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FORMULAÇÕES EM

COSMETOLOGIA

Alexandra Allemand
Cosméticos de limpeza
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os tensoativos aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos.


„„ Relacionar a presença dos tensoativos ao grau de detergência e aos
riscos de irritação cutânea.
„„ Analisar a composição de sabonetes e xampus relacionada ao grau
de detergência.

Introdução
Neste capítulo, você estudará os tensoativos, principais matérias-primas
dos cosméticos de limpeza, identificando como eles promovem a limpeza
de pele e cabelos. Também estudará a diferença entre os diferentes tipos,
suas características e seus principais usos, sua relação com o grau de
detergência e os riscos de irritação cutânea. Entenderá a identificação
desses componentes em xampus e sabonetes.

Tensoativos
Os tensoativos constituem uma das principais matérias-primas utilizadas em
cosméticos de limpeza e são um tipo de molécula que apresenta características
hidrofílicas e lipofílicas ao mesmo tempo, uma afinidade tanto pela água
como pela gordura, devido à sua estrutura química que possui uma parte
polar ligada a outra com característica apolar. Para representar esse tipo de
molécula, usa-se tradicionalmente a figura de uma barra (que representa a parte
apolar da molécula, portanto, solúvel em hidrocarbonetos, óleos e gorduras)
e um círculo (que representa a parte polar, solúvel em água), como você pode
observar na Figura 1 (DALTIN, 2011).
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Figura 1. Representação esquemática de uma molécula de tensoativo com suas partes


apolar e polar.
Fonte: Adaptada de Daltin (2011).

Essas características conferem aos tensoativos a capacidade de alterar a


tensão superficial, o que facilita a limpeza de pele e cabelos, e promove o
desenvolvimento de formulações mais estáveis e uniformes, por exemplo,
o preparo de emulsões, que são formas farmacêuticas caracterizadas por
componentes oleosos e aquosos. Além disso, eles apresentam aspectos como
detergência e formação de espuma, sendo matérias-primas indispensáveis
na formulação de cosméticos como sabonetes e xampus (FERREIRA, 2011).
A polaridade é a principal característica a ser considerada quando se escolhe
um tensoativo para uma determinada aplicação. De acordo com a carga elétrica
da região polar, os tensoativos são classificados em quatro tipos, conforme
você pode ver a seguir.

Tensoativos aniônicos
Eles têm este nome, pois quando são dissolvidos em água, a região polar se
dissocia gerando um ânion, por isso, fornecem íons orgânicos carregados
negativamente. Suas propriedades gerais são de boa solubilidade em água,
bom poder de espuma, boa detergência e boa umectância. Comumente, não
possuem compatibilidade com tensoativos catiônicos em virtude da neutrali-
zação de cargas, constituem a maior classe de tensoativos e a mais utilizada
pela indústria em geral, sendo os principais em sabões, sabonetes, xampus e
detergentes. Os sabões são seus representantes mais conhecidos, substituídos
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pelos tensoativos sintéticos nos xampus. Eles ainda podem ser divididos
nos seguintes grupos: sulfonatos, sulfatos, alquil-sulfosuccinatos, fosfatos e
sarcosinatos (DALTIN, 2011).
Veja alguns exemplos de tensoativos aniônicos: lauril sulfato de sódio,
lauril éter sulfato de sódio, lauril éter sulfosuccinato de sódio, lauril sulfato
de amônio, lauril sarcosinato de sódio, lauril sulfato de trietanolamina, etc.

