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Neoplasias Mais Comuns - É o mais “benigno” dos tumores

- CBC - mais comum, derivado da malignos de pele e raramente faz


camada basal. metástase, contudo pode destruir
- CEC - derivado da camada espinhosa localmente tecidos adjacentes, inclusive
ou de Malpighi. ossos.
- Melanoma - derivado do melanócito - Derivado de células pluripotentes
ou do melanócito purificado, chamado (epiderme/folículo piloso) que perdem
de célula névica. sua capacidade de diferenciação e
queratinização normal, pela ação da
Neoplasias menos comuns RUV.
- Tumor de célula de Merkel,
principalmente em idosos, muito raro; Fisiopatologia
- Dermatofibroma e - UVB/UVA são importantes na indução
Dermatofibrossarcoma, dos de CBC, pois danificam o DNA, sistema
fibroblastos; de reparo e sistema imune. Essa
- Lipoma e Lipossarcoma, da gordura; radiação aumentada está relacionada a
- Angioma, Hemangioma, diminuição da camada de ozônio.
Angiossarcoma e Sarcoma de Kaposi, - Lesões geralmente situadas no canto
dos vasos sanguíneos; do olho, filtro labial, sulcos nasolabiais e
- Tricoepitelioma, da raiz do pelo; área pré ou retroauricular - necessitam
- Tumores de glândulas écrinas, como de atenção, por serem áreas de fusão de
Poroma Écrino. planos embrionários. Além disso, áreas
protegidas normalmente como, canto
do olho e pálpebras, também podem ser
acometidas.
- Pode ter Efeito Iceberg - cresce no
trajeto de menor resistência e quando
encontra estruturas duras, cresce ao
longo das mesmas.

* O vidro consegue proteger contra


UVB, que é a responsável pela ativação
de Vit D. na pele. O ideal de sol:
Carcinoma Basocelular
10min/dia/ 3x na sem.
- É o CA mais comum de pele,
representando 71% dos tumores
Espectro Magnético
malignos de pele;
- Mais frequente em >40 anos;
- UVA entra de forma mais profunda na - Área mais acometida é a face, por
pele e a UVC, é utilizada na esterilização conta do fotoenvelhecimento;
de instrumentos cirúrgicos. A parte - Pode ter sangramento;
visível não pode causar CA, mas pode - Não cicatriza.
manchar pessoas com melasma. - Tipos clínicos:
- Horários de pico: antes das 8h e “todo ● Nodular ou Nódulo-ulcerado -
o dia” - UVA; 10h - 14h - UVB, por isso a mais comum, pode ser
indicação de não pegar sol nesse pigmentado e terebrante
horário, mas ambas causam (destrutivos, vão “abrindo
envelhecimento. caminho”); pode ser
Nódulo-Cístico - nódulo não
ulcerado e perolado;
● Superficial - placa escamosa,
eritematosa, de bordo perolado,
presença de telangiectasias e por
vezes, de caráter múltiplo. Atinge
os troncos;
● Esclerodermiforme - cicatricial,
telangiectasias e perolado;
● Fibroepitelial.
* Qualquer um deles pode ulcerar e
todos tem telangiectasias e bordos
perolados.

Nodular ou Nódulo- Ulcerado


(Pigmentado)
- Clínica: Pápula ou nódulo bem
definido que ulcera centralmente;
bordas cilíndricas, peroladas,
translúcidas com telangiectasias;
- Indolor e de crescimento muito lento;
Características Clínicas
- Com sangramentos e crostas;
- Clínica: Pápula ou nódulo bem
- Terebrantes;
definido; com margem perolada;
* Parece uma vesícula, mas é
translúcida; presença de
endurecida.
telangiectasias; centro ulcerado com
crostas; alguns de cor rosada,
avermelhada ou enegrecida. Algumas
pápulas ulceram mais rapidamente e
são chamadas de ‘ulcus rodens' ou
úlcera roedora.
- Indolor;
Nódulo Cístico - Pode- se tratar com creme - é o
- Não se ulcera e é muitas vezes único.
confundido com cistos;
- Clínica: Pápula que cresce Fibroepitelial
tornando-se nódulo lobulado, perolado - Lesões tumorais vegetantes.
e com telangiectasias.

