Micaella Fender / José Felipe – 2019.

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LESÕES ELEMENTARES – HP6 – DERMATOLOGIA • Enantema: eritema de mucosa
• Cianose: de coloração azulada pelo aumento da
Conceito: É toda e qualquer alteração no tegumento.
concentração de hemoglobina reduzida; pode ser
As lesões elementares podem ser: central (alteração cardiovascular) ou periférica
(circulatória ou hemoglobina)
1- Mancha ou mácula
• Cianema: cianose de mucosa
2- Lesões por alterações vasculares
3- Púrpuras Permanentes
4- Sólidas
• Telangiectasia: ocorre a dilatação de pequenos vasos
5- De conteúdo líquido
6- Por solução de continuidade • Angioma: ocorre a proliferação anormal vascular;
7- Caduca angioma em vinho do Porto (mancha), angioma rubi
8- Sequelas (pápula), hemangioma (tumoração)

MACHA OU MÁCULA

É qualquer alteração de coloração na pele, sem alteração de

relevo ou espessura, independente de seu mecanismo,
causa ou natureza.

Podem ser:

Pigmentar:
• Melanina: Hipercrômica, hipocrômica ou acrômica

• Nevo anêmico: reatividade vascular alterada no local às

catecolaminas

PÚRPURAS

São manchas por extravasamento de sangue, dérmico,

ocasionadas por pigmentos hemáticos (hemácias →
hemossiderina), e dependendo da morfologia podem ser:

• Petéquias: lesões purpúrica puntiformes

• Outros pigmentos: • Víbice: lesão purpúrica linear, sempre traumática

o Orgânicos: bilirrubina, alcaptona.
o Exógenos: caroteno, clofozamina, amiodarona (cinza),
tatuagem, heroína (dicetilmorfina), prata, arsênico,
ouro e antimaláricos.

LESÕES POR ALTERAÇÕES VASCULARES

Podem ser classificadas em:

Transitórias: são sempre planas e funcionais
• Eritema: de coloração avermelhada causada pelo
aumento do fluxo sanguíneo; desaparece a
vitro/digitopressão; exantema, em áreas extensas.
• Equimose: lesão purpúrica em lençol, de grande
dimensão
• Hematoma: quando é traumático, comumente
apresenta abaulamento
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SÓLIDAS • Vegetação: é um crescimento para o exterior, a custa do
aumento das papilas dérmicas (papilomatose) e cones
ACÚMULO DE CÉLULAS interpapilares; podem ser
• Pápula: é uma elevação circunscrita, dura, superficial, de o Verrucosa: secas, com epiderme integra, cobertas
até 0,5 cm ou 5 mm; pode ser epidérmica, dérmica ou por córnea aumentada.
mista; também pode apresentar pelos e ser umbilicada.
Ao involuir não deixa cicatriz. Sempre observar tamanho,
base (arredondada ou irregular), ápice (acuminado,
achatado, arredondado, deprimido ou cônico),
localização, número, cor e configuração.

o Condilomatosa: em mucosa ou em dobras, úmida,

camada córnea normal ou diminuída, permitindo a
exoserose.

• Placa: nesse material considera-se uma configuração de

2 ou mais lesões elementares no mesmo local.
Configuração ou arranjo de vários elementos eruptivos
reunidos, de tamanho variável, contornos regulares ou
irregulares e de limites bem ou mal definidos
• Tubérculo: eflorescência de consistência dura, elevada,
devido uma infiltração celular profunda, caracterizada
como elevação circunscrita de consistência endurecida,
elevada, com diâmetro maior que 0,5cm; forma cicatriz.
• Nodo: é um nódulo de maior dimensão.
• Nódulo: eflorescência de consistência dura, possui
dimensões variadas, diz-se que é mais palpável que
visível, sendo que sua consistência é menos endurecida
que a do tubérculo; ocorre devido uma infiltração celular
na derme profundamente ou na hipoderme; Quando o
nódulo é arredondado, não endurecido e encapsulado,
chama-se cisto. Nessa lesão deve-se sempre avaliar
consistência, mobilidade, quantidade e a pele que o
recobre. Sempre descrever tamanho, consistência,
mobilidade, pele que recobre e número.
• Urtica: lesão urticada, elevada, de diferentes tamanhos
e formas; desencadeada por vasodilatação
desencadeada por aminas vasoativas, com exocitose e
exocerose; pode vermelho-rósea ou branco-porcelânico
(eritematoso ao anêmico); normalmente é súbita, fugaz
e acompanha prurido. É circundada por um halo
eritematoso; derme profunda, hipoderme, nome de
angioedema. De acordo com o Azulay se encaixa como
lesão liquida, se atentar para a classificação a qual foi
designada durante a aula.
BESPESSAMENTO CUTÂNEO
• Liquenificação: espessamento circunscrito da pele, com
acentuação dos sulcos e saliências; é intensificado pelo
ato de coçar.

