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O xampu é formulado com ingredientes que podem ser classificados em três grupos: tenso-

ativos base (primário), responsáveis pela detergência (limpeza), os tenso-ativos adicionais


(secundários) que complementam a ação do tenso-ativo primário e modificam propriedades
físicas (viscosidade, opacidade) e outros aditivos (não tenso-ativos) que têm funções
específicas tais como correção e caráter organoléptico entre outros.

Detergentes são os tenso-ativos primários. Os tenso-ativos secundários são os estabilizadores


de espuma, sobreengordurantes e espessantes. Os estabilizantes são os conservantes,
antioxidantes, reguladores de pH.
Ainda são considerados componentes básicos dos xampus o veículo (geralmente água),
aditivos de atributo estético e os opacificantes (brilho pérola).

Os tenso-ativos são compostos anfifílicos com afinidades por interfaces entre duas fases pouco
miscíveis, diminuindo a tensão interfacial entre as mesmas.
As propriedades dos tenso-ativos são adsorção e acúmulo nas interfaces, redução da tensão
superficial da água; formam micelas, são molhantes, têm ação detergente, formam espuma e
são solúveis em água.

Os tenso-ativos são classificados em iônicos, que se subdividem em aniônicos e catiônicos,


tenso-ativos não iônicos e tenso-ativos anfóteros.
Os tenso-ativos aniônicos primários têm concentração usual de 10 a 35%. Apresentam grupo
polar com carga negativa. São os tenso-ativos mais utilizados. São os responsáveis pela limpeza
dos cabelos e por formar espuma. Têm excelente detergência, ótima umectância, baixa
irritabilidade e alta tolerabilidade.

Os tenso-ativos aniônicos primários estão presentes nos sabões, benezo sulfonatos de alquila,
alqui sulfatos, alqui éter sulfatos e alquil éter sulfosuccinatos.

Dentre os tenso-ativos aniônicos primários, destacamos os alquilsulfatos, cujas principais


características são: baixa irritabilidade, baixa toxicidade, alto poder espumógeno, boa
solubilidade em água, alta reserva de viscosidade, boa solubilidade em água, odor agradável,
completa biodegradabilidade e baixo custo.

Os alquilsulfatos são o lauril sulfato de sódio, lauril sulfato de amônio, lauril sulfato de
trietanolamina e lauril sulfato de monoetanolamina.
O alquil éter sulfato é outro tenso-ativo aniônico primário, cujas características principais são
maior solubilidade e menor poder irritante que os alquisulfatos, etoxilação, redução do poder
espumante e são ligeiramente mais suaves.

São obtidos por reação de sulfatação com posterior neutralização com NaOH, NH4OH e, ainda,
sofrem adição de moléculas de óxido de eteno.
O alquil sulfosuccinato tem excelente poder umectante, produz pouca espuma e baixo poder
detergente. É utilizado associado ao lauril éter sulfato de sódio. Exibe baixo ou nenhum poder
irritante à pele e mucosas. Possui alguma ação condicionadora. É instável em pH muito alto ou
muito baixo.

Os tenso-ativos secundários utilizados na tecnologia de xampus são usados em concentrações


usuais de 1 a 4%. São estabilizantes de espuma, doadores de viscosidade, espessantes de
formulação. Podem ainda ceder condicionamento leve aos fios dos cabelos.

Os tenso-ativos secundários podem ser não iônicos ou anfóteros.


Os tenso-ativos secundários não iônicos promovem: espessamento da formulação, incremento
da estabilidade da espuma, condicionamento leve ao cabelo, sinergia com tenso-ativos
aniônicos para a redução da irritabilidade de pele e mucosa, e ainda promovem a solubilização
de fragrâncias. São tenso-ativos não iônicos secundários as moléculas de: alcanoamidas:
dietanolamidas e monoetanolamidas; alquilglucosídeos: lauril glucosídeo e decil glucosídeo;
álcool láurico etoxilado; laurato de sorbitano etoxilado.

São tensoativos secundários anfóteros as moléculas de: coco betaína, cocoamidopropil


betaína, cocoanfocarboxiglicinato de sódio, entre outras. Suas características são:
espessamento da formulação, incremento da estabilidade da espuma, condicionamento leve
do cabelo, sinergia com tenso-ativos aniônicos para a redução da irritabilidade de pele e
mucosa, seu pH de desempenho melhor é entre 5 e 6.

Além dos tenso-ativos primários e secundários, fazem parte das formulações de xampu um
agente doador de viscosidade, os espessantes. São usados como espessantes: eletrólitos como
cloreto de sódio e de amônia; derivados da celulose (o mais usado em xampu é a
carboximetilcelulose), polímeros sintéticos, dioleato de metil glucose estoxilado, diesterato de
PEG-6000, co-tensoativos e certos tipos de goma como goma xantana e goma guar.

Toda formulação de xampu deve conter conservante, e este deve ser hidrossolúvel, de amplo
espectro e estável na faixa de pH do produto final.
O ajuste de pH destas formulações deve ser feito com agentes acidulantes como ácido cítrico,
ácido fosfórico e lático, e agentes alcalinizantes como AMP-95, hidróxido de sódio. Após
aditivação do produto, reajustar o pH considerando a estabilidade do ativo.

Os agentes perolizantes para dar brilho perolado aos produtos são: ceras perolizantes e
concentrados (bases prontas): diestarato glicólico e cocoamido propil betaína.

As diferenças entre xampus para a mesma finalidade, fabricados por diversas companhias de
produtos de cuidados pessoais, são as fragrâncias e aditivos de especialidade. Óleo de germe
de trigo e pantenol são adicionados, principalmente por razões comerciais, mas parecem
deixar os cabelos mais sedosos e manuseáveis. Outros produtores adicionam silicones,
proteínas hidrolisadas, polímeros quaternizados, extratos vegetais, ativos anticaspa, vitaminas
e mica.

Xampus básicos podem ser escolhidos de diversas fórmulas, dependendo da quantidade de


produção de sebo no couro cabeludo, diâmetro de feixe de cabelos e condição dos cabelos.

O rótulo em geral indica ao consumidor para qual tipo de cabelo o xampu foi projetado.
Algumas empresas alteram as concentrações de detergentes e sobreengordurantes para fazer
fórmulas diversas.

Fonte: artigo do portal educação


https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/sobre-o-xampu/29128

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