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Instabilidade das

Emulsões
Profª Msc Marana Soares Martins
Emulsões

• Termodinamicamente instáveis
• Contato desfavorável entre o óleo e a
água, com tempo provoca desestabilidade da
mesma
• Necessitam de emulsificantes para a formação
de sistemas estáveis
• Os emulsificantes melhoram a estabilidade das
emulsões por diminuir a agregação das
gotículas, tornando-as resistentes à ruptura
Um bom emulsificante deve:
1. adsorver rapidamente à superfície das
gotículas do óleo durante a
homogeneização,
Emulsificante 2. diminuir a tensão interfacial,
3. proteger as gotículas contra a
agregação durante o processamento,
armazenamento e utilização da emulsão.
Componentes da Emulsão

As emulsões são dispersões coloidais formadas por:

1. uma fase dividida designada de interna, dispersa ou descontínua


2. uma fase que rodeia as gotículas, designada de externa, dispersante ou
contínua
3. um terceiro designado de agente emulsivo, o qual contribui para tornar a
emulsão mais estável, pois interpõe-se entre a fase dispersa e dispersante,
retardando assim a sua separação, e que constitui a interfase.
• De acordo com a hidrofilia ou lipofilia da fase
Classificação dispersante (EXTERNA), estes sistemas
classificam-se em:

Emulsões múltiplas
do tipo A/O/A ou
O/A/O
Emulsões Multiplas

Sistemas complexos e heterogêneos em que ambos os tipos de emulsões


simples (O/A e A/O) coexistem simultaneamente,

É necessário a presença de dois agentes emulsionantes, um hidrofílico e


outro lipofílico.

Têm aplicações como veículos de fármacos, cosméticos e alimentares


devido á sua capacidade de reter e libertar lentamente diferentes agentes
associada á capacidade de mascarar e proteger os produtos veiculados.
• O seu uso foi restringido devido à sua
instabilidade intrínseca e a estrutura complexa.
• É necessária uma investigação sistemática dos
efeitos de diferentes processos e parâmetros da
composição, como:
Emulsões • o tipo de fase oleosa,

Múltiplas - • o tipo de agentes emulsivos,


• a relação do volume de fase,
Dificuldades • a relação hidrofílica/lipofílica do agente
emulsivo,
• as variáveis do processo (a temp. de
emulsificação e vel. de agitação)
• estabilidade da emulsão
Emulsões Múltiplas -
Vantagens
• Excelente capacidade de libertação controlada de compostos ativos
aprisionados
• Notável biocompatibilidade
• Completamente biodegradável e pouca produção de compostos tóxicos
decorrentes da degradação do veículo
• Diminuição da resposta imune indesejada à substância ativa encapsulada
• Capacidade de incorporar substâncias ativas com polaridades diferentes
Emulsões Múltiplas -
Vantagens
• Proteção do composto veiculado contra a inativação ou
degradação por fatores endógenos;
• Diminuição da flutuação da concentração da substância ativa
no estado-estacionário (repouso);
• Possibilidade de direcionamento de fármacos;
• Possibilidade de serem usados aditivos para disfarçar
as características organolépticas dos fármacos.
• Utilizado dois tensoativos de natureza oposta no
sistema
• Um tensoativo estabiliza a emulsão A/O
Emulsões (lipofílico), enquanto o outro estabiliza a emulsão
O/A (hidrofílico)
Múltiplas -
Preparação • Os complexos interfaciais formados para
utilização dos dois tensoativos contribuem para
a estabilização de uma emulsão - diminuem a
tensão superficial mais acentuadamente do que
quando se emprega um só agente emulsivo
Emulsões Múltiplas - Preparação

• Atenção: alguns agentes emulsivos são incompatíveis e não podem


ser associados na mesma formulação.
• Certos agentes emulsivos do mesmo tipo podem ser incompatíveis
entre si. Exemplo: carga elétrica de sinal contrário, uma vez
misturadas, coagulam.
• Os agentes aniônicos e catiônicos, apesar de ambos poderem
favorecer a formação de emulsões O/A, não devem ser utilizados
juntamente porque reagem entre si, anulando-se as suas
propriedades emulsivas.
Instabilidade
Física

• Processos físicos que


contribuem para o fim da
estabilidade:
• Cremação,
• Sedimentação,
• Agregação (floculação),
• Coalescência.
A sedimentação, a cremação e
a floculação podem ser
caracterizados pelo
empacotamento das gotas, sem
nenhuma deformação.

