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DERMATOLOGIA

1 - Elementos eruptivos que modificam a cor da pele

2 - Elementos eruptivos sólidos

3 - Elementos eruptivos que resultam de soluções de continuidade

4 - Elementos eruptivos de conteúdo líquido

5 - Elementos eruptivos transitórios

6 - Elementos eruptivos residuais

1- Elementos eruptivos que modificam a cor da pele

- Manchas vasculares: alterações nos vasos sanguíneos.

Transitórias: eritema e cianose. Involuem sem deixar sequelas.

Eritema: mancha de coloração vermelha resultante da congestão de vasos dérmicos (hiperemia) ocorrendo
maior afluxo de sangue para o local. O sangue está contido no interior dos vasos (pode-se observar o
clareamento da área quando se faz a digito-pressão ou vitro-pressão). O sangue é de origem arterial, logo
ocorre um aumento na temperatura da área.

Enantema: eritema nas mucosas. / Exantema: eritema que ocupa grandes áreas da pele.
Obs: esses processos podem culminar com infecções secundárias, como nas partes genitais do bebê. Esse
processo é frequente em dermatoses de natureza alérgica como a urticária, eritema polimorfo de origem
infecciosa como a rubéola, sarampo, sífilis e em casos inflamatórios como LES. Outro exemplo é a
dermatomiosite.

Cianose: manchas de coloração vermelho-azulada, resultante da congestão passiva, localizada nas


extremidades, sem aumento da temperatura (IC e congestão pulmonar).

Permanentes: nevus vascularis e telangiectasias. e hemangiomas

Nevus vascularis: determinadas pela hiperplasia das células vasculares; tem tamanho variável,
permanentes, de aspecto morfológico diverso, plano, tuberoso. Processo estável que não se modificacom
a digito-pressão e não tem variação de temperatura. Na maioria das vezes são lesões congênitas –
angiomas ou hemangiomas.

Telangiectasias: ectasias (dilatações) vasculares que ocorre geralmente em pequenos vasos, que se tornam
tortuosos e por transparência observamos uma coloração avermelhada. Encontradas na rosácea,
esclerodermia, radiodermites.
- Manchas Sanguíneas: sangue extravasa do vaso e se deposita nos tecidos formando uma mancha
inicialmente eritematosa que a medida que envelhece vai adquirindo a tonalidade acastanhada e não se
modifica a digito-pressão. São chamadas púrpuras e divididas de acordo o aspecto morfológico em:

Petéquias: arredondadas, puntiformes, podendo ser maiores.


Observadas em doenças hematológicas como leucoses, doenças
bacterianas agudas – meningoencefalite e viroses.

Como regra geral as manchas vasculares somem com a digitopressão


(o sangue retorna para o vaso integro que está apenas dilatado), as
manhcas sanguíneas não somem com a digitopressão (o sangue
extravasou de um vaso que foi rompido). Logo, as manchas sanguíneas
são mais agressivas.

Víbices: lesões lineares que surgem em decorrência de traumatismos lineares – chibatadas. palmadas

Equimoses: lesões em formato de placas, observadas em contusões acidentais, caso de fragilidade vascular
ou doenças que cursem com redução de plaquetas.

- Manchas pigmentares: ocasionadas por deposição de pigmentos na pele, que adquire a coloração da
substância depositada.

Pigmentos da própria pele:

I – excesso de melanina:
manchas hipercrômicas,
escuras, acastanhas ou
enegrecidas. Ex: nevus
pigmentados, melasmas,

melanomas.

II – diminuição de melanina: manchas hipocrômicas, de cor


esbranquiçada. Ex: Hansieníase na sua forma indeterminada,
ptiríase versicolor, esclerodermia.

III – ausência de melanina: manchas acrômicas, em que a pele fica


totalmente branca. Ex: vitiligo e albinismo.

as manchas pigmentares devem ser classificadas quanto a cromia em relação da tonalidade da pele do próprio pct
Pigmentos estranhos da pele:

I – estranhos, mas orgânicos: deposição de bilirrubina nas icterícias, dando uma tonalidade amarelada e
nos casos de angiodermite ocorre deposição de hemossiderina, dando uma tonalidade acastanhada.

