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Câncer de pele

Funções da pele
Proteção contra atrito, proteção à perda de água, proteção contra raios solares, interage
com o meio externo.

Camadas da pele
Epiderme ➞ poros, pelos, camada queratinizada e terminação nervosa
Derme ➞ glândulas sudoríparas e sebáceas, músculo eretor do pelo e folículo piloso
Hipoderme ➞ veias, artérias e tecido adiposo

Componentes anexos
Glândulas sudoríparas ➞ regulação da temperatura corporal
Folículos pilosos ➞ produção e crescimento do pelo
Glândulas sebáceas ➞ produção e secreção de uma substância oleosa chamada sebo

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DISTÚRBIOS DA PIGMENTAÇÃO E DOS MELANÓCITOS

Lentigo simples
Hiperplasia de melanócitos localizada, benigna e comum que ocorre em todas as
idades, mas frequentemente se inicia em lactentes ou na infância. Ao contrário das
sardas, o lentigo não escurece quando exposto à luz solar.

Nevo melanocítico (nevo pigmentado/sinal)

Nevo ➞ qualquer lesão cutânea congênita


Nevo melanocítico ➞ refere-se especificamente a qualquer neoplasia de melanócitos
Observação: termo de certo modo errôneo, visto que a maioria dos nevos
melanocíticos é adquirida
Descrição: regiões sólidas, castanhas a marrons, uniformemente pigmentadas,
pequenas (<6 mm de largura), achatadas (máculas) a elevada (pápulas), com bordas
arredondadas bem definidas

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↪ Nevo congênito gigante ➞ Devido ao tamanho pode evoluir para melanoma
↪Nevo azul ➞ lesão de pele benigna que geralmente tem uma cor azul característica
devido à sua localização mais profunda na pele
↪Nevo displásico ➞ Tendem a ocorrer em áreas não expostas ao sol , podendo ser
esporádicos, com baixo risco de transformação maligna

Sequência de maturação dos nevos melanocíticos não displásicos


Morfologia ➞ Os nevos melanocíticos se formam através da progressão por uma
série de alterações morfológicas ao longo do tempo. As lesões em estágio inicial são
consideradas nevos juncionais, que consistem em agregados ou ninhos de células
esféricas que crescem ao longo da junção dermoepidérmica. Eventualmente, a maioria
dos nevos juncionais cresce na derme subjacente como ninhos ou cordões de células
para formar os nevos compostos.
Em lesões mais antigas, os ninhos epidérmicos podem ser perdidos totalmente para
formarem os nevos intradérmicos (ou nevos dérmicos)

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A importância biológica de alguns nevos, contudo, reside na possível transformação
para o melanoma

Melanoma
Câncer de pele que se desenvolve a partir dos melanócitos e é caracterizado por sua
capacidade de produzir pigmentação escura.
Geralmente assintomático, embora o prurido ou a dor possam ser manifestações
precoces
O local mais comum de surgimento é o dorso, e nas mulheres no dorso e nas pernas.
Patogenia: Os dois fatores predisponentes mais importantes são os genes herdados e a
exposição solar. Além disso, a presença de nevos displásicos prévios aumenta o risco
para desenvolver melanoma
Sinais clínicos: alterações na cor, tamanho ou forma da lesão pigmentada. Ao
contrário dos nevos benignos, os melanomas exibem variações notáveis na cor. As
bordas do melanoma são irregulares, não lisas e nem esféricas como nos nevos
melanocíticos
A assimetria
B bordas irregulares
C cor heterogênea
D diâmetro > 6mm
E evolução (mudança em tamanho, forma, cor ou outro aspecto)

⇲ Alerta:
• Aumento de um sinal preexistente.
• Prurido ou dor em sinal preexistente
• Desenvolvimento de lesão hipercrômica pigmentada recente, durante a idade
adulta.
• Irregularidade de bordas de uma lesão pigmentada

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• Lesões hipercrômicas e heterogêneas

Observação: Crescimento radial x Crescimento vertical


O crescimento radial refere-se a disseminação horizontal do melanoma na epiderme
e na derme superficial, entretanto, após um período de tempo desconhecido, o
crescimento vertical substitui o crescimento radial, ou seja, células tumorais invadem
em direção às camadas dérmicas mais profundas
O nível de profundidade de invasão do melanoma reflete a probabilidade do paciente
desenvolver metástases
Índice mitótico e resposta inflamatória peritumoral também são fatores prognósticos

Progressão tumoral
As alterações genéticas iniciais na célula, transformando-a em neoplásica
maligna (iniciação), desencadeiam uma proliferação descontrolada de um ou
mais clones (promoção), associada com o acúmulo de mutações adicionais e o
aparecimento de vários subclones celulares dentro do tumor (progressão).