Esclerodermiforme
- É o tipo mais grave e tende a ser
confundido com uma cicatriz;
- Células neoplásicas que se alastram
muito além das margens, bem como
profundamente na derme e TCS -
aparentam ter limites, mas possuem
prolongamentos digitiformes que não
podem ser detectadas pela clínica;
- Clínica: são placas fibróticas,
peroladas e com telangiectasias.
* Normalmente com 1 mês a margem é
de 0,4mm.
Diagnóstico
- Clínico, Dermatológico e Histológico.
* Sempre mandar para o
HISTOPATOLÓGICO!!
* Não precisa saber os tipos
histológicos. Mas todo CBC tem
presença de massas ou cordões de
Superficial
células basalióides, que se dispõem
- Clínica: Placa escamocrostosa,
perifericamente em paliçada/varas.
avermelhada, com telangiectasias;
- Múltiplas lesões, principalmente no
Prevenção
tronco.
- Proteção solar - atentar a sua
- Superficial pelo aspecto histológico -
quantidade e frequência necessária, ao
células basalióides são vistas como
seu intervalo de aplicação e exposição
brotamentos da epiderme, invadindo a
(que deve ser de no mínimo 15 min
derme superficial.
antes) averiguar se saiu com a roupa.
- DD: psoríase e doença de Bowen.
Teoricamente, o protetor com fator de
proteção 10 - protege por 10min apenas,
mas depende do tipo de pele do
paciente. Já o fator de proteção 30
protege em até 85%; o fator 60, protege
até 90%. Fator 99 é interessante pra margens do tumor, pois há um
quem tem LES. patologista em tempo real, analisando
- Atenção aos horários. as amostras).
- Outros: óculos escuros, chapéus,
insulfilm nos vidros.
- Polypodium leucotomos (L oral
250mg) - é um fotoprotetor de ingesta
oral, utilizado na proteção de melasma e
vitiligo; é um antioxidante de base
fitoterápica, que protege contra os raios
UVB; essa substância pode ser
encontrada também no chá verde e nos
betacarotenos (utilizados em pacientes
com LES, pois pode proteger contra
UVA também).
- Filtro químico - cremes que ajudam a
dispersar a luz e a radiação.
* Os cremes com cores, com óxido de
zinco e dióxido de titânio na
composição, atuam como uma proteção
mecânica/ física.
* Procurar pelo PPD no rótulo, que
indica se também protege contra UVA.

Tratamento
- Para sua eficácia, é fundamental o
diagnóstico precoce para que a terapia
seja menos “radical”
- Lesões ≤ 1cm: curetagem (também
serve para delimitar o tamanho do * Todo paciente que teve CBC tem que
tumor), eletrocoagulação e criocirurgia. ser acompanhado, pois em até 40%-
- Se superficial: imiquimode com 50% dos casos, pode desenvolver um
imunomoduladores, terapia novo CBC.
fotodinâmica ou o 5- fluoracil (5- FU) ou
5-fluorouracil).
- Lesões ≥ 1cm ou de alto risco:
localizadas em lugares de fenda
embrionária (dobra do nariz, canto do
olho), possuem potencial de recidiva
elevado e capacidade de destruição
local maior — Cirurgia Micrográfica de
MOHS (um criostato congela a peça e
faz um recorte mais preciso das
* Radiação é raramente utilizada. - Existem síndromes que podem
facilitar pessoas que têm
genodermatoses - alterações genéticas
que têm predisposição para apresentar
CBC). Nesse caso, se chama Síndrome
do Nevo Basocelular, onde a pessoa
possui predisposição a ter múltiplos
CBC.

* Proteína relacionada: P53

Melanoma
* Interferon- alfa e IL-2, também são - Ninguém deveria morrer de
usadas para tratar melanoma com melanoma, pois em 70%- 80% das vezes
metástase e aumentar a sobrevida do pode ser diagnosticado precocemente.
paciente.
Melanócitos: Epiderme - Camada Basal
- Olho - Cabelo - Meninges - todos os
lugares que tem melanócitos podem
desenvolver melanoma. Mas na maioria
das vezes, ocorre na pele - crescimento
* Geralmente se usa por 20 dias. Atua horizontal e depois vertical.
na síntese DNA e RNA por inibição
enzimática, interferindo na replicação. - Cura: diagnóstico precoce.
- É o câncer cutâneo mais maligno
(corresponde a 4% dos CA de pele, mas
é responsável por 75% das mortes).
- Origina-se de células produtoras de
melanina (melanócitos, cels névicas) e
em 70% dos casos, não há lesão prévia.
- Pessoas que nunca pegam sol, e
quando chega no verão “torram” no sol,
apresentam maior chance de
melanoma.
- Nevo MG = são nevos melanocíticos
congênitos gigantes. Tem possibilidade
de virar melanoma, principalmente os
gigantes (>20cm). Então, deve ser
- É o CA de potencial fatal, por isso a
acompanhado por um dermatologista.
importância de detecção precoce.
- Nos negros, asiáticos- Melanoma
- Pela sua gravidade, deveria fazer parte
Acral.
do exame físico a procura de lesões
suspeitas e o reconhecimento
(principalmente em pessoas que têm
muitos sinais na pele).
- Produz metástase para linfonodos e
através da corrente sanguínea para o
cérebro, pulmão, fígado, ossos e pele.

