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Dermato
Apostila Dermatologia
Semiologia da Pele e Lesões Elementares
ANATOMIA DA PELE
A pele é o maior órgão do corpo. Ela é dividida em
3 camadas: epiderme (epitélio estratificado de origem
ectodérmica), derme (tecido conjuntivo de origem
mesenquimal) e hipoderme (panículo adiposo formado por
tecido celular subcutâneo, rico em gordura). A interface
entre a epiderme e a derme é chamada de junção
dermoepidérmica e é repleta de projeções da epiderme
para dentro da derme, os chamados cones interpapilares,
que se situam entre as papilas dérmicas. Em situações em
que as papilas dérmicas estão alongadas, há uma
papilomatose.
SEMIOLOGIA
● Lesão elementar: é qualquer alteração que ocorre na superfície da pele que
pode ser perceptível a inspeção ou pela palpação
● Anamnese
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Dermato
MODIFICAÇÃO DA COR
Lesões melanocíticas
● Melanoma pode aparecer na região plantar
● ABCDE
○ A: assimetria
○ B: irregulares
○ C: variação de cor
○ D: diâmetro maior que 6 cm
○ E: elevação ou evolução
OBS 2: Lesão angular com clareamento central cujas bordas são eritemato
descamativas e não bem delimitadas são típicas de dermatofitoses.
2. Alterações permanentes
● Angiomas ou hemangioma → ocorre por neoformação vascular na derme
○ É uma lesão por proliferação vascular
● Telangiectasia ou Nevus Araneus ou Aranhas vasculares → vênulas ou
arteríolas de pequeno calibre (menor que 2 mm) na derme superficial
○ Podem ser lineares, sinuosas, estelares ou puntiformes
PÚRPURAS
● Alterações da cor relacionadas ao pigmento sanguíneo (hemossiderina)
pelo extravasamento de hemácias
● Não desaparecem à dígito ou vitropressão
● Víbice → petéquias lineares de natureza traumática
● Petéquias → púrpuras puntiformes
○ Podem ser encontradas nas vasculites quando ganham volume
(púrpuras palpáveis)
● Equimose → púrpura em lençol (equimoses perioculares sem história de
trauma ocorrem na amiloidose sistêmica primária por mieloma múltiplo)
● Lesões eritemato-purpúricas → muito comum nas vasculites
○ Mais comum nos membros inferiores
○ Desaparecem parcialmente à dígito ou vitropressão
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Dermato
LESÕES SÓLIDAS
PÁPULA
● Elevação circunscrita palpável ≤ 0,5 cm por aumento do número de células
da epiderme e/ou da derme papilar (não há representação dérmica)
● É a lesão sólida mais comum
● Siringoma → pápulas monocrômicas perioculares
● Líquen plano → ruptura da camada basal, com queda do pigmento
melânico (lesões acinzentadas). Ocorrem por agressão de linfócitos na
camada basal.
● Pápula enegrecidas e de longa duração na região
Pele normal tem a junção dermo-epidérmica, a adesão entre elas fica a partir das
numerosas moléculas e alterações dessas moléculas pode ser sede de alterações
autoimunes, ou seja, o corpo produz auto-anticorpos contra estruturas específicas
da epiderme ou da derme
PLACA
● Lesão em relevo (elevada em "placar" ou superfície "em platô") e em forma
de disco, por extensão ou coalescência de pápulas ou nódulos
● Xantelasma → placa na região das pálpebras (é preciso solicitar um
lipidograma)
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Dermato
TUBÉRCULO
● Lesão elevada, de consistência dura > 0,5 cm, fundamentalmente dérmica
● Ocorre por infiltração de células em toda a derme
● Deixa cicatriz ao involuir
● Pode ser uma manifestação de doenças granulomatosas (só acontecem,
fundamentalmente, em doenças como micoses sistêmicas, subcutâneas,
sarcoidose, sífilis terciária, tuberculose, hanseníase…)
NÓDULO
● Massa palpável circunscrita (consistência variável) > 1 cm (lesão mais
palpável do que visível)
● Aumento do número de células, tecido conectivo ou
depósito de substâncias
● Envolve derme e hipoderme, ou apenas hipoderme
● Lipoma → nódulo amolecido, não aderente a planos
profundos (móvel), pode ter apenas um ou vários nódulos
● Neoplasia → nódulo de consistência pétrea
○ Se não tiver nenhuma alteração na superfície, não
é comum ser uma lesão primária da pele e sim
uma metástase (em geral, quando há metástases
para pele, isso indica um mau prognóstico). Vem
de dentro para fora
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Dermato
VEGETAÇÃO
● Lesão exofítica, que cresce para o
exterior pela hipertrofia das papilas
dérmicas
● Pode ser de 2 tipos:
○ Lesão verrucosa → seca e
epiderme íntegra
○ Lesão condilomatosa → úmida,
com epiderme total ou
parcialmente ausente
CERATOSE (queratose)
● Espessamento superficial da epiderme pela
proliferação exclusiva da camada córnea
● A superfície é áspera ("calo")
LIQUENIFICAÇÃO
● Espessamento da pele com acentuação
dos sulcos e saliências
● Consequente ao ato de atritar
INFILTRAÇÃO
● Espessamento difuso da pele pelo
aumento do número de células ou depósito de
substâncias na derme ou hipoderme, pode ser decorrente de infiltrado
inflamatório, tumoral, infeccioso ou por doenças de depósito
● Lesão foveolar ("em queijo suíço") → borda interna bem delimitada, externa
mal delimitada e coloração férrea, típico da hanseníase dimorfa
● Carcinoma espinocelular da mucosa → ocorre infiltração por aumento do
número de células e acúmulo de substâncias
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ESCLEROSE
● Endurecimento da pele devido à proliferação do tecido colágeno ou do
subcutâneo, tornando o pregueamento difícil
● Pele rígida, perde o pregueado natural e resiste à distensão ou à tentativa
de enrrugamento por pressão digital → microstomia (abertura pequena da
boca) e fácies de boneca (sem expressão)
● Proliferação do tecido colágeno que pode substituir a gordura por fibras
colágenas e estrangular anexos (sem pelos ou glândulas como a sudorípara)
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Dermato
● Bolha → coleção líquida com > 1 cm (> 0,5 cm para alguns autores), em
abóbada
○ Pode ser intraepidérmica (subcórnea ou suprabasal) ou
subepidérmica (maior, mais duradoura, maior resistência e mais
extensa e densa). Apresenta um teto maior
○ Evolução → pode romper e gerar erosão ou ressecar e formar uma
crosta
ESCORIAÇÃO
● Perda superficial da epiderme por mecanismo traumático
(arranhadura, “ralado”, “esfolado”)
● Lesão superficial linear
EROSÃO
● Perda parcial da epiderme
● Em geral, secundária à ruptura de bolha intraepidérmica
alta (subcórnea)
EXULCERAÇÃO
● Acomete até a derme papilar, expondo-a
● Em geral, secundária à ruptura de bolha
intraepidérmica suprabasal
○ Pode ser secundária a bolhas causadas
pelo herpes zoster (respeitam dimídio)
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ULCERAÇÃO OU ÚLCERA
● Perda circunscrita da epiderme e derme, podendo atingir a hipoderme e
tecidos subjacentes
● Sem tendência à cicatrização espontânea
● Por trauma ou necrose tecidual
● Hipercromia ao redor da lesão → indica se tratar de uma lesão crônica,
devido ao extravasamento e metabolização da hemácia e a fagocitose das
células, que confere uma coloração escurecida pelo acúmulo de ferro
○ Principal localização → na região inferior e interna da perna esquerda
(em geral mais a esquerda que a direita porque o retorno venoso
direito segue reto, enquanto o esquerdo passa pelo arco crural, logo,
é um retorno venoso mais lento, essa lentificação favorece ao
aparecimento de úlceras)
■ 3 Is: inferior + interna + “isquerdo”
■ Bolsa escrotal esquerda também tem o mesmo processo por
conta da veia renal - mais angiomas na bolsa esquerda que
direita
● Leishmaniose: úlcera em moldura com evolução de semanas ou meses
FÍSTULA
● Pertuito na pele, por onde há eliminação de material necrótico ou outros
elementos provenientes de foco mais profundo
● Trajeto linear sinuoso e profundo
○ Fístula perianal
○ Expressão de doença venérea
○ Micetoma: nódulos que podem ter crostas com saída de material
necrótico - colônias de fungos
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Dermato
FISSURA OU RÁGADE
● Fenda linear e estreita
● Pé de atleta → localização interpododáctila (porta de
entrada para erisipela)
LESÕES CADUCAS
ESCAMA
● Lâminas epidérmicas secas, pelo excesso de ceratina normal ou defeituosa
● Por aumento de proliferção, falha de maturação ou defeitos de aderências
● Podem ser → furfuráceas/pitiriásicas, laminares, micáceas, rupioides...
● Psoríase → eritema, descamação e nítida demarcação
● Doença de von Ritterschein (estafilococcia) → escamas lamelares
● Pitiríase versicolor → escamas furfuráceas
CROSTA
● Ressecamento de uma lesão de conteúdo líquido
● Surgem na superfície de uma lesão, pela concreção de líquidos, misturados
ou não a detritos celulares
● Pode ser:
○ Serosa
○ Purulenta/melicérica (cor de mel) → ressecamento de conteúdo
amarelado (aspecto do impetigo)
○ Hemática → ressecamento de conteúdo sanguíneo
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ESCARA
● Área de tecido cutâneo negro, necrosado, que expõe ulceração depois de
eliminado
● Úlcera de decúbito → úlcera secundária à necrose
SEQUELAS
ERITRODERMIA
● Dermatite descamativa inflamatória
● Eritema e descamação em mais de 90% de área
corporal acometida (generalizada)
● Causas → psoríase, eczemas, farmacodermias...
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Dermato
Hanseníase
CONCEITO
● Brasil é o país com maior incidência de Hanseníase
○ Está relacionada às condições socioeconômicas da população
● Doença infectocontagiosa tipicamente relacionada a dermatologia
● Causada pela Mycobacterium leprae
● Acomete principalmente nervos periféricos e pele, mas pode acometer qualquer
orgao desde que haja macrofagos (à excecao do SNC)
○ Esta relacionada a aglomeração de pessoas em que um portador na sua
forma bacilífera
○ Paucibacilares: pouco transmissível, não tem muito bacilo
○ Multibacilares: maior transmissibilidade por ter muitos bacilos.
○ Ser paucibacilar ou multibacilar é decorrente da presença de macrófagos
capazes de destruir no organismo o bacilo da lepra
○ Infectado sem a doença: teve contato, mas não desenvolve porque os
macrófagos conseguiram eliminar o bacilo e não se transformou em
multibacilar
● Evolução crônica, sendo que 30% dos casos apresentam períodos de agudizações
(reações)
● Pode causar incapacidade física e social
● Curável (é facilmente tratável, especialmente na fase inicial) → o tratamento com
poliquimioterapia mata a bactéria e interrompe a disseminação da doença
○ Após a realização, se tratamento adequado é considerada curada da doença
● O diagnóstico causa importante impacto psicossocial (pelas deformidades e estigma
social)
● É uma doenca de notificacao compulsoria
● Objetivos:
○ Erradicar → sem casos e sem agente circulante
○ Eliminar → não ter casos
○ Eliminar como saúde pública → menos de 1 caso para 100.000 habitantes na
prevalência
○ Controle → redução de incidência, prevalência e gravidade (é o que é
possível ser feito na prática)
AGENTE ETIOLÓGICO
TRANSMISSÃO
EVOLUÇÃO DA DOENÇA
CLASSIFICAÇÃO
PATOLOGIA
CLÍNICA
OBS: O aparecimento das lesões é mais precoce nas formas paucibacilares, pois a é
decorrente de manifestações imunológicas, ao contrário das formas multibacilares, em que
o aparecimento das lesões é decorrente da multiplicação dos bacilos no interior dos
macrófagos (maior período de incubação).