Tensoativos catiônicos
Em solução aquosa, tensoativos catiônicos se ionizam e fornecem íons or-
gânicos carregados positivamente. Quando se realiza a lavagem dos cabelos
usando-os, toda a sujidade é retirada, mas também todos os tipos de gordura/
ceras que propiciam a lubrificação dos fios, melhoram o brilho e o caimento.
Eles proporcionam condicionamento e são comumente utilizados na composi-
ção de produtos como condicionadores, máscara capilar e cremes para pentear.
Eles têm também propriedades antiestáticas devido à grande quantidade de
cargas positivas espalhadas em suas moléculas, se ligam às cargas negativas
dos cabelos, protegendo-os e tornando-os mais macios, desembaraçados e
fáceis de pentear (COSTA, 2012).
Geralmente, eles não são compatíveis com os tensoativos aniônicos e
constituem uma classe representada por poucos tensoativos, dominada pelos
sais quaternários de amônio. Hoje, somente há disponibilidade no mercado
brasileiro daqueles baseados no nitrogênio quaternário (DALTIN, 2011).
Seu uso em condicionadores inclui o KDMP (cloreto de alquiltrimetil
amônio), que funciona muito bem na reparação de danos dos cabelos; o DSAC
(cloreto de diestearil amônio), que proporciona elevada maciez; e o CTAC (clo-
reto de cetil trimetil amônio), que atua bem em vários tipos de condicionadores.
Os catiônicos apresentam resultados importantes, especialmente quando são
bem combinados com tensoativos presentes nos xampus.
Veja alguns exemplos de tensoativos catiônicos: cloreto de cetrimônio,
cloreto de behentrimônio, metossulfato de behentrimônio e cloreto de este-
ralcônio (FERREIRA, 2011).

Tensoativos não iônicos 


Eles possuem grupos hidrofílicos sem carga ligados à cadeia graxa, não ocorre
liberação de íons quando estão em solução aquosa, são compatíveis com
a maioria das matérias-primas por não apresentarem cargas verdadeiras,
geralmente não reagem com tensoativos aniônicos ou catiônicos, podendo
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ser formulados com qualquer um deles, e constituem a segunda classe mais


utilizada no mercado.
Um dos compostos principais da classe dos tensoativos não iônicos se
trata dos alcanolamidas de ácidos graxos vegetais, que conferem aos xampus
propriedades como sobre-engordurante, espessante, solubilizante de essências
e espumógena, apresentam baixa irritabilidade à pele e aos olhos, mas possuem
baixo poder de espuma e detergência. Devido a esses aspectos, eles são muito
usados em xampus e sabonetes infantis (DALTIN, 2011).
Veja alguns exemplos de tensoativos não iônicos: dietanolamida de ácido
graxo de coco, lauril glicosídeo, decilglucosídeo, etc.

Tensoativos anfóteros
Estes tensoativos fornecem íons orgânicos carregados positiva ou negativa-
mente, dependendo do potencial hidrogeniônico (pH) do meio, comportando-se
como aniônicos ou catiônicos em meio alcalino ou ácido, respectivamente, e
constituem a classe menos utilizada no mercado devido ao alto custo. Em geral,
eles são compatíveis com todas as outras classes e, por terem as duas cargas —
negativa e positiva — na molécula, possuem propriedades de organização com
moléculas de tensoativos aniônico e catiônico que modificam-nas, permitindo
a redução, por exemplo, de sua irritabilidade ocular (FERREIRA, 2011).
Seus tipos que se destacam são as betaínas, entre elas, as derivadas do óleo
de coco. Eles se caracterizam pelo grau de compatibilidade com a pele, reduzem
a irritabilidade dos alquil sulfatados, alquil éter sulfatos e alquil sulfonados,
bem como proporcionam o aumento da viscosidade e a melhor estabilização da
espuma. Por não apresentarem boa detergência, eles não são utilizados como
tensoativo principal em cosméticos de limpeza, mas crescem no segmento de
cosméticos e higiene pessoal como condicionadores (COSTA, 2012).
São exemplos de tensoativos anfóteros: cocoamidopropil betaína, coco-
anfoacetato de sódio, etc.

