
Epiderme
Avobenzona Octocrileno
Oxibenzona
Pele
Derme
Bloqueadores físicos Absorventes químicos Base tan
Figura 1. Mecanismo de ação dos filtros solares inorgânicos, óxido de zinco e dióxido de
titânio (ZnO e TiO2), e dos filtros orgânicos, avobenzone, oxybenzone e octocrylene.
Fonte: Hagadorn (2013, documento on-line).
Conservantes
Há alguns anos, a mídia vem alertando os riscos associados ao uso de parabenos
como sistema conservante e, a partir de então, uma série de produtos foram
lançados no mercado com o apelo de parabens free. Grande parte disso se
deve a dois estudos: um de 1998, elaborado por Routledge et al., que descobriu
a atividade estrogênica dos parabenos; e outro de 2004, elaborado por Darbre
et al., que identificou parabenos intactos em tecido canceroso de seio humano.
Esses e outros estudos são criticados por muitos pesquisadores que apontam
vários pontos controversos, entre eles, o fato de que não foram encontradas
taxas de parabenos em tecidos mamários saudáveis, além de inconsistências
levantadas como acúmulo de parabenos em tecidos adiposos, já que 62% deles
são formados por metilparabeno (CHORILLI; SCARPA; CORRÊA, 2007).
A União Europeia (UE) proibiu o uso de cinco parabenos (isopropilpa-
rabeno, isobutilparabeno, fenilparabeno, benzilparabeno e pentilparabeno)
como conservantes em produtos cosméticos e estabeleceu limites máximos de
concentração de 0,14% para butilparabeno ou propilparabeno (ésteres simples
e seus sais), 0,4% para metilparabeno ou etilparabeno (ésteres simples e seus
sais) e 0,8% para a mistura desses quatro ingredientes, em que a soma da
concentração individual de butilparabeno e propilparabeno não pode exceder
0,14% (COSMETIC INGREDIENT REVIEW, 2018). Alinhado à regulamen-
tação internacional, o limite máximo permitido na legislação brasileira para
uso de parabenos em cosméticos é de 0,4% para o ingrediente isolado ou 0,8%
para misturas (BRASIL, 2012a).
Assim como outros componentes das formulações cosméticas, os con-
servantes do tipo parabeno foram alvo de estudo para investigação de causa
potencial de dermatite alérgica de contato. De 2001 a 2008, Svedman et al.
avaliou as taxas de alergia de contato para sete conservantes, e os parabenos
demonstraram o menor nível de alergia entre os pacientes encaminhados com
dermatite (0,5 a 1%). Conservantes como quaternium-15, imidazolidinilureia,
diazolidinilureia, formaldeído, metildibromo glutaronitrila (MDBGN) e me-
tilcloroisotiazolinona (MCI)/metilisotiazolinona (MIT) apresentaram taxas
significativamente mais altas dessa dermatite após o teste de contato. O estudo
concluiu também que as poucas reações apresentadas pelos parabenos foram
atribuídas às peles que já apresentavam um certo grau de irritação, com perda
da função barreira natural (SVEDMAN, 2012).
De acordo com Deza e Giménez-Arnau (2017), os conservantes da classe
das isotiazolinonas são os responsáveis mais comuns pela alergia de contato
na Europa e nos Estados Unidos. Já a prevalência de alergia aos parabenos
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 15
Corantes
Os corantes são substâncias adicionais aos medicamentos, produtos dietéticos,
cosméticos, perfumes, de higiene e similares, saneantes domissanitários e
parecidos, com a finalidade única de corá-las ou de alterar sua cor original e,
em determinados tipos de cosméticos, transferi-la para a superfície cutânea
e anexos da pele (BRASIL, 2012b).
Há dois tipos de substâncias corantes utilizadas: corantes e pigmentos.
Os pigmentos possuem, em geral, tamanho de partícula maior, são insolúveis
em água e empregados em suspensões, já os corantes se tratam de moléculas
solúveis em água, empregados em soluções. Além disso, os pigmentos têm
maior estabilidade química e térmica que os corantes, bem como utilizados
em produtos para maquiagem. Por exemplo: óxido de ferro — preto, vermelho
e amarelo (BRASIL, 2010).
Estudos de toxicologia são rotineiramente realizados por organizações como
a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Administração de Alimentos e
Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e a Comissão Europeia (CE). Com
base no resultado dessa revisão contínua, vários órgãos reguladores em todo
o mundo desenvolvem listas permitidas e restrições ou proibições de uso
de alguns corantes, o que difere de acordo com o país, portanto, o mesmo
corante pode ter um status regulatório diferente em cada território (ROWE;
SHESKET; FUINN, 2009).
A maioria dos corantes utilizados é de origem sintética e, de acordo com
a FDA, pode ser classificada em (BRASIL, 2010):
corantes designados como food, drug and cosmetic (FD&C) podem ser
empregados em alimentos, medicamentos e cosméticos;
corantes designados como drug and cosmetic (D&C) são autorizados
para uso em medicamentos e cosméticos;
corantes D&C de uso externo apresentam emprego restrito aos medi-
camentos e cosméticos aplicados;
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 17
externamente.
Fragrâncias
Existem mais de 3.000 fragrâncias diferentes em cosméticos, que representam
juntamente aos conservantes um grupo de alérgenos mais comum nesses
produtos (GONZÁLEZ-MUÑOZ; CONDE-SALAZAR; VAÑÓ-GALVÁN,
2013). A Associação Internacional de Fragrância (IFRA) lista 3.999 compostos
usados como fragrâncias, entre eles, alguns apresentam estudos relacionados
aos efeitos nocivos à saúde, como câncer, toxicidade reprodutiva, alergias e
sensibilidades (INTERNATIONAL FRAGRANCE ASSOCIATION, 2016).
Um estudo de 2016, realizado nos Estados Unidos, avaliou os efeitos na
saúde de pessoas expostas às fragrâncias. Os participantes relataram uma
extensa lista de efeitos experimentados quando foram expostos, variando de
enxaqueca e asma a problemas gastrintestinais e cardiovasculares (STEINE-
MANN, 2016).
Outros estudos também descrevem esses efeitos adversos ao uso ou à
exposição de fragrâncias, além de ataques de asma, dificuldade respiratória,
problemas neurológicos e dermatite de contato (KIM et al., 2015; ELBER-
LING et al., 2005; MILLQVIST; LÖWHAGEN, 1996; KUMAR et al., 1995;
KELMAN, 2004; CARESS; STEINEMANN, 2004, 2005; JOHANSEN, 2003;
RASTOGI; JOHANSEN; BOSSI, 2007; SEALEY et al., 2015).
Os ftalatos, conhecidos também como diethyl phthalate (DEP) e di-2-
-ethylhexyl (DEHP) phthalate, são responsáveis pelo brilho e pela fixação da
cor de esmaltes e permitem que perfumes durem mais tempo. Já em outros
produtos, tanto para adultos como para crianças e bebês, por exemplo, em hi-
dratantes, spray de cabelo, sabonetes líquidos, antitranspirantes, desodorantes,
condicionadores e xampus, eles dão um aspecto líquido ou de cremosidade.
Estudos relacionam os ftalatos às anormalidades no sistema reprodutivo,
o que proporciona danos em períodos críticos do desenvolvimento e dificulta
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 19
o funcionamento dos órgãos sexuais. Além disso, seu uso está relacionado
à ocorrência de câncer em rins, pulmão e fígado e desenvolvimento de obe-
sidade (KIM; HAN; MOON, 2004; HOLTCAMP, 2012; CHOU et al., 2017;
ROWDHWAL; CHEN, 2018).
Na Europa, o uso dos ftalatos é proibido em cosméticos, além de serem
considerados tóxicos para o sistema reprodutivo. Já no Brasil, desde 2009, são
limitadas as concentrações de ftalatos e seus derivados (não mais que 1% em seu
peso) em copos e garrafas plásticas descartáveis, seguindo a resolução da Anvisa.
A RDC nº. 3, de 2012, estabelece uma lista de componentes de fragrância
identificados como importantes causas de reações alérgicas de contato entre
consumidores sensíveis a fragrâncias e aromas, determinando que a presença
dessas substâncias na formulação seja indicada na composição declarada na
rotulagem do produto, para facilitar sua identificação pelos indivíduos que
não as toleram. Elas devem ser indicadas na rotulagem pela Nomenclatura
Internacional de Ingredientes Cosméticos (INCI) quando sua concentração
exceder 0,001% em produtos sem enxágue e 0,01% naqueles com enxague
(BRASIL, 2012d).
Antioxidantes
O 2,3-terc-butil-4-hidroxianisol (BHA) e o 2,6-diterc-butil-p-creso (BHT)
estão presentes em batons, sombras para os olhos (maquiagem em geral),
cosméticos para os cabelos, protetores solares, desodorantes, antitranspirantes,
perfumes, cremes, medicamentos, motores a óleo, produtos feitos de borracha,
plásticos e alimentos.
Segundo os estudos da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer
(IARC), o BHA pode ser considerado um possível carcinogênico, baseado
em experimentos com animais. Um dos resultados conclui que, combinado
com outros componentes que são possivelmente carcinogênicos, ele induz às
modificações no DNA, iniciando a mutagênese.
Já oBHT, apesar de apresentar o mesmo comportamento do BHA quando
combinado com componentes carcinogênicos, não pode ser considerado como
tal, pois as evidências são limitadas, e os resultados dos experimentos com
animais não oferecem bases suficientes para conclusões. Segundo a IARC, o
BHA se enquadra no grupo 2B, possivelmente carcinogênico; e o BHT no grupo
3, não carcinogênico para humanos (LANIGAN; YAMARIK, 2002). Embora
haja alguns relatos isolados de reações adversas cutâneas, o hidroxitolueno é
geralmente considerado não irritante e não sensitivo nos níveis empregados
como antioxidante (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009).
20 Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas
https://goo.gl/38GgV9
ALANI, J. I.; DAVIS, M. D.; YIANNIAS, J. A. Allergy to cosmetics: a literature review. Der-
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brasileira: volume 2: monografias. 5. ed. Brasília: Anvisa, 2010. 904 p. Disponível em:
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out. 2018.
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tembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741>. Acesso em: 23
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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RE
Nº 572, de 5 de abril de 2002. Anvisa, Brasília, 2002. Disponível em: <http://portal.anvisa.
gov.br/documents/10181/2718376/RE_572_2002_COMP.pdf/586939e7-1a80-4acc-8e47-
7b7203ebd7e8>. Acesso em: 23 out. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC Nº 03, de 18 de janeiro de 2012. Aprova o Regulamento Téc-
nico “LISTAS DE SUBSTÂNCIAS QUE OS PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS
E PERFUMES NÃO DEVEM CONTER EXCETO NAS CONDIÇÕES E COM AS RESTRIÇÕES
Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas 23
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out. 2018.
26 Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Di-
retoria Colegiada – RDC N° 69, de 23 de março de 2016. Dispõe sobre o “REGULAMENTO
TÉCNICO MERCOSUL SOBRE LISTA DE FILTROS ULTRAVIOLETAS PERMITIDOS PARA PRO-
DUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES”. Anvisa, Brasília, 2016. Disponível
em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2863150/RDC_69_2016_COMP.
pdf/5689ac91-e621-45b7-a122-b3163e4b3cc3>. Acesso em: 23 out. 2018.
HOPPE, A. C.; PAIS, M. C. N. Avaliação da toxicidade de parabenos em cosméticos.
Revinter: Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, São Paulo, v. 10,
n. 13, p. 49-70, out. 2017. Disponível em: <http://www.revistarevinter.com.br/autores/
index.php/toxicologia/article/view/301>. Acesso em: 23 out. 2018.
Cálculos básicos aplicáveis
na cosmetologia estética
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará as principais unidades de medidas utiliza-
das para medir e pesar insumos cosméticos, empregadas na expressão
da sua concentração para compreender o significado das porcentagens
nos rótulos, bem como os cálculos de diluição e concentração que
possibilitam a identificação das quantidades de insumos usadas nos
cosméticos.
(Continuação)
Para sólidos:
■■ kg = quilograma.
■■ g = grama.
■■ mg = miligrama.
■■ µg (mcg) = micrograma.
■■ ng = nanograma.
Para líquidos:
■■ L = litro.
