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Cirurgia Ambulatorial
Tumores malignos da pele
Tumores cutâneos – classificação
o Benignos (lipomas, cistos epidérmicos etc);
o Malignos:
• Carcinoma basocelular (CBC);
• Carcinoma espinocelular (CEC);
• Melanoma.
Carcinomas da pele
o São as neoplasias mais frequentes, chegam a corresponder a 25% de todos os
tumores existentes;
o Apresentam uma alta prevalência, baixa morbidade e baixo índice de
metástase, facilitando o tratamento;
o Os mais frequentes são os cânceres de pele não melanoma (CBC e CEC);
o O grande problema dos carcinomas da pele é que eles podem apresentar
recidiva e o aparecimento de um 2º tumor primário, ou seja, o que ocasionou a
formação desse câncer de pele provavelmente pode ter sido o fotodano da
pele, a exposição a radiação ultravioleta, ou seja, várias áreas da pele foram
expostas a radiação ultravioleta, mas uma determinada área sofreu uma
mutação e formou o câncer de pele, e outras áreas na proximidade também
podem sofrer mutações e desenvolver novos tumores primários, esse problema
é tão importante, pois se o paciente apresentar 1 carcinoma, a chance dele
apresentar um novo tumor primário é de 35%, e se esse paciente já tiver tido 2
carcinomas, a chance dele ter um novo tumor primário chega a mais de 50%;
o Na prática clinica, um paciente que teve um câncer de pele realiza-se um
rastreio/monitorização a cada consulta por uma busca ativa de novos
tumores.
Fatores de risco
o O principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição aos raios UV;
• A exposição solar é cumulativa, um paciente que teve 10 anos de exposição
a radiação UV vai ter maior fator de risco que um paciente que teve 5 anos
de exposição, ou seja, quanto mais tempo de exposição, maior é o fotodano,
maior desidratação da pele e a maior chance de desenvolver o câncer de
pele;
o Lesões predisponentes, como a ceratose actínica, que é um tipo de lesão de
pele benigna que pode se tornar um CEC;
o Pacientes com imunodepressão, como transplantados e portadores de AIDS,
pois eles vão ter dificuldade no reparo do DNA das células, além da imunidade
mais baixa que facilita com que o tumor se desenvolva mais facilmente;
o Ingestão de arsênicos e outros;
o Síndromes genéticas, como xeroderma pigmentoso, que é uma síndrome em
que os pacientes tem dificuldade de reparar o DNA das células quando elas
forem lesadas pela exposição aos raios UV, esses pacientes passam a ter
câncer de pele muito frequentemente, devendo se pacientes que não devem de
forma nenhuma se expor ao sol;
Scarleth Alencar
o Contato com produtos químicos;
o Áreas cicatriciais submetidos à traumas de repetição, áreas de queimaduras;
o Vírus HPV.
Grupo de risco
o Principalmente pessoas de pele, olhos e cabelos claros, que vão ter menor
concentração da melanina que faz proteção da pele.
Carcinoma basocelular
Diagnóstico
o O diagnóstico vai ser feito através da anamnese, com uma lesão de pele que
não cicatriza, outras lesões que caracterizam fotodano e uma lesão
característica de um carcinoma, que abre suspeição da lesão;
o Durante o exame físico deve se realizar a busca ativa de lesões, caso apresente
uma lesão sugestiva de carcinoma, o paciente também pode apresentar outras
lesões suspeitas, devendo se realizar a biópsia, principalmente em idosos com
pele fotodanificada;
o Também durante o exame físico, sempre que possível deve se realizar a
dermatoscopia, que com uma lupa faz-se a analise da lesão de forma
amplificada;
o Em caso de dúvida, deve se realizar a biópsia, que existem dois tipos:
• Biópsia incisonal, em que se retira apenas um pedaço da lesão;
• Biópsia excisional, em que se retira toda a lesão;
• Como o CEC e o CBC são pequenos, em geral já se realiza a cirurgia
definitiva, retirando a lesão com margens e encaminhando para a biópsia,
no caso, excisional;
• Em caso de lesão maior, uma lesão que pode levar a um comprometimento
estético do paciente, o ideal é está bem documentado e realizar a biópsia
para ter certeza se a lesão é um câncer de pele, realiza-se a biópsia
incisional, caso se confirme, realiza-se a cirurgia definitiva.
o Área H da face:
• Baixo risco: menor que 6 mm;
• Alto risco: maior que 6 mm;
Exemplo
Scarleth Alencar
o Nas imagens tem-se um paciente com CBC esclerodermiforme (aspecto de
cicatriz), de diâmetro maior 6 mm em que se realizou uma ressecção bem
ampliada, com boa margem, retirando toda a lesão, com retalho em VY
nasoglabelar para fazer o fechamento da lesão;
o Para lesões muito grandes na face, o ideal é que seja feito em um hospital que
tenha a possibilidade de realizar excisão com congelação, para economizar as
margens e não necessitar a realização de grande reconstrução.