Grau de detergência e riscos de irritação


cutânea
O grau de detergência, ou de limpeza, dos tensoativos está intimamente relacio-
nado aos riscos de irritação cutânea. Os tensoativos interagem com proteínas
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e lipídios do estrato córneo (EC) levando às alterações na permeabilidade das


membranas celulares e na estrutura do EC de forma reversível causando um
desarranjo estrutural lipídico, aumentando a permeabilidade da pele (SILVA,
2009; RAFEIRO, 2013).
O EC é a principal barreira natural da pele, conferindo características de
proteção contra agentes físicos, químicos, mecânicos e biológicos. Portanto,
as alterações podem gerar alguns efeitos indesejáveis, tornando a pele mais
suscetível às agressões, além de certo grau de irritação cutânea. A redução da
tensão superficial diminui de modo marcante a capacidade do tecido subcutâneo
reter água ligada à membrana (FERREIRA, 2011).
Uma das principais causas de irritação da pele é o uso de cosméticos para
lavagem do corpo, uma vez que eles estão em contato direto com ela, são
amplamente disponíveis e usados, sendo seu grau diretamente proporcional à
extensão da penetração cutânea. Os componentes responsáveis por isso são os
tensoativos, cujo potencial de irritação se determina pelas suas propriedades
químicas e físicas resultantes da estrutura e das interações específicas com
a pele, pois, ao penetrá-la, eles também têm a capacidade de afetar células
em regiões mais profundas. A penetração adicional pode resultar em danos
às membranas celulares e aos componentes estruturais dos queratinócitos,
liberando mediadores pró-inflamatórios (SEWERYN, 2018).
Entre os tensoativos, os catiônicos são mais irritantes que os aniônicos,
e estes mais que os não iônicos (FERREIRA, 2011). Assim, eles estão entre
as matérias-primas responsáveis por dermatite de contato nos usuários de
produtos de limpeza (GONZÁLEZ-MUÑOZ; CONDE-SALAZAR; VAÑÓ-
-GALVÁN, 2014).
As reações relacionadas aos cosméticos são imediatas ou acumulativas,
como no caso de tensoativos. A irritação pode ser definida como a intolerância
local que se restringe à área de contato direto com o produto, correspondendo
às reações de desconforto menores, como também àquelas mais ou menos
agudas, variando sua intensidade desde ardor, coceira, pinicação até corrosão
e destruição do tecido (CHORILLI; SCARPA; CORRÊA, 2007).
Mesmo tendo um potencial irritativo, os tensoativos são considerados
seguros de acordo com o Cosmetic Ingredient Review (CIR). O único que
apresenta alguma ressalva quanto ao uso é o lauril sulfato de amônio, quando
utilizado em produtos destinados ao contato prolongado com a pele, sendo
que suas concentrações não devem exceder 1% nesse caso (CIR).
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Fique atento aos nomes dos tensoativos nos rótulos dos cosméticos: eles devem estar
descritos na Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos (INCI):
„„ Lauril sulfato de sódio: sodium lauryl sulfate.
„„ Lauril éter sulfato de sódio: sodium laureth sulfate.
„„ Lauril sulfato de trietanolamina: triethanolamine (TEA) lauryl sulfate.
„„ Dietanolamida de ácido graxo de coco: cocamide diethanolamine (DEA).
„„ Cocoamidopropil betaína: cocamidopropyl betaine.

Detergência e formação de espuma dos


sabonetes e xampus
O sabão é o representante mais conhecido dos aniônicos e considerado o ten-
soativo de limpeza mais antigo e usado ainda nos dias atuais. Seu tensoativo
se forma por meio da reação de saponificação dos óleos pela adição de um
alcalinizante, como hidróxido de sódio ou neutralização dos ácidos graxos
(RIBEIRO, 2010). A gordura animal possui triglicérides que, na presença
da soda cáustica e sob aquecimento, se decompõem em ácidos graxos, neu-
tralizados em uma reação que gera um sal de ácido graxo (o sabão) e água,
conhecida como saponificação (DALTIN, 2011).
Os sabonetes podem ser classificados dependendo do tipo de tensoativo.
Aqueles em barra regulares, por exemplo, são preparados a partir do sabão com
gordura ou óleo de origem animal ou vegetal e costumam apresentar pH mais
alcalino (pH 9–12), o que o torna mais agressivo à pele, quando comparados
aos líquidos ou cremosos. Já os do tipo Combo/Combars (combination bars),
Syndet (syntetic detergent) e glicerinados são feitos com uma mistura de
sabão e tensoativo sintético, associada à sua alcalinidade, a alta detergência
os torna mais irritantes para a pele.
Os sabonetes líquidos, por sua vez, são formulações muito semelhantes ao
xampu, elaboradas a base de tensoativos sintéticos. Uma das suas vantagens,
em comparação aos sabonetes em barra e Combar, é o pH neutro ou levemente
ácido (5–7), próximo ao fisiológico. Pode-se incorporar os mais variados
ativos, como extratos vegetais, proteínas, emolientes, etc. que proporcionam
efeitos adicionais aos da limpeza. Quando estiverem opacificados, eles são
denominados cremosos (RIBEIRO, 2010).
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Detergência
Detergência é a propriedade de limpar e retirar as sujidades e a gordura de
superfícies sólidas, atribuída aos tensoativos. Na superfície da pele, existem
secreções lipofílicas das glândulas sebáceas, resíduos de poeira, corneócitos,
poluição, cosméticos, entre outras substâncias, e por não terem afinidade com
a água, elas não saem facilmente quando em contato. Os tensoativos facilitam
a retirada, pois diminuem a tensão superficial entre a gordura/sujeira e a água,
permitindo que se misturem e promovam a limpeza (RIBEIRO, 2010).
As moléculas do tensoativo em micelas rapidamente ocupam as superfícies
do óleo e do substrato com a água, esse efeito é amplificado por agitação ou
atrito, o que auxilia na retirada da sujidade dessa superfície. Como resultado do
efeito de detergência, há formação de emulsão de sujidade oleosa em água, que
deve ser estável até o enxágue — uma característica importante do aniônico.
Caso essa emulsão não seja estável, ocorre o efeito de redeposição da sujeira
sobre a superfície que já havia sido limpa (DALTIN, 2011).
Portanto, a boa detergência é determinada pelas seguintes etapas: umec-
tação da sujeira pelo detergente, remoção da sujeira da superfície, dispersão
da sujeira na solução detergente, suspensão da sujeira na solução e prevenção
da reposição sobre a superfície (RIBEIRO, 2010).

Espuma
A formação de espuma decorre do processo de agitação da solução ou mistura
aquosa, importante para que ocorra a solubilização dos tensoativos, a redução
do tamanho das gotículas de óleo, a retirada da sujeira e a distribuição das
micelas por todas as parcelas do líquido, garantindo que a detergência e a
emulsão sejam eficientes. Ela se trata de uma consequência do processo, não
é determinante para a detergência, porém, as pessoas geralmente esperam sua
formação abundante e a associam à limpeza. Em produtos como xampus, ela
tem a função de impedir que o tensoativo seja levado mais rápido pela água
do chuveiro e ajuda a arrastar fisicamente as partículas de sujidades sólidas,
mantendo-as suspensas até o enxágue.
A associação popular de espuma à eficiência de lavagem levou os fabricantes
de tensoativos a construir moléculas que a estabilizassem melhor. Os melhores
deles para sua formação rica e estável são os aniônicos, especialmente os
sulfatados, como o lauril sulfato de sódio.
A redução da tensão superficial também é importante para a formação das
bolhas, porque, em soluções de tensão superficial reduzida, pode-se formar
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mais delas com a mesma energia de agitação. Os tensoativos aniônicos e


catiônicos, pela própria característica de trazer uma carga verdadeira em sua
parte hidrofílica, sempre apresentam maior retenção de moléculas de água
que os não iônicos — como ela se trata de um dos fatores de estabilização
de espuma, a escolha de um tensoativo de menor espuma recai sobre os não
iônicos (DALTIN, 2011).
No Quadro 1, você pode observar algumas características dos tensoativos
quanto ao grau de detergência, à formação de espuma, à irritabilidade aos
olhos e à agressividade aos cabelos.