■■ mL = mililitro.
■■ µL = microlitro.
Conversões de unidades
Quanto ao sistema métrico de pesos, tendo como base a unidade fundamental
grama, você deve considerar alguns aspectos.
1 L = 1 dm3
1 mL = 1 cm3
1 µL = 1 mm3
Concentração
Em química, a concentração é um indicativo da composição de uma mistura,
geralmente, expressa como a razão entre a quantidade da substância e o volume
da mistura. Portanto, a razão da concentração se trata da relação do soluto
quanto à preparação total e pode ser representada em porcentagem (%).
Pode-se afirmar que a porcentagem é o resultado das frações que possuem
denominadores iguais a 100, por isso, são conhecidas como razões centesi-
mais e representadas pelo símbolo % (SINKO, 2008). Portanto, considera-se
os valores expressos em porcentagem como relativos, conforme mostra o
exemplo a seguir:
Porcento significa partes por 100, por exemplo, 3% seria 3 partes em 100
partes totais. Na porcentagem, dois valores estão envolvidos, e as unidades
padrão são gramas (comumente quando se refere às substâncias sólidas) e
mililitros (em geral, se trata de substâncias líquidas). Portanto, 3% significa
3 g ou 3 mL em 100 g ou 100 mL do produto total.
Cálculos básicos aplicáveis na cosmetologia estética 7
C1 = 30%
Q1 = 200 mL
C2 = ?
Q2 = 350 mL
30 x 200 = C2 x 500 C2 = 12%
Cálculos básicos aplicáveis na cosmetologia estética 9
C1 * Q1 = C2 * Q2
C1 = 10%
Q1 = 60 g
C2 = ?
Q2 = 110 g
10 * 60 = C2 * 110 C2 = 6%
10 mL —— 100 mL
x —— 150 mL
x = 10 * 150 x = 15 mL
100
O correto é g —— mL e não: g —— mL
g —— mL mg —— L
Assista ao vídeo a seguir para conhecer algumas descrições sobre a diluição e quais
as fórmulas mais comuns utilizadas.
https://goo.gl/Vp5NQg
ANSEL, H. C. Cálculos farmacêuticos. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 451 p.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro. Portaria nº 590, de 02 de dezembro
de 2013. Inmetro, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/
legislacao/rtac/pdf/RTAC002050.pdf>. Acesso em: 30 dez. 2018.
FERREIRA, A. O. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. São Paulo: Pharmabooks,
2011. 2 v. 1438 p.
FLORENCE, A. T. Princípios físico-químicos em farmácia. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks,
2011. 690 p.
FREITAS, E. A. Regra de três. Brasília: Secretaria de Educação a Distância do Ministério
da Educação, 2008. 28 p. (Matemática, 2). (Apostila do Curso Técnico em Segurança
do Trabalho). Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_
amb_saude_seguranca/tec_seguranca/matematica/061112_mat_a02.pdf>. Acesso
em: 30 dez. 2018.
SINKO, P. J. Martin: físico-farmácia e ciências farmacêuticas. 5. ed. Porto Alegre: Artmed,
2008. 809 p.
Leitura recomendada
CAMPBELL, J. M.; CAMPBELL, J. B. Matemática de laboratório: aplicações médicas e
biológicas. 3. ed. São Paulo: Roca, 1986. 347 p.
Cosméticos de limpeza
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará os tensoativos, principais matérias-primas
dos cosméticos de limpeza, identificando como eles promovem a limpeza
de pele e cabelos. Também estudará a diferença entre os diferentes tipos,
suas características e seus principais usos, sua relação com o grau de
detergência e os riscos de irritação cutânea. Entenderá a identificação
desses componentes em xampus e sabonetes.
Tensoativos
Os tensoativos constituem uma das principais matérias-primas utilizadas em
cosméticos de limpeza e são um tipo de molécula que apresenta características
hidrofílicas e lipofílicas ao mesmo tempo, uma afinidade tanto pela água
como pela gordura, devido à sua estrutura química que possui uma parte
polar ligada a outra com característica apolar. Para representar esse tipo de
molécula, usa-se tradicionalmente a figura de uma barra (que representa a parte
apolar da molécula, portanto, solúvel em hidrocarbonetos, óleos e gorduras)
e um círculo (que representa a parte polar, solúvel em água), como você pode
observar na Figura 1 (DALTIN, 2011).
2 Cosméticos de limpeza
Tensoativos aniônicos
Eles têm este nome, pois quando são dissolvidos em água, a região polar se
dissocia gerando um ânion, por isso, fornecem íons orgânicos carregados
negativamente. Suas propriedades gerais são de boa solubilidade em água,
bom poder de espuma, boa detergência e boa umectância. Comumente, não
possuem compatibilidade com tensoativos catiônicos em virtude da neutrali-
zação de cargas, constituem a maior classe de tensoativos e a mais utilizada
pela indústria em geral, sendo os principais em sabões, sabonetes, xampus e
detergentes. Os sabões são seus representantes mais conhecidos, substituídos
Cosméticos de limpeza 3
pelos tensoativos sintéticos nos xampus. Eles ainda podem ser divididos
nos seguintes grupos: sulfonatos, sulfatos, alquil-sulfosuccinatos, fosfatos e
sarcosinatos (DALTIN, 2011).
Veja alguns exemplos de tensoativos aniônicos: lauril sulfato de sódio,
lauril éter sulfato de sódio, lauril éter sulfosuccinato de sódio, lauril sulfato
de amônio, lauril sarcosinato de sódio, lauril sulfato de trietanolamina, etc.
Tensoativos catiônicos
Em solução aquosa, tensoativos catiônicos se ionizam e fornecem íons or-
gânicos carregados positivamente. Quando se realiza a lavagem dos cabelos
usando-os, toda a sujidade é retirada, mas também todos os tipos de gordura/
ceras que propiciam a lubrificação dos fios, melhoram o brilho e o caimento.
Eles proporcionam condicionamento e são comumente utilizados na composi-
ção de produtos como condicionadores, máscara capilar e cremes para pentear.
Eles têm também propriedades antiestáticas devido à grande quantidade de
cargas positivas espalhadas em suas moléculas, se ligam às cargas negativas
dos cabelos, protegendo-os e tornando-os mais macios, desembaraçados e
fáceis de pentear (COSTA, 2012).
Geralmente, eles não são compatíveis com os tensoativos aniônicos e
constituem uma classe representada por poucos tensoativos, dominada pelos
sais quaternários de amônio. Hoje, somente há disponibilidade no mercado
brasileiro daqueles baseados no nitrogênio quaternário (DALTIN, 2011).
Seu uso em condicionadores inclui o KDMP (cloreto de alquiltrimetil
amônio), que funciona muito bem na reparação de danos dos cabelos; o DSAC
(cloreto de diestearil amônio), que proporciona elevada maciez; e o CTAC (clo-
reto de cetil trimetil amônio), que atua bem em vários tipos de condicionadores.
Os catiônicos apresentam resultados importantes, especialmente quando são
bem combinados com tensoativos presentes nos xampus.
Veja alguns exemplos de tensoativos catiônicos: cloreto de cetrimônio,
cloreto de behentrimônio, metossulfato de behentrimônio e cloreto de este-
ralcônio (FERREIRA, 2011).
Tensoativos anfóteros
Estes tensoativos fornecem íons orgânicos carregados positiva ou negativa-
mente, dependendo do potencial hidrogeniônico (pH) do meio, comportando-se
como aniônicos ou catiônicos em meio alcalino ou ácido, respectivamente, e
constituem a classe menos utilizada no mercado devido ao alto custo. Em geral,
eles são compatíveis com todas as outras classes e, por terem as duas cargas —
negativa e positiva — na molécula, possuem propriedades de organização com
moléculas de tensoativos aniônico e catiônico que modificam-nas, permitindo
a redução, por exemplo, de sua irritabilidade ocular (FERREIRA, 2011).
Seus tipos que se destacam são as betaínas, entre elas, as derivadas do óleo
de coco. Eles se caracterizam pelo grau de compatibilidade com a pele, reduzem
a irritabilidade dos alquil sulfatados, alquil éter sulfatos e alquil sulfonados,
bem como proporcionam o aumento da viscosidade e a melhor estabilização da
espuma. Por não apresentarem boa detergência, eles não são utilizados como
tensoativo principal em cosméticos de limpeza, mas crescem no segmento de
cosméticos e higiene pessoal como condicionadores (COSTA, 2012).
São exemplos de tensoativos anfóteros: cocoamidopropil betaína, coco-
anfoacetato de sódio, etc.
Fique atento aos nomes dos tensoativos nos rótulos dos cosméticos: eles devem estar
descritos na Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos (INCI):
Lauril sulfato de sódio: sodium lauryl sulfate.
Lauril éter sulfato de sódio: sodium laureth sulfate.
Lauril sulfato de trietanolamina: triethanolamine (TEA) lauryl sulfate.
Dietanolamida de ácido graxo de coco: cocamide diethanolamine (DEA).
Cocoamidopropil betaína: cocamidopropyl betaine.
Detergência
Detergência é a propriedade de limpar e retirar as sujidades e a gordura de
superfícies sólidas, atribuída aos tensoativos. Na superfície da pele, existem
secreções lipofílicas das glândulas sebáceas, resíduos de poeira, corneócitos,
poluição, cosméticos, entre outras substâncias, e por não terem afinidade com
a água, elas não saem facilmente quando em contato. Os tensoativos facilitam
a retirada, pois diminuem a tensão superficial entre a gordura/sujeira e a água,
permitindo que se misturem e promovam a limpeza (RIBEIRO, 2010).
As moléculas do tensoativo em micelas rapidamente ocupam as superfícies
do óleo e do substrato com a água, esse efeito é amplificado por agitação ou
atrito, o que auxilia na retirada da sujidade dessa superfície. Como resultado do
efeito de detergência, há formação de emulsão de sujidade oleosa em água, que
deve ser estável até o enxágue — uma característica importante do aniônico.
Caso essa emulsão não seja estável, ocorre o efeito de redeposição da sujeira
sobre a superfície que já havia sido limpa (DALTIN, 2011).
Portanto, a boa detergência é determinada pelas seguintes etapas: umec-
tação da sujeira pelo detergente, remoção da sujeira da superfície, dispersão
da sujeira na solução detergente, suspensão da sujeira na solução e prevenção
da reposição sobre a superfície (RIBEIRO, 2010).
Espuma
A formação de espuma decorre do processo de agitação da solução ou mistura
aquosa, importante para que ocorra a solubilização dos tensoativos, a redução
do tamanho das gotículas de óleo, a retirada da sujeira e a distribuição das
micelas por todas as parcelas do líquido, garantindo que a detergência e a
emulsão sejam eficientes. Ela se trata de uma consequência do processo, não
é determinante para a detergência, porém, as pessoas geralmente esperam sua
formação abundante e a associam à limpeza. Em produtos como xampus, ela
tem a função de impedir que o tensoativo seja levado mais rápido pela água
do chuveiro e ajuda a arrastar fisicamente as partículas de sujidades sólidas,
mantendo-as suspensas até o enxágue.
A associação popular de espuma à eficiência de lavagem levou os fabricantes
de tensoativos a construir moléculas que a estabilizassem melhor. Os melhores
deles para sua formação rica e estável são os aniônicos, especialmente os
sulfatados, como o lauril sulfato de sódio.
A redução da tensão superficial também é importante para a formação das
bolhas, porque, em soluções de tensão superficial reduzida, pode-se formar
8 Cosméticos de limpeza
Irritabilidade Agressividade
Tensoativo Espuma Detergência
aos olhos aos cabelos
Para conhecer a nomenclatura INCI de cada ingrediente e sua função, acesse o site do
Cosmetic ingredient database (CosIng), o banco de dados de ingredientes cosméticos
da União Europeia, no link a seguir.
https://goo.gl/38GgV9
As emulsões de limpeza de pele são elaboradas como qualquer outra e têm uma fase
oleosa, uma aquosa e um ou mais tensoativos com propriedades emulsificantes. Em
geral, usa-se para remoção de maquiagem, limpeza diária da face ou em clínicas de
estética para o preparo da pele antes de iniciar algum procedimento estético.
A limpeza promovida por esse tipo de produto pode ser realizada pelos componentes
oleosos (mecanismo de arraste), por tensoativos emulsionante ou sintético suave.
Na Figura 2, você pode ver uma representação da limpeza promovida pelo tensoativo.
Leituras recomendadas
HOPPE, A. C.; PAIS, M. C. N. Avaliação da toxicidade de parabenos em cosméticos.
Revinter — Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, São Paulo, v. 10,
n. 3, p. 49–70, out. 2017. Disponível em: <http://www.revistarevinter.com.br/autores/
index.php/toxicologia/article/view/301>. Acesso em: 29 dez. 2018.
SAFE as used. Cosmetic Ingredient Review, Washington, July 2018. Disponível em:
<https://www.cir-safety.org/sites/default/files/S-122017revised072018.pdf>. Acesso
em: 29 dez. 2018.
Cosméticos de hidratação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Os hidratantes podem ser classificados de acordo com o mecanismo de
ação de seus componentes: oclusão, umectação ou hidratação ativa.
Os principais compostos são denominados umectantes higroscópicos,
umectantes filmógenos e emolientes.
Neste capítulo, você aprenderá sobre os umectantes higroscópicos
e filmógenos, as diferenças entre seus mecanismos de ação hidratante,
bem como conhecerá alguns exemplos de utilização em produtos. Logo
em seguida, estudará como os emolientes conferem hidratação à pele
e qual a importância de identificá-los em relação ao seu grau de untuo
sidade e comedogenicidade. Por fim, aprenderá a analisar a eficiência
dos cosméticos a partir da combinação de ativos hidratantes, além de
sua indicação quanto aos diferentes tipos de pele.
Umectantes
São compostos com propriedade higroscópica, ou seja, capacidade de absorver
água. Eles retêm água da formulação e da atmosfera, além de atrair a água
presente na derme. Por meio da ligação molecular com a água, os umectantes
2 Cosméticos de hidratação
Umectantes filmógenos
São aqueles que não permeiam a pele e, portanto, formam um filme hidrofílico
sobre a camada córnea. Tanto a água da formulação como a da atmosfera e da
pele é retida pelo filme, aumentando a retenção de água na superfície cutânea.
Qualquer hidrolisado de proteína, animal ou vegetal, é considerado umectante
filmógeno, por exemplo, a queratina, o colágeno e a elastina (RIBEIRO, 2010).
Polissacarídeos também são umectantes filmógenos. O ácido hialurônico,
por exemplo, é um polissacarídeo natural, principal componente da matriz
extracelular, produzido principalmente por fibroblastos e queratinócitos.
Na camada dérmica, o ácido hialurônico aparece especialmente relacionado
com as microfibrilas de colágeno, fibras colágenas e elásticas. Quando sin-
tetizado pelos queratinócitos, é transferido para o estrato córneo, além disso
está envolvido na estrutura e organização da matriz extracelular e facilita
o transporte de íons e nutrientes e a preservação da hidratação do tecido. A
água na derme vai para a epiderme por meio dos espaços extracelulares, e
a barreira extracelular (rica em lipídeos) impede a fuga da água da camada
granular, fazendo uma reserva adequada e que garante uma hidratação ótima
das camadas da epiderme. Esses processos são cruciais para a manutenção da
hidratação da pele (KIM, 2006). Este ácido hialurônico é muito importante
para manter hidratação natural e o colágeno na pele, o que resulta em uma pele
mais firme, melhor hidratada e mais jovem (GARBUGIO; FERRARI, 2010).
O ácido hialurônico é produzido em sua forma nativa com elevado peso
molecular (> 2.103 kDa), mas também pode ser sintetizado na forma de pequenos
fragmentos. Está presente na maioria dos cosméticos hidratantes, na forma
de hialuronato de sódio, um sal do ácido hialurônico, e as funções exercidas
na pele dependem do peso molecular das diversas formas de hialuronatos de
sódio que existem. As moléculas com alto peso molecular não conseguem
permear, e formam um filme sobre a pele, absorvendo e retendo a água na
superfície da camada córnea (NOBLE, 2002).
Cosméticos de hidratação 3
PCA-Na 1–5%
Lactato de amônio 1–20%
Ureia 1–20%
Hidroxietil ureia 1–5%
Emolientes
Emolientes são compostos empregados nos cosméticos para proporcionar um
efeito hidratante e uma pele mais suave, macia e flexível. São representados
pelos óleos e, dependendo da sua constituição química, podem ser mais hidro-
fílicos, leves e não pegajosos (p. ex., óleos vegetais) ou mais lipofílicos e mais
oleosos ou untuosos (p. ex., vaselina, lanolina, óleo mineral). Desta forma,
os emolientes são considerados agentes hidratantes, capazes de restaurar o
equilíbrio fisiológico da pele e manter o filme hidrolipídico (RIBEIRO, 2010;
LIPIZENČIĆ; PAŠTAR; MARINOVIĆ-KULIŠIĆ, 2006).
Aqueles com propriedades mais untosas hidratam a pele por meio do
mecanismo de oclusão. Eles formam uma barreira superficial, que evita a
evaporação superficial de água; e um filme graxo, que impede a passagem da
água, ou seja, diminui a sua perda transepidermal, aumentando a hidratação
do estrato córneo (Figura 1) (RIBEIRO, 2010).
Com essa propriedade, é possível afirmar que eles têm uma ação antide-
sidratante, pois auxiliam na impermeabilização da barreira hidrolipídica, o
que resulta em uma maior quantidade de água retida, hidratação e melhora
da aparência do estrato córneo. Já a presença da umidade no interior dessas
células córneas mantém a elasticidade, a flexibilidade e a maciez da pele
(LIPIZENČIĆ; PAŠTAR; MARINOVIĆ-KULIŠIĆ, 2006). Os principais
representantes dos emolientes oclusivos são: parafina, óleo mineral, lanolina,
colesterol e ceras vegetais, como carnaúba e candelila (SETHI et al., 2016).
Para potencializar o efeito, os emolientes devem ser aplicados na pele após
o banho, pois apreendem a água no estrato córneo (SILVA, 2009).
Muitos emolientes fazem parte do estrato córneo naturalmente, como as
ceramidas, os ácidos graxos livres e o colesterol, e são considerados nutritivos,
pois ajudam a compensar a deficiência lipídica natural da pele e fortalecem
sua estrutura, melhorando a coesão no cimento intercelular. Eles são capazes
de “preencher” as fendas intercorneocíticas, retendo água nesta camada e
evitando a sua perda, bem como alteração da pele. Essa capacidade hidratante
é alcançada graças ao aumento da coesão entre essas células, que aumenta a
capacidade oclusiva natural da camada córnea (COSTA, 2009).
Os óleos vegetais são amplamente empregados em formulações de uso
tópico, pois têm em sua composição ácidos graxos semelhantes aos encontrados
na epiderme. Os ácidos graxos saturados e de cadeia longa, como esteárico,
linoleico, oleico, ácido láurico e álcoois graxos são encontrados naturalmente
nos óleos de palma e de coco (SETHI et al., 2016).
Outros exemplos de óleos vegetais emolientes muito usados em cosméticos
são os de amêndoas, canola e soja.
Substância Comedogenicidade
Lanolina anidra 0 a 1*
Miristato de isopropila 5
Óleo de argan 0
Óleo de cártamo 0
Óleo de calêndula 1
Óleo de rícino 1
Cera de candelila 1
Cera de carnaúba 1
Óleo de maracujá 1 a 2*
(Continua)
8 Cosméticos de hidratação
(Continuação)
Substância Comedogenicidade
Óleo de cereja 2
Óleo de manga 2
Óleo de amêndoas 2
Óleo de damasco 2
Óleo de cânfora 2
Óleo de prímula 2
Óleo de jojoba 2
Óleo de oliva 2
Óleo de girassol 2
Óleo de abacate 2 a 3*
Óleo de macadâmia 2 a 3*
Óleo de cenoura 3 a 4*
Óleo de coco 4
Óleo de palma 4
Manteiga de cacau 4
Manteiga de karité 0
Pele normal
A pele normal tem textura saudável e aveludada, produzindo gordura em
quantidade adequada, sem excesso de brilho ou ressecamento. Geralmente,
a pele normal apresenta poros pequenos e pouco visíveis. Os processos bio-
lógicos como a queratinização, a descamação, a perda de água, a sudorese e
a secreção de sebo são equilibrados. Portanto, a hidratação também está em
equilíbrio (LOPES et al., 2017).
Pele seca
A perda de água em excesso caracteriza a pele seca, que em geral tem poros
poucos visíveis, pouca luminosidade e é mais propensa à descamação, à ver-
melhidão e ao aparecimento de pequenas linhas e fissuras. A pele seca pode
ser causada por fatores genéticos ou hormonais, como menopausa e problemas
na tireoide e, também, por condições ambientais, como o tempo frio e seco, o
vento e a radiação ultravioleta. Banhos demorados e com água quente podem
provocar ou contribuir para o ressecamento da pele (SBD).
Cosméticos de hidratação 11
A xerose cutânea ou pele seca pode ser uma manifestação secundária a outras condi-
ções dermatológicas, como psoríase e dermatite atópica. Apesar dessas manifestações
também serem beneficiadas pelo uso de hidratantes, elas devem ser diagnosticadas
por um profissional habilitado.
Pele oleosa
A pele oleosa apresenta poros dilatados e maior tendência à formação de
acne, comedões e pústulas (espinhas), devido à maior produção de sebo. Por
esse motivo, ela apresenta um aspecto mais brilhante e espesso. São causas
da pele oleosa: herança genética, fatores hormonais, excesso de sol, estresse e
dieta rica em alimentos com alto teor de gordura (TIPOS..., 2017, documento
on-line; ENDLY; MILLER, 2017).
12 Cosméticos de hidratação
https://goo.gl/qLbLG2
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia para ava-
liação de segurança de produtos cosméticos. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2012. 71 p. Disponível
em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/106351/107910/Guia+para+Avalia%C3%
A7%C3%A3o+de+Seguran%C3%A7a+de+Produtos+Cosm%C3%A9ticos/ab0c660d-
3a8c-4698-853a-096501c1dc7c>. Acesso em: 4 fev. 2019.
COSTA, A. Hidratação cutânea. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 66, n. especial
dermatologia, p. 15–21, abr. 2009. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.
asp?fase=r003&id_materia=3999>. Acesso em: 4 fev. 2019.
COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. 750 p.
DOWNIE, J. B. Understanding Moisturizers and their Clinical Benefits: Selecting an
appropriate moisturizer depends on the vehicle, skin type, and individual needs of
the patient. Practical Dermatology for Pediatrics, [s.l.], v. 6, n. 10, p. 19–22, Sep.–Oct. 2010.
14 Cosméticos de hidratação
Leituras recomendadas
CUIDADOS diários com a pele. Sociedade Brasileira de Dermatologia, Rio de Janeiro,
2017. Disponível em: <http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/cuidados/>. Acesso
em: 4 fev. 2019.
WEHR, R. F. et al. A controlled comparative efficacy study of 5% ammonium lactate
lotion versus an emollient control lotion in the treatment of moderate xerosis. Journal of
the American Academy of Dermatology, St. Louis, v. 25, n. 5, part. 1, p. 849–851, Nov. 1991.
Cosméticos de massagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A massagem é definida como técnicas específicas que utilizam o toque
de forma rítmica e metódica, comprimindo músculos e tecidos, para
promover benefícios estéticos ou terapêuticos com diferentes finalidades
— a maioria delas usa o toque e as mãos. O tipo geralmente empregado
se trata da modeladora, com movimentos de deslizamento, amassamento
e pressão vigorosos sobre a pele. Já a relaxante promove não somente
o relaxamento, como também uma série de benefícios, que podem ser
mecânicos, químicos, reflexos e psicológicos.
Os cosméticos de massagem são geralmente emulsões, contendo
quantidades suficientes de emolientes, substâncias oleaginosas que
têm a finalidade de formar uma película protetora na superfície da pele,
melhorando a hidratação, a proteção e a maciez, bem como promover a
espalhabilidade do produto e o deslizamento das mãos, evitando o atrito
entre a pele de quem aplica e a de quem recebe a massagem.
Neste capítulo, você estudará a formulação de um produto para
massagem, as principais matérias-primas utilizadas, os princípios ativos
incorporados, seus benefícios e como ocorre a permeação dessas subs-
tâncias através da pele.
2 Cosméticos de massagem
Emolientes
As emulsões são sistemas bifásicos formados por dois líquidos imiscíveis,
intimamente dispersos como gotículas por meio de substâncias denominadas
emulsionantes. Essas formulações adquirem viscosidades diferentes, depen-
dendo da concentração do espessante usado e, por isso, se classificam de
acordo com sua consistência em cremes (alta viscosidade), loções cremosas
(média) e leites (baixa). Para a elaboração de cosméticos de massagem, há
mais interesse nos cremes (LEONARDI, 2008; MARTINI, 2009; VANZIN;
CAMARGO, 2011).
Nas formulações de emulsões, há a necessidade de incorporação de subs-
tâncias graxas, ou emolientes, os quais são apolares e, quando aplicados sobre
a pele, provocam suavidade, flexibilidade e amaciamento, diminuindo os sinais
de ressecamento e a coesão entre as células da camada córnea, bem como
auxiliando o estrato córneo a manter sua capacidade de retenção de água na
superfície cutânea. Já as propriedades de um material graxo na pele dependem
de suas características químicas, de acordo com o número de átomos de carbono
em sua cadeia, o número e a localização de duplas ligações e a presença de
grupos funcionais específicos (CORRÊA, 2012; GOMES; DAMAZIO, 2009).
O sensorial dos emolientes é influenciado também pelo tipo de cadeia
carbônica, linear ou ramificada, geralmente as últimas proporcionam sensorial
mais leve. Em relação ao tamanho da cadeia, quanto maior ela for, maior será
a sensação gordurosa (sensorial desagradável e pegajoso). As duplas ligações
na cadeia carbônica dos triglicerídeos permitem que eles permaneçam líquidos
em temperatura ambiente a baixas temperaturas. Quando as duplas ligações
são conjugadas (–C=C-C=C–), o aspecto líquido é mais efetivamente mantido,
porém, sua presença predispõe as substâncias graxas à oxidação e, assim, os
antioxidantes são essenciais em formulações que contêm esses compostos
(CORRÊA, 2012).
As principais classes de substâncias graxas usadas como emolientes são
ácidos graxos, álcoois graxos, ésteres graxos, ceras, hidrocarbonetos e silicones
(REBELLO, 2004; CORRÊA, 2012; SOUZA, 2017).
Um material graxo de baixa massa molecular pode ocasionar uma sensação menos
gordurosa sobre a pele, como o ácido láurico e o mirístico.
Permeação cutânea
A principal barreira que se opõe à entrada de substâncias ativas na pele é a
camada córnea. Devido à composição das membranas celulares em bicamadas
de fosfolipídios, em que suas regiões lipofílicas (capazes de repelir água) ficam
voltadas para o exterior, e a região hidrofílica permanece na parte interna da
Cosméticos de massagem 7
Macadâmica
Cártamo Jojoba
Rosa
Borragem
mosqueta
Óleos
Carreadores
Avelã Sésamo
Amêndoas
Uva
doces
Germe
de trigo
Indicações terapêuticas
Nome botânico Nome popular no sistema nervoso
https://goo.gl/dWJCHJ
14 Cosméticos de massagem
https://goo.gl/ejq6ul
Leituras recomendadas
MATOS, S. P. Cosmetologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. 148 p. (Série Eixos).
MAXWELL-HUDSON, C. Aromaterapia & massagem. 2. ed. São Paulo: Vitória Régia,
2000. 112 p.
MICHALUN, M. V.; MICHALUN, N. Dicionário de ingredientes para cosmética e cuidados
da pele. São Paulo: Cengage Learning; Senac, 2011. 368 p.
SOARES, M. et al. Permeação cutânea: desafios e oportunidades, Revista de Ciências
Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara, v. 36, n. 3, p. 337–348, 2015. Disponível
em: <http://seer.fcfar.unesp.br/rcfba/index.php/rcfba/article/view/332>. Acesso em:
17 dez. 2018.
Cosméticos depilatórios/
epilatórios e pós-depilatórios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A depilação/epilação é a retirada dos pelos indesejáveis do corpo por
meio de métodos como a remoção com pinça, lâminas, ceras ou subs-
tâncias químicas, que ocorre por eles serem considerados inestéticos
em algumas regiões e estarem relacionados a uma maior sensação de
bem-estar, higiene e maciez da pele. Porém, o ato de retirar os pelos
pode gerar alguns inconvenientes, principalmente após o procedimento,
porque a pele sofre um trauma sempre que for depilada/epilada, por
exemplo, sensação de ardência, desidratação, vermelhidão, irritação,
inflamação do folículo piloso e, eventualmente, sangramentos — essas
alterações podem ser intrínsecas ao indivíduo, sobretudo naqueles que
apresentam sensibilidade.
Neste capítulo, você estudará as formulações dos depilatórios/epi-
latórios químicos, os princípios ativos que os contêm, a concentração
de uso, o potencial hidrogeniônico (pH), os mecanismos de ação e as
possíveis reações indesejadas, bem como a composição das formulações
pós-depilatórias, imprescindíveis para a recuperação do tecido após
esses procedimentos.
2 Cosméticos depilatórios/epilatórios e pós-depilatórios
Por exemplo, na região das pernas, a fase anágena tem uma duração aproximada de
19 a 26 semanas, já no couro cabeludo, ela dura de 2 a 6 anos.
Os ativos (vitaminas A, F e D-pantenol, etc.) e os óleos vegetais (p. ex., rosa mosqueta)
atuam como hidratantes e regeneradores de tecido, protegendo da desidratação,
porque recuperam a função de barreira da pele.
Veículos Concentração
Princípio ativo Mecanismo de ação usados de uso (%)
(Continuação)
Veículos Concentração
Princípio ativo Mecanismo de ação usados de uso (%)
https://goo.gl/oKhV72
Cosméticos depilatórios/epilatórios e pós-depilatórios 9
ABRAHAM, L. S. et al. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica
(parte 2). Surgical & Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v. 1, n. 4, p. 178–185, 2009.
Disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/40/Tratamentos-
-esteticos-e-cuidados-dos-cabelos--uma-visao-medica--parte-2->. Acesso em: 5 fev.
2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Câmara Téc-
nica de Cosméticos. Parecer Técnico nº 8, de 1º de novembro de 2005 (atualizado
em 26/7/2006). Anvisa, Brasília, 2006. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/
resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_
mo de =view&p_ p_col _ id= column -1&p_ p_col _count=1& _101_ s trut s _
action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=109197&_101_
type=content&_101_groupId=106351>. Acesso em: 5 fev. 2019.
CORRÊA, M. A. Cosmetologia: ciência e técnica. São Paulo: Medfarma, 2012. 492 p.
COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. p. 600–615.
DELDOTTO, L. et al. Proteína hidrolisada de quinoa no tratamento de cabelos quimi-
camente danificados. Cosmetic & Toiletries, São Paulo, v. 23, p. 36–40, 2011.
GOMES, R. K.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 3.
ed. São Paulo: LMP, 2009. 368 p.
Cosméticos depilatórios/epilatórios e pós-depilatórios 11
HALAL, J. Tricologia e a química cosmética capilar. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning,
2012. 320 p.
LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada. 2. ed. São Paulo: Santa Isabel, 2008. 230 p.
LEONARDI, G. R.; SPERS, V. R. E. Cosmetologia e empreendorismo: perspectivas para a
criação de novos negócios. São Paulo: Pharmabooks, 2015. 568 p.
MARTINI, M. C. Tratado de cosmetologia: estética — cosmética. São Paulo: Andrei,
2009. 272 p.
NOVACOSK, R.; TORRES, R. S. L. A. Atividade Antimicrobiana sinérgica entre óleos
essenciais de lavanda (Lavandula officinalis), Melalauca (Melaleuca alternifólia), Cedro
(Juniperus virginiana), Tomilho (Thymus vulgaris) e Cravo (Eugenia caryophyllata).
Revista Analytica, São Paulo, n. 21, p. 36–39. 2006.
PEREIRA, S.; MACHADO, S.; SELORES, M. Remoção do pelo na adolescência. Nascer e
Crescer, Porto, v. 24, n. 2, p. 70–74, jun. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.mec.
pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0872-07542015000300004&lng=pt&nrm=
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RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks,
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TEDESCO, L. et al. Avaliação antibacteriana do extrato de melaleuca (Melaleuca alterni-
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php/saude/article/view/5172>. Acesso em: 5 fev. 2019.
Leituras recomendadas
AVRAN, R. M. et al. Atlas colorido de dermatologia estética. Rio de Janeiro: McGraw Hill,
2009. 277 p.
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte,
2010. 680 p.
GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos patologias.
3. ed. Barueri: Manole, 2003. 584 p.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.
1054 p.
PROCEDIMENTOS
EM ESTÉTICA
FACIAL
Introdução
As propriedades físico-químicas da pele são de grande importância
para o profissional desenvolver seu trabalho. Nesse sentido, não se
deve visualizar a pele como uma unidade anatômica e histológica
simplesmente, mas, sim, a partir da compreensão de que ela está em
constante e ininterrupta alteração de acordo com os fatores internos e
externos de cada indivíduo.
Neste capítulo, você vai conhecer as características individuais e as
alterações que o envelhecimento acarreta na pele, assim como as técnicas
e os procedimentos utilizados no tratamento das alterações inestéticas
faciais.
2 Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial
As peles mais oleosas são mais espessas. A produção de sebo exacerbada dificulta o
desprendimento das células mortas da camada córnea, levando, assim, mais tempo
para finalizar o processo de renovação celular.
Fototipos cutâneos
A cor da pele é uma composição pigmentos melânicos e sanguíneos que ocorre
graças à predisposição genética e a reações bioquímicas na pele. Sabe-se que
a produção de melanina ocorre nos melanócitos, células que se encontram
em grande maioria na camada basal da epiderme. No interior dos melanó-
citos, estão os melanossomas, que sintetizam e depositam a melanina. Essa
produção é geneticamente determinada, não tendo relação com a quantidade
de melanócitos entre as diferentes raças, mas, sim, com sua capacidade de
produção. Observa-se diferença nos melanossomas: indivíduos de pele negra
possuem melanossomas maiores e dispersos; indivíduos de pele clara, possuem
melanossomas menores e agrupados. (KEDE; SABATOVICH, 2004; RIVITTI,
2014) Outra diferença é a melanina sintetizada: há dois tipos de melanina, a
eumelanina (pigmento marrom ao preto) e a feomelanina (pigmento amarelo ao
vermelho), e a variação da proporção de ambas confere tonalidades diferentes
de pele (HARRIS, 2017).
A classificação dos fototipos cutâneos, feita por Fitzpatrick (Quadro 1)
(Figura 2), é embasada na resposta da pele à exposição aos raios ultravioletas
(UV) em relação à tolerância a queimaduras e à capacidade de bronzeamento
cutâneo (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial 5
Os fototipos de peles mais altos, como V e VI, possuem maior proteção contra os efeitos
deletérios da radiação ultravioleta, pois o maior conteúdo de melanina presente na
pele protege as células contra essas agressões. Porém, apesar de sofrerem menos
com o envelhecimento cutâneo que fototipos mais baixos, eles têm mais tendência
a desenvolver hipercromias e manchas, não extinguindo a possibilidade de formação
de cânceres de pele — por isso a fotoproteção solar é necessária.
Epiderme Derme
Grau Descrição
Grau Descrição
Leitura recomendada
FACCHINETTI, J. B.; SOUZA, J. S. de; SANTOS, K. T. P. Radiofrequência no rejuvenescimento
facial. Revista Id on Line, v. 11, nº. 38, 2017. Disponível em: https://idonline.emnuvens.
com.br/id/article/view/896. Acesso em: 24 abr. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Tratamentos manuais e
eletroestéticos para rosácea
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As alterações da rosácea estão localizadas no rosto, uma área do corpo
totalmente exposta, e geram insatisfação da imagem pessoal, ansiedade,
estresse e, inclusive, depressão. O tratamento estético auxilia no controle
da rosácea, que não tem cura, melhorando a vida das pessoas que são
acometidas por essa condição.