● Como tem pontas que ultrapassam lesão, parecem tuberculóide mas são borderline
● Para fazer o diagnóstico, não pode pegar só da borda com mais bacilos. Tem uma
estrutura virchoviana e uma estrutura tuberculóide
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Dermato
● Precisa pegar uma parte da borda interna e uma parte da borda externa
● Cor cúprea/ferrugínea (de cobre)
●
ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS
Em geral, é feita a palpação, que identifica-se um espessamento do nervo pelo
processo inflamatório. Em alguns casos, é possível observar, no pescoço, a presença do
nervo e do seu espessamento. São mais palpáveis que visíveis.
● Função sensitiva → nervo cubital é o mais acometido, seguido do mediano, ciático,
poplíteo externo, radial, tibial posterior e facial
● Função motora → nervo cubital é o mais acometido, seguido do mediano, ciático,
poplíteo externo, radial, tibial posterior e facial
● Função autonômica
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
CLÍNICA
● Alterações dermatológicas
● Alterações neurológicas
○ Teste de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil (sempre comparando com
o lado contralateral)
■ Perda de sensibilidade se dá primeiro a térmica, depois dolorosa e
por último a tátil
○ Testes para inervação autonômica → teste de histamina e teste da
pilocarpina
○ Teste da Histamina
■ 1º: Eritema
■ 2º: Edema
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Dermato
Teste de histamina: Mais perto da mão incompleto e mais acima está completo
Teste de pilocarpina: Pé com coloração roxa é o teste completo e o outro todo branco é o
incompleto
LABORATORIAL
● Baciloscopia
○ Pega de 6 lugares simétricos (joelho, orelha, cotovelo…)
○ Pode ser positiva ou negativa
● Histopatologia
○ Granulomas alongados, acompanham o caminho dos nervos
■ Granulomas: levam a perda do pêlo e da sudorese
○ Forma virchoviana: globias (agrupado de mycobacterium dentro dos
macrófagos) - coloração de nissl positivo
● Testes sorológicos
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REAÇÕES
CLÍNICA
● Tipo I (T,DT,DD,DL): sintomatologia geral discreta, lesões eritematosas
infiltradas, novas lesões e neurite
○ Todo espectro que não seja Virchoviano
○ Pouca sintomatologia
○ Neurite: se não for abordada de forma intensa e imediata pode levar
a deformidades
○ Aumento do número de lesões e edematosas com localização periorificial
○ Por vezes pode ter necrose
● Tipo II (DL,V): sintomatologia geral importante, eritema nodoso, orquite, irite, uveíte
e neurite
○ Forma Virchowiana e Dimorfa-Lepromatosa
○ Pode ser que o diagnóstico seja feito pelas reativações reacionais e não pela
apresentação clínica habitual
○ Amiotrofia (atrofia muscular) menos importante que a tipo I
○ Surtos reacionais podem levar à atrofia do testíulo
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
● Hanseníase indeterminada → pitiríase versicolor, eczematide, dermatite
seborreica, hipocromias e acromias residuais e vitiligo
● Hanseníase tuberculoide → dermatofitose, psoríase, dermatite seborreica, LES,
sífilis secundária e terciária, granuloma anular e alongados, granuloma multiforme,
líquen plano, sarcoidose, sarcoma de Kaposi, tuberculose cutânea, cromomicose,
leishmaniose, paracoccidioidomicose, esporotricose, doença de Jorge Lobo,
esclerodermia e farmacodermias
● Hanseníase dimorfa e virchoviana → leishmaniose anérgica, sífilis secundária,
farmacodermias, LES, xantomatose, neurofibromatose, lipomatose e linfoma
● Alterações neurológicas sensitivas e motoras → devem ser diferenciadas de
alcoolismo, diabetes, esclerodermia, artrite reumatóide, siringomielia, doença de
Dupuytren, camptodactilia, epidermólise bolhosa, acropatia úlcero mutilante de
Thevenard, doença de Dejerine-Sottas, tabes dorsalis, síndrome de Bernhardt
(meralgia parestésica), síndrome do túnel do carpo, tromboangiite obliterante e mal
perfurante plantar (ceratose do pé - perda de sensibilidade)
TRATAMENTO
OBJETIVO
● Tratar todos os pacientes de hanseníase e quebrar a cadeia epidemiológica
○ O melhor meio para isso seria melhorar as condições de vida das pessoas
● Tratar e prevenir incapacidades
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
● Tratamento específico → esquema poliquimioterápico PQT (Rifampicina,
Clofazimina e Sulfona)
○ Multibacilares → Rifampicina 600 mg dose única mensal + Clofazimina 300
mg dose única mensal + Dapsona 100 mg diária + Clofazimina 50 mg diária
■ Tratamento por, no mínimo, 12 meses
■ Rifampicina: bactericida
○ Paucibacilares → Rifampicina 600 mg dose única mensal + Dapsona 100
mg dose diária
■ Tratamento por, no mínimo, 6 meses
○ Multidrogaterapia uniforme (MDT-U) (tratamento que está sendo
introduzido, independente da forma da doença) → DDS (Dapsona) 100
mg/dia + Rifampicina 600 mg dose única mensal + Clofazimina 300 mg dose
única mensal e 50 mg/dia
■ Tratamento por 6 meses
■ Acrescenta a clofazimina nos paucibacilares
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Dermato
Baciloscopia
● Paucibacilares: negativa
● Multibacilares: positiva
Número de lesões
● Paucibacilares: até 5 lesões
● Multibacilares: Mais de 5 lesões
REAÇÕES
● Tratamento das reações
○ Reação tipo I → corticoide sistêmico
○ Reação tipo II → talidomida (deve-se introduzir a corticoterapia sistêmica se
houver acometimento oftalmológico, como uveíte ou orquite). Trata o eritema
nodoso
○ Outras drogas → Clofazimina, Pentoxifilina, Ciclosporina e Azatioprina
○ Novas opções terapêuticas (bactericidas) → Ofloxacina, Minociclina e
Claritromicina
■ Usados em pessoas que tem alergia a rifampicina
Micoses Superficiais
As micoses superficiais são doenças infecciosas causadas por fungos ou
cogumelos, que se localizam preferencialmente na epiderme (principalmente restritos a
camada córnea), podendo, ocasionalmente, invadir a derme e, em casos muito raros, os
órgãos internos. Elas são divididas em 3 grandes grupos: ceratofitoses (Pitiríase
versicolor, Tinea negra, Piedra negra e Piedra branca), candidíases e dermatofitoses.
● Pitiríase versicolor → Malassezia furfur
● Candidíase → Candida sp (albicans)
● Dermatofitoses → dermatófitos (Tricophytum, Epidermophytum, Microspurum)
○ Fungo restrito a camada córnea, não invade na maioria das vezes a derme
○ Camada córnea: 10 micra
○ Epiderme: 0,5 mm
○ Sem relevo: mácula/manchas
● Quando a camada córnea estiver alterada e observar uma lesão opaca, que não tem
o brilho de uma pele normal, pode suspeitar que tenha escama
AGENTE ETIOLÓGICO
● Malassezia furfur → fungo lipofílico saprófita obrigatório da pele humana (flora
permanente na pele), que se alimenta de gordura (ácidos graxos), principalmente da
gordura das glândulas sebáceas, que desembocam nos folículos pilosos (folículo
pilo-sebáceo)
○ Logo, são encontradas nas áreas mais ricas em glândulas sebáceas
(áreas seborreicas com mais oleosidade: nuca, couro cabeludo, face, tronco
superior)
○ Glândula holócrina: toda a célula secretora é eliminada (citoplasma, núcleo e
secreção)
■ Apócrina: elimina parte do citoplasma
■ Écrina: produz só a secreção
○ Se desenvolve dentro do folículo pilo-sebáceo das áreas mais seborreicas
○ Se acumula nas áreas seborreicas
○ Pega colesterol e transforma em ácidos graxos livres
● Pode ser chamada de micose da praia ou pano branco
CARACTERÍSTICAS
● Ocorrência universal, com predomínio em locais de clima quente e úmido
● Acomete adultos de ambos os sexos após a puberdade (quando as glândulas
sebáceas estão mais desenvolvidas)
● Predisposição genética
FISIOPATOGENIA
A gordura favorece-se uma hiperproliferação do fungo na camada córnea, que irá
produzir uma toxina que inibe a síntese de nova melanina. Com isso, há o surgimento de
máculas, geralmente hipocrômicas, arredondadas e bem delimitadas com descamação
pitiriásica homogênea, centradas no óstio folicular, podendo confluir, especialmente após
exposição aos raios UV (ocorre geralmente após exposição ao sol, porque há a
pigmentação da pele, com produção de melanina nas áreas saudáveis). Eventualmente, as
máculas podem se apresentar eritematosas ou hipercrômicas.
● O quadro e assintomático porque não desperta resposta imunológica, por isso não
tem prurido, dor e eritema
● A malassezia produz ácido azelaico que é um ácido encontrado no sangue com
ação inibitória da tirosinase
● Tirosinase transforma tirosina em melanina, se ela estiver inibida, quando você entra
em contato com o sol, expõem a pele sob a colônia e não produz melanina, continua
branca
○ Ex: paciente raspa a cabeça e toma sol.
● Flora bacteriana: Staphylococcus epidermidis está presente e cada uma vai
contendo a proliferação do outro. Mas se a qualidade do sebo favorece a
Malassezia, começa a proliferar mais e a formar uma colônia, colonizando a camada
córnea
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Dermato
QUADRO CLÍNICO
● Geralmente, as lesões são assintomáticas
● Máculas múltiplas, confluentes, de cor variável (hipocrômicas, hipercrômicas ou
eritematosas)
● Sinal da unha ou de Besnier → descamação fina (furfurácea) ao se raspar a pele
com a unha
● Sinal de Zileri ou do estiramento → ao esticar a pele do paciente distalmente, há o
aparecimento de escamas furfuráceas
○ Estica a pele do lado da lesão, a camada córnea eriça, visualizando a
escama e fica mais opaca porque refrata a luz
● Localizações mais frequentes → metade superior do tronco e nos braços, mas
pode ocorrer também na face, abdômen, nádegas e MMII
○ Em geral, há também o acometimento do couro cabeludo
○ Nunca afeta a região palmoplantar e mucosas
DIAGNÓSTICO
● Suspeita → clínica e exame da luz de Wood (fluorescência rósea-dourada
característica)
● Confirmação → exame micológico direto pelo raspado das lesões (elementos
leveduriformes e hifas curtas e largas, observados após preparação com KOH 10%)
○ Agrupadas em cachos compatível com malassezia
○ Método diagnóstico laboratorial para diagnosticar a pitiríase
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Dermato
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
TRATAMENTO
● Tópico (3-4 semanas) → normalmente é suficiente, porque o fungo se encontra na
camada córnea (não será eliminado e sim reduzido para uma quantidade de
população adequada)
○ Usa-se veículos com boa espalhabilidade, inclusive em áreas pilosas →
shampoo, loção cremosa, spray, solução
○ É preciso tratar toda a área seborreica por igual, não apenas em cima da
mácula
■ Aplicar 20 min antes do banho e enxagua
○ Principais fármacos de escolha:
■ Imidazólicos → Cetoconazol (genérico, Cetonax, Nizoral) ou
Isoconazol (Icaden)
■ Octopiroxolamina
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Dermato
Evolução: 2 semanas para a camada córnea ser renovada, e o fungo só é eliminado após 3
semanas e se a pessoa se expor ao sol de novo, e produzir melanina de novo (a mancha
desaparece). Se não se expor ao sol, vai ter que esperar a pele clarear para igualar as
cores.
CANDIDÍASE
AGENTE ETIOLÓGICO
● Candida sp (principalmente albicans) → são fungos saprófitos obrigatórios das
mucosas humanas (também da pele, mas apenas onde houver calor e umidade,
que favorecem sua proliferação)
○ Primeiro contato com a cândida é no parto, no nascimento
■ Gestação: Aumenta a quantidade de glicogênio e favorece a
presença da candida
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Dermato
OBS:
● A pele tem a camada córnea para nos proteger, a mucosa não tem, só tem o muco
que fica por cima da célula secretora
● Temperatura da mucosa oral é em torno de 0,5º-1ºC mais alta que a axilar
● O que permite com que a gente não seja invadido por microrganismos é a secura da
pele, mas tem lugares como as axilas, inter quirodáctilo, sulco interglúteo, inguinal,
perineal que são úmidos também e chamadas de áreas intertriginosas (pele fica
em atrito com pele - aumenta calor e umidade). Por isso, a camada córnea dessas
regiões é muito mais fina e delicada.