Quadro 1. Características dos tensoativos

Irritabilidade Agressividade
Tensoativo Espuma Detergência
aos olhos aos cabelos

Lauril sulfato Boa Alta Alta Alta


de sódio

Lauril sulfato Ótima Alta Regular Regular


de amônia

Lauril sulfato de Ótima Alta Regular Alta


trietanolamina

Lauril sulfato de Ótima Ótima Regular Baixa


monoetanolamina

Lauril éter sulfato Ótima Boa Média Baixa


de sódio

Lauril éter sulfato Ótima Ótima Regular Baixa


de amônia + Lauril
sulfato de amônia

Lauril éter sulfato/ Boa Boa Baixa Baixa


sulfosuccinato
de sódio

Lauril sulfato Boa Boa Média Baixa


de sódio com
perolizantes
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Para conhecer a nomenclatura INCI de cada ingrediente e sua função, acesse o site do
Cosmetic ingredient database (CosIng), o banco de dados de ingredientes cosméticos
da União Europeia, no link a seguir.

https://goo.gl/38GgV9

As emulsões de limpeza de pele são elaboradas como qualquer outra e têm uma fase
oleosa, uma aquosa e um ou mais tensoativos com propriedades emulsificantes. Em
geral, usa-se para remoção de maquiagem, limpeza diária da face ou em clínicas de
estética para o preparo da pele antes de iniciar algum procedimento estético.
A limpeza promovida por esse tipo de produto pode ser realizada pelos componentes
oleosos (mecanismo de arraste), por tensoativos emulsionante ou sintético suave.
Na Figura 2, você pode ver uma representação da limpeza promovida pelo tensoativo.

Figura 2. Representação esquemática da limpeza promovida pelo tensoativo.


Fonte: Adaptada de Ribeiro (2010).
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1. O tensoativo é uma molécula compatibilidade com a pele e


anfipática ou anfifílica, o que seu baixo poder de irritação.
significa que ela tem características c) Os tensoativos aniônicos
hidrofílicas e lipolíticas ao são os mais usados,
mesmo tempo. Com base nessa apresentam boa detergência
afirmação, por que o tensoativo e formação de espuma.
é o principal componente dos d) Os tensoativos catiônicos
cosméticos de limpeza? liberam carga positiva em água
a) Porque a região hidrofílica da e apresentam alta detergência.
molécula se liga à sujidade e) Os tensoativos mais usados
da pele e dissolve na água, em produtos infantis
limpando a região. são os catiônicos.
b) Porque ele dissolve a 3. Observe os seguintes tensoativos
gordura e a sujeira. de um sabonete líquido:
c) Porque a região polar se liga à sodium laureth sulfate, cocamide
gordura e sujeira da pele, já a diethanolamine (DEA), decyl
parte apolar se liga à água. glucoside e cocamidopropyl
d) Porque ele diminui a tensão betaine. Pode-se afirmar
superficial entre a gordura/sujeira que esse produto:
e a água, permitindo que elas se a) apresenta tensoativos
misturem e promovam a limpeza. aniônicos e catiônicos.
e) Porque ele aumenta a b) não apresenta tensoativos
tensão superficial entre anfóteros.
a gordura e a água. c) apresenta todas as classes
2. Os tensoativos podem ser de tensoativos.
classificados conforme a carga d) tem mais tensoativos com
elétrica dissociada em água e características de detergência
apresentam algumas características suave e menos irritantes.
diferentes, que determinam seu uso e) tem a maioria dos tensoativos
nos cosméticos. Marque a alternativa de alta detergência e
que corresponde à característica formação de espuma.
dos tensoativos em questão. 4. Os tensoativos apresentam
a) Os tensoativos não iônicos diferentes graus de detergência,
liberam carga negativa em que estão relacionados aos riscos
água e compreendem o grupo de reações cutâneas. Sua cliente
de tensoativos mais usados tem um certo grau de inflamação
nos cosméticos de limpeza. no couro cabeludo e lhe mostra
b) Os tensoativos anfóteros o xampu que tem usado todos
liberam carga positiva em os dias. No rótulo, há a seguinte
água e apresentam alto descrição: xampu antirresíduos,
custo, principalmente por sua usar uma vez por semana. De
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acordo com as características do baixa detergência e


