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Na epiderme, as células estão coladas umas a outras, não há substância amorfa. No encontro com a derme,
as células são chamadas de basais.
A derme é uma grande “gelatina”, basicamente composta de tecido conjuntivo, onde se encontram: pelo
(sempre conectado à glândula sebácea), vasos sanguíneos, glândulas, muitas fibras de colágeno
Tecido celular subcutâneo (adiposo)
o Cor:
A quantidade de melanina é muito responsável por fatores genético-raciais (inclusive, às vezes os orientais
parecem ser muito brancos, mas não são, podem pigmentar mais que os negros, por exemplo. Ao fazer um
procedimento estético, a cicatriz muitas vezes fica mais escura)
O ser humano apresenta aproximadamente a mesma quantidade de melanócitos, mas alguns pacientes
possuem mais melanina nos melanócitos, apresentando fototipo mais elevado
Fatores individuais, regionais e sexuais (depende da espessura dos componentes da pele)
Ex: tom rosado de pessoas muito brancas → dilatação dos vasos sanguíneos da derme
o Queratinócitos: 80% das células epidérmicas (desde a camada basal até se formar um corneócito)
Processo de maturação na camada basal à camada córnea é complexo e multifatorial
A mitose do queratinócito é na camada basal. A presença de um queratinócito em mitose no meio da camada
é muito indicativo de câncer
Tempo de maturação: em média, 4 semanas
À medida que o queratinócito vai se modificando para tornar-se um corneócito, o citoesqueleto vai
modificando e modificando suas citoqueratinas
▪ Maturação: vai havendo uma migração da base à superfície, vai havendo modificação do núcleo e do
citoplasma no caminho, até se formar uma célula anucleada
Algumas doenças mudam o tempo de maturação: acelerando, gerando
muita camada córnea → a pele começa a ter escama
Outras, retardam esse tempo, gerando pouca camada córnea
Camada basal → camada espinhosa → camada granulosa → camada
córnea
1. Camada basal: mais profunda, queratinócitos cuboides/colunares com
grandes núcleos. Presença de mitose, melanócitos e células de
Merkel.
2. Camada espinhosa: queratinócitos poliédricos
3. Camada granulosa: células achatadas, grande quantidade de
grânulos basofílicos
4. Camada córnea: células anucleadas, membranas celulares
espessadas
▪ Doenças de queratinócitos
Psoríase: placas eritematosas com escamas brancas, a maturação ocorre em menos de 4 semanas (maior
turnover celular), então há descamação porque tem acúmulo de muitas células anucleares (corneócitos) na
camada córnea
Carcinoma basocelular (CBC): câncer mais comum do mundo, ocorre nos queratinócitos da camada basal,
diante das mitoses e por agressão dos raios solares. Os núcleos se modificam e começam a formar células
que não tem apoptose, gerando lesão tumoral
Ictiose: dificuldade de descolamento das células cornificadas, há demora de formação de escamas, gerando
ectrópio (pele endurecida)
o Células de Langerhans: possui pseudópodes, mas não está na camada basal, está no meio da epiderme
2-8% das células epidérmicas
Podem ser encontradas, além da epiderme, na derme, nos linfáticos da derme, linfonodos e timo
Os pseudópodes, além de fazerem contato com as células ao redor, ajudam as células a migrarem
Células dendríticas apresentadoras de antígeno na pele: avisa ao linfócito que tem um corpo estranho (ex:
poeira em cima da pele → algum tempo depois, há coceira. Isso ocorreu mediante entrada de fragmento na
pele, captação pela cél. de Langerhans e apresentação aos linfócitos)
Origem na medula óssea
▪ Doença das células de Langerhans: mais rara, gengiva hipertrofiada, tratada como câncer apesar de
não ser neoplásica, é hiperplásica
▪ Doenças da Derme
Ehler-Danos: doença das fibras colágenas, pele que consegue se puxar além do normal. As fibras elásticas
estão intactas, então a pele volta pro lugar, mas a textura da pele é diferente.
Doença do músculo piloeretor: músculo piloeretor aumentado, espessado, gerando pápulas hipercrômicas
indolores e elásticas
OBS: quando a doença envolve pelo, é mais profunda; quando a doença é muito vasoproliferada, está fazendo
alteração dérmica.