● Na região inframamária de pessoas idosas cria um microambiente semelhante das
mucosas e cândida se instala
FISIOLOGIA/HABITAT:
● Calor e umidade
● Cavidades humanas/mucosas
● Áreas intertriginosas da pele
● Dobras e outras áreas ocluídas
○ Canto da boca (queilite angular), dobra do pescoço, axilas, interquirodáctilos,
periungueal, inguinal, sulco interglúteo, interpododactilo, vulva, glande
FISIOPATOLOGIA
● A cândida produz estímulo ao sistema imune
● A cândida vai estar presente na camada córnea, mas liberar toxinas que produzem
inflamação que se traduz por eritema (vasodilatação) e descamação
● Onde tiver área intertriginosa a escama não é visível porque naquela área de
umidade “molha” demais a camada córnea que vira como se fosse uma
“nata”/grumo de escama de córnea (massa branca e amolecida em torno da
lesão)
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Dermato
CONDIÇÕES PREDISPONENTES
● Gerais → imunodepressão, diabetes, antibioticoterapia
● Locais → calor e umidade (por isso, é mais comum em obesos e sedentários)
QUADRO CLÍNICO
● Eritema mal delimitado (pela diferença de calor e umidade), mais intenso no centro
da dobra, com maceração brancacenta e, eventualmente, lesões satélites
○ Eritema mais pronunciado no centro da lesão
○ Saindo da dobra fica menos vermelho vivo e mais róseo e vai aparecendo
escama e vai ter prurido
○ Lesões satélites: lesões pequenas na borda, não apenas nas regiões das
dobras
● Prurido
FORMAS CLÍNICAS
● Candidíase oral
○ Comum no período neonatal → pode ser contraída da mãe
durante o parto vaginal
○ Comum nos enfermos, imunossuprimidos, indivíduos em uso de
corticoide tópico para asma, pessoas com má higiene bucal…
○ Em idosos e bebês pode acumular saliva e propiciar a instalação
da cândida
○ Quadro clínico → placas branco-cremosas, às vezes
pseudomembranosas, podendo assumir aspecto eritematoso ou enegrecido
○ Glossite candidiásica: candida na língua
○ Aspecto de leite coalhado
● Queilite angular
○ Fissuras, eritema e descamação nos ângulos da boca
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Dermato
○ Pode ter instalação de cândida quando tira cutícula, é comum ter paroníquia
○ Quadro clínico → eritema e edema doloroso em torno da matriz ungueal
○ Linha de Muehrcke é um indicador de lesão recente
● Candidíase mucocutânea crônica
○ Infecção crônica e recorrente da pele, das unhas e da orofaringe
○ Acomete principalmente crianças (em geral antes dos 3 anos)
○ Quadro clínico → lesões ceratósicas com tendência a formação de cornos
cutâneos ou granulomas, localizados principalmente no couro cabeludo, face
e extremidades
○ Pode ter início tardio sem história familiar e surgir como manifestação
secundária de neoplasias e timomas
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Dermato
TRATAMENTO
● Remover as causas predisponentes locais e gerais
○ Principal tratamento
● Tópico → deve ser feito sempre, em todos os casos, com cremes, loções cremosa
ou elixir (para candida oral)
○ Para a pele precisa ser tratamento tópico!
○ Princípios ativos:
■ Nistatina (Micostatin, Dermodex)
● Só serve para cândida
● Dermodex: zinco calmante absorve umidade da candidíase
■ Imidazólicos (Cetoconazol, Isoconazol, Tioconazol, Clotrimazol)
■ Amorolfina (Loceryl)
■ Octopiroxolamina (Micolamina, Loprox, Fungirox)
● Sistêmico, com Imidazólicos → reservado especialmente para as formas
mucosas
○ Cetoconazol 200 mg
○ Itraconazol 100 mg
○ Fluconazol 50, 100 ou 150 mg → em geral, é feito em dose única de 150 mg
ou em 2 doses no total (1 por semana)
OBS: Veículo (creme ou loção cremosa ou elixir)
● Pomada: veículo muito gorduroso (não deixa evaporar a água, hiperhidrata camada
córnea e epiderme - favorece penetração do princípio ativo, mas não é confortável)
● Creme: mais aquoso e menos gorduroso, usado para lesões úmidas.
● Loção cremosa: menos gordura ainda
● Pasta: Pó dissolvido em água. Perfeito para brotoeja, lesões úmidas
● Spray: base alcoólica, melhor em uma camada córnea espessa. Se usar em uma
inflamação causa ardência
DERMATOFITOSES
AGENTE ETIOLÓGICO
● Dermatófitos → Epidermophyton floccosum, Trichophyton e Microsporum
(ceratinophilia) são os mais importantes (ao todo, 46 espécies desses 3 gêneros)
○ Sempre são patógenos
○ Restritos à camada córnea, pois se alimentam de queratina
○ Mais intenso na periferia do que na dobra
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Dermato
CONTÁGIO
A colonização começa na camada córnea da pele, no pelo ou na unha e sua
progressão depende da interação dos fatores patogênicos do fungo e da imunidade do
hospedeiro. A transmissão ocorre pelos esporos assexuados dos fungos liberados de suas
hifas que, após aderirem aos queratinócitos, começam a germinar formando um novo
micélio
● Direto → seres humanos, animais ou solo contaminado
● Indireto → exposição a fômites contaminados ou banhos públicos
○ Ex.: dermatofitose plantar
FISIOPATOGENIA
Quando há a inoculação do dermatófito na camada córnea, esse fungo começa a se
proliferar e gerar uma expansão centrífuga da colônia. Consequentemente, a inflamação
se inicia por um ponto central e cresce centrifugamente, sendo mais intensa na periferia da
colônia, formando as lesões circinadas (atividade mais pronunciada nas bordas e
tendência a normalização do centro) eritemato-descamativas com eventual
vesiculação das bordas.
● Pruriginosa e sempre contagiosa!
QUADRO CLÍNICO
● Lesões pruriginosas circinadas eritemato-descamativas (tinea ou tinha)
● Bordas muito bem delimitadas
● Eventualmente há vesiculação das bordas
● São lesões sempre contagiosas
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Dermato
FORMAS CLÍNICAS
● Tinea Capitis (tinea do couro cabeludo)→ causada pelos gêneros Microsporum e
Trichophyton
○ Mais comum em crianças de 4-14 anos (a partir da puberdade, o aumento
das glândulas sebáceas, com produção de ácidos graxos inibitórios, dificulta
a proliferação do fungo)
○ Evolução crônica
○ Contágio → inter humano por contato direto ou através de máquinas de
cortar cabelo, pentes ou escovas
○ Período de incubação → 10-14 dias
○ Quadro clínico:
■ Forma tonsurante → alopécia focal, descamativa, associada ou não a
eritema
■ Forma favosa → pequenas lesões crostosas crateriformes em torno
do óstio folicular chamadas de escútula fávica ou Godet
(patognomônicas)
○ Diagnóstico → exame da luz de Wood (auxilia) e exame micológico direto
(confirmatório)
○ Tratamento → sistêmico
○ Diagnóstico diferencial: Alopecia areata
● Tinea Barbae → causada principalmente pelo Trichophyton rubrum
○ Tipos clínicos → inflamatório, herpes circinado e sicose da barba
● Tinea Corporis → causada principalmente pelo Trichophyton rubrum e Microsporum
canis
○ Contágio → inter humano por contato direto, fômites ou banhos públicos e
pelo contato com cães e gatos
○ Formas clínicas → vesiculosas, anular e em placas
○ Quadro clínico:
■ Caráter pruriginoso
■ A lesão mais comumente é eritematosa ou eritematopapular, de
formato anular, descamativa, com bordas elevadas eritemato
descamativas ou vesiculosas, únicas ou múltiplas
○ Tratamento → tópico nas lesões localizadas e sistêmico nas lesões
disseminadas e refratárias
● Tinea Cruris (coceira de Dhobi) → causada principalmente pelo Trichophyton rubrum
e Epidermophyton floccosum
○ Acomete a região perineal ou inguinocrural (dobra, períneo, coxa proximal e
abdômen)
○ Mais comum em homens adultos, obesos e diabéticos
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Dermato
DIAGNÓSTICO
● Raspagem das lesões
● Exame micológico direto (demonstração das hifas na preparação de KOH 10%)
○ Atesta que é uma micose
○ Gênero → determinado pela morfologia de seus conidióforos
○ Espécies → determinada pela cultura em meio ágar de Sabouraud ou ágar
de Mycosel
● Importante: exame micológico direto x cultura
○ Micológico direto: Atesta que é micose
■ Tempo: 1 semana
○ Cultura: diz qual o tipo do fungo, ajuda na investigação epidemiológica
■ Tempo: 6 semanas
TRATAMENTO
● Tópico → cremes ou loções cremosas, shampoos, solução, spray, esmalte
○ Imidazólicos (Cetoconazol, Isoconazol, Tioconazol, Clotrimazol)
○ Terbinafina (Lamisil, Funtyl, genérico)
■ Primeira escolha
○ Amorolfina (Loceryl)
○ Ocotpiroxalamina (Micolamina, Loprox, Fungirox)
● Sistêmico
○ Princípios ativos:
■ Terbinafina 250 mg (Lamisil, Funtyl, genérico)
■ Griseofulvina 500 mg (Fulcin, Grisovin)
■ Imidazólicos → Cetoconazol 200 mg (Nizoral, Cetonax, Candoral,
genérico), Itraconazol 100 mg (Sporanox, Itranax, Traconal, genérico)
e Fluconazol 50, 100 ou 150 mg (Fluconal, Zoltec, genérico)
○ Tempo de tratamento:
■ 2-4 semanas → corpo (corporis), face
■ 1-2 meses (4-8 semanas) → dermatofitose do couro cabeludo
(capitis), tinea barbae, região palmar
■ 2 meses (8 semanas) → unhas das mãos (unguium) e região plantar
■ 3 meses (12 semanas) → unha dos pés (unguium)
✓ Terbinafina por 3 meses
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Dermato
Sífilis
DEFINIÇÃO
AGENTE ETIOLÓGICO
○ Treponema Pallidum
○ Família → Treponemataceae
○ Gênero → Treponema
○ Espécies do gênero:
● T. pallidum → causa sífilis (compromete tegumentos e órgãos internos)
● T. carateum → causa pinta (restrito às alterações cutâneas)
● T.pertenue → causa bouba (compromete tegumento, articulações e
ossos)
○ Características:
● Forma espiralar (8-20 espirais) →
movimenta-se por rotação do
corpo em volta de seus filamentos
● 5-20 µm de comprimento e apenas
0,1 a 0,2 µm de espessura
● Não possui membrana celular
● Não é cultivável e não identificável pela cultura
● É destruído pelo calor e falta de umidade, ou seja, não resiste muito
tempo fora do seu ambiente (apenas 26 horas)
● Replicação lenta → aproximadamente a cada 30 horas
● Rico em conteúdo lipídico (cardiolipina e colesterol) → por isso, o VDRL
é o mais utilizado para o diagnóstico
● Parasita obrigatório e exclusivo do homem
EVOLUÇÃO
dias, surge-se também uma adenite regional bilateral e simétrica (nos locais onde há
cancro duro). A sífilis secundária surge após 2 meses, com lesões (sifílides) iniciais
como máculas e tardias como pápulas, que podem ou não desaparecer
espontaneamente, mas isso não indica cura e sim uma fase de latência. Após cerca de
6 meses, pode surgir outras lesões, em uma sífilis recidivante. Após 2-30 anos, podem
surgir lesões circunscritas e não infectantes, caracterizando a sífilis terciária.
A sífilis recente (evolui até 1 ano da doença) pode ser tanto primária quanto
secundária e a sífilis tardia apenas a terciária (evolui após 1 ano da doença e a partir
do 2º). Da mesma forma, a sífilis congênita pode ser recente (1º ano de vida) ou
tardia (a partir do 2º ano).