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Estadiamento do câncer de pele melanoma

Níveis de Clark: É um sistema baseado na anatomia da pele, ou seja, conforme o Melanoma


se aprofunda nas camadas da pele (epiderme, derme papilar, derme reticular, tecido
subcutâneo), os níveis de Clark aumentam e ele vai de I a V (um a cinco).

Nível I: Melanoma confinado a epiderme.


Nível II: Melanoma invade a derme papilar.
Nível III: Melanoma preenche a derme papilar mas não invade a derme reticular.
Nível IV: Melanoma invade a derme reticular.
Nível V: Melanoma invade o tecido subcutâneo.

Níveis de Breslow: é uma medida do melanoma desde o seu topo (na camada granulosa da
epiderme) até a porção mais profunda. Esta medição é feita através do microscópio e é dada
em milímetros (mm). Quanto mais “alto e profundo” for o melanoma, maior será o seu índice
de Breslow. Quando o melanoma for ulcerado, o topo é a base da úlcera.

Nível I: Melanoma < 0,75 mm.


Nível II: Melanoma de 0,76 a 1,5 mm.
Nível III: Melanoma de 1,51 a 4,0 mm.
Nível IV: Melanoma > 4,1 mm invade a derme reticular

Lentigo maligno (melanoma in situ)

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É caracterizado por se desenvolver nas camadas mais superficiais da pele,
principalmente na epiderme, e é considerado um estágio inicial de melanoma.
•Melanoma em fase de crescimento radial
•Ocorre em pele lesada de idosos
•Evolução lenta, durando décadas antes de desenvolver capacidade para metástase

Melanoma nodular
É caracterizado por seu crescimento vertical e pode ser mais agressivo do que outros
subtipos de melanoma, tornando-o potencialmente mais perigoso.

⇲ Mecanismo de afinidade (“homing”) ➞ Migração direcionada de células ou


moléculas para locais específicos no corpo, e isso é mediado por interações
moleculares específicas, podendo formar metástases em casos de neoplasias

Avaliação do prognóstico do melanoma ( radial) com base em múltiplas variáveis


da lesão
• Medir a profundidade do tumor em milímetros
• Número de mitoses por campo de grande aumento
• Avaliar resposta imune-regressão tumoral (avalia a desmoplasia)
• Infiltrado linfocitário peritumoral
• Sexo
• Localização (central ou extremidade)

Bom prognóstico
• Lesão espessura menor que 1,7mm
• Ausência ou baixo índice mitótico
• Pouca regressão
• Linfócitos discretos
• Sexo feminino
• Extremidade da pele

TUMORES EPITELIAIS BENIGNOS

Acantose Nigricans ➞ define-se como o aumento da espessura da epiderme,


geralmente devido ao espessamento do estrato espinhoso (pele)
É uma condição marcada pela presença de pele hiperpigmentada e espessa com
textura do “tipo aveludada” que frequentemente aparece nas áreas flexoras (axilas,
dobras da pele nas regiões do pescoço, virilha e anogenital). Pode estar associada a

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doenças benignas e se desenvolve gradualmente ou em associação com neoplasias
malignas (adenocarcinomas gastrointestinais)
É frequentemente associada:
• Obesidade
• Endocrinopatias ➞ hipotireoidismo ou hipertireoidismo
• Doença do ovário policístico
• Diabetes insulino-resistente
• Síndrome de Cushing
• Síndrome paraneoplásica

Ocorre em qualquer local da superfície corpórea, a área mais atingida é a região


posterior do pescoço, seguida pelas axilas, superfícies flexoras dos membros.

A acantose maligna, manifestação paraneoplásica do adulto que se associa com


frequência a um tumor do tubo digestivo e do fígado, linfomas e melanoma.

Ceratose Seborréica ➞ condição de pele comum que se caracteriza pelo


desenvolvimento de lesões benignas, elevadas e geralmente pigmentadas na superfície
da pele, possuindo uma aparência áspera ou verrucosa, geralmente marrons, podendo
conter poros com queratina.
Descrição: Lesão bem delimitada, composta por células basalóides, pigmentadas, e
com formações de cistos córneos
• Tumores epiteliais benignos, comuns em pessoas de meia idade e idosos.
• Surgem espontaneamente, no tronco, onde podem ser múltiplas, e nas extremidades,
cabeça e pescoço também ocorrem
• Clinicamente podem ser confundidos com melanoma
• Ceratoses seborreicas podem aparecer subitamente em grande número, como parte
de uma síndrome paraneoplásica (sinal de Leser-Trélat), possivelmente devido à
estimulação dos queratinócitos por fator transformante do crescimento-alfa produzido
pelas células tumorais.