● Tecido celular subcutâneo: (“hipoderme”), camada mais profunda da pele, espessura variável
Adipócitos agrupados em lóbulos, separados por septos conjuntivo-vasculares
Função: reservatório de calorias, isolante térmico, proteção contra trauma mecânico, mobilidade da pele, e
além disso, é um tecido hormonal, transforma andrógenos em estrógenos que atrapalham a fertilidade
(estrona, E1)
● Anexos cutâneos
o Glandulas sudoríparas: transpiração
Fundamentais para equilibrar a temperatura corporal e eliminação de toxinas
Glândula écrina: “independente”, tem seu conduto excretor desembocando diretamente na epiderme,
sozinha. Secreção incolor, inodora. É distribuída pelo corpo todo, mas principalmente na mão e no pé
(regiões que não têm pelo)
Glândula apócrina: desemboca no folículo piloso, secreção leitosa, geralmente tem cheiro
▪ Doença das glândulas sudoríparas: ex: hiperidrose palmar → das glândulas écrinas, já que não há
apócrina na palma da mão porque não existe pelo nessa área
o Folículo pilossebáceo: anexo que conecta o pelo à glândula sebácea
A oleosidade gerada pode causar caspa, tanto na cabeça quanto no púbis
A glândula sebácea, formada por sebócitos, produz secreção holócrina (sebo, a partir dos
ácidos graxos) e é ativada por andrógenos
A epiderme que envolve o pelo tem melanócitos, responsáveis pela produção de melanina que
pigmentará o pelo
Locais que tem muito pelo cicatrizam melhor, porque há maior concentração de células-tronco
(ex: rosto, tem muito pelo)
Quanto mais lavar o rosto, mais oleosidade será produzida, porque a pele seca tem rachaduras
pelas quais entram microrganismos, havendo mais produção de sebo. (Lavar no máx. 3x/dia)
▪ Doença do Folículo Piloso: ex: furúnculo
o Unhas: lâminas queratinizadas muito perto da falange, por isso infecções da unha podem dar osteomielite
Pode ter uma doença da unha ou uma doença sistêmica que se manifesta na unha
● Principais funções da pele:
Proteção de barreira: mediante camada córnea, espessura da pele, locais onde tem mais espessura é onde
tem mais atrito
Proteção imunológica: células de Langerhans, que se comunicam com linfócitos
Hemo/termorregulação: termorregulação especialmente pelo músculo piloeretor, além de que os vasos da
derme são importantes para perder calor
Percepção: terminações nervosas no órgão todo
Secreção e excreção: tanto sebácea/oleosa quanto sudorípara (libera toxinas e melhora temperatura
corporal)
Metabolização: produção de estrona pelo tecido adiposo
Semiologia da Pele
o Anamnese:
Identificação: nome, idade, sexo, natural e procedente (regiões endêmicas), ofício, fototipo (relacionado à cor
e não raça)
Amazonas: pápulas que coalescem (mão/pavilhão auricular) → Doença de Jorge Lobo
São Paulo: nódulo com úlcera no centro → Paracoccidioidomicose
Pernambuco: mácula hipocrômica, localizada no dorso, sem sensação da lesão → Hanseníase
QPD e HDA: perguntar sobre a evolução da lesão; sintomas associados (dor, queimor, ardor, prurido); fatores
agravantes ou desencadeantes (ex: ingestão de álcool piora psoríase); se usou medicações; fatores de
melhora
Antecedentes pessoais: câncer de pele, exposição solar, hanseníase, tuberculose; alergias; uso de
medicações
Antecedentes familiares
● Lesões elementares
o Alterações de cor
▪ Mácula/mancha: não há relevo ou depressão na pele, podem ser fixas ou desaparecer à digitopressão.
Pode ser hipercrômica ou hipocrômica.
❖ Máculas vásculo-sanguíneas:
Eritema: mancha avermelhada;
Cianose: mancha hipercrômica violácea;
Rubor: face avermelhada
Enantema: mancha avermelhada, mas na mucosa
Mancha lívida: cor plúmbea, do pálido ao azul, ajuda na necrópsia
Exantema ou rash: pode ser (a) morbiliforme/rubeoliforme: manchas eritematosas entremeadas por pele sã;
ou (b) escarlatiniforme: todo vermelho
Mancha angiomatosa: mal formações dos vasos decorrentes de patologia (mancha vinho do porto, mancha
eritematosa)
Mancha anêmica: mais clara que a pele normal devido à agenesia vascular naquela região (“sinal de
nascença”)
Púrpura: extravasamento de hemácias. