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Conteudista
Prof.ª M.ª Thaís Brienza
Revisão Textual
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
OBJETIVO DA UNIDADE
• Conhecimentos para escolha da forma cosmética assertiva adequada para
cada biotipo cutâneo.
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Introdução
A maioria dos interessados por produtos cosméticos tende a observar a compo-
sição química nos rótulos dos produtos. Ao se deparar com tantos nomes com-
plexos, muitos desistem de compreender a importância dessas substâncias na
formulação. É fato que, para a compreensão de todos os compostos químicos
utilizados em cosméticos, deve-se ter anos de estudos, tanto na área da Química
quanto da Cosmetologia. No entanto, para a cosmetologia aplicada, apresenta-
-se uma maneira simples para orientar o profissional quanto aos componentes
químicos de forma geral, com ênfase naqueles que mais o interessam.
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Importante
A apresentação dos princípios ativos após uma ou mais operações
farmacêuticas, executadas com a adição, ou não, de excipientes
apropriados é o que denominamos forma farmacêutica, as nossas
formas cosméticas, que objetivam facilitar a manipulação e obter o
efeito cosmético desejado (COSTA, 2010).
A forma sólida pode ser vista nos cosméticos em pó (talcos, máscaras argilosas,
maquiagens) e cristais de banho. A semissólida é uma forma muito consistente,
em geral, com altos teores de cera. É a forma de batons, sombras cremosas, más-
caras com elevada viscosidade e pomadas capilares.
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Importante
A mistura heterogênea é constituída por substâncias imiscíveis,
sendo possível distinguir os componentes, como no caso cita-
do do esfoliante físico. Nesse produto, vê-se claramente um dos
componentes – ou, pelo menos, sente-se (imaginando uma situa-
ção na qual o agente esfoliante é branco e a base em que ele está
envolvido também). Já a mistura homogênea, também chamada
de solução, é aquela em que os componentes são miscíveis.
Classificação das formas tópicas utilizadas nos produtos cosméticos para a estética:
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Importante
• A/O: emulsão água em óleo. Apresenta menor teor de água e
maior teor de óleo, resultando em sensorial oleoso e secagem
demorada. Forma indicada para produtos de massagem, remo-
vedores de maquiagem e cosméticos com função oclusiva;
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• Loção: é uma solução constituída de água, álcool/água, água/propileno-
glicol, podendo ser chamada de loção tônica, adstringente, calmante, de
acordo com sua ação sobre a pele (REBELLO, 2016);
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• Gel-creme: as emulsões, quando estabilizadas com agentes de consistên-
cia como coloides hidrofílicos (gel) e baixas quantidades de substâncias
oleosas são denominadas creme-gel (Figura 4), que apresenta grande com-
patibilidade com princípios ativos e diferentes tipos de pele, sendo bem
aceitos pelos consumidores, pois apresentam melhor parâmetro relaciona-
do à espalhabilidade e à sensação ao toque (REBELLO, 2016);
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• Aerossol: refere-se a uma suspensão de partículas líquidas ou sólidas em
um gás (Figura 6), bastante utilizada em antitranspirantes, sendo uma apre-
sentação em que o gás propulsor se apresenta bastante estável (COSTA,
2010; RIBEIRO, 2010);
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Figura 7 – Forma cosmética pomada
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: ilustração da forma cosmética pomada, sobre fundo branco. Imagem de uma mão colocan-
do a pomada no dedo. Fim da descrição.
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Figura 8 – Forma cosmética pó
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: ilustração da forma cosmética pó, sobre fundo branco. Imagem de um pó compacto, na
embalagem dourada. Fim da descrição.
Procedimentos Estéticos e
Adequação Cosmética ao
Biotipo Cutâneo
Para que o protocolo estabelecido pelo Profissional de Estética tenha sucesso,
é preciso levar em consideração o biotipo de pele do cliente e sua adequação à
forma cosmética, pois uma escolha errada pode causar danos à pele do paciente
como, por exemplo, a escolha de um cosmético em um veículo extremamente
oleoso para uma pele oleosa.
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seca, que requerem a formulação de veículos com propriedades adequadas às
“necessidades” de cada tipo de pele (STEINER; ADDOR, 2014; COSTA, 2010).
Ao utilizar o creme, a loção cremosa e as pomadas, por serem formas que apre-
sentam componentes oleosos, deve-se ter cuidado com a escolha para peles
oleosas e mistas, devido a seu poder comedogênico. Para peles secas, são for-
mas cosméticas indicadas a esse biotipo de pele (COSTA, 2010).
Os géis e o sérum, por não apresentarem material lipídico, são muito utilizados
em formulações para pele oleosa e acneica, como, por exemplo, compostos re-
frescantes, calmantes e hidratantes (COSTA, 2010).
Em Síntese
Em biotipos de pele que apresentem grande secreção de sebo
(pele oleosa), os veículos utilizados devem apresentar menos
conteúdo lipídico e ingredientes não comedogênicos, sendo que
a aplicação de um veículo não adequado favorece o desenvolvi-
mento da acne. Na pele seca, que apresenta desidratação, com
a perda de elasticidade, faz-se necessária a escolha de veículos
que auxiliem na melhora dessa funcionalidade e que tenham
alto poder de hidratação para repor perda de água em excesso
(COSTA, 2012; REBELLO, 2016).
Saiba Mais
O cuidado na escolha da forma cosmética e dos ingredientes da for-
mulação também deve ser considerado para as diferentes regiões
anatômicas do corpo, como a diferença de um veículo de um produto
para a área dos olhos, que deve ser produzido de acordo com a for-
mulação para peles sensíveis e deve ser considerada a ausência de
perigo no caso de as formulações atingirem os olhos (COSTA, 2012).
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Componentes de uma
Formulação Cosmética
Embora exista uma gama de componentes químicos utilizados em cosméticos,
eles podem ser organizados em quatro grupos: ativos, aditivos, produtos de cor-
reção (ou ajustamento) e veículos (ou excipientes). Assim, os produtos cosméti-
cos podem ser formulados com até quatro tipos básicos de matérias-primas.
Princípio ativo
Em qualquer formulação, seja ela cosmética ou medicamentosa, o princípio ativo
é a substância que tem efeito mais acentuado ou a substância que confere ao
produto a ação final a que se destina. Uma formulação cosmética pode conter
mais de um princípio ativo, cada um com sua finalidade principal.
Excipientes
Já os excipientes, que geralmente constituem a maior parte da formulação, são
definidos como as substâncias adicionadas ao produto a fim de melhorar a sua
estabilidade ou sua aceitação como forma cosmética. Têm a função de estabili-
zar e preservar o aspecto e as características físico-químicas da fórmula cosméti-
ca (ANVISA, 20120; REBELLO, 2016).
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• Conservantes: presentes nas formulações a fim de proteger o produto
cosmético, sendo selecionados conforme seu espectro de ação, podendo
ter ação bactericida e fungicida, devendo apresentar inocuidade e compa-
tibilidade físico-química. Protegem o cosmético de contaminações micro-
bianas e de oxidações indesejáveis, assegurando seu prazo de validade e
oferecendo segurança ao usuário. Podem ser classificados em bactericidas,
fungicidas ou oxidantes (ANVISA, 2012; REBELLO, 2016);
Figura 9 – Corante
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: ilustração do corante, sobre fundo branco. Imagem do corante amarelo despejado na ban-
cada. Fim da descrição.
