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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS VILA VELHA DO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO


SANTO
CURSO DE BIOMEDICINA

CAIO RABELLO
GABRIEL ALMEIDA
KAREN CUNHA
MIKAELLY FRANZIN

PRODUÇÃO DE SABONETE LÍQUIDO


Prática nº 1 (07/06/2022) GRUPO G1

VILA VELHA
JUNHO 2022
CAIO RABELLO
GABRIEL ALMEIDA
KAREN CUNHA
MIKAELLY FRANZIN

Relatório de Atividades Práticas em Laboratório de Fundamentos em


Cosmetologia e Estética

Relatório da aula prática de Fundamentos


em Cosmetologia e Estética ministrada no
Instituto Federal do Espírito Santo no curso de
Biomedicina, como parte das exigências da
disciplina, sob orientação da professora
Marcela Porto Tavares.

Vila Velha
JUNHO 2022
1. Introdução
Houve um intenso consumo de produtos cosméticos nos últimos anos, também
observado em itens como o sabonete líquido. Esse produto é utilizado para higiene
pessoal e lavar pequenos objetos. Composto de uma mistura de reagentes e se difere
do sabão por não ser formado a partir de uma reação de um hidróxido e um ácido
graxo.
Seu poder detergente é caracterizado pela presença de um tensoativo, na maioria
das vezes o lauril sulfato de sódio. Sendo ele acompanhado de outros incrementos a
fim de aprimorar a qualidade e deixá-lo mais atraente aos sentidos do consumidor.
Esses sabonetes possuem formulações semelhantes às de xampus,
diferenciando-se na quantidade de espuma, cremosidade e suavidade à pele.
Qualidades essas que são de extrema valorização, aumentando o teor ativo de agentes
de condicionamento.
Os sabonetes são produtos alcalinos, mas não danificam a pele, porque esta é
capaz de retornar ao pH normal, devido ao mecanismo de tamponamento que possui
(PEYREFITTE et al., 1998). E para melhorar o pH dos sabonetes, detergentes
sintéticos como lauril sulfato de sódio e cocoamidopropil betaína são utilizados na
preparação destes produtos. Além dos glicerídeos a serem saponificados, os
sabonetes podem conter outros aditivos como anti-séptico, hidratante, dentre outros.

2. Objetivos
Tem-se como objetivo principal compreender, através das práticas de laboratório,
como ocorre a produção do sabonete líquido mediante a fabricação do mesmo,
aplicando formulações, etapas e regras necessárias para a sua geração.

3. Materiais Utilizados
Agitador mecânico, Água destilada (Qsp), Balança semi-analítica, Bastão de
vidro, Béquer (50ml e 800ml), Chapa de aquecimento, CocoAmidoPropil Betaína (4%),
Corante lilás, Dietanolamina de ácidos graxos de coco (4%), Edta (0,1%), Espátula
(pão duro), Fragrância (2%), Lauril Éter Sulfato de Sódio (25%), Metilparabeno (0,5%),
NaCl (2%), Propilparabeno (0,3%), Proveta, Vidro de relógio.

4. Procedimento Experimental
Utilizando os componentes citados acima no terceiro tópico, após a realização dos
devidos cálculos descritos no tópico quatro, preparamos o sabonete líquido seguindo
as orientações dadas em aula pela professora Marcela da seguinte forma: pesamos os
componentes da primeira fase (lauril éter sulfato de sódio; cocoamidopropil betaína;
dietanolamida de ácidos graxos de coco) em um béquer de 50mL e homogeneizamos
lentamente com uma espátula; Pesamos os componentes da segunda fase
(metilparabeno e propilparabeno) em um vidro de relógio e dispersamos em
aproximadamente 50mL de água destilada dentro de um béquer de 800mL que fora
levado ao aquecimento na chapa de aquecimento até completa dissolução, após a
dissolução esperamos que o preparo atingisse a temperatura ambiente; Na terceira
fase colocamos o béquer de 800mL no agitador mecânico, adicionamos a solução
preparada na fase 2 (dois) na fase 1 (um) e de maneira lenta acrescentamos a água
destilada para que não houvesse muita espuma, nesse momento acrescentamos o
aroma (verbena) e o corante; Por fim deixamos que essa solução descansar por 24
(vinte e quatro) horas para haver a completa incorporação das fases sem necessidade
de agitação.