Neste capítulo, você vai conhecer os recursos disponíveis no mercado
para o tratamento da rosácea, vendo suas indicações e contraindicações
e seus mecanismos de ação, de modo a habilitar-se para o cuidado dessa
alteração inestética facial.
Microcorrentes
As microcorrentes (microcurrent electrical neuromuscular stimulation —
MENS) (Figura 1) são correntes elétricas de baixa frequência que trabalham
na faixa de microamperes (μA). O corpo possui uma corrente endógena que
4 Tratamentos manuais e eletroestéticos para rosácea
redução de edemas;
melhora da resposta imunológica;
aumento da filtragem da linfa;
aumento da absorção dos líquidos excedentes;
melhora das trocas metabólicas, nutrição e oxigenação das células;
detoxificação do meio intersticial com a retirada de toxinas;
relaxamento pela liberação de substâncias simpaticolíticos no organismo.
tumores malignos;
tuberculose;
infecções agudas e reações alérgicas agudas;
edemas de origem cardíaca ou renal;
insuficiência renal;
trombose venosa.
regeneração de tecidos;
controle da inflamação e eritema;
melhora do sistema imunológico;
analgesia;
diminuição do edema.
Faixa de
Cor
comprimento Efeitos
da luz
de onda (nm)
Luz infra- 700 nm – 1200 nm Tem ação anti-inflamatória e analgésica
vermelha Ativa fibroblastos
Aumenta a permeação de ativos
Luz 630 nm – 700 nm Tem efeito bioestimulante
vermelha Melhora a regeneração
Tem ação anti-inflamatória
Promove a produção de colágeno e elastina
Aumenta a permeabilidade
Luz âmbar 570 nm – 590 nm Aumenta o fluxo linfático
(amarela) Melhora a textura da pele
Aumenta a síntese de colágeno e elastina
Luz verde 470 nm – 550 nm Inibe o estímulo dos melanócitos que
provocam a hiperpigmentação
Estimula a microcirculação
Contribui para a circulação linfática e redu-
ção do edema
Luz azul 400 nm – 470 nm Tem ação bactericida
Melhora a oxigenação dos tecidos
Contribui para a regeneração
Promove hidratação
Tem efeito clareador
Luz violeta 380 nm – 450 nm Regeneração celular
Aumenta o metabolismo local
Aumenta o nível de hidratação
Melhora a viscoelasticidade da pele
Fonte: Adaptado de Pereira (2013).
Tratamentos manuais e eletroestéticos para rosácea 11
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Tratamentos para olheiras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As olheiras são definidas como disfunções estéticas dermatológicas que
acometem a área dos olhos, gerando o escurecimento dessa região —
mais especificamente, levam ao surgimento de manchas mais escuras
em torno dos olhos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, 2017).
Consequentemente, as olheiras representam incômodos estéticos que
repercutem negativamente na aparência e na autoestima das pessoas,
principalmente porque trazem consigo um aspecto de cansaço e tristeza
que pode afetar negativamente a imagem pessoal. Por isso, mesmo
sendo uma disfunção que não traz danos ao organismo, deve ser tratada,
considerando o acometimento emocional que pode causar.
Neste capítulo, você vai conhecer o mecanismo fisiopatológico de forma-
ção das olheiras, entendendo os mecanismos pelos quais elas surgem. Além
disso, vai ver como avaliar os diferentes tipos de olheiras existentes, os motivos
pelos quais elas surgem e como se apresentam. Para isso, vai conhecer as
principais modalidades terapêuticas estéticas disponíveis para tratamento
das olheiras, incluindo recursos cosméticos, manuais e de eletroterapia.
2 Tratamentos para olheiras
Considerando que as olheiras podem ser influenciadas por uma série de fatores, intrín-
secos e extrínsecos, é essencial que o profissional de estética, antes de realizar o plano
de tratamento, faça uma avaliação detalhada do cliente e questione os principais fatores
que podem estar relacionados ao desenvolvimento ou a piora do quadro das olheiras.
Segundo Araújo e Ferreira (2018), a avaliação das olheiras deve contemplar o histórico
familiar do paciente, a presença de alergias (rinite alérgica ou dermatite de contato),
doenças associadas, uso de medicamentos e hábitos de vida como etilismo, tabagismo,
sono, dentre outros fatores que possam estar envolvidos na fisiopatologia das olheiras.
Olheiras melânicas
Neste tipo de olheiras, a fisiopatologia está relacionada à deposição excessiva
de pigmento de melanina na área dos olhos, promovendo o escurecimento da
região (QUEZADA GAÓN; ROMERO, 2014). Nesse caso, há uma deposição
dérmica de melanina além do esperado, o que é uma das principais causas
de olheiras. Quanto à apresentação clínica, esse tipo de olheiras costuma ter
coloração amarronzada e aparece mais evidente na região infraorbital (Figura
3) (DANTAS, 2013).
6 Tratamentos para olheiras
Olheiras vasculares
Este tipo de olheira é determinado geneticamente e está relacionado a uma
herança familiar autossômica dominante. O escurecimento da área dos olhos,
neste caso, é causado por características especificas da pele do paciente nessa
região, como uma pele excessivamente delgada, com aspecto translúcido, o
que favorece a visualização dos vasos sanguíneos e músculos localizados
logo abaixo da pele.
8 Tratamentos para olheiras
Além disso, algumas pessoas, por questões genéticas, possuem um maior nú-
mero de vasos sanguíneos na região da pálpebra inferior. Como a pele da pálpebra
é extremamente fina, é possível enxergar parte desses vasos por transparência
(FLORIANI, 2020). Nas olheiras vasculares, observa-se, geralmente, um quadro
associado de eritema difuso à visualização de pontos de vasos sanguíneos ou à
visualização de uma rede vascular difusa (QUEZADA GAÓN; ROMERO, 2014).
Em relação ao surgimento dos sintomas, costumam aparecer mais precoce-
mente, ainda na fase de infância ou na adolescência, ao contrário das olheiras
melânicas, que costumam aparecer à medida que se envelhece. Quanto ao
padrão, nas olheiras vasculares, não se percebe mudança na cor da pele da
área dos olhos, como acontece nas olheiras melânicas. Nesse caso, as olheiras
se formam em virtude do escurecimento da pálpebra, causado pela maior
visualização dos vasos sanguíneos locais, e as olheiras costumam ter uma
coloração azul/púrpura/rosa (ARAÚJO; FERREIRA, 2018).
As olheiras vasculares podem, ou não, estar associadas à presença de
edema. A Figura 5, a seguir, mostra um padrão de olheiras vasculares em
que é possível identificar um quadro leve de eritema infraorbital e edema.
Olheiras mistas
As olheiras definidas como mistas são as mais comuns, segundo a Sociedade
Brasileira de Dermatologia (2020), e resultam da combinação de fatores me-
lânicos e de fatores vasculares em um mesmo paciente (QUEZADA GAÓN;
ROMERO, 2014). Vale ressaltar que essa classificação do tipo de olheiras é
extremamente útil para o profissional de estética, considerando que a aborda-
gem terapêutica deverá atender o tipo de olheira apresentado pelo paciente.
Na atualidade, há muitas terapias voltadas para atenuar as olheiras e,
por isso, torna-se essencial reconhecer as principais estruturas e alterações
que fazem parte da patogênese de cada um dos tipos de olheiras, de modo a
escolher a melhor opção terapêutica.
Em relação ao prognóstico de tratamento das olheiras, sabe-se que as
olheiras do tipo melânicas são mais sensíveis aos tratamentos propostos,
enquanto as olheiras vasculares, por apresentarem um componente hereditário
envolvido na maioria dos casos, são menos sensíveis aos tratamentos propostos
(ARAÚJO; FERREIRA, 2018).
caso, pode-se atuar desde na fase inicial da síntese de melanina até na sua
deposição nas camadas mais superficiais da pele. Por isso, são vastamente
empregados ativos cosméticos com propriedades despigmentantes, de modo
a promover o clareamento da pele. Além disso, podem ser utilizadas outras
modalidades, como a realização de peelings químicos, peelings mecânicos e
recursos de eletroterapia, como a carboxiterapia.
Ativos cosméticos
Em relação aos cosméticos empregados no tratamento de olheiras melânicas,
são utilizados cosméticos que tenham em sua composição ativos despigmen-
tantes cujo objetivo é promover um clareamento da pele da região por meio
da redução da hiperpigmentação tecidual.
Contudo, vale ressaltar que esses cosméticos utilizados no tratamento de
olheiras devem ser desenvolvidos especificamente para essa região, consi-
derando que essa área se apresenta com maior sensibilidade e, por isso, as
formulações cosméticas devem levar em conta essa característica (VANZIN,
CAMARGO, 2011).
Segundo Ribeiro (2010), esses ativos podem agir a partir de diferentes
mecanismos no tratamento das hipercromias, como as olheiras, promovendo
a redução da pigmentação. Dentre os mecanismos de ação, pode-se citar:
Vale lembrar que os ativos cosméticos podem estar presentes em formulações cos-
méticas de maneiras associadas, potencializando os efeitos do produto. Além disso,
podem ser encontrados em produtos cosméticos de diferentes formas de apresentação.
Exemplos de formas de apresentação são cremes, loções, sabonete, géis, dentre outras,
de acordo com a finalidade de uso (CHAVEZ; DOREA; PINHEIRO, 2018).
Peeling químico
O uso isolado ou combinado de muitos dos ativos cosméticos utilizados na
modalidade de peeling promoverão uma esfoliação da pele, de natureza quí-
mica. Para isso, são utilizados cosméticos com pH baixo, ácidos, de modo
promover os efeitos terapêuticos.
Nesses casos, a esfoliação promovida pelos peelings químicos busca remover
parte das células localizadas na epiderme e, com isso, reduzir a concentração
de grânulos de melanina que se encontram dentro das células dessa camada
da pele, dispersando a melanina e, com isso, facilitando a despigmentação
das olheiras melânicas.
Em relação ao mecanismo de ação, são utilizados ativos cosméticos especí-
ficos, com pH ácidos, ou seja, menores que 6 na escala de mensuração do pH,
valores de pHs mais baixos que a pele. Esses ativos interagem quimicamente
com a pele por meio de reações químicas que causam níveis variados de lesões
na pele, conforme sua propriedade, seu pH e sua concentração, reduzindo a
adesão entre as células da camada mais externa da epiderme e facilitando a
remoção dessas células em seguida (SMALL, 2014).
Por isso, quando aplicados, esses ativos podem promover uma descamação
da pele, que pode ser de graus variados. Quando aplicados aos casos de olheiras,
os peelings químicos têm como objetivo remover a melanina que se encontra
presente no estrato córneo e na epiderme, no interior dos queratinócitos.
Os ativos cosméticos mais utilizados nos peelings para tratar as olheiras
são ácido tricloroacético, ácido salicílico, ácido glicólico, ácido lático, e ácido
mandélico (OLIVEIRA; PAIVA, 2016).
A concentração de cada um dos peelings depende do ativo utilizado e
também do nível de profundidade do peeling. Por exemplo, o ácido tricloro-
acético, bastante utilizado no tratamento de olheiras, pode ser utilizado em
uma concentração de 10% quando o objetivo é um peeling muito superficial.
Tratamentos para olheiras 13
Microdermoabrasão
Trata-se de um método de esfoliação mecânica da pele com equipamentos
específicos que geram a microdermoabrasão, como o peeling de cristal ou o
peeling de diamante.
No uso da microdermoabrasão pelo peeling de cristal, o equipamento pro-
duz uma pressão positiva sobre a pele, a qual jateia microcristais sobre a pele,
gerando erosão da camada mais externa da epiderme, ao mesmo tempo que
utiliza a pressão negativa para sugar restos celulares e microcristais residuais
de volta para um reservatório no interior do equipamento (BORGES; SCORZA,
2016). Na microdermoabrasão pelo peeling de diamante, o equipamento utiliza
apenas uma pressão negativa, associada a uma lixa diamantada, que serve de
superfície abrasiva. Nesse tipo de microdermoabrasão, durante a movimentação
da manopla sobre a pele, a pele é sugada pela pressão negativa em direção à
superfície abrasiva, gerando a esfoliação (BORGES; SCORZA, 2016).