● Quando é uma sífilis latente e não sabe quando adquiriu trata sempre como
sífilis tardia com uma quantidade de ATB maior
● A sífilis é a grande imitadora de outras patologias
○ Exantemática: pensa em rubéola ou virose ou herpes simples
○ Exames:
● FTA-ABS IgM positivo → 15-20 dias
■ Importante para o recém-nato de sífilis congênita recente -> o
bebê que produz anticorpos
● FTA-ABS IgG positivo → 15-30/40 dias
■ 1º a se positivar, mas uma vez positivo sempre positivo
■ Importante para o adulto, mas se já tiver tido é melhor o VDRL
● VDRL positivo → 50 dias (não fica positivo na fase de sífilis
primária)
■ É barato e eficiente, mas é mais específico para sífilis secundária
■ O VDRL para RN pode estar positivo porque passaram anticorpo
da mãe para o bebê
■ Diagnóstico e prognóstico: tende a negativar na sífilis secundária
e terciária, o que ajuda a determinar a efetividade do tratamento
e no acompanhamento. Acompanha por 2 anos
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Dermato
● 1º ano: 3 em 3 meses
● 2º ano: 6 em 6 meses -> só depois da alta
OBS.: A imunidade está presente a partir da 3ª semana de infecção, mas nem todos
terão uma imunidade total com cura espontânea (pode ocorrer em menos de 60% dos
pacientes, mas, ainda assim, é preciso tratar todos por igual).
CLASSIFICAÇÃO
○ Sífilis adquirida:
● Recente → primária, secundária ou latente
● Tardia → terciária ou latente (para fins de tratamento, deve-se sempre
tratar uma sífilis latente como tardia, que tem doses muito maiores)
○ Sífilis congênita → recente ou tardia
SÍFILIS PRIMÁRIA
Sífilis Decapitada
○ Evolui sem a formação do cancro duro (lesão primária da sífilis)
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Dermato
SÍFILIS SECUNDÁRIA
Manifestações
○ Surge 2 meses após o cancro duro
○ Erupção cutânea generalizada, simétrica, indolor, com aspecto
de acordo com a cronologia
● Inicialmente → roséolas sifilíticas (máculas
eritematosas)
● Após 5 meses de evolução → sifílides papulosas (lesões
papulosas)
● Monomorfismo → todas as lesões são iguais (somente
máculas ou somente pápulas), o que difere de outras doenças como a
varicela (catapora), onde há lesões em diferentes estágios
(polimorfismo)
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Dermato
○ Manifestações gerais:
● Micropoliadenopatia generalizada (gânglios endurecidos,
pequenos) → difere da sífilis primária, que é localizada
● Mialgias, artralgias, cefaléia, meningite, febre, astenia, hepatite,
iridociclite, esplenomegalia e periostite (caráter sistêmico da doença)
○ Pode ocorrer descamação periférica em algumas lesões (colarete de Biett)
○ Sinal de Cornill → língua lisa (despapilada)
Diagnóstico
● Sorologia VDRL, que é positivo a partir de títulos de 1:8 → títulos mais
baixos, como 1:4, 1:2, indicam que a infecção ainda não se instalou e está em
evolução (devendo-se repetir após 3 meses) ou, se permanentemente nesses
títulos, trata-se de falsos positivos (o que é comum em usuários de drogas,
gestantes, hanseníase, colagenoses…)
○ Deve-se acompanhar por 2 anos → repetir de 3 em 3 meses no 1º ano e
6 em 6 meses no 2º ano
○ Quando os títulos de VDRL zeram → alta do tratamento
○ Se os títulos decaem e permanecem em títulos de 1:4 ou 1:2 → indica
apenas cicatriz sorológica
■ Não pode aumentar esse título 3 meses depois
○ Efeito/fenômeno prozona → pode ocorrer em casos em que há muita
concentração de anticorpo (títulos muito altos), quando não se dilui o
soro, podendo gerar um falso negativo
■ A medida que o tratamento ocorre, a titulação do paciente
decresce e, assim, a titulação fica mais visível, passando a dar
positivo
○ Método: procura anticorpo anticardiolipina, não é específico porque
temos cardiolipina nas células, podendo estar sensibilizado em outras
patologias como o lúpus e SAF, mas é muito mais alta no treponema tem
muito mais
● Biópsia com histopatológico → pode ser feito de forma complementar
Manifestações
○ Lesões regionais/localizadas (geralmente acometem
apenas 1 segmento), com característica túbero
circinadas e destrutivas
○ Gomas sifilíticas (nódulo que evolui em 4 fases de
evolução: endurecido, amolecido, expulsão do material
necrótico e cicatriz) → acometem qualquer
área do corpo
○ Nódulos justa articulares de Jeanselme →
não é exclusivo de sífilis e tem os cotovelos
como localização preferencial
● Nódulos indolores, moles e de
consistência amolecida
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Dermato
Diagnóstico
○ Sorologia VDRL positiva
○ Biópsia com exame histopatológico → presença de granulomas
SÍFILIS CONGÊNITA
Aspectos gerais
○ Transmitida de mãe para feto (vertical) → em qualquer fase gestacional
● Não é transmitida durante o aleitamento
● Taxa de transmissão em mulheres não tratadas → 70-100% nas fases
primárias e secundária
○ Gravidade relacionada ao tempo de duração da infecção, sendo uma infecção
mais grave do que a sífilis adquirida
● Dependendo da virulência, pode levar ao aborto, natimorto ou recém
nato que venha a óbito
● Ocorre morte perinatal em 40% das crianças infectadas
Classificação
○ Sífilis congênita precoce → sinais e sintomas até os 2 anos de vida
● Baixo peso
● Prematuridade
● Rinite sanguinolenta (muito sugestivo), coriza
● Erupções eritemato papulosas (igual à sífilis secundária)
● Osteocondrite (pseudoparalisia de Parrot), periostite, osteíte
● Hepatomegalia e esplenomegalia
● Icterícia
● Anemia
● Fissura peribucal e anal
● Pênfigo palmo-plantar (bolhas na palma da mão e na região plantar)
● Condiloma plano
● Microadenopatia
○ Sífilis congênita tardia → sinais e sintomas após os 2 anos de vida
● Tíbia em lâmina de sabre
● Fronte olímpica
● Nariz em sela
● Dentes incisivos superiores deformados
(sinal de Hutchinson)
● Mandíbula curta
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Dermato
● Surdez
● Ceratite intersticial
● Neurossífilis → paralisia geral juvenil dos 6 aos 20 anos, atrofia do
nervo óptico e tabes dorsalis
● Gomas em várias localizações
● Iridociclite e coriorretinite
● Hidrartrose bilateral de Clutton
Diagnóstico
○ FTA-ABS IgM positivo → para sífilis congênita recente (sensibilidade muito
alta, diferente do que ocorre nos adultos)
○ Sorologia VDRL → não é ideal, pois pode sinalizar anticorpos da mãe
● Deve-se repetir após 3 meses
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
○ Cancro mole
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TRATAMENTO
Considerações ao Tratamento
○ Gestantes e pacientes com HIV-AIDS → devem sempre ser tratadas com
Penicilina Benzatina e, se alérgicos, deve fazer dessensibilização em ambiente
hospitalar (interna e fica 3 dias dessensibilizando para fazer a dose adequada)
● Alternativa → Eritromicina (estearato ou etilsuccinato)
● Contraindicação para gestantes → Tetraciclinas
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Dermato
ACNE VULGAR
CONCEITO
● Doença genético-hormonal, auto-limitada, de localização pilossebácea
● Características das lesões → polimorfas e caracterizadas pela presença de
comedões ("cravos"), pápulas, pústulas, cistos, abscessos e cicatrizes
○ Na acne vulgar, há sempre a presença de comedões (diferente das
erupções acneiformes, onde não há comedões)
● Componente genético
○ Tem componente genético que determina a produção de um tipo de
descamação folicular que entopem o folículo piloso. Dessa forma, o
sebo que está abundante pelo crescimento da glândula pelo estímulo
androgênico da puberdade, não consegue sair. Esse sebo não
consegue ser eliminado e cria um meio de cultura para a bactéria
gerar uma inflamação (tem enzimas que quebram gordura em ácidos
irritativos) = acne (comedões, pápulas, pústulas…)
EPIDEMIOLOGIA
● Dermatose de frequência elevadíssima
● Sexo feminino → acometimento mais precoce (11-12 anos)
● Sexo masculino → aometimento mais tardio (16 anos) e mais grave
● Regressão espontânea
● Frequente êxito cicatricial
PATOGÊNESE
Quando o indivíduo entra na puberdade, há o aumento da produção de
hormônios androgênicos, o que causa um ingurgitamento das glândulas sebáceas
e uma hiperplasia sebácea (lipídios), que forma uma queratose folicular
(descamação errônea) que leva ao entupimento do folículo com retenção do
sebo, formando os comedões, que bloqueiam a saída do sebo. Com isso, a
bactéria Propionibacterium acnes (P. acnes) encontra um excelente meio de
cultura (na gordura formada), gerando inflamação e formação de pápulas,
pústulas e/ou nódulos.
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Dermato
A) Microcomedão:
● Infundíbulo hiperceratótico
● Corneócitos aderentes
● Secreção de sebo
B) Comedão
● Acúmulo de corneócitos descamados de sebo
● Dilatação do óstio folicular
C) Pápulas/Pústula inflamatória
● Expansão crescente da unidade folicular
● Proliferação de Propionibacterium acnes
● Inflamação perifolicular
D) Nódulo
● Ruptura da parede folicular
● Inflamação perifolicular acentuada
● Cicatriz
ETIOPATOGENIA
● Fatores emocionais
● Ciclo menstrual
● Alimentos (chocolate, amendoim,...)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
● Quadro clínico → erupção polimorfa (várias lesões elementares se
apresentam no indivíduo ao mesmo tempo)
CLASSIFICAÇÃO DA ACNE
● Acne não-inflamatória → acne comedoniana ou grau I (apresenta apenas
os comedões)
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Dermato
● Acne inflamatória
○ Acne papulopustulosa/pustulosa ou grau II → apresenta comedões,
pápulas e pústulas
TRATAMENTO
● Tratamento local → sabonetes com enxofre e ácido salicílico,(comedoniana
leve) podendo-se associar:
○ Ácido retinóico 0,025-0,1% → deve ser sempre usado à noite, pois o sol
inativa uma parte desse ácido
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Dermato
ERUPÇÕES ACNEIFORMES
PRINCIPAIS TIPOS
● Acne medicamentosa → corticoide, lítio, vit. B12 tiouracil, fluconazol,
ciclosporina, halogênios, isoniazida, inibidores dos fatores de crescimento
epidérmico (erlotinib, gefitinib, cetuximab...)
