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Lesões Cutâneas

Pré Cancerígenas

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Tópicos a serem Abordados
 Definições/Carcinogênese
 Ceratose actínica
 Corno Cutâneo
 Queilites
 Radiodermite
 Leucoplasia
 Úlceras crônicas e Cicatrizes
 Doença de Bowen

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Lesões Cutâneas Pré-cancerígenas
 Grande potencial para se tornarem neoplasias.
 Certo grau de anaplasia celular.
 Com frequencia elevada se transformam em cânceres (desde
que mantidos os estímulos cancerígenos).

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Carcinogênese
 Fatores carcinogênicos:
 Físicos: RUV-B, Radiação ionizante, Calor, Traumatismo.
 Químicos: Alcatrão e seus derivados, Arsênico, etc.
 Biológicos:Vírus e Hormônios.

Regredir (nessa fase ou


após período de latência)

Alterações Bioquímicas e
Estruturais

Fase proliferativa ou
neoplásica (pode ocorrer
regressão)

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Mecanismos da Carcinogênese
 RUV
 Principal carcinógeno para a pele.
 Gera dímeros de timina e Imunodepressão.
 Efeito cumulativo.
 UVA é mais carcinogênico que o UVB.
 Tipo A e tipo B: atravessam a ionosfera e atingem a pele
do homem, provocando alterações benéficas e maléficas
(Depende da intensidade da radiação – região, hábitos,
vestimentas - e cor da pele – pele mais vulnerável aquela
que nunca se pigmenta, fototipo 1).
 Profissões.
 Localização – áreas expostas.
 Tendência genética.

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Ceratose Actínica
 Consequência da exposição crônica à radiação solar.
 Fontes artificiais (terapias, bronzeamento, raio X).
 Também conhecida como Ceratose senil.
 Não é sinal de velhice! E sim de irradiação solar progressiva.
 Potencial de evolução para CEC: 0,025 a 16% ao ano.
 Genética.
 Fototipo

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Ceratose Actínica
 Epidemiologia:
 Brasil, quarto lugar nas causas de procura ao dermatologista.
 Prevalência aumenta com a idade.
 60-69 anos 80%.
 Sexo masculino (exposição).
 Fator de risco: imunossupressão, síndromes genéticas (albinismo,
xeroderma pigmentoso...)

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Ceratose Actínica
 Como descrever essa lesão?

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Ceratose Actínica
 Clínica:
 Pápulas eritematosas,
achatadas, ásperas ou
descamativas, 1 a 6mm.
 Acompanhada por elastose
solar, despigmentação ou
hiperpigmentação.
 Também: Lesão atrófica ou
hipertrófica.

 Localização: áreas expostas.


 Múltiplas.
 Remoção mecânica de lâminas
córneas: sangramento.
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Ceratose Actínica

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Ceratose Actínica

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Ceratose Actínica
 Diagnóstico:
 Exame clínico.
 Histopatológico se necessário (infiltração, induração, dor, inflamação,
lesões com tamanho grande, ulceração, sangramento crescimento
rápido, recorrência).

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Ceratose Actínica
 Biópsia para diferenciar do CEC, CBC e doença de Bowen.
 Proliferação de queratinócitos epidérmicos citologicamente aberrantes.

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Ceratose Actínica
 Curso clínico e Prognóstico:
 Persistência
 Regressão
 Transformação em CEC.

 Depende: Duração, número de lesões, exposição RUV.

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Ceratose Actínica - Tratamento
 5-fluorouracila tópico: predileção por células em mitose (eritema inflamatório)

 Masoprocol creme a 10%: melhor


torelabilidade.
 Destruição mecânica:
eletrodessecação, nitrogênio líquido,
ácido (TCA 50 a 90%).
 Terapia fotodinâmica: ácido
metilaminole vulínico 160mg/g creme
+ Luz vermelha (8-9min), repetir em
3 meses.
 Diclofenaco de sódio 3% gel 2x
ao dia por 60-90 dias.

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Ceratose Actínica
 Prevenção
 Afastar-se do sol, roupas adequadas, protetor solar.
 Retinóides (acicretina) – Imunossuprimidos.

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Corno Cutâneo x Ceratose Actínica
 É mais um aspecto morfológico do
que uma entidade clínica.
 É uma proliferação compacta e
corniforme de queratina, sobre uma
base.
 Altura da lesão pelo menos 50% do
maior diâmetro da base.

 30 - 40% são ceratoses actínicas.


 Histopatologia: ceratose seborréica
ou actínica, angioma, verruga,
ceratoacantoma.
 Tamanho: variável, pode atingir
dimensões e aspecto de um chifre.
 Conduta: exérese e biópsia.

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Corno Cutâneo

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Ceratoses Tóxicas
 Mesmas características da ceratose actínica, diferentes
localizações (áreas de contado com substancias).
 Menos frequentes devido a utilização de EPI atualmente.
 Substâncias hidrocarbonetos aromáticos:
 Medicamentos (coaltar, antralina, outros), derivados do petróleo.

 Arseninismo crônico:
 Ceratoses arsênicas, localização palmoplantar, múltiplas e puntuadas.
 Decorrentes de ingestão de água contaminada ou inalação de arsênico.
 Ingestão voluntária de solução de Fowler (remédio antigo para psoríase)

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Queilites
 Atenção às formas: Queilite actínica ou queilite abrasiva pré-cancerosa de
Manganotti.
 Eritema, descamação, fissuras e erosão do lábio inferior, acentuada após exposição solar.
 Queixa de secura e rachaduras nos lábios.
 10-20% dos casos transformação para CEC
 É necessário acompanhamento, em caso de ulceração persistente – Biópsia.