5. Resultados e Discussão
Foi produzido 500 ml de sabonete líquido usando a formulação e o procedimento
descritos na parte experimental.
O lauril éter sulfato de sódio é um tensoativo aniônico (detergente) que pode ser
utilizado em associação a outros tensoativos para produzir espessamento, diminuindo
a irritabilidade dérmica e trazendo melhoria do desempenho de limpeza. Atua no
abaixamento da tensão superficial, formação de espuma, promove a

umectação da pele e a emulsificação da sujeira, além de ser ligeiramente mais suave


e solúvel do que seus correspondentes tensoativos.
A cocoamidopropil betaína é um surfactante anfotérico, com propriedades de
formação de espuma, regulador de viscosidade, umectante, condicionador e
anti-estático, sendo usada como tensoativo secundário devido à baixa toxicidade. Ele
possui sinergia com o tensoativo primário (lauril éter sulfato de sódio) o que reduz a
irritabilidade à pele e mucosas e confere um aspecto sensorial agradável.
A dietanolamida de ácido graxo de côco é um tensoativo não iônico, amplamente
utilizado em formulações cosméticas e de higiene pessoal, principalmente em,
sabonetes líquidos por suas propriedades de capacidade sobreengordurante, ajuste da
viscosidade, aumento do poder espumante e solubilização de fragrâncias e óleos.
A essência de verbena confere à formulação um aroma agradável, além da verbena
ter propriedades ansiolíticas e calmantes, auxiliando no estresse e tensão.
O metilparabeno e o propilparabeno são utilizados como conservantes, eliminando
microrganismos e sendo frequentemente utilizados nesse tipo de formulação, por não
serem tóxicos e irritantes.
Os tensoativos são as principais matérias primas, porém, outras substâncias são
adicionadas a fim de conferir aos sabonetes características especiais. A viscosidade,
por exemplo, está relacionada à concentração e ao rendimento do produto. O cloreto
de sódio (NaCl) é o agente espessante mais utilizado, devido à sua eficiência e ao
baixo custo, tendo a capacidade de interagir com os tensoativos
empregados, aumentando a viscosidade.
Em formulações de sabonetes e produtos de higienização pessoal, o Edta evita que
íons cálcio e magnésio sofram precipitação e interfiram na formação de espuma dos
produtos. Sendo relevante para o consumo regional desses produtos, em locais onde a
água é considerada dura, ou seja, possuidora de grande quantidade desses íons,
podendo afetar diretamente a performance do produto.
A essência de verbena confere à formulação um aroma agradável, além da verbena
ter propriedades ansiolíticas e calmantes, auxiliando no estresse e tensão.

A água, um solvente universal, quando adicionada, visa a diluição do tensoativo.


Abaixo resume as funções de cada componente da formulação, a análise sensorial
do produto e os cálculos dos reagentes utilizados.

5.1 Funções dos ingredientes cosméticos da formulação

COMPONENTE FUNÇÃO

Lauril Éter Sulfato de Sódio Surfactante aniônico (ação emulsificante);


Tensoativo aniônico (detergente)

CocoAmidoPropil Betaina Tensoativo secundário (espessamento)

Dietanolamina de ácido graxos de Tensoativo secundário (viscosidade, poder


coco espumante)

Metilparabeno Conservante

Propilparabeno Conservante

NaCl Adjuvante mineral (viscosidade)

Edta Quelante

Água Destilada Solvente

Fragrância Aroma

5.2 Análise Sensorial


● Forma cosmética: sabonete líquido.
● Finalidade do produto: limpeza.
● A qual parte do corpo se destina: sabonete líquido para as mãos.
● Características percebidas: creme com fragrância suave e floral cítrico, cor lilás,
opaco, brilhoso, fórmula fluida/líquida, fácil espalhabilidade, formação de fina
camada na pele.

5.3 Cálculos
● Lauril Eter Sulfato de Sódio (25%)
100% - 500
25% - x
x= 125 ml
● CocoAmidoPropil Betaina (4%)
100% - 500
4% - x
x= 20 ml
● Dietanolamina de ácido graxos de coco (4%)
100% - 500
4% - x
x= 20 ml
● Metilparabeno (0,5%)
100% - 500
0,5% - x
x= 2,5 g
● Propilparabeno (0,3%)
100% - 500
0,3% - x
x= 1,5 g
● NaCl (2%)
100% - 500
2% - x
x= 10 g
● Edta
100% - 500
0,1% - x
x= 0,5 g

● Fragrância (2%)
100% - 500
2% - x
x= 10 ml
● Água destilada (Qsp)
125+20+20+2,5+1,5+10+0,5+10= 189,5
500 - 189= 310,5 ml

6. Conclusão
Na formulação, foi levado em conta as matérias-primas disponíveis no mercado e
suas funções, tendo em mente as características desejadas para o produto final. Sendo
assim, foram sintetizados 500 ml de um produto cujas propriedades visuais, olfativas e
físico-químicas são similares aos produtos existentes no mercado.
De acordo com os resultados obtidos foi possível produzir em laboratório um
sabonete líquido com um aroma floral cítrico, a consistência do sabonete ficou ideal
dada a proposta e a cor não ficou definida corretamente pois os corantes utilizados não
atingiram uma cor límpida e sim sub tons de lilás.

7. Referências
MUNCHEN, Sinara; THIES, Roselei; ADAIME, Martha. Sabonete líquido: uma
abordagem para a Química Orgânica. EX - Experimentação no ensino de Química.
Universidade Federal de Santa Maria. 23 maio 2013. Disponível em:
<https://periodicos.ufba.br/index.php/anaiseneq2012/article/view/7862>. Acesso em: 13
junho 2022

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