• Goma: possui 4 fases

o Endurecimento (infiltração da hipoderme) →
amolecimento (necrose central) → esvaziamento
(fistulização) →reparação (cicatrização, fibrose)

• Esclerose: aumento da consistência da pele, devido a
maior proliferação de colágeno, a pele tem aspecto
endurecido e mais firme, é aderente a planos profundos
e difícil de ser pregueada.
• Ceratose: espessamento superficial da epiderme, por
proliferação exclusiva da córnea, é caracterizada por
superfície áspera e esbranquiçada.
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o Seborreica: verruga seborreica, é uma lesão benigna da
pele de ocorrência muito comum. As lesões de ceratose
seborreica aparecem principalmente na cabeça e no
tronco. Geralmente, são arredondadas ou ovalares mas
podem ter formatos irregulares. O tamanho pode variar
de 1 milímetro a vários centímetros de diâmetro. Seus
limites são bem definidos e a coloração pode variar de
amarelada, marrom claro, marrom escuro a negra.

o Actínica: ou ceratose solar, é uma lesão que surge nas

áreas da pele continuamente expostas ao sol e é
resultado do efeito acumulativo da radiação ultra-violeta
sobre a pele ao longo de toda a vida; são lesões pré-
malignas. As lesões de ceratose actínica aparecem
principalmente na face, couro cabeludo (homens calvos)
e dorso dos braços e das mãos. Podem ter vários
aspectos: avermelhadas e descamativas, manchas de cor
escura discretamente elevadas e rugosas ou lesões
ásperas, bastante elevadas e endurecidas • Infiltração: espessamento circunscrito ou difuso da pele,
que ocorre devido a infiltração celular; pode ser
decorrente de inflamação, neoplasias ou desencadeado
por substâncias.

DE CONTEÚDO LÍQUIDO

• Vesícula: é uma lesão elevada, circunscrita de até 0,5-1,0

cm; pode ser de conteúdo citrino ou hemático.
o Intra-epidérmica: espongiose (intercelular) ou
o Folicular: ocorre devido a uma alteração da última balonização (intracelular)
camada da pele que forma “rolhas” nas aberturas dos o Sub-epidérmica
folículos pilosos. Geralmente surge na infância e há uma
tendência familiar. A causa é genética, mas hábitos como
os de usar roupas justas podem agravar o quadro. As
áreas mais frequentemente acometidas pela ceratose
folicular são a parte externa dos braços (principalmente)
e das coxas. A doença se manifesta pela formação de
“bolinhas” endurecidas nas aberturas dos poros, que
deixam a pele áspera. As “rolhas” causam a retenção da
secreção sebácea podendo formar lesões semelhantes a
espinhas que, algumas vezes, podem inflamar e deixar
manchas escuras residuais.
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• Bolha ou flictema: podem ser maiores que 0,5-1,0 cm;
comumente são de conteúdo seroso, saliência em
abóbada; quando ocasionadas por queimaduras é
denominada flictema; pode ser tensa ou flácida
o Intra-epidermica (acantólise)
o Subepidérmica (penfigoides, maior, tensa)
• Pústula: é como uma bolha/vesícula de conteúdo
purulento, possui dimensões variáveis, pode ser folicular
ou interfolicular (impetigo) e o conteúdo pode ser
séptico ou asséptico. Quando a coleção de pus é
profunda, chama-se abcesso.
• Urtica: lesão urticada, elevada, de diferentes tamanhos
e formas; desencadeada por vasodilatação
desencadeada por aminas vasoativas, com exocitose e
exocerose; pode vermelho-rósea ou branco-porcelânico
(eritematoso ao anêmico); normalmente é súbita, fugaz
e acompanha prurido. É circundada por um halo
eritematoso; derme profunda, hipoderme, nome de
angioedema. De acordo com o Azulay se encaixa como
lesão liquida, se atentar para a classificação a qual foi
designada durante a aula.
• Exulceração: é uma perda de continuidade mais
profunda que a erosão, que vai da epiderme até a derme
papilar.

• Edema: distensão da pele que ao ser pressionada sofre

depressão; ocorre alterações da consistência e
espessura; possui mecanismos variados
• Ulceração: é semelhante à exulceração, porém com
maior profundidade; quando é crônica, chama-se ulcera;
pode atingir derme, hipoderme, músculo e ossos;
quanto a conformação, pode ser fagedênica (maior
diâmetro latero-lateral) ou terebrante (maior em
profundidade). Deve-se avaliar tamanho, borda, fundo,
profundidade, base e quantidade. Sempre descrever
tamanho, número, bordas, fundo e base.

o Distúrbios onco-hidrostáticos: indolor, pele lisa, com

fóvea.
o Insuficiência da rede linfática: edema duro e sem
fóvea
o Inflamação: presença de sinais flogísticos

POR SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE

• Erosão: é uma perda de continuidade superficial,

epiderme; quando traumática, chama-se escoriação.
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• Crostas: são decorrentes de ressecamento de exsudatos

• Fissura ou ragade: fenda estreita e linear, normalmente
surge em regiões de dobras, como lábios, mão e pés.
Popularmente conhecidas como rachaduras.

• Fístula: possui trajeto linear ou sinuoso, podendo
eliminar material necrótico, que se inicia de estruturas
profundas ou mesmo da hipoderme.
o Hemáticas: sangue
o Melicéricas: conteúdo purulento ou seroso
• Escara: possui uma área necrosada (negra) de espessura
variável.

CADUCAS SEQUELAS

Correspondem às lesões que tendem à eliminação • Atrofia: ocorre diminuição da espessura devido a
espontânea. Normalmente são lesões secundárias. diminuição da quantidade celular; ou do tamanho das
células, ao nível de qualquer camada da pele.
• Escamas: ocorre desprendimento da lâmina epidérmica,
com dimensões variáveis, são pitiriásicas (pequeninas)
ou laminares (grandes retalhos); distúrbio de
ceratinização; são como lâminas, que podem ser secas
ou untuosas (oleosas), bem aderidas ou fácil
desprendimento. “Pode ser furfurácea ou pitiriásica ou
laminar, seca ou gordurosa.”

• Cicatriz: ocorre intensa fibrose, podem ser planas,

deprimidas ou elevadas; quando possuem grandes

dimensões, ultrapassando os limites do trauma, chama-
se queloide. Pode ser: atrófica, hipertrófica ou queloide.
Dentre as atróficas, figura a cribriforme, que tipicamente
ocorre no pioderma gangrenoso e se caracteriza por
alternância de depressões e elevações
COMO DESCREVER?
Tipo de erupção: monomorfa ou polimorfas;
Tempo de evolução: aguda, subaguda ou crônica;
Época de surgimento: Sazonalidade, tempo...
Distribuição: simétrica ou assimétrica, regional, folicular,
segmentar, localizada, universal (toda a pele), generalizada
(lesões extensas, intercaladas por pele sã), em áreas
expostas, confluentes ou seguindo as linhas de Blaschko;
Lesão elementar: classificação; se mais de 1 → placa;
Tipo: monomorfa, polimorfa;
Tamanho: em centímetros;
Quantidade: em número, ou única, ou múltiplas;
Organização: linear, zosteriforme (linear, mas seguindo um
dermátomo); herpetiforme (lesões de conteúdo líquido
agrupadas); agminata (agrupadas); reticulada ou retiforme
(em rede). Confluentes (estão se aproximando) e/ou
coalescentes (estão se fundindo).
Localização: pele pilosa/ glaba e região
Arranjo:
Anular ou em anel: granuloma anular, sarcoidose, lúpus
vulgar;
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Circinada ou em círculo: dermatofitose;
Policíclica ou confluência de círculos: urticária,
dermatofitose, eritema multiforme;
Numular: arredondada com formato de moeda, como
eczema numular;
Serpiginosa: com movimento de serpente, típico de larva
migrans;
Em íris ou em alvo: eritema multiforme;
Gutata ou em gotas: psoríase;
Em placa elevada e plana: psoríase, neurodermite;
Puntiforme ou em pontos;
Lenticular: lembra lentilhas;
Corimbiforme: lesão central maior com outros satélites
lembrando uma explosão, como em verruga vulgar, sífilis;.
Foliácea: lembra descamação em folhas, pênfigo foliáceo;
Discoide ou em disco: lúpus eritematoso;
Fungoide: lembra um cogumelo, na fase tumoral da micose
fungoide;
Miliar: lembra grânulos, como na tuberculose;
Reniforme ou arciforme: lembra rim ou arco, sífilis terciária
e sarcoidose;
Girata: curva ou giros, eritema gyratum repens;
Poligonal: líquen plano;
Umbilicado: deprimida no centro, molusco contagioso;
Pedunculada: lembra um saco, é mole e tem base pequena,
como o neurofibrome e molusco pêndulo;
Séssil: lesão não pedunculada, firmemente fixada à pele,
como o neurofibroma;
Acuminada: pontiaguda, como o condiloma acuminado;
Cribriforme: furado como peneira, como no pioderma
gangrenoso e atrofodermias foliculares.
Relevo:

Superfície:
Forma de progressão: fagedênica (com destruição do tecido),
terebrante (perfurante), centrífuga, serpiginosa (sinuosa,
lembra o rastro da cobra).
Fases evolutivas:
• Aguda: exudação, vesículas, pústulas e bolhas e eritema.
Opta-se por soluções ➔ Loções e soluções.
• Subaguda: crostas, escamas e eritemas. Opta-se por
pastas e cremes.
• Crônica: espessamento, liquinificação e escamas, é uma
lesão crônica. Opta-se por pomadas.
FENOMENOS
Fenômeno de Koebner ou isomórfico: reprodução de lesões
típicas de uma determinada doença no local e com a
morfologia do agente traumatizante. Ocorre, com certa
frequência, em psoríase, líquen plano.
Fenômeno isotópico ou de Wolf: aparecimento de uma nova
doença dermatológica no local da ocorrência de doença
cutânea prévia, sem relação com esta que já foi curada.
Patergia: É o desenvolvimento de pústulas ou piora de lesões
preexistentes secundárias a mínimos traumas (biopsia por
punch, testes cutâneos, uso de iodo, injeção de salina).
Ocorre no pioderma gangrenoso, na síndrome de Behçet e na
síndrome de Sweet
PROPEDÊUTICA DEMATOLÓGICA:
É importante uma anamnese cuidadosa
• Identificação: deve ser completa
• QP: “palavras do paciente”
• HDA: ordem cronológica; deve ser completa; se citar
algum diagnóstico, questionar: quem, onde, como, se fez
exame; se citar que já tinha a doença desde a infância,
questionar se as lesões são idênticas ou similares;
questionar sobre sintomas associados, como prurido,
disestesias, cãibra... e fatores de piora.
• AP: nunca esquecer alergias, doenças imunológicas.
• AF: doenças imunológicas, hereditárias...
• Hábitos de vida/ condições socioeconômicas: sempre
questionar animais; tabaco.
No exame físico, além da propedêutica armada:
• Sensibilidade:
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1. Térmica: tubos de ensaio, um quente (45o) e outro frio,
sempre começando pelo lado são para que o paciente
entenda o exame e depois para a pele acometida.
2. Dolorosa: por meio de uma agulha descartável, coloca-se o
fundo/cabeça e a ponta.
3. Tátil: chumaço de algodão.
• Prova da histamina:
Ajuda no diagnóstico da hanseníase. É feita usando uma gota
de solução de cloridrato de histamina 1:1000 aplicada sobre
a área suspeita e com uma agulha fina, faz-se uma pequena
escariação na pele.
Na pele normal, será observada a tríplice reação de Lewis
composta de 3 fases: eritema ao redor do ponto de
inoculação (por ação direta do trauma), seguido do
surgimento de halo eritematoso, eritema pseudopódico
(desencadeado pela vasodilatação reflexa) e por último de
uma seropápula (provocada pela ação da histamina que leva
a exoserose).
Na lesão de hanseníase, não ocorrerá a fase secundária e a
prova da histamina será incompleta.
• Prova da pilocarpina:
Pesquisa de hanseníase, injeta-se 0,1-0,2ml de pilocarpina a
1% sobre a lesão (estimulante da sudorese). Passo-a-passo:
Pincela com tintura de iodo→ Espera secar→ Injeta a
pilocarpina intradérmica → Polvilha o amido (maisena);
Resultado positivo: a reação do amido com o iodo e com o
suor gerado pela secreção das glândulas sudoríparas provoca
a formação da cor azulada em pele saudável.
Resultado negativo: ausência da coloração, em função do não
funcionamento das glândulas sudoríparas.
• Prova da metacolina: injeção intradérmica de 0,1 mL de
solução de acetil-betametilcolina a 1:5.000. Na urticária
colinérgica e em outras doenças com componente
colinérgico, ocorre eritema imediato, com diâmetro
superior a 20 mm.
• Prova do acido nicotínico: Aplica-se ácido nicotínico, em
creme ou solução, sobre a pele; ocorre eritema; na
dermatite atópica, a pele não se torna eritematosa ou
fica esbranquiçada (dermografismo branco químico)
• Prova da acetilcolina: injeção intradérmica de
acetilcolina. A resposta normal é ponfoeritematosa; na
dermatite atópica, desenvolve-se, de 3 a 30 min, uma
zona anemiada persistente
• Prova do papel de cigarro: A aposição do papel de cigarro
a uma superfície discretamente exsudante pode
demonstrar um pontilhado na mesma, o que traduz a
existência dos “poços eczemáticos de Divergie”. Tem
valor semiológico no diagnóstico do eczema.