Sinais de Alarme para Melanoma


● Aumento do tamanho > 0,5cm;
● Alteração na coloração - até >3
cores;
● Alteração de forma - contorno
irregular;
● Aparecimento de nódulos;
● Prurido ou Sangramento;

ABCDE
Diagnóstico Diferencial do Melanoma seguir para o crescimento vertical,
- Nevus Melanocítico: é a neoplasia contudo, nesse caso, provavelmente o
BENIGNA mais comum. Em geral, são as tumor já sofreu metástase.
chamadas de “pintas”, ou seja, lesões
bem delimitadas, de cor única,
superfície granulosa e geralmente
<5mm.
- O mais comum é o melanoma surgir
de novo, em um lugar que o paciente
está com a pele normal (sem sinal).
Mesmo sendo pequeno, você olha e o
ABCDE está alterado.

Lentigo Maligno
- Melanoma in situ.
- É uma mancha que geralmente
acomete idoso, fototipo I, na face;
- Quando não está in situ
(acometimento fora da epiderme) é
chamado de melanoma do lentigo
maligno (crescimento lento).
- Causada pela RUV sobre melanócitos
(aumento da atividade - melanose solar)
com surgimento de atipias (lentigo
maligno);
- Considerado M. In situ e
posteriormente, invade a derme
causando o melanoma lentigo maligno
(5%).
Classificação Clínica e Histopatológica - Clínica: Mancha castanha ou negra
● Melanoma Maligno Extensivo que se estende lentamente (10 a 50
Superficial anos) chegando a vários cm. Possui
● Melanoma Nodular bordas e pigmentação irregular,
● Melanoma Lentiginoso Acral podendo formar nódulos, ulcerações e
● Melanoma Lentigo Maligno sangramentos.
● Melanoma Amelanócito - Tratamento eletivo é crio ou
curetagem e eletro
- Todos eles dão a chance de ser
diagnosticados, com exceção do Melanoma Lentigo Maligno
nodular. Começam com crescimento - Surge sobre melanose maligna, e é o
horizontal (mácula, pápula) e podem mais raro (5%);
- Clínica: são nódulos com pigmentação - Teoricamente, é o mais comum no
irregular, que correspondem a Brasil.
melanócitos invadindo a derme;
- É o de melhor prognóstico;

Melanoma Extensivo Superficial


- É o mais comum (70%) e
frequentemente se associam com lesões
névicas;
- Local mais frequente: tronco, dorso
(homens) e MMII (mulheres);
- Levemente elevadas com margens e
coloração irregulares
- Células atípicas em epiderme e derme.
- Prognóstico entre LM e o MN.
- Diagnóstico: clínico com o ABCD.

Melanoma Nodular
- É o mais frequente depois do
extensivo superficial (15%- 30%);
- Clínica: lesão nodular, placa ou pólipo,
de coloração negra- azulada; com
evolução rápida e acometimento do
tronco/dorso em homens e MMII em
mulheres.
- Geralmente, já inicia com crescimento
vertical.
- Quinta década.
- Localização: derme, atingindo
secundariamente a epiderme.
- Prognóstico mais grave.

Melanoma Lentiginoso Acral


- Mais comum em latinos, negros,
asiáticos e idosos, depois da sexta
década.
- Localização: palmar, plantar,
periungueal e subungueal.
- Tem fase de crescimento horizontal,
com diagnóstico e posteriormente,
crescimento vertical, com potencial
metastático.
- Conduta na lesão suspeita: exérese
com margem de 1- 2mm; realizar no
Tratamento
sentido da drenagem linfática regional;
posteriormente, ampliação da margem
e/ou do linfonodo sentinela, seguindo o
nível de Breslow.

* Breslow é a medida que capta desde a


camada granulosa até o local onde
encontra-se a última célula cancerígena
do melanoma. Ulceração - última cel.
Etiologia/ Fator de Risco
- UVB danifica DNA, no sistema de
reparo, no sistema imune e induz
mutação do gene p53 (supressor
tumoral)
- A imunossupressão aumenta o risco
de CEC (mais frequente em pessoas que
fizeram transplante renal, HIV +)
- Radioterapia (radiologista, dentista)
- Hidrocarbonetos (alcatrão, piche,
fuligem, limpadores chaminé) e
arsênico;
- Cicatrizes HPV (16, 18, 31, 33, 35, 45),
LP (lesões pré cancerígenas) e Doenças
genéticas (XP, albinismo).

CEC x CBC x Melanoma: os CEC,


geralmente, possuem uma lesão
pré-cancerígena que na verdade, já
Carcinoma Espinocelular constitui um carcinoma in situ na
- Também chamado de carcinoma epiderme. São as queratoses arsenicais,
escamoso. Surge das células da camada queratoses solares/ queratoses por
espinhosa ou de malpighi (pele e radiação, queilite actínica (lábio
mucosa). inferior), doença de Bowen (parece um
- Tumor maligno, de caráter invasor, eczema e pode aparecer em qualquer
podendo causar metástase. área do corpo exposta ou protegidas em
- Compreende cerca de 25% das imunossuprimidos), Papulose
neoplasias cutâneas, podendo ocorrer Bowenóide (hiperplasia HPV),
em pele normal, mas principalmente, Eritroplasia de Queyrat (mucosas),
em pele com Dermatoheliose (muito corno cutâneo, alcatrão, leucoplasia,
danificada pelo sol), no Xeroderma infecção crônica, osteomielite, úlceras
Pigmentoso, no albinismo (CA mais crônicas, cicatrizes de queimaduras e
comum nos albinos), nas úlceras líquen escleroatrófico ou erosivo. Mas a
crônicas ou cicatrizes de queimadura; mais comum é a Queratose Actínica
líquen erosivo de mucosa, LED, HPV. (pele áspera).
- Epidemiologia: acima de 50 anos,
homens, pele clara, exposição a agentes Clínica
cancerígenos (sol, fumo, arsênico), - Locais mais comuns: áreas expostas,
infecções em mucosa por próteses. dorso, couro cabeludo, lábio inferior,
orelhas, face, mucosa bucal, genitália,
dorso das mãos.
- Um nódulo, uma pápula ceratósica, incomum e tem bom prognóstico, além
que vai ulcerando em áreas expostas, de raramente sofrer metástase.
(mas pode ocorrer em outras áreas por
conta da imunossupressão) que pode
evoluir para vegetação; não há tanta
presença de telangiectasias como o
CBC.
- Na mucosa, pode iniciar em
leucoplasias, contudo locais de trauma e
fumo são importantes como agentes
causais.
- Pode invadir os vasos linfáticos,
iniciando a metástase.

Histopatologia Diagnóstico
- Bem diferenciado, com: atipia celular - Histopatologia: cels espinhosas
nas camadas mais baixas da epiderme, atípicas; cels diferenciadas que formam
com diferenciação celular; proliferação centros córneos; de acordo com as
epitelial basal + redemoinhos ou pérolas alterações, é possível classificar o tumor
escamosas; desmossomos presentes; pela classificação de Brothers.
derme elastose, fibras elásticas - D. D. - CBC e Melanoma amelanótico,
espessas na cor cinza-azulada; LTA, cromomicose e granuloma
paraceratose; espessamento do estrato telangiectásico.
córneo;
- Pouco diferenciado (pior prognóstico),
com: células altamente atípicas em
todos os níveis da epiderme; células
poligonais em lóbulos ordenados até
células arredondadas anaplásicas, com
focos de necrose; pode apresentar
pérolas de ceratina; em alguns casos é
necessário a M.E. e Estadiamento
Imuno-histoquímica.
- Verrucoso (variante especial):
proliferações verrucosas bem
diferenciadas e maciças, geralmente
associadas com papilomavírus humano;
borda invasiva arredondada e
pouquíssima atipia. Pode ser: Plantar
(Epitelioma Cuniculatum), da região
Tratamento
Genital (Carcinoma Gigante de
- Vai depender dos fatores que afetam o
Buschke-Lowenstein) e na Boca
prognóstico:
(Papilomatose Oral Florida). Não é
● Tamanho > 2cm;
● Localização (lábio, “H” da face,
genitália, mãos e pés);
● Diferenciação histológica
(Broders);
● Origem (queimaduras, QA, XP)
● Condição física do paciente.

- Estágio 0: Crioterapia com nitrogênio


líquido, 30s - 2 ciclos; ressecção
cirúrgica; 5- Fluoracil 5% creme,
2x/dia; curetagem e eletrocoagulação
com radiofrequência; terapia
fotodinâmica; Imiquimod 5% creme,
2x/dia, 3x/semana, por 16 semanas.
- Estágio I: Ressecção cirúrgica com
margens de 5mm (inclui subcutâneo); se
não acometer o tecido subcutâneo,
curetagem e eletrocoagulação com
radiofrequência.
- Estágio II: Ressecção cirúrgica com
Diagnóstico Diferencial
margens de 10mm. Importante avaliar a
cadeia linfonodal pela clínica e USG
(punção), linfonodos sentinelas e a
possibilidade de linfadenectomia
profiláctica.
- Estágio III - IV: Tratamento
multidisciplinar com oncologista,
cirurgião plástico e radioterapeuta;
seguimento: 3, 6, 9, 15 e 24 meses e
então, anualmente. Necessidade de
avaliação clínica e de linfonodos - se
palpável, punção aspirativa. Em caso de
tumor mal definido, recidiva e
invadindo osso/ cartilagem - cirurgia
de MOHS.

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