● Acne mecânica ou oclusiva
● Acne ocupacional
● Acne cosmética
● Acne solar
HIPERANDROGENISMO
● Central
○ Ovariano
○ Adrenal
○ Hipofisário
○ Outros → epilepsia, anabolizantes, anticonvulsivantes (Valproato,
Carbamazepina, Hidantoína…)
● Periférico
○ Aumento de receptores
○ Aumento de sensibilidade
○ Aumento de atividade enzimática
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Dermato
● Ultrassonografia (USG):
○ Deve ser realizado entre o 3° e o 5° dia de cada ciclo (caso a
paciente não seja virgem, deve-se dar preferência para USGTV)
○ Aumento ovariano bilateral (N até 10cm³)
○ Presença de 10 ou mais folículos medindo 2-10mm em cada ovário
○ Estroma com densidade e área aumentados
○ Achados não se aplicam a mulheres em uso de ACO
○ Mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos à USG,
sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo, não devem ser
consideradas portadoras de SOP
● Manifestações clínicas de acordo com a alteração funcional
○ Anovulação crônica
■ Oligomenorréia
■ Amenorréia
■ Infertilidade
○ Androgênios elevados
■ Hirsutismo
■ Acne
■ Alopécia
○ Resistência à insulina
■ Obesidade
■ Acantose nigricans
■ Síndrome Metabólica
● Tratamento:
○ Anticoncepcionais (praticamente todos os ACO são efetivos)
■ Suprimem os altos níveis de LH
■ Componente estrogênico aumenta os níveis de SHBG
produzidos pelo fígado, o que reduz a biodisponibilidade
androgênica
■ Deve-se evitar usar combinações cujo progestágeno tenha
ação androgênica (Noretisterona, Levonorgestrel)
■ Principais → Ciproterona, Drospirenona, Didrogesterona
○ Antiandrógenos (drogas supressoras de uso contínuo)
■ Recaída após a suspensão
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Dermato
○ Acetato de Ciproterona
■ Inibidor competitivo do receptor androgênico
■ Há evidências de que sua associação com etinilestradiol reduz
atividade da 5α-redutase tipo 2 na pele
■ Uso → 50 a 100 mg do 5° ao 15° dia do ciclo com o etinil
estradiol do 5° ao 26° dia do ciclo
■ Deve-se monitorizar função hepática
○ Espironolactona
■ Inibe parcialmente a esteroidogênese adrenal e ovariana
■ Inibidor competitivo da DHT
■ Inibe a 5α-redutase
■ Efeito benéfico sobre retenção hídrica, resistência insulínica e
perfil lipídico
■ Antagonista da aldosterona
■ Antiandrógeno esteróide fraco
■ Atividade progestacional
■ Inibe o sistema citocromo P450 adrenal e gonadal
■ Metabolismo hepático
■ Induz enzimas do sistema P450 hepático
■ Boa combinação com ACO e metformina
■ Aldactone → 50 a 400 mg/dia (hipercalemia é rara se a função
renal for normal)
○ Biguanidas (sensibilizadores de ação da insulina) → principalmente a
Metformina (1,5-2,5g/dia)
■ Segura para gestação
■ Eficiente em mulheres obesas ou não
■ Ações → regulariza os ciclos menstruais, diminui o
hiperandrogenismo, diminui o risco cardiovascular, melhora a
resposta a indutores da ovulação, melhora o estado
metabólico-endócrino, pode melhorar a fertilidade, induz
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Dermato
ROSÁCEA
ACNE NEONATAL
● Nas primeiras semanas de vida (acne neonatal), caracterizando-se por um
quadro com poucas lesões que involuem totalmente dentro de algumas
semanas
● A patogênese estaria relacionada com a capacidade dos andrógenos
maternos de estimular os queratinócitos do infundíbulo a proliferar
ACNE INFANTIL
● Lesões surgem entre 3 e 6 meses e não estão relacionadas com a
estimulação de andrógenos maternos
● Trata-se de alterações hormonais próprias dessa idade
● Aparecimento é tardio (1 a 2 anos de idade), e podem não ter explicação
etiopatogênica
● Em determinadas ocasiões, podem decorrer do fenômeno de virilização ou
precocidade sexual e que, obrigatoriamente, deverão ser investigados
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Dermato
Câncer Cutâneo
INCIDÊNCIA DOS TUMORES CUTÂNEOS MALIGNOS NO BRASIL
● Melanoma → 5-7%
○ Mais frequente em peles mais claras e com maior exposição ao sol
○ Muito subnotificado
○ Acomete mais pessoas brancas
● Câncer de pele não melanoma
○ Carcinoma basocelular → 65-70%
○ Carcinoma espinocelular → 25%
● Outros → 3%
○ Sarcomas (neoplasia das células mesenquimais, do tecido conjuntivo
primário, ex: fibrosarcoma) e linfomas
ALBUMINISMO
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Dermato
O albinismo é uma doença genética em que há uma falta da produção de melanina. Para a
produção normal de melanina, há várias etapas enzimáticas e, quando ocorre uma mutação
em uma dessas enzimas, surge o albinismo, que possui subtipos diferentes, gerando
fenótipos diferentes. Além disso, como a melanina está muito presente no olho, é uma
doença oculocutânea fundamentalmente (porém, pode ser apenas ocular ou apenas
cutânea, dependendo da enzima envolvida). Nesses indivíduos, como não há pigmento na
pele, surgem lesões cutâneas desde a infância e podem desenvolver cânceres cutâneos.
Por isso, não devem ter exposição da pele ao sol.
● O albinismo deve ser visto como uma doença ocular-cutânea, porque tem pouca
melanina na íris. Pode ter nistagmo
● Qualquer mutação de enzima daria um tipo de albinismo.
XERODERMA PIGMENTOSO
HIPERPLASIA PSEUDOEPITELIOMATOSA
Outro exemplo de lesão pré cancerosa é a úlcera angiodérmica
crônica, localizada preferencialmente na perna esquerda na região interna ("3
is" → inferior, interna e izquierdo = esquerda), que gera uma hiperplasia
pseudoepiteliomatosa. Essa úlcera é mais comum de acometer o lado
esquerdo do que o direito por conta do retorno venoso, pois ao passar pelo arco
crural, fica lentificado, favorecendo o aparecimento dessa úlcera. O que caracteriza essa
patologia à inspeção como uma doença crônica é o pigmento escuro ocre ao redor da
lesão (surge devido ao pigmento ferro, que sai das hemácias que se rompem nos vasos). É
o ferro que advém da hemoglobina que está dentro das hemácias que extravasa por conta
de ficar muito tempo em pé
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Dermato
Compressas de água quente, lareiras e laptop apoiado sobre a coxa durante muito
tempo dão origem ao eritema Ab Igne, caracterizado por ser um eritema reticulado na área
de contato com o calor crônico. Esse eritema pode dar origem a um carcinoma
espinocelular e a radiodermite. A radiodermite pode ser classificada como aguda, causada
por queimaduras (bolhas) e crônica (pode dar origem ao carcinoma espinocelular
agressivo).
● Pode se transformar em neoplasia
● Radiodermite: após várias exposições
LEUCOPLASIAS
A leucoplasia (placa esbranquiçada, vegetante aderente à mucosa - lateral da
língua) é uma condição em que manchas ou lesões espessas e brancas aparecem dentro
na boca, geralmente na gengiva ou nas bochechas, e é causada pelo crescimento celular
excessivo. Ela deve ser diferenciada da candidíase e isso é feito ao passar uma espátula,
não sendo possível remover esse material esbranquiçado no caso da leucoplasia. Em geral,
Bruna Terra Nova, Caroline Serrano, Helena Galhardo e Isabelle Marques - 142
Dermato
a leucoplasia ocorre na borda lateral da língua. Ela também é uma lesão pré cancerosa,
que pode dar origem ao carcinoma espinocelular.
SUSPEITA CLÍNICA
● Crescimento rápido
● Sangramento (qualquer toque/trauma leve faz a lesão sangrar)
● Sintomatologia local → prurido pela reação inflamatória do organismo, na tentativa
de combater as células neoplásicas que estão surgindo
● Lesão que não cicatriza
DIAGNÓSTICO
● Histopatologia
● Dermatoscopia → inicialmente criada para diferenciar lesões melanocíticas de não
melanocíticas
○ Aumenta a previsibilidade da transformação para neoplásica
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Dermato
CARACTERÍSTICAS
● Lesões infiltradas (por células inflamatórias ou neoplásicas)
○ Presença de células neoplásicas na base do tumor
● Lesões elevadas ulcerovegetantes
○ Neoplasia
● Podem ter discreta ulceração
● Pode ter aspecto esbranquiçado e ceratótico
● Advindos de alterações/lesões prévias
● Sofre influência da radiação solar
● Fumo (calor + substâncias carcinogênicas) → cofatores para o desencadeamento do
carcinoma espinocelular na mucosa
● Pode surgir primariamente na mucosa → quando o carcinoma espinocelular surge a
partir de uma mucosa, ele é mais agressivo do que quando surge a partir da
semimucosa e a partir da pele
● Indicam lesões que estão presentes cronicamente
● O HPV pode estar relacionado a esse carcinoma, pp na região retal e anal
● Pode metastizar
CARACTERÍSTICAS
● Corresponde à 65-70% dos carcinomas
● Inicia-se como uma lesão pequena (pápula), que vira um nódulo e, com o tempo,
gera uma ulceração
● Em geral, conforme o tumor prolifera, a irrigação sanguínea não é suficiente e há
necrose
● Caráter crônico (geralmente há mais de 1 ano)
● Borda perolada brilhante e telangiectasia
● A lesão pode ser pigmentada
● Não surge primariamente em mucosas (quando acometida, é uma invasão por
continuidade)
● Em casos mais graves podem apresentar necrose central (nódulo ulcerado)
● Diagnóstico diferencial → carcinoma espinocelular (especialmente se houver
muito aspereza na superfície) e ceratose seborreica (nos casos de lesões
pigmentadas ou verruga senil)
○ Ceratose Seborréica: são amarronzada, múltiplas, bem delimitada que nção
ulceram nem sangram
○ Dermatose papulosa nigrans: pequenas lesões
enegrecidas e amarronzadas que tem uma patologia
semelhante a da ceratose seborreica. É mais comum na raça
negra e tem caráter familial
LESÕES MELANOCÍTICAS
NEVUS
● Malformação congênita que pode não estar presente nos nascimentos e surge às
custas de alterações de algumas células da pele, como os ceratinócitos,
melanócitos, glândula sudorípara, gordura…
○
● Os nevus melanocíticos são os mais comuns, tendo diferentes tipos:
○ Congênito → presente desde o nascimento, há saída de pêlos
■ Nevus melanocítico congênito (foto 1): Pigmentação e cabelos
presentes
○ Gigante → > 15 cm (maior potencial de gerar um melanoma)
■ Dependendo do tamanho tem maior ou menor chance de desenvolver
o melanoma
○ Médio → 3 a 15 cm
○ Pequeno → Até 3 cm
DIAGNÓSTICO
● Clínico (A, B, C, D e E) → indica possível transformação
maligna
○ A → assimetria
○ B → bordas irregulares
○ C → variação de cor
○ D → diâmetro > 6 mm
○ E → evolução
■ Se houver alguma modificação nos últimos
anos ou 6 meses -> realizar biópsia
excisional no local mais elevado da lesão
(+ espesso)
● Dermatoscopia
● Histopatologia → se a lesão não for muito grande e fortemente suspeita, faz-se uma
biópsia excisional e, se confirmado um melanoma, amplia-se as margens
● Imunohistoquímica → somente permite identificar a linhagem celular e não se as
células são malignas ou benignas
○ Tem lesões melanocíticas que perdem seu pigmento
● Extensivo superficial
● Nodular
● Acral → mais comum em hispânicos e negros
● Amelanótico
● Crescimento pode ser horizontal ou vertical → em geral, inicialmente é horizontal
para depois haver um crescimento vertical. Não é de crescimento tão rápido
○ Horizontal: é normal
○ Vertical: aumenta a chance de metástase
● Pode metastizar
○ Cutânea > linfonodos > pulmão > fígado e SNC
● Apresentação extracutânea mais comum → acometimento ocular
● Normalmente acomete pessoas mais jovens
● Espesso → ≥ 3 mm
PROTEÇÃO SOLAR
A PELE E O SOL
A pele é um envelope que protege o organismo, participa da regulagem da
temperatura, age como um órgão auxiliar na excreção e participa da produção de vitamina
D.
● Maior incidência de melanoma no centro-sul do país
● Mais comum em pessoas de pele clara
● Genes com mutações pré-definidas
RAIOS SOLARES
A camada de ozônio tem sido destruída por clorofluorcarbonos,
combustíveis fósseis, óxido nitroso e fertilizantes. Existem 3 tipos de raios
solares: UVC (não passa na camada de ozônio), UVA (passa direto na
camada de ozônio) e UVB (particularmente filtrado pela camada de ozônio).
O UVB fica basicamente bloqueado na epiderme (bloqueia 90%), sendo
70% pela camada córnea. Por isso, está mais relacionado às alterações dos
ceratinócitos, (relacionada à gênese do câncer) sendo o mais importante
na fisiopatologia do câncer. Está associada a gênese do câncer. Já o UVA
penetra mais, atingindo a derme (cerca de 20%), causando alterações mais
relacionadas ao fotoenvelhecimento.