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Queilites
 Queilite angular simples:
 Processo inflamatório de glândulas salivares mucinosas ectópicas.
 Não há transformação para CEC.
 Queilite glandular apostematosa de Puente
 Infecção crônica e persistente de glândulas salivares heterotópicas no lábio
inferior, pus à expressão.
 Pré cancerosa ou não?

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Radiodermite
 Displasia cutânea induzida por aplicações de radioterapia
(terapia, acidental, exposição profissional)
 Múltiplas aplicações.
 Longo período de latência:
 Lesão surge meses ou anos após a exposição (20 ou mais anos –
discreta, placa hiperqueratótica).

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Radiodermite
 Clínica:
 Pele xerótica,
poiquilodérmica; atrófica
com telangiectasias, hipo-
hiperpigmentada, pode ter
pontos de ceratose ou
ulceração.

 Na Radiodermite aguda (dose


exagerada): eritema, bolhas,
úlcera de difícil cicatrização.

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Radiodermite
 Pode aparecer CEC com metástase precoce (maior risco do
que a RUV).
 Em pele aparentemente normal pode aparecer CBC, tipo
superficial.

 Conduta:
 Acompanhamento para que
transformações neoplásicas
sejam detectadas.

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Leucoplasia
 Descreva a Lesão:

25 Silmara Oliveira
Leucoplasia
 Mácula ou placa brancas em mucosas (mucosa oral).
 Variam de número, pouco elevadas, não removíveis
mecanicamente ou aspecto salpicado.
 Alguns, vegetantes ou erosivas e ulceradas.
 Causa:
 Idiopáticas
 Decorrentes de processos irritativos/traumáticos
(dentaduras, fumo)
 Localização: qualquer área da boca (soalho – localização
perigosa).
 Lábio inferior (cachimbo, cigarro)

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Leucoplasia
 Conduta:
 Retirada do agente causal: regressão da lesão;
 Exérese cirúrgica com biópsia (dúvidas).
 Diagnóstico diferencial: líquen plano, disceratose congenita, Lúpus EC,
candidíase.
 Prognóstico:
 10-30% dos casos transformação para CEC.

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Leucoplasia

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Úlceras Crônicas e Cicatrizes
 Úlceras e cicatrizes antigas podem sofrer transformação para
CEC.
 Jean-Nicolas Marjolin (1828): Úlcera de Marjolin - CEC que surge a partir de
úlceras e cicatrizes antigas.
 Carcinogênese:
 Acima de 20 anos.
 Quando diagnosticada, 20% já com metástase.

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Úlceras Crônicas e Cicatrizes
 Quando? Borda da úlcera com surgimento de lesão vegetante, hemorrágica.
 Necessário Biópsia para certeza do diagnóstico.
 Casos advindos de queimaduras tem comportamento mais agressivo.

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Úlceras Crônicas e Cicatrizes

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Doença de Bowen
 Carcinoma Espinocelular in situ.

 Proliferação cutânea epitelial atípica


de carater crônico.
 Mais em adultos maduros e idosos,
sem preferência de sexo.
 Raro em menores de 30 anos.; em geral
em >60 anos.

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Doença de Bowen
 Causa:
 Associação com arsenicismo
 1912 - tratamento de sífilis e psoríase.
 Agricultura – inseticidas.
 Forte associação com exposição
ao sol.

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Doença de Bowen
 Clínica:
 Descreva a lesão!

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Doença de Bowen
 Clínica:
 Placa, coloração rósea e eritematosa, bordas
irregulares e bem demarcadas, com descamação
ou crosta na superfície. Lento aumento no
diâmetro.
 Lesão única, (20% múltiplas).
 Qualquer parte do corpo, mas comum em Áreas
fotoexpostas (papel da RUV).

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Doença de Bowen
 É um verdadeiro CEC in situ:
 Lesões epiteliais em que as células têm alterações citológicas
características de malignidade, mas sem evidência de invasão local ou de
metástases à distância.
 Pré-neoplásica: potencial para desenvolver-se em carcinoma invasivo, ou
câncer propriamente dito.

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Doença de Bowen
 Hiperplasia epidérmica com paraceratose, células desordenadas, núcleos grandes e
hipercromáticos, disceratose de queratinócitos atípicos; denso infiltrado
inflamatório mononuclear na derme.

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Doença de Bowen
 Eritroplasia de Queyrat
 Lesão aveludada, em placa, localizada no pênis, em geral homens não circuncidados.
 Patologia semelhante à doença de Bowen (só que localização em mucosa).
 Sinais de transformação para CEC (10% dos casos): Ulceração, sangramento e
vegetação.

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Doença de Bowen
 Diagnóstico diferencial: epitelioma basocelular superficial, papulose bowenoide, (causada por
HPV) doença de Paget, melanoma (lesão pigmentada),

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Doença de Bowen - Tratamento
 Cirúrgico
 Devido o envolvimento dos anexos.
 Terapia fotodinâmica
 Imiquimode creme 5% (eritroplasia de queyrat)

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Outras
 Xeroderma pigmentar;
 Albinismo
 Ataxia-telangiectasia.

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