Em ambas as modalidades de microdermoabrasão, os objetivos de trata-
mento são os mesmos: gerar uma esfoliação mecânica da pele, removendo a
camada mais externa da epiderme e, com isso, induzindo uma maior taxa de
renovação celular. Além disso, dispersa a melanina que se encontra acumulada
na região, auxiliando no tratamento de olheiras melânicas.
A Figura 6, a seguir, mostra a aplicação da microdermoabrasão com peeling
de diamante.
14 Tratamentos para olheiras
Carboxiterapia
Essa modalidade terapêutica se caracteriza pela administração do gás carbônico
(CO2) de forma terapêutica no plano subcutâneo através do uso de agulha. A
aplicação desse gás promove um descolamento da pele da região com afasta-
mento dos tecidos, que passam a ser ocupados pelo gás. Esse deslocamento
induz um trauma físico por meio do trauma imposto pela agulha associado
ao efeito circulatório e de oxigenação a partir do efeito Bohr que o gás pro-
porciona, suficientes para induzir uma cascata de eventos que culminam no
resultado que se almeja no tecido (BORGES, 2010).
Tais condições são favoráveis ao desenvolvimento de processo de cica-
trização, e esse processo induz a síntese de um novo tecido na região, com
novas fibras de colágeno e elastina, que melhoram a sustentação da pele
(OLIVEIRA; PAIVA, 2016).
Nesse caso, a carboxiterapia, considerando esse mecanismo de ação, pode
ser indicada para tratamento de olheiras que cursem com flacidez de pele. Ao
aumentar-se o tônus da pele e reduzir a flacidez, reduz-se também a sobra que
Tratamentos para olheiras 15
a pele faz sobre a região ocular e, com isso, diminui-se o padrão das olheiras
melânicas, principalmente, que são mais comuns em pacientes de maior idade.
Ativos cosméticos
Os ativos cosméticos destinados ao tratamento de olheiras do tipo vascular de-
vem atuar, principalmente, sobre os vasos sanguíneos e linfáticos, melhorando
a circulação local, fortalecendo a parede dos vasos sanguíneos, aumentando a
resistência e reduzindo a fragilidade capilar (RIBEIRO, 2010). Também podem
agir diminuindo o edema local e regularizando a permeabilidade vascular,
impedindo que células sejam perdidas do interior do vaso e que possam causar
deposito de hemossiderina, por exemplo.
A seguir, são apresentados alguns ativos com essas finalidades e o meca-
nismo de ação promovido — além desses ativos, outros ativos que estimulem
a circulação sanguínea e reduzam o edema local podem ser aplicados no
tratamento de olheira vasculares.
Peelings químicos
Os peelings químicos também podem ser benéficos no tratamento de olheiras
vasculares. Dentre eles, indica-se o uso de ativos cosméticos como: ácido
Tratamentos para olheiras 17
Também vale destacar que todo tratamento deve ser complementado com
cuidados dermoestéticos no ambiente domiciliar. No caso das olheiras, esses
cuidados dermoestéticos se relacionam com o uso de ativos cosméticos indi-
cados pelo profissional de estética no ambiente domiciliar e, ainda, cuidados
relacionados ao uso de filtro solar durante o tratamento, evitando piora do
quadro das olheiras.
O tratamento das olheiras pode trazer resultados satisfatórios ao paciente,
mas, para garantir os resultados esperados, é necessário que o profissional
realize uma correta avaliação do cliente e de sua condição inestética de modo
a elaborar um plano de tratamento adequado.
Além disso, todo tratamento de olheiras deve ser associado a orientações
acerca de fatores causais, de modo que, se possível, o paciente possa modificar
hábitos de vida que estejam relacionados ao surgimento ou à piora do quadro
de olheiras, garantindo, desse modo, um atendimento integral, efetivo e,
sobretudo, seguro.
Em relação à proteção solar, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2020) orienta que se faça
utilização de protetores solares com filtros UVA e UBB associados e com fator de proteção
solar mínimo de 30, garantindo, assim, uma proteção adequada à radiação solar.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Tratamento para
flacidez e rítides
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O processo de envelhecimento se caracteriza por uma série de mudanças
inevitáveis que ocorrem gradualmente em nossas vidas. Um dos sistemas
que mais sofre alterações com o envelhecimento é o sistema tegumentar,
que apresenta diversas alterações com o decorrer dos anos. O envelhe-
cimento é variável entre os indivíduos — pode ocorrer de maneira lenta
e gradual ou de maneira mais acelerada.
O mercado da beleza oferece diversos tipos de tratamentos e cosméticos
antienvelhecimento que possuem mecanismos de ação diferentes. Esses
tratamentos são projetados para restaurar o frescor da pele, suavizar linhas de
expressão delicadas, melhorar a uniformidade de textura e cor e evitar flacidez,
estimulando a produção de colágeno e elastina e promovendo efeito tensor
(lifting) — essas ações são conferidas de acordo com o organismo do indivíduo
e o conhecimento do profissional na aplicação e escolha do melhor tratamento.
Neste capítulo, você vai conhecer os tratamentos faciais para flacidez
tissular e muscular e rítides, assim como suas indicações e contraindica-
ções. Além disso, vai ver o mecanismo de ação dos recursos estéticos
usados nos tratamentos faciais para essas questões estéticas.
2 Tratamento para flacidez e rítides
Radiofrequência (RF)
O espectro eletromagnético navega entre ondas longas (rádio) até ondas muito
curtas (raios gama). O equipamento de radiofrequência é uma modalidade tera-
pêutica em que são utilizadas radiações do espectro eletromagnético na ordem de
kilohertz (kHz) a megahertz (MHz) (AGNE, 2004). Os aparelhos disponíveis no
mercado operam na faixa de 0,5 MHz e 1,5 MHz (BORGES; SCORZA, 2016). Por
ser transmitida na forma de ondas eletromagnéticas, com alternância de polaridade,
esta corrente gera calor por conversão tecidual. Esse processo é denominado
diatermia e é utilizado há anos como termoterapia profunda (AGNE, 2004).
De acordo com Agne (2004), a produção de aquecimento é o principal efeito
da transmissão de ondas de alta frequência nos tecidos, e essa conversão de
energia elétrica em energia térmica ocorre de três formas, como você confere
a seguir (TONEDERM, [201-?]).
Eletroestimulação muscular
Os aparelhos de eletroestimulação possuem correntes alternadas simétricas,
senoidais, que oferecem parâmetros na sua configuração, como a intensidade
(mA) necessária para conseguir despolarizar a membrana da célula, a duração
do pulso com o tempo (µs) suficiente para geração do potencial de ação e
um tempo de estímulo (segundos ou minutos) empregado para promover as
respostas pretendidas (analgesia, fortalecimento e relaxamento) (AGNE, 2011).
Dentre os aparelhos de eletroestimulação muscular disponíveis para compra
no mercado, existem duas correntes mais difundidas para uso, a corrente russa
e a corrente aussie.
Microagulhamento
A técnica foi apresentada por Orentreich na década de 1990, com o nome de
“subcisão” e com a finalidade de induzir a produção de colágeno no tratamento
de cicatrizes cutâneas e rugas. Por ser uma técnica que envolve lesão tecidual,
foi denominada TIC (terapia de indução de colágeno, do inglês CIT — Colagen
Induction Therapy) (NEGRÃO, 2015).
Por volta do ano 2000, o cirurgião plástico sul-africano Dermond Fernands
desenvolveu um aparelho adequado para a indução de colágeno, composto por
um cilindro rotativo envolto de microagulhas que permitia abranger diferentes
regiões, de forma rápida e em distintas profundidades conforme o tamanho
de suas agulhas. Foi criado, então, o Dermaroller®, marca registrada e mais
conhecida nos tratamentos de microagulhamento (NEGRÃO, 2015).
O principal objetivo do microagulhamento é a estimulação dos fibroblastos,
mas outro grande benefício é a introdução e a absorção de ativos de uso tópico,
que são mais fácil e rapidamente depositados nas camadas mais profundas da pele.
8 Tratamento para flacidez e rítides
Microcorrentes
As microcorrentes (MENS — Microcurrent Electrical Neuromuscular Stimu-
lation) são modalidades de terapia não invasiva que usam corrente de baixa
amperagem, em microampéres (µA), com alternância de polaridade positiva
e negativa a cada três segundos (BORGES, 2010).
A corrente do aparelho é capaz de atingir desde tecidos mais superficiais
até os mais profundos conforme os ajustes dos parâmetros no equipamento,
modificando a bioeletricidade no corpo, de forma a se restabelecer. Toda
corrente elétrica dentro do organismo faz aumentar a eletricidade endógena,
permitindo que a área corporal com disfunção recupere o que chamamos de
capacitância (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Essa capacitância estará alterada no
processo fisiológico do envelhecimento e na presença de alguma lesão, pois a
passagem da corrente nos tecidos é bloqueada, acarretando impedência elétrica.
Essa, por consequência, prejudica o transporte de nutrientes e oxigênio aos
tecidos e, assim, sinaliza que a produção de ATP (liberação de energia) está
reduzida (SORIANO; PÉREZ; BAQUÉS, 2000).
Cosméticos
São produtos aplicáveis na pele que podem ter objetivos diversos, dadas as
suas formulações e seus princípios ativos. Entretanto, existem diferenças
entre eles que é necessário conhecer para saber orientar seu uso. Há, nesse
sentido, cosmecêuticos para rejuvenescimento, fotoproteção, redução de rugas,
tratamento de manchas, assim como os que realizam a prevenção das lesões
do tecido (DRAELUS, 2005). Esses produtos podem estar associados aos
recursos eletroterápicos e aos métodos de tratamento, assim como são indicados
para uso domiciliar, com a finalidade de manter o tratamento. Para atingir seu
efeito, devem ser usados com disciplina e da forma que o profissional orientar
(LEONARDI, 2008).
O tipo de pele é sempre avaliado pelo profissional, que também deve se
atentar às características dos ativos e suas concentrações na fórmula. Outro
ponto de extrema importância é saber quais ativos podem ser utilizados pela
sua classe profissional, já que alguns não podem ser aplicados por profissionais
da estética. Tendo todas essas informações esclarecidas, fica mais fácil buscar
um produto mais assertivo para cada cliente.
Tratamento para flacidez e rítides 9
Concentração Ativo
2,0% Reproage™
10,0% Argirelox™
■ cálvicie;
■ involução cutânea — aumento do número de fibroblastos e reali-
nhamento das fibras colágenas;
■ estrias.
Indicação para cosméticos antienvelhecimento (AGNE, 2011; BORGES,
2010):
■ cicatrização tecidual;
■ flacidez tissular;
■ tratamento de rítidez (rugas);
■ elasticidade da pele;
■ acne;
■ estrias;
■ pós-laser;
■ lipodistrofias corporais;
■ pós microagulhamento;
■ hipercromias.
Precauções:
■ o profissional deve conhecer e saber todos os parâmetros do equipa-
mento com o qual vai trabalhar a fim de não ter um efeito indesejado
ou até mesmo de não se atingir os objetivos de tratamento;
■ equipamentos devem estar em excelente estado de conservação e
manutenção atualizadas;
■ nunca ligar o equipamento sem a certeza de que a intensidade está zerada;
■ manter eletrodos e fios em perfeito estado;
■ limpar corretamente o equipamento e acessórios por higiene e risco
de infecção;
■ nunca remover eletrodos com a corrente em funcionamento;
■ acoplar corretamente os eletrodos;
■ nunca deixar o paciente sozinho durante os procedimentos;
■ sempre explicar o protocolo ao paciente para que ele saiba o que vai sentir;
■ não economizar em gel, óleos ou cremes;
■ escolher bons produtos.
Contraindicações para microagulhamento (NEGRÃO, 2015):
■ lesões ou feridas expostas;
■ pele bronzeada e/ou queimada devido a exposição solar;
■ pústulas e nódulos actíneos;
■ herpes ativa;
■ histórico de má cicatrização e quelóides;
■ paciente fazendo uso de Roacutan, anti-inf lamatórios e
anticoagulantes;
■ gestantes e lactantes;
■ neoplásicos (em qualquer fase);
■ rosácea ativa;
■ alergia aos ativos usados em associação.
Contraindicações para cosméticos (SOUZA, 2013):
■ alergia a ativos da formulação — por isso é necessário ter produto
antialérgico local e produto calmante.