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Dermatose Papulosa Nigra
Caracteriza-se pelo desenvolvimento de pequenas protuberâncias ou pápulas escuras,
geralmente pretas ou marrons, na face, especialmente ao redor dos olhos e bochechas

Ceratoacantoma
são nódulos arredondados, firmes, geralmente da cor da pele com bordas bem
demarcadas e uma cratera característica central contendo material queratinoso
•Neoplasia epitelial benigna, com diferenciação Folicular
•Tem evolução rápida, podendo curar espontaneamente
•Homem>mulher, Acima de 50 anos, brancos, sol
•Acomete mais pele da face, orelhas, nariz e dorso da mão
•Confundido clinicamente com carcinoma epidermóide
•Lesão cupuliforme, cor da pele com centro ceratótico, semelhante à cratera.
•Microscopicamente é representado por proliferação de células epiteliais co produção
de queratina

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TUMORES EPITELIAIS PRÉ-MALIGNO E MALIGNOS

Ceratose actínica
•São lesões displásicas, causadas pela exposição crônica ao sol.
•É considerada uma lesão pré maligna para o carcinoma de células escamosas ou
carcinoma espinocelular
•Clinicamente é uma lesão descamativa hiperemiada, ou pode formar um corno
cutâneo.
Microscopia ➞ Atipias nas células da camada basal, hiperceratose e paraceratose e
fusionamento de cristas epidérmicas
•A produção aumentada de queratina pode dar origem ao corno cutâneo.
•A progressão para atipias celulares em toda espessura do epitélio significa evolução
para carcinoma in situ.

Carcinoma basocelular
⇲Importante saber: Clinicamente a lesão é perolada; Telangiectasias na
superfície; Podem ulcerar. Frequente em áreas de exposição solar (Radiação
Ultravioleta)
• Tumor epitelial de crescimento lento
• Raramente metastiza.
• Agressivos localmente.
• Tendem a ocorrer em áreas de exposição crônica ao sol, e em pessoas de pele clara.
• Incidência aumenta com imunossupressão e em pacientes com defeitos herdados no
reparo do DNA. Ex: xeroderma pigmentoso,
• Pápulas peroladas com vasos subepidérmicos proeminentes e dilatados(
telangiectasias)
• Podem ser pigmentados, ulcerados

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• São invasivos localmente, especialmente em fendas embrionárias da face.
• Variante superficial apresenta-se clinicamente como placa eritematosa
ocasionalmente pigmentada

Doença de Bowen ou carcinoma in situ


• Forma uma placa solitária, acinzentada e com ulceração central
• 10% evoluem para neoplasia invasiva
Alterações do epitélio:
• Displasia acentuada
• Pleomorfismo nuclear
• Hipercromasia nuclear
• Não invade a membrana basal

Carcinoma epidermóide invasor


• Segundo tumor mais comum relacionado à exposição solar, perde para o Carcinoma
Basocelular

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• Pode surgir em úlceras crônicas, produtos químicos( derivados do alcatrão,
óleos),osteomielite, cicatriz de queimaduras antigas. Imunossupressão e xeroderma
pigmentoso, DNA virais, como por exemplo o HPV
• Também chamado de carcinoma escamoso
• Lesões ceratóticas, descamativas, ulceradas, vegetantes, com necrose.

TUMORES DA DERME

Dermatofibroma
•Neoplasia benigna de fibroblastos e histiócitos
•Pápulas firmes, de cor marrom
•Adultos jovens
•Comportamento indolente

Dermatofibrosarcoma protuberans
Neoplasia fusocelular maligna que compromete a pele do tronco de adultos jovens
• Posito para o marcador CD34 na imunohistoquímica.

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TUMORES VASCULARES

Hemangioma capilar ou nevo rubi (nevo morango)


•Lesões vasculares benignas, bem circunscritas.
•Muito comuns, podem acometer crianças e idosos

Sarcoma de Kaposi
• Herpes vírus 8
• Pacientes imunossuprimidos
• Lesões violáceas em tronco e membros inferiores

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