II – pigmentos estranhos à pele e ao organismo:


pigmentação acastanhada observada em pacientes de pele
clara que usam clofazimina para o tratamento de
hanseníase. / Coloração amarelada que pacientes que
utilizam anti-maláricos de série amarela adquirem. /
Ingestão de corantes naturais ou artificiais contidos em
alimentos. / Tatuagens.

as manchas tem mais de 1cm, alterações de cor <1cm são


máculas. Ambas se localizam na epiderme.

2- Elementos eruptivos sólidos – alterações que cursam com aumento tecidual, parcial ou total.

- Pápula: elemento eruptivo que faz saliência na superfície da


pele, coloração rósea ou avermelhada. Involuem sem cicatriz.

Pápula Urticada: ocorre vasodilatação do pedículo vascular da


derme com extravasamento do conteúdo desses vasos e assim
tem-se embebição da epiderme. O acumulo de liquido na
epiderme é o responsável pela elevação da pele no local. Em
virtude do maior afluxo de sangue para o local, ocorre
aumento da temperatura e coloração avermelhada. Quando o
processo é intenso pode haver clareamento da área central,
pois o edema intenso vai comprimir os vasos. Ex: reações
alérgicas como urticárias, picadas de insetos, recebendo a
denominação de ponfo.
Pápula Clássica: por proliferação celular ocorre o aumento
superficial da espessura da pele. Ex: sífilis, líquen plano.

a pápula tem até 1cm, se aglomeradas ou >1cm é


uma placa. Ambas tem localização na derme
granulosa.

- Tubérculo: elemento que faz saliência na pele, na


maioria das vezes é maior que a pápula, de situação
dérmica, circunscrito, em número variável, que ao
involuir costuma deixar cicatriz. Ex: hanseníase,
sarcoidose, sífilis, entre outras.

- Nódulo: elemento localizado, mais profundo que o tubérculo, no qual a


pele que o recobre pode ser normal ou apresentar alterações. Pode ser
visível à ectoscopia, quando faz abaulamento, ou apenas ser percebido à
palpação.

O tubérculo e o nódulo são mais profundos, estão na derme média


(tubérculo) e na derme profunda/hipoderme (nódulo).
Pode se apresentar como lesão estável ou sofrer processo evolutivo denominado goma, atingindo as
seguintes fases:

a) Infiltração – fase proliferativa da lesão.


b) Amolecimento – geralmente às custas da necrose central.
c) Esvaziamento ou fistulização – com eliminação de material de seu interior.
d) Reparação cicatricial – decorrente da proliferação de tecido fibroso.

Ex: esporotricose em sua forma linfangítica, no eritema nodoso, nos cistos, entre outros.

- Queratose ou ceratose: trata-se de um aumento da


espessura da pele às custas de elementos da camada
córnea. A pele se mostra áspera, com consistência
aumentada e geralmente esbranquiçada. Ex:
genodermatoses, calosidades.

- Vegetação: observa-se uma proliferação ao nível das papilas dérmicas, ocasionando lesões salientes,
únicas ou múltiplas, que podem ser de 2 tipos:

a) Verrucosa: epiderme está recobrindo a lesão, dando um aspecto áspero e seco.

b) Condilomatosa: geralmente, a epiderme não está íntegra, se encontrando adelgaçada ou ausente,


resultando em um elemento eruptivo amolecido e úmido. Ex: verruga vulgar, condiloma acuminado.

- Infiltração: ocorre aumento da espessura da pele, de tamanho variável, geralmente ocasionado por um
número acentuado de células ao nível dérmico. Ex: lúpus eritematoso discoide, sarcoidose, hanseníase.
- Liquenificação: espessamento da pele geralmente circunscrito, único ou múltiplo, onde observamos
acentuação dos acidentes naturais da pele, resultante de processos pruriginosos crônicos.

- Esclerose: endurecimento da pele que se mostra lisa e à palpação


encontramos dificuldade em pregueá-la. Ex: esclerodermia.

liquenificação é espessamento, esclerose é retração

3 – Elementos eruptivos de conteúdo líquido: lesões formadas pela presença de coleções líquidas no
interior da pele.