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Dermato
A ação anti raquítica decorre particularmente dos UVB que permitem a fotossíntese
ao nível cutâneo da vitamina D3, indispensável para crianças, mulheres grávidas e pessoas
idosas. A exposição de 10 cm2 de pele durante 10 minutos a cada 2 dias é suficiente para
produzir a quantidade de vitamina D necessária para o organismo.
TIPOS DE FOTOPROTETORES
● Inorgânicos (físicos) → refletores ou físicos
○ Substância bloqueia a radiação refletindo-a
● Orgânicos (químicos) → absorventes ou químicos
○ Absorvem a radiação e comprimentos diferentes de ondas
● Bioativos
OBS: Em geral, a maioria dos fotoprotetores não são de um único tipo e sim uma mistura
entre eles.
OBS: A eficácia influenciada e modificada pelos veículos (creme, gel, bastão, loção,
aerosol), tendo uma maior ou menor duração na pele.
● Loção: Para o corpo, espalha melhor
● Creme: uso no rosto de pessoas mais idosas, hidrata também
● Gel: jovem com acne
● Batom: fotoprotetor no lábio
FPS: Razão para o tempo que a pessoa aplicando o protetor solar demora para atingir a
dose eritematosa mínima
● Fator 10, se vai demorar 30 min para se tornar eritematoso com o fotoprotetor, isso
significa que sem fotoprotetor leva 3 min para ficar
● Quanto maior o fator de proteção, menor a necessidade de reaplicar
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Dermato
Farmacodermias
CONCEITO
Afecções tegumentares e/ou sistêmicas produzidas pelo uso de
medicamentos, sendo os mais frequentes causadores de farmacodermias as sulfas,
antibióticos, analgésicos/antiinflamatórios e tranquilizantes.
EPIDEMIOLOGIA
● Correspondem a 3 a 6% de internações hospitalares
● 5 a 30% apresentam durante a internação
● Estão entre as principais causas de morte em dermatologia
● Crianças → menos frequente (imaturidade imunológica e ausência de
exposição prévia a múltiplos medicamentos)
● Idosos → alterações relacionadas à farmacocinética das drogas e ao uso de
múltiplos medicamentos
● Fatores genéticos → drogas indutoras de Lúpus Eritematoso, deficiência
genética da enzima G6PD levando à anemia com uso de determinados
fármacos…
○ HLA I e II predisposição genética para certas entidades (HLA-B*1502
SSJ com a carbamazepina)
● Fator climático → reações de fotossensibilidade
MECANISMOS
REAÇÕES IMUNOLÓGICAS
● Reações alérgicas → 4 tipos de hipersensibilidade Gell e Coombs
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Dermato
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
● Exantema
○ 2 semanas após uso de medicação
○ rash maculopapular eritematoso e pruriginoso
○ Curso benigno
○ TTO: suspender medicação
● Eritema fixo → mancha avermelhada que surge no mesmo local após o
paciente tomar uma determinada medicação
○ Lesões únicas ou múltiplas
○ Ex.: anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), dipirona e sulfas.
○ Inicialmente eritemato edematosa que evolui para hipercromia de
natureza melânica e tende a se intensificar mediante novas
exposições
■ Eritematosas -> acastanhadas
■ Pode ser doloroso e ter sensação de ardência
■ Pode evoluir para hiperpigmentação tecidual
■ A cada nova exposição -> lesões nos mesmos locais
● Eritema de contato
○ É uma erupção eritematosa vesiculosa, pruriginosa, circunscrita à área
de contato do remédio; decorre de um mecanismo de
hipersensibilidade retardada (tipo IV)
● Despigmentação → prurido
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Dermato
● Atrofias
○ Uso de corticoides fluorados tópicos
○ Estrias atróficas, principalmente de localização na região
inguinocrural, são relativamente comuns, em decorrência do
acréscimo de corticosteróides aos antimicóticos locais, com
uso recorrente
● Erupções acneiformes
○ Pústulas e pápulas
○ Ausência de comedões
● Fotoonicólise → descolamento das unhas (clássico com Tetraciclina
como doxiciclina)
EXEMPLOS DE FARMACODERMIAS
DIAGNÓSTICO
● Anamnese
● Quadro clínico → deve-se desconfiar de quadros clínicos atípicos ou com
evolução atípica
TRATAMENTO
Eczemas
DEFINIÇÃO
Eczemas são um grupo de dermatoses inflamatórias, pruriginosas, com
características clínicas e histológicas. As lesões elementares que acompanham esse
quadro são: eritema, edema, vesículas, crostas e descamação. De acordo com a
predominância dessas lesões, o quadro pode ser classificado em agudo, subagudo e
crônico. Prurido está sempre presente
● Aguda: Predomínio de eritema, mas com muito edema e vesículas ou bolhas
● Subagudo: predomínio de crostas (lesão de conteúdo líquido que ressecou) com
vesículas e eritema
● Crônica: Predomina eritema, descamação e liquenificação
○ Liquenificação: acentuação de sulcos da pele ou fissuras. Indica um
processo crônico (constante atritar)
EVOLUÇÃO E MANIFESTAÇÕES
● Aguda → eritema, edema, infiltração, vesiculação, exsudação
○ Características histológicas → vesícula
intraepidérmica, espongiose (afastamento dos
espongiócitos pelo edema), exocitose (linfócitos
migrando para a epiderme)
● Subaguda → eritema, crostas e descamação
○ Características histológicas (comum a ambas as
fases) → espongiose, paraceratose, hiperceratose e
crosta
● Crônica → descamação, liquenificação (acentuação dos sulcos
da pele), fissura
○ Características histológicas → espessamento da
camada epidérmica e de queratina, causando acantose
da epiderme, hiperceratose e paraceratose
ETIOLOGIAS
Os diversos eczemas resultam de causas externas e/ou internas, com etiologia
variada, cujos mecanismos patogênicos são distintos.
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Dermato
ECZEMA DE CONTATO
● Características:
○ Não se desenvolve no primeiro contato → é preciso que haja sensibilização
■ Sensibilização de no mínimo 8 dias, mas no geral é de meses
○ Teste de contato positivo (+)
■ Reações cruzadas: uma vez que se torna alergia ao timerosal pode
ter uma reação cruzada com outros antiinflamatórios
○ Pode ocorrer por quaisquer substâncias (depende do indivíduo)
○ Disseminação à distância
○ Eritrodermia esfoliativa
■ Qualquer reação pode desenvolver uma eritrodermia esfoliativa. É um
diagnóstico sindrômico, não é uma dermatose específica
● Ex.: linfomas de pele, psoríase, pênfigos, eczema atópico e
seborreico
● Tratamento:
○ Evitar o contato com o antígeno
○ Avaliação clínica das lesões → banhos/compressas
○ Corticoterapia tópica → creme/pomada (considerar a idade do paciente,
potência, localização e extensão)
■ Agudo ou subagudo: creme, se tiver liquenificado considera o uso da
pomada (mais gorduroso e mais indicada para a fase crônica - age
mais rápido)
■ Cuidado em áreas de pele fina ou em crianças: Usar corticóides
de baixa potência (hidrocortisona)
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Dermato
ECZEMA SEBORREICO
CARACTERÍSTICAS
● Frequente
● Crônica
○ Pode ter recidivas
○ Não tem cura, mas tem tratamento
● Dermatose eritemato descamativa
● Acomete áreas de dobras (couro cabeludo,
sobrancelhas, retroauricular, axilas, dobras
genitais, interescapular, sulcos nasais, malares,
mento,interpeitoral…)
○ Pode estar relacionada a recém
nascidos por hormônios transmitidos
pela mãe durante a gestação
● Diagnóstico diferencial → psoríase
(ultrapassa a linha de implantação do cabelo,
diferente do eczema seborreico)
CONDIÇÕES ASSOCIADAS
● Tensão emocional
● Frio
● Diabetes
● HIV
● Doenças neurológicas → doença de Parkinson, epilepsia
Tratamento:
● Shampoo a base de ácido acetilsalicílico e selênio
● Creme de corticóides: lembrando que em área de face evita usar de alta potência
● Período curto: Melhora em 2 noites
● Se recrudescer muito: imunomodulador tópico
● Sol ajuda na melhora dos sintomas
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Dermato
DERMATITE ATÓPICA
CARACTERÍSTICAS
● Atopia: Síndrome com características cutâneas e respiratórias, tem influência
genética, apresenta a prega de dennie morgan
● Eczema constitucional, prurigo diatésico, neurodermatite disseminada
● Baixo limiar de reatividade a estímulos contactantes e inalantes
○ Evitar certos tecidos ou perfumes
● Tríade → asma e/ou rinite, febre do feno e urticária
EPIDEMIOLOGIA
● 30% tem asma ou rinite, 15% urticária, 70% antecedentes familiares, com
prevalência de 81% se os pais têm dermatite atópica
● Aumento da prevalência
● Maior número de substâncias irritantes/exposição a poluentes
● Redução no tempo de amamentação
○ 50% até um ano
○ 30% entre 1 e 5 anos
CLÍNICA
● Não existe uma manifestação ímpar ou características
clínica e/ou laboratorial assim
● Critério maiores
○ Prurido
○ Topografia/aspecto lesional/idade (regiões
poplíteas e cubitais)
■ Adolescente ou adulto: dobras
■ Crianças: face
○ Cronicidade e recidivas
● Critérios menores
○ História pessoal ou familiar positiva
○ Dermografismo branco (qualquer desenho na pele
fica evidente)
○ Xerose (pele seca)
○ Ictiose (lembra escama de peixe)
○ Hiperlinearidade palmar
○ Pitiríase alba
○ Queratose pilar(aspereza dos membros superiores)
○ Palidez centro facial e escurecimento peri-ocular
○ Prega de Dennie-Morgan
○ Sinal de Hertog
○ Dermatite das mãos
○ Infecções cutâneas
○ Alterações “peri” e oculares
○ Eczema do mamilo
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Dermato
Lesões vesico exsudativas malares Predomínio nas regiões antecubitais e poplíteas até
que haja uma generalização das lesões
FATORES PRECIPITANTES/AGRAVANTES
● Infecções
● Distúrbios emocionais
○ Se tiver algum fator genético de base pode desencadear
● Modificações ou extremos de umidade e temperatura
● Imunizações
● Antígenos alimentares → ovo, castanha, soja,peixe, leite, galinha e aditivos...
● Hipersensibilidade a inalantes → lã, pêlos de animais, pólen, penas, poeira
domiciliar
COMPLICAÇÕES OCULARES
● Blefaro-ceratoconjuntivite atópica
○ Prurido
○ Queimação
○ Lacrimejamento
○ Descarga mucóide
○ Erosão e cicatrizes corneanas
● Ceratocone → deformidade crônica da córnea, friccional
● Catarata → primária ou secundária
OBS: O tratamento com ureia é totalmente proscrito nos pacientes com atopia.
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
● Antibioticoterapia → casos de impetiginização ou disseminação
○ Tópico → mupirocina, ácido fusídico, neomicina/bacitracina
○ Sistêmico → cefalosporina, macrolídeo
○ Doses baixas: Evitar superantígenos e usadas para combater o processo
inflamatório
● Antissépticos → permanganato de K+, água boricada 2%, clorexidina 2%
● Antihistamínicos
○ Até 2 anos → sedativos (hidroxizina), com dose escalonada
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Dermato
EPIDEMIOLOGIA
● Variável, segundo a micose
● Acomete principalmente os trabalhadores rurais
○ Fungos principalmente nos vegetais e no solo
● Não há contagiosidade inter humana
○ Não precisa colocar em isolamento quando internar
FISIOPATOLOGIA
● Granuloma → reação imunológica às custas de macrófagos, que ficam
hiperestimulados pelos linfócitos e se transformam em células epitelióides
(macrófagos) que não conseguem destruir completamente o antígeno
○ A principal doença infecciosa com granuloma é a tuberculose.