A coalescência ocorre pelo


rompimento do filme interfacial
da gota.

Para que ocorra a separação


das fases é necessário avaliar
os efeitos gerados na emulsão.
Cremação

• Muitas emulsões têm tendência a formar creme quando são deixados em


repouso.
• Consequência da ação da gravidade sobre a fase dispersa e da diferença
de densidade entre as fases que constituem a emulsão.
• Se a densidade das gotículas for inferior estas irão agrupar-se na parte
superior da emulsão.
Cremação

• Não implica necessariamente em coalescência nem a agregação


das gotículas e é um processo reversível.

• Quando a cremação é o único processo de desestabilização de


uma emulsão, este poderá ser resolvido mediante agitação.

• Do ponto de vista farmacêutico é um processo que se deve evitar, já


que pode originar uma dosificação errônea, causar mau aspecto e
facilitar a coalescência e agregação
Cremação

• Uma forma de reduzir a velocidade de cremação é obter um menor


tamanho de gotícula na emulsão.
• Outra forma: aumentar a viscosidade do meio externo também reduz a
velocidade de formação de creme - previne a difusão da água e dos seus
compostos solúveis para as fases exteriores.
• Muitos agentes emulsionantes incluem esta propriedade como parte da
sua ação estabilizante.
• Exemplo: a adição de metilcelulose reduz a mobilidade das gotículas da
emulsão O/A, e a parafina, nas emulsões A/O.
Sedimentação

Semelhante a cremação

A sedimentação pode ocorrer antes da floculação ou após


a coalescência

Se a densidade das gotículas é superior à da fase externa


estas terão a tendência de sedimentar na emulsão

Consequência da ação da gravidade


Agregação (Floculação)

• União das gotículas da fase dispersa de forma a originar agregados.


• Este fenômeno é influenciado pelas alterações da superfície dos glóbulos
emulsionados.
• Na ausência de uma barreira mecânica na interface, e, se uma quantidade
insuficiente de um emulgente está presente, as gotículas da emulsão
agregam-se e coalescem rapidamente.
Agregação (Floculação)

• As partículas presentes na emulsão estão carregadas eletricamente


positiva ou negativamente, em função da sua natureza química.
• O valor do potencial zeta (imagem próximo slide) deverá ser
suficientemente elevado para manter as partículas dispersas e separadas
umas das outras.
• Quando as cargas são muito numerosas, a diferença de potencial com o
meio que as rodeia é importante pois as partículas repelem-se entre si.
• Quando as cargas estão total ou parcialmente neutralizadas, as partículas
dispersas agregam-se, ocorrendo a floculação.
• É teoricamente reversível por agitação

• Provoca uma estabilidade precária da


emulsão, que poderá transformar-se em

Agregação coalescência quando o filme interfacial


não é suficientemente sólido

• A agregação difere da coalescência pelo


fato do filme interfacial e das partículas
individuais permanecerem intactas
Coalescência

• Envolve a ruptura do filme interfacial e pode ocorrer a vários níveis:


• entre as pequenas gotículas aquosas internas;
• entre os grandes glóbulos de óleo;
• entre os glóbulos e as pequenas gotículas dispersas no seu interior.
• Ocorre quando a tensão interfacial diminui na superfície de
separação de fases, provocando agregação das partículas.
• Essa agregação forma partículas mais grossas, produzindo uma
maior separação das fases.
Coalescência

• Uma nova agitação é incapaz de voltar a dispersar as fases uma na


outra.
• Só é possível a recuperação da estabilidade com mais agente
emulsivo.
• Este comportamento sugere que a coalescência está diretamente
relacionada com o agente emulsivo, admitindo que o ritmo de
coalescência depende das características físicas da película
formada pelo emulgente
Como evitar?

Construindo uma capa interfacial mais rígida que


proporciona mais resistência às deformações – usar
tensoativos orientados para a interfase, para que estes
estabeleçam união entre a fase externa e a fase interna
Uffa, Acabou!

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