- Vesícula: pequena lesão, elevada, brilhante, com líquido geralmente seroso em seu interior, única ou
múltipla, podendo ser formada por 2 processos: <1cm

a) Espongiose (edema intercelular na epiderme, com afastamento dos queratinócitos): dada pelo acúmulo
de líquido nos espaços intracelulares da epiderme, principalmente ao nível da camada de Malpighi,
havendo acantólise e levando a formação de “lagos” de líquido – vesícula histológica, que com seu
crescimento de superficialização se tornará visível. Esse quadro é o mecanismo clássico na formação dos
eczemas.

Obs: acantólise trata-se da perda de adesão entre as


células epiteliais por degeneração dos desmossomos ou
da substância cimentante intercelular, o que permite a
formação de bolhas ou vesículas.
b) Balonização (edema intracelular): o processo se inicia a
nível intracelular, dando origem a células grandes e
arredondadas, que podem estar circundadas de líquido.
Algumas células podem estar intactas e por isto ocorrer
uma ligação ao teto da vesícula, dando a clássica
umbelicação central. É um processo comum em viroses
como herpes simples, varicela.

Aparenta ser vesícula, pois o professor disse em aula que provavelmente


esse era um caso de herpes simples, que cursa com a formação de vesículas.

Herpes Zoster – cursa com vesículas que fazem o trajeto do dermátomo.


>1cm
- Bolha: constituída por
coleção líquida que possui
dimensões e conteúdos
maiores que a vesícula, com
situação intra ou sub-
epidérmicas, conteúdo
geralmente seroso, em
quantidade variável. Ex:
pênfigos, penfigóides.

- Pústula: lesão de conteúdo líquido, com número, tamanho e situação variável, cujo conteúdo é sempre
opaco, amarelado, de consistência mais espessa. Ex: impetigos, psoríase pustulosa.
é uma vesícula com pus. Se é uma bolha com pus o nome é bolha pustulosa.

Obs: as que cursaram com pus provavelmente desenvolveram uma infecção secundária.

4 – Elementos eruptivos que resultam de soluções de continuidade: são ocasionados por lesões que
determinam a brusca interrupção da sequência normal da pele. São chamadas de ferimentos, que podem
ter origem acidental ou patológica.

- Escoriações: é o mais superficial componente desse grupo,


com resolução sem deixar cicatrizes geralmente ocorre por
mecanismo traumático, observado com frequência em
acidentes.
- Erosão : trata-se de uma solução de continuidadetambém
superficial, ficando restrita geralmente a epiderme,sendo na
realidade uma ulceração rasa, que geralmente ocorreapós
rutura de vesícula, que ao perder seu teto e conteúdo,
transforma-se em uma exulceração. Ex: cancro duro.

- Rágades ou fissuras: solução de continuidade linear, ocorrendo geralmente em dobras naturais. Estas
ruturas lineares podem se apresentar eritematosas e surgem com frequência em candidíase das dobras,
dermatofitoses de espaços interdigitais. fissuras ocorrem na glande, vagina, anus, axila, sulco mamario e etc

- Ulceração: solução de continuidade mais profunda, atingindo a epiderme, derme e por vezes estruturas
mais profundas como hipoderme, planos musculares ósseos, vísceras. O mecanismo é patológico e podem
ser únicas ou múltiplas. O aspecto é geralmente eritematoso e pode vir a sofrer infecções, determinando
em sua superfície a presença de secreções. Ex: cancro mole, tumores malignos de pele (epitelioma
basiloide, epitelioma epidermoide, melanoma, além de outras patologias.

- Fístula: solução de continuidade que no caso vai da superfície da pele até a estrutura ou órgão de origem,
geralmente com trajeto tortuoso e podendo eliminar secreção. São observadas após inflamação de um
nódulo de esporotricose, em micetomas, entre outros.
5 – Elementos eruptivos transitórios: também chamados de caducos, geralmente ocorrem em locais que
existiram outros elementos e são constituídos por restos teciduais cuja tendência natural é serem
eliminados, ficando na superfície da pele por um intervalo de tempo.