○ A hanseníase paucibacilar, sífilis terciária e todas micoses sistêmicas e
subcutâneas também produzem granuloma
● A fisiopatologia dificilmente fornece o diagnóstico da micose
DIAGNÓSTICO
● Exame micológico direto
● Cultura → especialmente para fungos
● Objetivo: mostrar a presença do agente na lesão
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Dermato
PRINCIPAIS MICOSES
● Paracoccidioidomicose (micose sistêmica)
○ Paracoccidioides brasiliensis
● Esporotricose (micose subcutânea)
○ Sporothrix schenckii
● Cromomicose (micose subcutânea)
○ Fonsecae pedrosoi
○ Phialophora verrucosae
○ Cladosporium carrionii
● Micetoma (micose subcutânea)
○ Actinomicótico
○ Maduro ou Eumicótico
○ Botriomicose
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
CASO CLÍNICO
Trabalhador rural de 47 anos, queixa-se
de feridas na pele há 4 meses, tratado com
antibióticos orais e locais sem melhora. Na
anamnese, refere emagrecimento de 6 kg no
período, astenia, dispneia aos esforços, tosse
com expectoração amarelada e às vezes
hemoptoicos. Queixa-se ainda de feridas na
boca com odinofagia, sialorréia e disfonia.
Ao exame: Mucosas hipocoradas, com lesões
cutâneas ulceradas de bordas infiltradas e
fundo finamente granuloso com pontilhado hemorrágico, lesões semelhantes na
mucosa oral no palato e gengivas. Adenomegalia pouco dolorosa com eritema na
cadeia cervical direita e axilar esquerda. Ausculta pulmonar com estertores
subcrepitantes nos terços médios. Hepatoesplenomegalia.
● Lesão pápulo-eritematoso-nodular com úlcera central com necrose ou
crostas (desidratação de exsudato)
● Ulceração profunda da mucosa granulosa (“areia”) com pontos
hemorrágicos (estomatite moriforme)
● Hipóteses diagnósticas → tuberculose, paracoccidioidomicose, linfoma
○ A paracoccidioidomicose é sempre um diagnóstico diferencial para
tuberculose e vice versa
○ Tuberculose é mais comum na base
● Exames e resultados:
○ Citologia do escarro → células leveduriformes (arredondadas) de
membrana birrefringente (2 membranas) e gemulação única e
múltipla, compatível com fungo
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Dermato
EPIDEMIOLOGIA
● Exclusiva das Américas (do paralelo 20 norte ao 35 sul) → não existe na
América do Norte acima do México, no sul da Argentina e na cordilheira dos
Andes
● Eminentemente brasileira (80%)
● Ocorre principalmente em florestas subtropicais com alto índice
pluviométrico
○ No Brasil → mata atlântica (sua distribuição é mais litoral)
CARACTERÍSTICAS
● Acomete principalmente os trabalhadores rurais, adultos, do sexo masculino
● Potencialmente letal
● Inoculação → via respiratória
● Fisiopatologia → imita a tuberculose na sua fisiopatogenia
○ O fungo penetra pelas vias aéreas, chega nas vias respiratórias, se
instala no alvéolo pulmonar, onde prolifera-se e é drenado para o
linfático hilar, chegando ao coração direito e sendo disseminado
para todo o sistema
● Características da infecção:
○ Latência → 15 a 20 anos sem desenvolver a doença
■ Pode ter a infecção e nunca desenvolver a doença
■ Pode desenvolver tardiamente
○ Pode ser circunscrita (hiperérgico) ou disseminada (anérgico)
■ Pode ter a doença circunscrita: só no pulmão ou só na pele
■ Multifocal: supra renal, tireóide, gânglio, hepatoespleno
○ Doença crônica, subaguda e raramente aguda
CLASSIFICAÇÃO
● Crônica do adulto → acometimento do pulmão (80% dos casos), mucosa
oral e nasal (são as mais acometidas após o pulmão e os linfáticos), laringe,
pele, sistema reticuloendotelial, suprarrenais, SNC, tubo digestivo, sistema
esquelético, glândulas...
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Dermato
PADRÃO PULMONAR
12-15% dos casos estão associados a tuberculose pulmonar
● Causa adenopatia hilar
● Infiltrativo (40%) → acomete o terço médio, bilateral
● Micronodular (10%) → nódulos 1-2 mm disseminados
em ambos hemitórax
● Nodular (11%) → nódulos 4-5 mm, bilateral
● Pneumônico (16%) → em asa de borboleta
● Cavitário (8%)
● Fibrótico ou estriado (5%)
● Misto (20%)
QUADRO CLÍNICO
● Estomatite moriforme de Aguiar Pupo →
lesões ulceradas ou exulceradas de
fundo finamente granuloso com
pontilhado hemorrágico (com aspecto
de amora)
○ Pode acometer o palato mole, esôfago ou laringe
● Macroglossite, macroqueilite → infiltração da língua e lábios
○ É produzido pela reação imunológica que o microfago
causa e não pela quantidade de fungo
● Lesões cutâneas pleomórficas → podem ser
papulotuberoulcerocrostosas, tubceronodularucerocrostosa...
○ Tubérculos → deve-se sempre pensar em doenças
granulomatosas
○ Podem assumir diversas formas: papulosas, pápulo-nodular,
nódulo-ulcerada, ulcerada, úlcero-vegetante, gerando qualquer tipo
de lesão elementar
● Linfonodomegalia → pouco inflamatória, pouco dolorosa,
com 1 ou mais gânglios, 1 ou mais cadeias
○ Diagnóstico diferencial → linfoma, tuberculose,
metástase, outras infecções...
● Úlcera com bordas infiltradas e fundo finamente granuloso
com pontilhado hemorrágico
○ Lesão infiltrada úlcero necrótica
○ Lesão infiltrada verrucosa
● Acometimento de gânglios/glândulas salivares (parótidas)
○ Linfática escrofulodermóide
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Dermato
DIAGNÓSTICO
● Exame micológico direto → células leveduriformes com membrana
birrefringente e gemulação única ou múltipla
○ Criptoesporulação (figura em roda de leme) → patognomônico de
paracoccidioidomicose
● Cultura para fungos → necessária sempre para confirmação diagnóstica
○ Ágar Sabouraud 25ºC → colônia cotonosa
○ Ágar sangue 37ºC → colônia cerebriforme (crescimento mais rápido)
● Sorologia (imuno eletroforese)
● Histopatológico
○ Sugere, mas não confirma o diagnóstico
○ Figuras em roda de leme → cripto esporulação
● Outros → VHS, RX tórax, anemia, eosinofilia, monocitose, linfócitos atípicos,
hipergamaglobulinemia, hipoalbuminemia…
○ VHS aumentado ao longo do tratamento → recaída da doença
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
● Tuberculose pulmonar e micobacterioses atípicas
● Sarcoidose e histoplasmose
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Dermato
TRATAMENTO
● Formas leves a moderadas:
○ Sulfametoxazol 2.400 mg + Trimetoprim 480 mg por 2 meses e depois
SMZ 1.600 mg + TMP 320 mg por 22 meses
■ Bactrim F (SMZ + TMP) → comprimido de 160 mg e 800 mg
○ Itraconazol 200 mg/dia por 18 meses
○ Cetoconazol 400 mg por 4 semanas e depois 200 mg por 23 meses
● Formas subagudas ou crônicas multifocais:
○ Anfotericina B, 1 mg/kg/dia EV
ESPOROTRICOSE
CASO CLÍNICO
Mulher de 32 anos, residente em casa na zona oeste, casada e com uma
filha de 12 anos, refere feridas no braço direito, pouco dolorosas, surgindo
inicialmente na mão e progredindo proximalmente como caroços que depois
eliminam pus e se tornam feridas há 2 semanas. Nega sintomatologia geral.
Quando interrogada referiu ter 3 gatos e que um deles
apresentou machucado no focinho. A filha está com uma
ferida no rosto.
Ao exame: Lesões ulceradas arredondadas na mão e
dorso de punho e lesões nodulares e algumas gomas
(nódulos fistulizados) no trajeto do linfático (linfangite
nodular ascendente).
● Exames complementares:
○ Micológico direto → negativo (em gatos, dão positivos, mas em seres
humanos, em geral são negativos)
■ Exame micológico direto (aspira o pus e coloca na lâmina): é
negativo na esporotricose
○ Cultura para fungos de pus ou de fragmento de lesão obtido por
biópsia → crescimento de Sporotrix em aproximadamente 7 dias
■ Gemulação em forma de margarida
■ É sempre necessária para confirmação diagnóstica
■ Cultura: em 1 semana consegue ver o aspecto da cadeira
○ Histopatologia → granuloma
○ Evolução:
■ Parece picada de inseto -> depois de 3 dias aparece um
caroço/nódulo sem dor nem febre -> aparecimento de mais
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Dermato
CLASSIFICAÇÃO
● Cutâneo-linfática (70%)
○ Entrada pela pele e vai acometendo linfonodos
● Cutânea localizada (20%)
QUADRO CLÍNICO
● Cutâneo-linfática → linfangite nodular
● Cancro de inoculação (pápula, úlcera...)
● Nódulos e gomas no trajeto de linfático (centrípeto)
○ Goma = nódulo que fistuliza
○ 4 fases: infiltração; amolecimento; fistulização ; cicatrização/fibrose
○ Sífilis terciária também cursa com goma
● Exsudato piosanguinolento
● Ausência de sintomatologia geral
● Forma verrucosa (cutânea localizada)
● Forma generalizada em pacientes imunodeprimidos
● Forma oftálmica: edema palpebral e acometimento da conjuntiva
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Dermato
TRATAMENTO
● Solução saturada de iodeto de potássio → 2-4 g/dia (2-4 meses)
○ Manter por mais 1-2 meses depois da cura clínica
○ Capacidade de desfazer granuloma
● Itraconazol → 100-200 mg/dia
○ Manter por mais 1-2 meses depois da cura clínica
○ Mais usado
● Anfotericina B (casos graves) → 0,5-1,0 mg/kg/dia EV
● Calor local
CROMOMICOSE
EPIDEMIOLOGIA
● Fungos demáceos (produzem pigmento escuro) → Fonsecae pedrosoi,
Phialophora verrucosae, Cladosporium carrioni, outros…
○ Habitat → solo
● Distribuição universal
○ Predomínio em regiões tropicais e subtropicais
○ Inoculação percutânea (em geral, nos membros inferiores)
○ Acomete mais trabalhadores rurais
QUADRO CLÍNICO
● Lesão vegetante verrucoso ou condilomatosa
● Pontos pretos na superfície → colônia de fungos
● Disseminação por continuidade, levando a uma limitação funcional
(anquilose)
● Porta de entrada para outras infecções → erisipela
DIAGNÓSTICO
● Cultura para fungos
● Histopatológico
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Dermato
TRATAMENTO
● Má resposta
● Exérese cirúrgica das lesões pequenas
● Eletrocoagulação das lesões pequenas
● Crioterapia
● Termoterapia
● Itraconazol 100-200 mg/dia por 1-2 anos ou Itraconazol + Terbinafina
● Anfotericina B
MICETOMAS
TIPOS
● Actinomicótico → actinomicetos (bactérias elevadas), como Nocardia
brasiliensis, Actinomyces israelii (endógeno)...
● Maduromicótico ou Eumicótico → fungos verdadeiros imperfeitos (ex:
Madurella)
● Botriomicose → eubacterianos (S. aureus, E. coli...)