o Área H da face:
• Baixo risco: menor que 6 mm;
• Alto risco: maior que 6 mm;
o Fronte, pescoço, couro cabeludo, região malar:
• Baixo risco: menor que 10 mm;
• Alto risco: maior que 10 mm;
o Troncos e membros:
• Baixo risco: menor que 20 mm;
• Alto risco: maior que 20 mm;
o Bordas:
• Baixo risco: bem definidas;
• Alto risco: mal definidas;
o História de lesão:
• Baixo risco: lesão primária;
• Alto risco: lesão recorrente;
o Radioterapia prévia no local:
• Baixo risco: não;
• Alto risco: sim;
o Imunossupressão:
• Baixo risco: não;
• Alto risco: sim;
Scarleth Alencar
o Crescimento do tumor:
• Baixo risco: lento;
• Alto risco: rápido;
o Sintomas neurológicos:
• Baixo risco: ausentes;
• Alto risco: presentes;
o Grau de diferenciação:
• Baixo risco: bem diferenciado;
• Alto risco: mal diferenciado;
o Adenóide ou desmoplático:
• Baixo risco: não;
• Alto risco: sim;
o Invasão vascular ou neural:
• Baixo risco: ausente;
• Alto risco: presente.
Exemplo
o No exemplo tem-se um paciente com CEC, maior que 20 mm, para a realização
do tratamento a excisão deve ser com margem de no mínimo 1 cm, retirando-se
toda a lesão, e ao final foi realizada uma reconstrução com enxerto.
Seguimento
o CBC: o seguimento deve ser feito de 6 em 6 meses até completar 2 anos e após
anualmente (baixo risco), em todo esse seguimento deve se procurar por novas
lesões, sinais de recidiva, indicar proteção solar, indicar hidratação da pele;
o CEC: o seguimento deve ser feito de 6 em 6 meses, até completar 2 anos e após
anualmente (baixo risco), em todo esse seguimento deve se procurar por novas
lesões, buscar por lesões precursoras (ceratose actínica – que podem ser
tratadas cauterizando, com criocirurgia, substancias químicas etc), sinais de
recidiva, indicar proteção solar, indicar hidratação da pele;
Melanona
Scarleth Alencar
o Melanoma é um outro tipo de tumor maligno da pele, corresponde a 4% dos
tumores;
o O grande problema do melanoma é que ele é o mais maligno dos tumores
cutâneos;
o Tem alto poder de metástase, pode levar a óbito, principalmente por conta das
metástases para o sistema nervoso central;
o Ocorre prevalentemente entre 30 – 60 anos, mulheres e de raça branca;
o Em mulheres acomete principalmente extremidades e trono nos homens;
o O tratamento mais avançado do melanoma vai ser realizado pelo cirurgião
oncológico.
Fatores de risco
o História familiar, devem ter atenção para os nevos displásicos que se
apresentam em crescimento;
o Fototipo 1 (pele que não bronzeia, queima ao se expor ao sol) e 2 (pele que
bronzeia pouco, queima ao se expor ao sol) – (classificação de pele fitzpatrick),
pele e cabelos claros;
o Pacientes que apresentem nevus displásico;
o Nevo melanocítico atípico;
o Queimadura solar;
o Bronzeamento artificial.
Melanoma - Subtipos
o Lentigo maligno melanoma;
o Melanoma extensivo ou disseminativo superficial, que é o mais comum;
o Melanoma nodular é o segundo mais comum;
o Melanoma acral;
o Existem outros tipos de melanomas, como os dermoplásicos, melanoma
melanocítico, sendo os 4 falado anteriormente os subtipos mais comuns.
Exemplo
Melanoma - Diagnóstico
o Identificação de uma lesão, ao se suspeitar de uma lesão com características
de melanoma;
o Biópsia com margem de 1 a 3 mm, ao confirmar o patologista já classifica o
melanoma de acordo com o Breslow e provavelmente, através de tabelas é
necessária a ampliação dessas margens;
o Ao biopsiar e diagnosticar como melanoma, já se encaminha esse paciente
para o cirurgião oncológico com experiência em melanoma, devido aos outros
critérios, como a pesquisa de linfonodo sentinela, além do melanoma causar
muitas metástases;
o Tratamento dos linfonodos;
o Tratamento adjuvante em alguns casos.
Regra ABCDE
o Se o melanoma apresentar um Breslow maior que 0,75 mm, não basta somento
o cirurgião oncológico ampliar as margens, ele vai ter que realizar uma
pesquisa de lifonodo sentinela, que é o principal linfonodo que drena o
melanoma, geralmente melanomas nos braços drenam para linfonodos
axilares, melanomas nas pernas drenam para linfonodos inguinais etc;
o Os melanomas no corpo não se sabem exatamente por onde drenam, então
deve ser realizado um exame para saber para onde eles drenam, o chamado
linfocintilografia, para localizar o linfonodo sentinela e quando o cirurgião
oncológico for realizar a ampliação dessa margem, além da ampliação, ele vai
fazer a pesquisa do linfonodo sentinela;
o Melanoma com Breslow maior que 0,75, sem metástases linfonodal clinicamente
detectável;
o Melanoma com Breslow menor que 0,75 mm, se houver ulceração;
o Linfonodo positivo – linfadenectomia;
o Linfonodo negativo – avaliar linfadenectomia seletiva;