- Escamas: são lâminas epidérmicas formadas por alterações no processo normal de queratinização,
fazendo com que a eliminação normal de células da epiderme, que é feita de forma imperceptível, passe a
ser realizada por grupamentos celulares agregados ou escamas. Ex: psoríase, ptiríase versicolor e eczemas.

Furfuráceas ou ptiriásicas: As
escamas apresentam-se de forma
lisa, semelhante ao farelo.

Lamelares ou Laminares: escamas


são eliminadas através de lâminas
que lembram escamas de peice.

Foliáceas: a eliminação das escamas


se dá como folhas epidérmicas.

Ictiose 

- Crosta: elemento eruptivo que resulta da agregação e


ressecamento de exsudatos decorrentes da evolução de
algumas dermatoses. Pode ter coloração variável com a sua
natureza (exsudato sero-purulento dando crostas melisséricas
ou amareladas, crostas acastanhadas ou hemáticas quando tem
a presença de sangue, exsudato seroso geram uma crosta
esbranquiçada). Ex: eczemas e impetigo.

- Escara: elemento eruptivo de coloração castanha ou negro, com


dimensões e profundidade variável, à palpação observa-se uma
temperatura geralmente abaixo da encontrada na pele normal,
sendo ocasionada por necrose tecidual. Esse elemento após
cicatrização cursa com cicatriz, ao contrário das anteriores desse
grupo. Ex: vasculite necrotizante, tromboses.
6 – Elementos eruptivos residuais ou sequelas: são os elementos resultantes da involução de alguns
eruptivos anteriores.

- Atrofia: redução da quantidade de células ou tecido de uma determinada área de pele, resultante da
involução de um determinado processo eruptivo. A atrofia pode ocorrer ao nível da epiderme, mostrando
uma pele adelgaçada, pregueada, que por transparência permite a visualização dos vasos sanguíneos
tortuosos. Pode haver também acometimento da derme ou hipoderme, levando a uma depressão da pele,
ou a atrofia pode atingir a todas as camadas da pele. Ex: LES, tuberculose cutânea, anetodermia.

- Cicatriz: elemento eruptivo resultante da proliferação de tecido fibroso em substituição ou na evolução


de um elemento eruptivo anterior. A pele torna-se lisa e pode haver normo, hipo, hiper ou acromia,
podendo estar elevada nas cicatrizes hipertróficas como queloide e deprimida nas cicatrizes atróficas ou
ainda planas. a cicatriz que fica grande mas respeita seus limites originais é a hipertrófica, a que não respeita limites é
um queloide
Localização, número e bordo – importantes, pois é possível prever os pacientes que tem maior
possibilidade de desenvolver queloide, ou ainda pode ajudar no diagnóstico de dermatoses em evolução
como tuberculose cutânea ou leishmaniose tegumentar americana.

- A pele é o maior órgão do corpo humano.

- CA de pele: é o de melhor prognóstico, atualmente. Isso é em decorrência da facilidade de diagnóstico. É


um câncer que tem como visualizar, pois não ocorre em órgão interno, logo é de diagnóstico precoce.
- Paciente com tendência a queloide, em 10 traumatismos, em torno de 1 ou 2 ele pode desenvolver
queloide.

- Queloide em áreas mais rígidas da pele se torna doloroso.

- Queloide é uma tendência individual, mais prevalente em negros.

1) 2) 3)

- É de fundamental importância o exame de pelos e unhas (por ser altamente vascularizado, pode
manifestar alterações sistêmicas).

1) Linha horizontal em todas as unhas – esse paciente sofreu um colapso circulatório que determinou uma
parada da circulação da unha. Pelo crescimento da unha – 0,2 mm aproximadamente – indivíduo em torno
de uns 60 a 90 dias teve um acidente vascular.

2) Mancha abaixo da unha pode ser desde uma martelada na unha por acidente a um melanoma
subungueal (tumor que atinge uma lâmina extremamente vascularizada e por sua vez tem disseminação
muito rápida).

3) Esse paciente com baqueteamento digital indica um processo crônico, como doenças cardíacas e
pulmonares.

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