CARACTERÍSTICAS
● Aumento do volume de determinada região, às custas de nódulos que
fistulizam (goma) para a superfície e, entre eles, eliminam exsudato que
contém grãos (microcolônias de cores variadas segundo o agente, medindo
de 0,5-2,0 mm)
● Habitat → em geral solo
● Acomete mais trabalhadores rurais
● Inoculação, em geral, nos membros inferiores
● Progressão lenta com invasão de planos profundos (músculo, tendão, ossos)
DIAGNÓSTICO
● Cultura para fungos e bactérias comuns
● Histopatológico
TRATAMENTO
● Má resposta
● Antibioticoterapia → segundo o agente
● Cirúrgico
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Dermato
Buloses
DEFINIÇÃO
As buloses são condições raras, porém quando presentes, são muito
exuberantes, com alta morbidade e letalidade. São doenças autoimunes às custas
de anticorpos (produzem auto anticorpos), cuja lesão elementar é a bolha. Ela se
forma pela lise das estruturas de adesão inter-celular ou inter-tecidual
(desmossomos, hemidesmossomos ou por outras estruturas da junção
dermo-epidérmica). Assim, há 2 possibilidades:
● Formação da bolha subepidérmica (penfigóide bolhoso e dermatite
herpetiforme) → ocorre quando epiderme se separa da derme, formando
um espaço cheio de água entre elas
● Formação da bolha intraepidérmica (pênfigo vulgar e foliáceo) → ocorre
quando o espaço de água está apenas nas camadas da epiderme
OBS:
● São doenças autoimunes, o sistema imunológico não reconhece como seu
alguma estrutura da pele e produz anticorpos contra ela. São estrutura de
adesão entre células ou entre tecidos (desmossomos - proteínas que saem
de dentro da célula, se juntam com desmossomos de outras células e se
juntam no espaço extracelular)
○ Quando produzir anticorpo contra os desmossomas, as células vão se
soltar e vai uma para cada lado, formando um espaço entre as
células que vai ser preenchido por plasma -> formação de bolhas
○ Essas bolhas só podem se formar dentro da epiderme ou abaixo dela
(bolha subepidérmica).
■ Consegue represar esse líquido na epiderme e logo abaixo
dela, já que a epiderme segura o líquido para evitar
desidratação
■ Tem os hemidesmossomos que liga a epiderme a derme e evita
que elas se separem
■ Se pegar uma seringa com soro intradérmico não faz bolha
porque o que tem a derme é colágeno, não tendo uma
represa para armazenar esse soro
■ Quando tem urticária que tem grande vasodilatação vai sair
líquido de dentro dos vasos, vai inchar a pele, mas não forma
bolha
■ Quando tem insuficiência venosa, no final do dia o líquido
acumula entre as fibras e causa edema
BULOSES
● Pênfigos
● Grupo Penfigóide
● Buloses por IgA
MECANISMOS DE ADESÃO
● Epiderme
● Núcleo dos queratinócitos
● Membrana citoplasmática
● Desmossomos → proteínas que saem de dentro dos queratinócitos e se ligam
a proteínas dos queratinócitos vizinhos, se unindo e promovendo a adesão
entre as duas células, mantendo as estrutura da epiderme como epitélio
estratificado
● Hemidesmossomos → estruturas de junção entre a epiderme e a derme
● Outras estruturas da junção dermo-epidérmica
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Dermato
FISIOPATOLOGIA DA BOLHA
Em situações em que haja edema na derme, este edema irá se espalhar por
todo o colágeno, porém, não formará a bolha. Logo, para conseguir formar uma
coleção circunscrita de líquido e formar a bolha, é necessário:
● Reter líquido dentro da epiderme → estrutura semipermeável, consegue
formar a bolha (intraepidérmica)
COMPLICAÇÕES
● Infecção → porta de entrada para microrganismos, podendo evoluir para
sepse e óbito
● Consumpção → perda de líquido, eletrólitos e proteínas
● Iatrogenias → os medicamentos ajudam no controle da doença, mas
podem gerar complicações mais graves
○ Por isso, deve-se fazer uma anamnese dirigida aos medicamentos em
uso pelo paciente, pois muitos causam boloses
PÊNFIGOS
São bolhas intraepidérmicas então quem vai ser atacado é a desmogleína que é a
proteína do desmossomo
TIPOS DE PÊNFIGOS
● Induzidos por drogas → Penicilamina, Captopril (sulfidrila), Penicilina,
Rifampicina, Enalapril...
○ Aspecto → foliáceo (mais comum no Brasil) ou vulgar
● Foliáceo → bolha subcórnea com comprometimento da desmogleína 1, em
áreas seborreicas, cursa com eritrodermia e poupa mucosas
○ Tipos → brasileiro ("fogo selvagem" → endêmico no centro-oeste),
Cazenave (presente no mundo inteiro) e eritematoso
○ Bolhas rompem com mais facilidade por terem menor espessura
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Dermato
FISIOPATOGENIA
● Lise dos desmossomos, que ocorre pela produção de uma imunoglobulina G
anti-desmogleína (uma das proteínas que compõem os desmossomos)
● Ig-G anti-desmogleína 1 e 3
○ Foliáceo → comprometimento da desmogleína 1, que está presente
principalmente nas camadas superiores da epiderme (por isso as
bolhas são sub córneas, nas camadas mais altas)
■ A desmogleína 1 está ausente nas mucosas, logo, no pênfigo
foliáceo, não há mucosite
○ Vulgar → comprometimento da desmogleína 1 e 3
● Histopatologia → bolha intraepidérmica acantolítica
● Imunofluorescência: perilesional → IgG intercelular,
intraepidérmico
○ Tiro o fragmento de pele do lado onde está a bolha,
leva para o laboratório e congela.
○ É injetado uma anticorpo contra anticorpo humano,
onde tem IgG humano ele vai se ligar e vai ver onde é
que tem esse IgG
○ Brilho intercelular: padrão de imunofluorescência do
pênfigo
● Microscopia óptica
○ Acantos = espinhos = desmossomos
■ Escamo-crostosa
● Quadro clínico → bolhas subcórneas e flácidas, que se rompem facilmente,
formando lesões eritemato-escamo-crostosas
○ Dificilmente há bolhas intactas
○ Áreas exulceradas eritematosas com crostículas hemáticas
○ Ocorre principalmente nas áreas seborreicas do corpo (couro
cabeludo, segmento cefálico, rosto) e poupa mucosas
■ Dermatite seborreica: coincidem no lugar, mas na dermatite é
mais comum no couro cabeludo. Quadro que 50% das pessoas
tem. Escamas secas
■ Os dois geram descamação, mas o pênfigo foliáceo não é tão
comum
■ Pênfigo foliáceo: tem bolhas e líquido (exsudato) com crostas.
Escamas ou crostas vão estar grudadas por exsudato. Tem
erosão e exulceração
○ Sensação de queimação que piora, caracteristicamente, com o calor
ou exposição solar
○ Sinal de Nikolsky → deslizamento da pele peri lesional pela tração
digital (quando faz a tração reprodução a lesão)
○ Sinal de Asboe-Hansen positivos
PÊNFIGO VULGAR
● Causado diretamente por auto anticorpos tipo IgG que reagem contra
epítopos desmossomais (desmogleína 3), atacando os desmossomos dos
queratinócitos suprabasais e determinando acantólise (desagregação dos
queratinócitos)
○ Comprometimento da desmogleína 3 → presente em maior
quantidade na camada basal da epiderme (profunda, próxima a
derme) e da mucosa, por isso em geral, inicia-se com lesões na boca
● Quadro clínico → bolha acantolítica supra-basal (mais profunda) que
acomete as mucosas, principalmente oral (a lesão oral se apresenta com
úlceras aftosas, odinofagia e sialorréia, evoluindo para erosões dolorosas e
extensas, acometendo a cavidade bucal)
○ Lesão característica → bolha flácida, que logo sofre rotura, deixando
uma erosão vermelho vivo, com aspecto de “bife sangrante” com
odor característico (ninho de rato)
■ Múltiplas e extensas erosões, marginadas por retalhos de bolhas
rotas, encontrando, eventualmente, bolhas flácidas que ainda
não romperam
○ Pode afetar qualquer parte do tegumento, predominando na
cabeça, tórax e dobras axilares
○ Eventualmente acomete os lábios, a língua, a orofaringe e outros sítios
mucosos do corpo, como genitália
○ Distribuição aleatória das lesões, não é específica de área seborreica
○ Foto agravamento
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Dermato
TRATAMENTO
● Quem está causando a patologia é o linfócito T que está produzindo IgG ->
imunossupressor (corticóide)
● Iniciar precocemente
● 1ª escolha → Prednisona 1-2 mg/kg/dia
○ Não ultrapassar 120 mg/dia, mesmo que o paciente tenha > 60 kg
○ Manter por 6 semanas → para controle da doença (regressão das
lesões antigas e ausência de novas lesões)
■ IgG normalmente é depurada do organismo em 4 semanas
○ Diminuir 10 mg a cada 15 dias e, a partir dos 20 mg, diminuir 5 mg a
cada 4 semanas, mantendo dose mínima por 2 anos para evitar
recaída
■ Evitar atrofia da adrenal
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Dermato
TIPOS
● Penfigóide bolhoso → comum no idoso
● Penfigóide cicatricial das mucosas (oral, oftálmica…)
● Penfigóide gestacional → ocorre no 2° trimestre
● Epidermolise bolhosa adquirida
CARACTERÍSTICAS GERAIS
● Bolhas tensas
● Acomete a camada subepidérmica
○ Teto da bolha não é fino
● Depósito de IgG e C3 linear na zona da membrana basal
● Alvo → hemidesmossomos (ligam a célula da camada basal à lâmina densa
da camada basal)
○ Deposita anticorpo na junção dermo-epidérmica
TRATAMENTO GERAL
● Corticosteróides
● Imunossupressores (exceto para o pênfigo gestacional)
Idoso
● Compromete pouco o estado geral
● Induzido por drogas: D-penicilamina, captopril, furosemida, espironolactona,
sulfassalazina, penicilina
● Evolução flutuante auto-limitada
Manifestação
● Prurido
● Lesões urticadas
● 30% lesões orais
● Foto agravamento
● Tratamento:
○ Prednisona 0,5-1,0/mg/kg/dia
■ Manter por 4-6 semanas
■ Reduzir 20 mg/15 dias até 20 mg/dia → reduzir de 5-10 mg a
cada 15 dias
○ Tratamento de apoio e das comorbidades
○ Tetraciclina 2,0 g/dia + Niacinamida 2,0 g/diaDDS 100 mg/dia
○ Imunossupressores → Azatioprina, Micofenolato mofetil, Ciclosporina,
Methotrexate
○ Imunoglobulina
● Quadro clínico:
○ Bolhas efêmeras (logo se rompem, mal são visualizadas íntegras)
○ Cicatriza com sinéquias → cegueira e estenoses
● Mucosas acometidas:
○ Oral (91%) → em geral, pouco sintomática
○ Conjuntival (66%) → mais grave (pode levar à cegueira)
○ Esôfago (60%) → pode levar à disfagia e estenose
○ Laringe (20%) → pode levar à disfonia e dispnéia
○ Genital (19%) → pode levar à estenose uretral e vaginal
○ Pele (25%)
● Tratamento:
○ Multidisciplinar (dermatologia, oftalmologia, otorrinolaringologia,
ginecologia, gastroenterologia )
○ Prednisona 1-2 mg/kg/dia
○ Imunossupressores
○ Pulsoterapia com Metilprednisolona
○ Imunoglobulina humana IV 2 g/kg divididos em 5 dias
● Tratamento:
○ Prednisona 0,25-0,5 mg/kg/dia até o parto
○ Corticosteróide tópico
○ Anti-histamínico oral (opcional)
● Complicações:
○ É possível doença temporária no recém-nato
○ Insuficiência adrenal do recém-nato (devido ao uso de corticoide
pela gestante)
DERMATITE HERPETIFORME
● Características:
○ IgA salpicado na zona da membrana basal papilas
○ 100% dos casos são associados a enteropatia pelo glúten (em geral,
assintomáticas)
○ Piora com iodo
○ Responde a sulfona (DDS)
● Quadro clínico:
○ Bolhas subepidérmicas
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Dermato
● Condições associadas:
○ Esteatorréia, d-xilose (30%)
○ Anemia ferropriva ou anemia por deficiência de folato
○ Acloridria e gastrite atrófica
○ Linfoma B (gastrintestinal) → prevenido pela dieta
○ Doenças auto-imunes → doenças da tireóide, diabetes
insulino-dependente, LE, Sjogren, vitiligo
○ Osteopenia
● Diagnóstico → clínico + aumento de anti-transglutaminase tecidual,
anti-reticulina e antiendomísio + histopatologia e imuno fluorescência
● Tratamento:
○ DDS 100-200 mg/dia
○ Dieta sem glúten (trigo, cevada e centeio)
● Diagnóstico diferencial:
○ Penfigóide bolhoso
○ Dermatite atópica
○ Escabiose (em geral, é a 1ª hipótese diagnóstica)
○ Urticária papulosa