• Prova do laço: provocar petéquias na face flexora do
antebraço, após o represamento da circulação por um
garrote ou manguito do aparelho de pressão (mediana
entre a sistólica e a diastólica), durante 5 min. Em um
círculo de 2,5 mm de diâmetro, ocorrem, normalmente,
menos de 10 petéquias; quando há nítida fragilidade
capilar, o número de petéquias é superior a 20
PROPEDÊUTICA ARMADA
• Curetagem metódica de Brocq: utilizada no diagnóstico
da psoríase, onde pode-se verificar alguns sinais:
o Sinal da vela: escamas micáceas esbranquiçadas;
o Membrana de Ducan: película dos ápices papilares;
o Sinal de Auspitz: também chamado de orvalho
sanguíneo, pontilhados hemorrágicos ao atingir as
papilas dérmicas.
A curetagem (apenas um ou dois golpes de cureta) com
descamação fina, farinácea, que ocorre na pitiríase versicolor.
Essa manobra também pode ser feita com a unha (sinal da
unha) ou pelo estiramento da pele (sinal de Zireli ou do
estiramento).
• Lâmpada de Wood: lâmpada de luz ultravioleta de
aproximadamente 350nm com filtros de óxido de zinco,
utilizada para observar a fluorescência da pele e pelos
afetadas por alguns agentes como no caso da tinea pelo
Microsporum canis (fluorescência verde), na pitiríase
versicolor (fluorescência róseo-dourada), eritrasma
(vermelho coral). Pode também ser utilizada para detectar
porfirina em fezes, urina, líquido de bolha e dente, câncer
não melanoma (basocelular fluoresce x espinocelular é
vermelho brilhante).
• Dermatoscópico: utilizada para realizar a dermatoscopia;
microscópio de superfície manual com iluminação
halógena. Utilizado incialmente para avaliar lesões
melanocíticas tem atualmente outras aplicações como no
diagnóstico das alopecias e de lesões ungueais
• Capilaroscopia periungueal: semelhante à dermatoscopia,
exploração não invasiva da microcirculação cutânea digital
• Diascopia, vitropressão e digitopressão: pressão de uma
lesão por meio de uma lâmina de vidro e, até mesmo, pelo
dígito; torna possível distinguir um eritema (a lesão
desaparece) de uma púrpura (a cor permanece)
• Pesquisa do sinal de Darier: atrito de uma pápula ou mácula
(em caso de mastocitose), ocorre a formação de uma lesão
ponfosa, decorrente da liberação de histamina e demais
aminas vasoativas pela degranulação dos mastócitos com o
atrito – é o sinal de Darier, patognomônico da mastocitose
• Pesquisa do sinal de Nikolsky: pressão com um dedo ou
mesmo com um objeto rombo, em pele perilesional, pode-
se provocar descolamento parcial ou total da epiderme.
Quando o descolamento é intraepidérmico, como no caso
de pênfigo resultante de acantólise, o soalho fica
discretamente seroso e de tonalidade róseo-amarelada.
Quando a clivagem ocorre ao nível da junção
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dermoepidérmica (penfigoide bolhoso, herpes gestationis
etc.), toda a epiderme descola-se, deixando o soalho
hemorrágico e de tonalidade róseoavermelhada. Por outro
lado, quanto mais superficial for o processo acantolítico
(pênfigo foliáceo), mais facilmente será obtido o sinal. Uma
variante desse sinal é o sinal de Asboe-Hansen, que
consiste na aplicação vertical de pressão sobre a bolha, que
é positivo se ela aumentar perifericamente.
TERAPÊUTICA DERMATOLÓGICA
É importante levar em consideração além do diagnóstico
correto, características anatômicas e fisiológicas da pele,
idade do paciente, sítio a ser tratado, concentração da
substância utilizada, número de aplicações, fase evolutiva das
lesões entre outros.
Para iniciar deve ser feita a diferença entre princípio ativo e
veículo, qual seja. Princípio ativo é a substância (droga, com
propriedades químicas e biológicas) a ser utilizada para o
efeito terapêutico desejado (antibiótico, antifúngico etc…). Já
o veículo é o excipiente responsável pela incorporação da
droga ativa.
Tipos de princípios ativos:
• Adstringentes: coagulam as albuminas e produzem uma
capa protetora na lesão. Tem a finalidade de diminuir a
exsudação e a contaminação bacteriana exógena e de
estimular a epitelização.
Exemplos: KMNO4 (permanganato de potássio), nitrato de
prata, acetato de alumínio.
• Anidróticos: diminuem a secreção sudorípara; e odores
(bromidrose).
Exemplo: formol 1-5 %, cloreto de alumínio 10-25%
• Antiactínicos: protegem a pele da agressão produzida
pelos raios solares.
o Podem ser:
▪ Físicos, refletem os raios solares – Dióxido de
titânio, Óxido de zinco
▪ Químicos – Benzofenonas
• Antibióticos: agem sobre micro-organismos. Devem ser
evitados o uso tópico na pele daqueles de uso sistêmico
pela possibilidade de sensibilização (Efeitos adversos...).
São recomendados para uso tópico neomicina 0,5%, ácido
fusídico, mupirocina, bacitracina.
• Antiflogísticos (anti-inflamatórios): o principal é o
corticoide. A sua potência tópica leva em consideração a
eficácia clínica, a atrofia e vasoconstrição
desencadeadas pelo seu uso. São atualmente
classificados em classes expressas em escala numérica
variando de classe I (mais potente) até classe VII (menos
potente). Pode causar efeitos colaterais, como atrofia,
telangectasia, acne, hipertricose, estrias