xampu e a reação cutânea, qual a formação de espuma.
explicação provável? 5. Além dos xampus, os tensoativos
a) A irritação no couro cabeludo estão presentes nos sabonetes
pode ocorrer, pois os tensoativos em barra e líquidos. De acordo
interagem com as proteínas e com o que você estudou,
os lipídeos do estrato córneo, quais as características dos
retirando a oleosidade natural do tensoativos nos sabonetes?
couro cabeludo, o que o deixa a) O sabonete em barra
mais suscetível às irritações. regular é menos agressivo
b) Os tensoativos interagem com à pele que o líquido.
as proteínas e os lipídeos da b) O sabão é o tensoativo mais
camada dérmica, retirando a antigo, formado pela reação
proteção natural da pele. química de ácidos graxos e
c) Os tensoativos catiônicos uma base, o que torna o pH
neste tipo de xampu abrem mais ácido e agressivo à pele.
as cutículas dos cabelos, c) Os sabonetes do tipo Syndet
danificando-as devido à carga apresentam uma combinação
elétrica positiva liberada. de tensoativo natural, o sabão
d) O potencial hidrogeniônico e os tensoativos sintéticos.
(pH) dos tensoativos aniônicos d) Os sabonetes líquidos
agride o couro cabeludo. costumam ter pH mais alcalino.
e) A irritação é decorrente e) O sabão é um tensoativo
do tensoativo com anfótero.

CHORILLI, M.; SCARPA, M. V.; CORRÊA, M. A. Reações adversas a cosméticos. Infarma


— Ciências Farmacêuticas, Brasília, v. 19, n. 11/12, p. 17–22, 2007. Disponível em: <http://
www.revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=405>.
Acesso em: 29 dez. 2018.
COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. 744 p.
DALTIN, D. Tensoativos: química, propriedades e aplicações. São Paulo: Blucher, 2011.
330 p.
FERREIRA, A. O. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. São Paulo: Pharmabooks,
2011. v. 1. 736 p.
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GONZÁLEZ-MUÑOZ, P.; CONDE-SALAZAR, L.; VAÑÓ-GALVÁN, S. Dermatitis alérgica


de contacto a cosméticos. Actas Dermo-Sifiliográficas, Madrid, v. 105, n. 9, p. 822–832,
nov. 2014.
RAFEIRO, D. F. B. Novas estratégias de promoção da permeação transdérmica. 2013. 44 f.
Dissertação (Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas) — Escola de Ciências e
Tecnologias da Saúde da Universidade Lusófona, Lisboa, 2013. Disponível em: <http://
recil.grupolusofona.pt/handle/10437/4376>. Acesso em: 29 dez. 2018.
RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks,
2010. 460 p.
SEWERYN, A. Interactions between surfactants and the skin: Theory and practice.
Advances in Colloid and Interface Science, Amsterdam, v. 256, p. 242–256, June 2018.
SILVA, V. R. L. Desenvolvimento de formulações cosméticas hidratantes e avaliação da
eficácia por métodos biofísicos. 2009. 182 f. Tese (Doutorado em Produção e Controle
Farmacêuticos) — Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/
tde-29032010-145411/pt-br.php>. Acesso em: 29 dez. 2018.

Leituras recomendadas
HOPPE, A. C.; PAIS, M. C. N. Avaliação da toxicidade de parabenos em cosméticos.
Revinter — Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, São Paulo, v. 10,
n. 3, p. 49–70, out. 2017. Disponível em: <http://www.revistarevinter.com.br/autores/
index.php/toxicologia/article/view/301>. Acesso em: 29 dez. 2018.
SAFE as used. Cosmetic Ingredient Review, Washington, July 2018. Disponível em:
<https://www.cir-safety.org/sites/default/files/S-122017revised072018.pdf>. Acesso
em: 29 dez. 2018.
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