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• Perfumes/Fragrância: substâncias que, adicionadas aos produtos, con-
ferem um aroma que define a individualidade do produto, compostas de
diversos compostos aromáticos naturais ou sintéticos capazes de impres-
sionar as vias olfativas (Figura 10) (ANVISA, 2012; REBELLO, 2016);
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• Emolientes: substâncias empregadas em produtos cosméticos de uso
tópico, como óleos ou lipídeos, com o objetivo de suavizar ou amaciar a
pele ou, ainda, torná-la mais flexível. A oclusão promovida pelos emolien-
tes diminui a perda transepidermal de água e, assim, aumenta a hidrata-
ção do estrato córneo. Com isso, evita ou atenua o ressecamento da pele
e dos cabelos. O emoliente é responsável pelo toque final do produto
cosmético (ANVISA, 2012);
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Importante
O Profissional de Estética deve consultar a embalagem dos pro-
dutos, na qual constam os ingredientes, para assim identificar os
benefícios agregados ao produto e fazer sua escolha dentre tantos
produtos disponíveis no Mercado (REBELLO, 2016).
Às vezes, um produto feito com êxito no Laboratório (em pequena escala) pode
apresentar características bem diferentes quando produzido em escala industrial.
Por exemplo, para se fazer 1 kg de uma emulsão, usa-se um agitador com determi-
nada velocidade de agitação e certo tempo de resfriamento do produto. Quando a
escala de produção muda para quantidades superiores, a velocidade de agitação e
o tempo de resfriamento do equipamento presente na fábrica não correspondem
exatamente à velocidade e ao tempo do equipamento do Laboratório. Isso pode
ocasionar diferenças nas características do produto final (COSTA, 2012).
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Leitura
O Brasil ocupa o terceiro lugar do mun-
do em gastos com cosméticos. Quer sa-
ber mais? Leia a matéria disponível no
QR Code ao lado.
Assim, cabe ao Profissional de Estética avaliar qual produto atende à sua ne-
cessidade, sendo que tanto os produtos manipulados quanto os industrializa-
dos atendem às exigências de qualidade e segurança do cosmético.
Cosméticos Ionizáveis
Cosméticos ionizáveis são cosméticos que têm polaridade, podendo ser negati-
va (–) ou positiva (+), sendo que todas as informações estão descritas no rótulo
do produto e no modo de ionização.
Dessa forma, tanto os princípios ativos de carga positiva quanto negativa serão
liberados, mas devem ser colocadas sob o eletrodo que apresente a mesma
carga elétrica. Portanto, ativos de valência positiva deverão ser exclusivamen-
te colocados sob o polo positivo, enquanto os de valência negativa somente
no polo negativo. Assim, a interação ativo/campo elétrico proverá força adicio-
nal suficiente para direcionar íons de polaridade semelhante por meio da pele
(OLIVEIRA et al., 2005 apud BARRY, 2002).
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Em Síntese
A permeação de substâncias ionizáveis por difusão passiva é limi-
tada. Assim, a iontoforese constitui uma alternativa para poten-
cializar a transferência de tais substâncias ionizadas, garantindo,
dessa forma, níveis de concentração superiores à difusão passiva.
Em decorrência da eletrorrepulsão, a corrente contínua foi eleita
a fonte preferencial, vez que o fluxo de elétrons é unidirecional e
constante durante o período de aplicação (OLIVEIRA, 2002).
Cosméticos Fotoativáveis
À associação da fototerapia e princípios ativos cosméticos que contenham gru-
pos cromóforos (interagem com a luz no espectro do visível e infravermelho) em
sua estrutura é o que chamamos de cosméticos fotoativados, sendo que o com-
primento de onda específico definido (temos diferentes comprimentos de onda)
deve ser correspondente ao pico de absorção do fotossensibilizante permitindo,
assim, maior estímulo à produção do ATP mitocondrial e a melhores resultados
nos protocolos devido à fotobiomodulação.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
Livros
Cosmetologia
GASPERI. E. N. Cosmetologia I. Indaial: Meta Brasil, 2015.
Leitura
Vídeo
BARRY, B. W. Drug delivery routes in skin: a novel approach, Adv. Drug. Deliv. ver., [s.l.],
n. 54, p. S31-S40, 2002.