• Antimicóticos (antifúngicos): podem ser derivados não
imidazólicos (iodo, tolnafitato, tolciclato, hipossulfito de
sódio, sulfeto de selênio) ou imdazólicos: Isoconazol,
ecoconazol, miconazol, clortrimazol, bifonazol.
• Antissépticos: atuam eliminando micro-organismos.
Exemplos: ácido bórico (1-2%), viofórmio, óxido amarelo de
mercúrio, permanganato de potássio (0,01-0,9%).
• Antiparasitários:
Exemplos: monossulfiram 25%, benzoato de benzila 25%,
permetrina 5%, enxofre precipitado 10%, tiabendazol 1%.
• Antipruriginosos: diminuem ou eliminam o prurido, por
diversos mecanismos:
Provocando a sensação de frio: mentol 0,1-1%, cânfora 0,1-
4%.
Provocando analgesia: fenol 0,1-2%, capsaicina 0,5%.
Diminuindo a inflamação: corticoides
Os anti-histamínicos de uso sistêmicos estão proscritos para
uso tópico.
• Antivirais:
Exemplos: aciclovir, valaciclovir e famciclovir.
• Cáusticos: utilizados para destruir neoformações, pode
ser usado em verrugas.
Exemplos: ácido tricloroacético 30-70%, nitrato de prata,
podofilina
• Ceratolíticos: removem a camada córnea.
Exemplos: ácido salicílico (psoríase, dermatite seborreica) em
concentração acima de 2%, resorcina.
• Ceratoplásticos: favorecem a ceratinização normal,
indicado quando a queratinização está alterada, eczema
crônico, psoríase.
Exemplos: ácido salicílico em concentração abaixo de 2%,
coaltar 1-5%.
• Citostáticos: atuam sobre uma das fases da divisão
celular, destrói a lesão, verrugas seborreicas e
melanomas solares
Exemplo: 5-fluoracil
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• Despigmentantes/Descorantes: utilizados no
tratamento de hiperpigmentações, usado em melasma.
Exemplo: hidroquinona
• Pigmentantes/Recorantes: promovem a pigmentação
da pele.
Exemplo: diidroxiacetona (vitiligo), psoralenos (precisa do sol
para ser ativado).
• Detergentes: utilizados para remover crostas, detritos,
exsudatos.
• Hidratantes: restabelecem a umidade normal da pele,
corrigindo o ressecamento, xerodermia. Atuam por dois
mecanismos principais:
Oclusão – vaselina, ceramidas.
Umectação: retem a água na superfície da pele – ureia 10%,
Lactato de amônia a 12%.
• Redutores: diminuem os fenômenos inflamatórios e
normalizam o processo de queratinização alterado,
indicado em psoríase e eczema crônico.
Exemplo: óleo de cade, alcatrão, coaltar.
• Rubefacientes: provocam hiperemia por vasodilatação.
São utilizados em alopecias, com a finalidade de ativar a
nutrição dos folículos.
Exemplos: álcool, fenol, ácido ácetico glacial, Minoxidil 5%