■ pele bronzeada e/ou queimada devido a exposição solar;
■ herpes ativa;
■ paciente fazendo uso de Roacutan, anti-inf lamatórios e
anticoagulantes;
■ gestantes e lactantes;
■ neoplásicos (em qualquer fase);
■ observar também a associação de tratamentos concomitantes para
avaliar se há ou não a indicação.
Tratamento para flacidez e rítides 13
Radiofrequência (RF)
Seu mecanismo de ação transforma a energia eletromagnética em energia
térmica com a vibração das moléculas de água. A radiofrequência atua sobre
os tecidos de várias formas, causando efeitos térmicos ou atérmicos. Com
relação aos efeitos térmicos, causados pelo aumento da temperatura tecidual
local, podemos citar como principais atividade do sistema nervoso autônomo
a contração do colágeno, o estímulo à síntese de fibras colágenas e a síntese
de mucopolissacarídeos ou glicosaminoglicanas e fibras elásticas, levando ao
espessamento dérmico e melhorando a firmeza e a elasticidade da pele (PONTE;
OLIVEIRA, 2017). Já com relação aos efeitos atérmicos, há mudanças pela
interação com receptores ou canais de membrana celular. A radiofrequência
também acelera a absorção de equimoses e hematomas e promove auxílio no
rompimento de fibroses (SILVA et al., 2014).
Com o uso do equipamento de radiofrequência em temperaturas controladas,
ocorre o estímulo de uma proteína de choque térmico, conhecida como HSP
(Heat Shock Protein), que protege o colágeno do tipo I durante a sua síntese
(AGNE, 2011). A HSP-47 é uma glicoproteína de 47 Kda, conhecida por ser
sintetizada a temperaturas em torno de 42°C e sendo a única molécula com
capacidade de se ligar ao colágeno devido ao estresse. Vale lembrar que a
expressão de HSP47 está relacionada com a idade, de modo que, com o passar
do tempo, ela tende a diminuir. A radiofrequência também promove a indução
de citocinas pró-inflamatórias e interleucina-1 β (IL-1β). Os efeitos térmicos
ativam os fibroblastos, levando à neocalagenização, corroborada por alterações
em seu diâmetro, espessura e periodicidade (AGNE, 2011).
Na flacidez, a principal função que desempenha é provocar a contração
das moléculas de colágeno e elevar a produção de neocolágeno. A temperatura
local deve estar em torno de 38°C a 40°C para que esse efeito ocorra no tecido
(BORGES, 2016).
14 Tratamento para flacidez e rítides
Eletroestimulação muscular
Segundo Borges (2010), as fibras musculares se classificam em:
Para que possamos realizar nossas atividades e movimentos diários, são fundamentais
os músculos, que são compostos de milhares de fibras musculares agrupadas de acordo
com características anatômicas e funcionais. As fibras musculares são divididas entre
fásicas/brancas (fibras de velocidade) e tônicas/vermelhas (sustentação). As contrações
rápidas e vigorosas são realizadas pelo músculo estriado esquelético e acontecem de
forma voluntária (SANTOS, 2011).
Microagulhamento
A injúria provocada pelo procedimento desencadeia perda da integridade do tecido,
dando início a uma nova produção de fibras colágenas com o fim de reparar as
fibras danificadas. Ocorre, também, dissociação dos queratinócitos e liberação
de citocinas ativadas pelo sistema imune, gerando uma vasodilatação no local; os
queratinócitos, então, migram para a região e reestabelecem o tecido lesionado.
Além da resposta fisiológica, as micropunturas facilitam a permeação de ativos no
tecido (LIMA; LIMA; TAKANO, 2013; KLAYN; LIMANA; MOARES, 2013).
O comprimento da agulha está ligado proporcionalmente à resposta in-
flamatória que será gerada no local — quanto maior o comprimento, maior
será a agressão e consequentemente a resposta gerada. Existem diferentes
comprimentos, que vão de 0,2 mm até 3,0 mm (BORGES, 2016).
Como a pele sofre perfurações superficialmente, são criados múltiplos micro-
canais que favorecem a permeação dos ativos cosméticos, possibilitando o drug
delivery (entrega do princípio ativo na camada em que será realizada sua ação no
tratamento das alterações estéticas). Dentre esses ativos de potencialização, temos
a aplicação dos fatores de crescimento, vitamina C, ácido hialurônico, entre outros.
As microlesões formadas na pele induzirão no tecido o processo de reparo
tecidual, que é constituído de três fases. A primeira fase é a inflamatória e tem
origem logo após a lesão, desencadeando um aumento da produção celular prin-
cipalmente de fibroblastos, aumentando a síntese de colágeno, elastina e de ou-
tras substâncias presentes no tecido conjuntivo, restabelecendo a integridade da
pele e promovendo um estímulo na produção de colágeno. Além disso, ocorre a
liberação de fatores quimiotáticos pelas plaquetas que promovem a invasão de
outras plaquetas, neutrófilos e fibroblastos (LIMA; SOUZA; GRIGNOLI, 2015).
16 Tratamento para flacidez e rítides
Microcorrentes
A principal ação da microcorrente é proporcionar aumento na produção de
ATP. Devido a isso, de forma indireta, oportuniza o aumento no transporte de
aminoácidos de maneira interna, elevando a síntese de proteínas. O ATP pode
aumentar em até 500% com correntes entre 100 µA e 500 µA — o aumento da
produção de ATP busca fornecer a energia necessária aos tecidos para aumen-
tar a síntese de proteínas e o transporte de íons. Em resumo, esses processos
são a base do desenvolvimento saudável dos tecidos (RUSENHACK, 2004).
Portanto, a microcorrente é considerada uma corrente fisiológica e ho-
meostática, usada para analgesia e reparo de ossos e tecidos. Nas disfunções
estéticas, estimula a penetração de proteínas no sistema linfático, ativando
o metabolismo, melhorando o tônus tecidual e muscular, desempenhando
o reparo tecidual e até proporcionado melhorias na circulação sanguínea e
linfática (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Os cosméticos possuem cada um seu próprio mecanismo de ação com
base nos ativos que compõem sua fórmula. No Quadro 2, a seguir, você pode
verificar cada ativo e sua respectiva ação no organismo a fim de amenizar e
tratar os sinais do envelhecimento.
Tratamento para flacidez e rítides 17
Forma uma rede fina, coesa, flexível e não oclusiva, com efeito de segunda
Filmexel® pele, que preenche o microrelevo cutâneo e proporciona benefícios de
melhora da radiância e aparência (BAGATIN, 2011).
(Continua)
18 Tratamento para flacidez e rítides
(Continuação)
IGF (fator Ativa a geração de novas células cutâneas, reduzindo e prevenindo linhas
de cres- e rugas, aumenta os níveis de colágeno e elastina e reduz manchas aver-
cimento melhadas (BAGATIN, 2011).
insulínico)
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Procedimentos estéticos em
cirurgias plásticas faciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Devido à crescente busca por cirurgias estéticas, a área da estética tem
atraído para ela novos profissionais, que buscam atuar tanto no pré quanto
no pós-operatório desses procedimentos. Também se tem observado
uma crescente e cada vez mais efetiva integração do esteticista com
outros profissionais da saúde em consultórios e clínicas de cirurgia plástica,
no cuidado pré e, principalmente, no pós-cirúrgico.
O profissional esteticista, nesse contexto, atua de diversas formas,
com a utilização de variados recursos terapêuticos envolvidos nos cui-
dados do paciente de cirurgias plásticas. Na sua formação específica,
o profissional dessa área deverá desenvolver sua aptidão para atender às
diversas situações típicas do cuidado pré e pós-cirúrgico, de modo que
o conhecimento adquirido lhe permita efetuar intervenções seguras e
eficientes.
Neste capítulo, você vai ler sobre os cuidados do pré-operatório
das cirurgias plásticas faciais e sobre os cuidados que se devem ter no
pós-operatório de ritidoplastias e blefaroplastias. Além disso, você será
apresentado às técnicas que são aplicadas durante o pós-operatório de
cirurgias plásticas faciais.
2 Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais
1 Cuidados do pré-operatório
das cirurgias plásticas faciais
De acordo com a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS)
(INTERNATIONAL SOCIETY OF AESTHETIC PLASTIC SURGERY, 2018),
o Brasil encontra-se em segundo lugar no ranking mundial de procedimentos
cirúrgicos de caráter estético. Além disso, tem sido cada vez mais comum
em nossa sociedade a procura precoce por cirurgias de rejuvenescimento que
proporcionem uma harmonização facial de forma natural, de modo a evitar
o estigma da operação.
A abordagem inicial ao preparo do paciente deve ser realizada por uma
equipe multidisciplinar que lhe forneça informações acerca das ações a serem
desenvolvidas, tanto no pré quanto no pós-operatório das cirurgias plásticas.
Pretende-se, dessa forma, reduzir o nível de ansiedade do paciente nos mo-
mentos que antecedem a cirurgia, orientando-o sobre os cuidados adequados
para essa abordagem e para qualquer dificuldade encontrada na recuperação
durante o pós-operatório (ALVES et al., 2007).
A eficiência da cirurgia plástica dependerá não apenas de uma eficiente
intervenção, mas também de cuidados estéticos pré e pós-operatórios, os quis
têm demostrado prevenir possíveis complicações, além de promover resultados
estéticos mais satisfatórios. Sendo assim, é importante que o paciente seja
orientado sobre a importância de um pré-operatório bem feito para que se
obtenha um bom resultado final da cirurgia. E essa orientação é função não
só do médico, mas também do profissional esteticista.
O profissional da área estética vem inovando os procedimentos ambula-
toriais e, se estiver preparado, pode atuar em uma equipe multidisciplinar
composta, por exemplo, de clínico geral, cirurgião plástico, equipe de enfer-
magem, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo e fisioterapeuta (ROMÃO,
2016). Nesse contexto, cabe ao profissional esteticista, entre as atividades
por ele desenvolvidas, a realização de uma avaliação pré-operatória. Con-
forme Façanha (2003), tal avaliação é de fundamental importância para que
o procedimento cirúrgico e o pós-operatório resultem no sucesso esperado.
Isso porque a sua realização vai contribuir tanto emocional (na manutenção
da calma e na diminuição da ansiedade) quanto fisicamente.
Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais 3
Para obter informações sobre cuidados que podem ser adotados em um pré-operatório
visando a diminuir o risco de complicações, assista ao vídeo “Programa Pré-Operatório”,
disponibilizado pelo canal Kurotel Centro Contemporâneo de Saúde e Bem-Estar,
no YouTube.
limpeza de pele;
esfoliação e hidratação cosmética;
hidratação profunda com uso de recursos como ionização, microcor-
rentes, eletroestimulação, alta frequência e eletroporação;
uso de eletroestimulação muscular;
Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais 5
2 Cuidados do pós-operatório
de ritidoplastias e blefaroplastias
Ritidoplastias
Nos últimos anos, as ritidoplastias (ou liftings faciais) têm apresentado contí-
nuas evoluções, bem como visto suas técnicas serem aprimoradas. Atualmente,
elas estão entre as cirurgias mais realizadas por pacientes na faixa etária dos
40 anos, os quais buscam sobretudo o rejuvenescimento e o realce da aparência
facial (TODESCHINI et al., 2006). Para Sampaio e Rivitti (2001), o avanço
da idade e a falta de hábitos de cuidados com a pele trazem prejuízos a ela,
como deformações e o seu envelhecimento.
Segundo Borges (2006), a ritidoplastia é um processo de agressão tecidual.
Dessa forma, mesmo se bem executada, ela pode prejudicar a função dos
tecidos, cabendo ao profissional da área da estética atuar com os recursos
disponíveis para minimizar o problema. A atuação do esteticista no pós-
-operatório pode iniciar logo após o final da cirurgia, aperfeiçoando o resul-
tado cirúrgico, diminuindo as queixas oriundas do processo e acelerando a
recuperação do organismo. Contudo, importa salientar que essa abordagem
exige muitos cuidados, sendo imprescindível a comunicação com a equipe e
o cirurgião plástico.
Para Garrido e Pacetti (2003), a fase pós-operatória inicia com a admissão
do paciente na área de recuperação e termina com a avaliação de seguimento
na unidade clínica; entretanto, esse intervalo de tempo dependerá muito da
liberação médica, pois normalmente a maioria dos atendimentos ocorre na
fase ambulatorial ou domiciliar. Nessa fase, os dados coletados na avaliação
pré-operatória serão utilizados como apoio para a tomada de decisão pelo
profissional esteticista. E uma maior relevância deve ser dada a alguns aspectos,
como a análise da cicatriz, do trofismo cutâneo e muscular, das condições do
edema; além da presença de dor e de alteração de sensibilidade.
6 Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais
Ainda segundo Borges (2006), deve-se destacar que essas ações necessitam
de uma intervenção por parte de um profissional esteticista qualificado, com
domínio das técnicas que vai oferecer, conhecimento dos procedimentos
realizados pelo paciente, interação constante com médico e equipe que o
acompanha no cuidado e, acima de tudo, atitude ética e correta no desenvol-
vimento das atividades.
No pós-operatório de cirurgias de ritidoplastia, sobretudo no primeiro mês
após a intervenção, alguns cuidados devem ser observados. Em muitos casos,
o paciente terá alta hospitalar no dia seguinte à cirurgia, desde que mantenha
os sinais vitais estáveis. Então, ele permanecerá com a face enfaixada por um
período entre 48 e 72 horas, utilizando um “capacete de gaze”, que auxiliará
na contenção de edema inicial e deverá ser removido pelo médico quando
da realização de consulta de retorno. Importa destacar que uma eventual
ocorrência de um pequeno sangramento não deve ser motivo para manipular
os curativos; contudo, se ocorrerem sangramentos maiores e grande inchaço
de forma súbita, o paciente deve ser orientado a procurar rapidamente o seu
médico (BORGES, 2006).
Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais 7
Segundo Oliveira (2017), outro cuidado importante que deve ser adotado
no pós-operatório imediato é a utilização de compressas frias, que podem
ser embebidas em água gelada ou aplicadas como compressas de gelo sobre
a região. Objetivando reduzir o tempo do edema e, ainda, proporcionar uma
analgesia, essas compressas podem ser utilizadas até 6 vezes ao dia, por
aproximadamente 20 minutos, durante a primeira semana de pós-operatório.
Nos primeiros dias, a sensibilidade estará diminuída na região da cirurgia,
havendo um retorno gradativo da percepção tátil, o que pode ser acompanhado
de leve aumento da sensação de dor.
Com relação ao posicionamento, é recomendada a adoção de repouso com
a cabeceira da cama elevada a 45°. Além disso, deve-se evitar abaixar a cabeça
e movimentar a face de forma exagerada; os movimentos devem ser realizados
de modo leve e sem grande amplitude. Para dormir, recomenda-se a posição
em decúbito dorsal (com a cabeceira elevada, como mencionado), evitando
deitar-se de lado, para não comprimir a região operada. Esses cuidados têm
como objetivo evitar a ocorrência de forças tensionais sobre a cicatriz cirúrgica
nesse momento (BORGES, 2006).
Nos casos em que o paciente apresenta uma sensação de “olhos secos”
— recorrente sobretudo quando o procedimento associa alterações nas pál-
pebras —, normalmente é indicado pelo cirurgião o uso de colírio oftálmico.
Havendo manutenção dessa situação de forma inadequada, o paciente deverá
ser orientado a procurar o profissional médico.
A exposição solar deve ser evitada, principalmente no primeiro mês de
pós-operatório, pois uma exposição inadequada poderá propiciar o apareci-
mento de manchas.
Para remover o edema excessivo encontrado no interstício, a realização de
drenagem linfática é uma estratégia de cuidado importante, em geral a partir
do final da primeira semana de pós-operatório.
Os cuidados de higiene devem ser realizados apenas com uso de sabão
neutro, e a lavagem do rosto deve ser feita sempre de forma suave. A lavagem
dos cabelos pode ser realizada somente a partir do segundo ou terceiro dia de
pós-operatório, normalmente após a retirada do capacete de gaze; porém, não
se deve friccionar o couro cabeludo, nem utilizar secadores quentes, pois tais
ações podem danificar a pele. Para pentear os cabelos, recomenda-se o uso
de pentes com dentes afastados ou o uso apenas dos dedos.
8 Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais
Blefaroplastia
Segundo Ishizuka (2012), alterações ao redor dos olhos associadas ao enve-
lhecimento são objeto comum de intervenção por meio de cirurgias plásticas
faciais. Um desses procedimentos é a blefaroplastia, que envolve a retirada de
excesso de pele das pálpebras superiores e a remoção das bolsas de gordura
das pálpebras inferiores.
As complicações decorrentes da blefaroplastia são pouco frequentes e
geralmente transitórias. Envolvem o edema e a dor, que tendem a se resolver
de forma adequada, na maioria dos casos, até o final do 1º mês após o proce-
dimento (CASTRO, 2004).
Importa lembrar que cada paciente é único, cada organismo tem suas par-
ticularidades e cada técnica cirúrgica utilizada apresenta suas especificidades.
Sendo assim, é fundamental respeitar suas características clínicas.
Segundo Borges (2010), a adequada escolha das técnicas de cuidado no pós-
-operatório de cirurgias plásticas está relacionada com o processo de reparo do
tecido cicatricial. A escolha de cada procedimento é orientada pelas alterações
em cada fase de reparo do tecido, sendo esse quadro definido inicialmente
pela avaliação realizada pelo profissional esteticista.
No pós-operatório facial, a intervenção estará baseada em três fases asso-
ciadas ao processo de reparo: na primeira fase, aparecem inchaço e equimoses,
e o tratamento consiste, então, em diminuir esse quadro mediante a ativação
da circulação sanguínea e a oxigenação do tecido operado; na segunda fase,
é indicado combater a instalação de fibrose; e, na terceira, indica-se o uso de
recursos para prevenir ou diminuir a flacidez.
Para Borges (2010), algumas medidas que devem orientar as ações são:
Terapia manual/massagem
A terapia manual por meio da mobilização manual gera tensão no tecido
cicatricial, promovendo uma reorganização dos feixes de colágeno de maneira
natural, com mais elasticidade do que quando não há essa tensão. Tal técnica
é muito indicada para fibroses e aderências, pois nessas situações o colágeno
se deposita de forma desorganizada, e essa forma de terapia, feita em todos
os sentidos, reorganizará os feixes de colágeno.
Outra técnica manual amplamente utilizada pelo profissional esteticista é
a massoterapia. A massagem é capaz de produzir estimulação mecânica nos
tecidos, proporcionando relaxamento, auxílio da circulação venosa e absorção
de substâncias extravasadas nos tecidos. Contudo, durante a fase inicial do
pós-operatório, ela não deverá ser utilizada próxima da região cicatricial; nesse
caso, a massagem poderá ser realizada para relaxamento muscular de regiões
da cintura escapular ou da região cervical. O emprego direto na área da cirurgia
ocorre apenas em uma fase de remodelação, pois, se realizada precocemente,
seus movimentos podem provocar hematomas e outras alterações cicatriciais.
Ultrassom
O ultrassom (US) proporciona, por meio dos seus efeitos térmicos e não
térmicos, um aumento do reparo dos tecidos, do fluxo sanguíneo e da ex-
tensibilidade dos tecidos, bem como a redução de dor e a resolução da lesão.
Segundo Migotto e Simões (2013), no pós-operatório de cirurgias plásticas,
seu uso, fundamentalmente, evita a formação de fibroses.
De preferência, o uso do US deve ser feito com frequência de 3 MHz, na
modalidade pulsada, para estimular o reparo tecidual e prevenir alterações
cicatriciais. Em um tecido que segue as fases de cicatrização normal, deve-
-se ter atenção para não se utilizar a modalidade contínua, especialmente até
a fase proliferativa, pois, nesse caso, a presença de calor será mais elevada,
provocando alterações não satisfatórias.
Segundo Cervásio (2010), no pós-operatório o US pode ser adotado em
associação com a técnica de DLM, uma vez que esse uso conjunto tem apre-
sentado resultados satisfatórios para evitar o aparecimento de fibrose tecidual.
Ha evidências que demonstram a eficácia do US nas diferentes fases do
reparo tecidual. Sua utilização contribui na reabsorção de equimoses, redu-
zindo as chances de formação fibrótica; previne a formação de cicatrizes
hipertróficas e queloides; e, ainda, melhora a nutrição celular, reduzindo o
edema e a dor, consequências da melhora da circulação sanguínea e linfática.
O US, especialmente na fase inflamatória, vai aumentar o número de fibro-
blastos, acelerando a contração da ferida quando utilizado no modo pulsado,
na frequência de 3 MHz e com intensidades abaixo de 0,5 w/cm², objetivando
reparo residual (BORGES, 2010).
14 Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais
Microcorrentes
Para Borges (2010), microcorrentes (MENS) são uma modalidade de eletro-
estimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade na faixa
dos microamperes. Nos pós-operatórios de cirurgias plásticas, as MENS são
frequentemente utilizadas para auxiliar o reparo tecidual, pois permitem uma
melhor organização do tecido cicatricial, além de possuírem propriedades
anti-inflamatórias, antiedematosas e bactericidas.
Esse recurso acelera a síntese proteica de adenosina trifosfato (ATP)
de 300% a 500%, o que incrementa o transporte das membranas e de aminoáci-
dos de 30% a 40%, estimula alterações na cicatrização, libera íons bactericidas
pelo eletrodo e estimula a fagocitose (BORGES, 2010).
Corrente galvânica
Essa modalidade de corrente elétrica de baixa intensidade é usada, conforme
Guirro e Guirro (2010), especificamente sob a forma de iontoforese, que se
caracteriza pela introdução de íons medicamentosos no tecido, com finalidade
terapêutica.
No pós-operatório de cirurgias plásticas, é comum o uso de substâncias com
ação específica, como a dexametasona, devido à sua ação anti-inflamatória;
a hialuronidase, para tratar edemas e fibroses; e o óxido de zinco, para ação
antisséptica (BORGES, 2010). Nos casos em que se optar pelo uso da corrente
galvânica, deve-se atentar aos parâmetros, especialmente a intensidade, pois
se trata de uma corrente polarizada que oferece risco de queimadura química
caso haja mal utilização do equipamento. Além disso, importa lembrar que o
profissional estará lidando com um tecido com alteração de sensibilidade, que
esse recurso auxilia na permeação de ativos polarizados e que todo e qualquer
medicamento deve ter a autorização clínica do médico.
Endermoterapia
Esta técnica consiste no uso da pressão negativa, que realiza uma “sucção” na
pele. Essa pressão, quando aplicada na pele, faz um descolamento do tecido,
auxiliando no tratamento de fibroses e, com isso, promovendo um tecido mais
uniforme. A sua utilização no pós-operatório de cirurgias plásticas deve ser
feita de forma extremamente cautelosa, com ajuste de pressão conforme a
sensibilidade e a fase cicatricial do tecido. Para Borges (2010), a endermoterapia
parece ser muito agressiva aos tecidos em cicatrização.
Procedimentos estéticos em cirurgias plásticas faciais 15
Laser
Abreviação de Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation,
o laser de baixa potência é indicado no pós-operatório de cirurgias plásticas
por auxiliar e acelerar o processo de cicatrização, a diminuição do edema
local, a redução do processo inflamatório, entre outros (OLIVEIRA, 2017).
O laser de baixa potência é considerado um recurso da fototerapia, ele tem
como objetivo o reparo tecidual. Macedo e Oliveira (2010) acrescentam aos
benefícios do seu uso a redução de edemas e fibroses, o aumento da hidratação
e nutrição celular, a biomodulação da cicatrização e da drenagem linfática,
a aceleração da regeneração e da recuperação tecidual, o estímulo à produção
de fibras colágenas e elásticas, a amenização e a prevenção de intercorrências
comuns no processo inflamatório, o estímulo à mitose celular e à reprodução
de fibroblastos, o impedimento e a minimização da formação de queloides e
a hipertrofia cicatricial.
Radiofrequência
Para Agne (2015), a radiofrequência (RF) é um recurso que vem sendo ampla-
mente utilizado em protocolos de pós-operatório de cirurgias plásticas. Essa
modalidade terapêutica converte a energia eletromagnética em efeito térmico.
O efeito Joule é o principal efeito térmico da RF ao atravessar o organismo,
efetuando a produção de calor.
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