(alopecias)
Tipos de veículos:
Possuem propriedades físicas, é importante incorporação,
preservação, estabilidade e atividade do princípio ativo.
• Pós: mistura de sólidos pulverizados. São utilizados
como protetores, calmantes e antipruriginosos,
absorvem a água de lesões úmidas.
• Podem ser de origem vegetal (amido, fécula) ou
mineral (Óxido de zinco, talco).
• Soluções: mistura homogênea de solvente líquido e
substância solúvel no mesmo, pode ser usado em lesões
agudas.
Exemplos: solução de permanganato de potássio, água
boricada.
• Loções (suspensão): veículo líquido ou semilíquido
contendo no seu interior partículas insolúveis - loção de
calamina, loção alba. O termo loção é reservado para
soluções utilizadas em áreas restritas, pode ser usado
em lesões agudas.
• Tinturas: são soluções coradas.
Exemplos: tintura de iodo, tintura de violeta de genciana
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• Emulsões: 2 misturas estáveis onde a água é dispersa na
substância graxa com a ajuda de um agente
emulsificante. Podem ser classificadas em:
o Loção cremosa: dispersão Óleo / Água, possui mais
água
o Creme: dispersão Água / Óleo, possui mais óleo,
usada em lesão subaguda.
• Pomadas: mistura de substâncias graxas. É o veículo de
maior absorção cutânea. Podem ser de origem mineral
(Vaselina), animal (lanolina), vegetal (manteiga de cacau)
e unguento, usada em lesões crônicas.
• Coloide – Verniz: são líquidos voláteis com substâncias
ativas, que ao evaporarem deixam resíduo.
• Pastas: mistura de líquido (água ou óleo) com 20 a 50%
de pós. São porosas e permitem a perspiração da pele e
drenagem de exsudato, usada em lesões subagudas.
• Gel: dispersão coloidal, consistência gelatinosa, que em
contato com a pele se liquefaz, não é oleoso e é miscível
em água, com para áreas oleosas.

Localização:
• Pilosa: utiliza-se loções e soluções, não utilizar pós e
pastas.
• Área glaba

Extensão: pensar no custo-benefício

• Generalizada: não se utiliza pomadas ou pastas

• Delimitadas: opta-se por pomadas

Fatores que interferem na absorção dos medicamentos

tópicos:
• Lipossolubilidade
• Localização
• Maturidade da função barreira
• Integridade da pele
• Concentração do princípio ativo
• Quantidade de substância aplicada

Formas de aplicação:
• Banhos de imersão
• Compressas úmidas
• Aplicação local de cremes, pastas e pomadas
• Curativo oclusivo
• infiltração intralesional

Complicações
• Eczema (sulfas , penicilina , anti-histamínicos).
• Absorção sistêmica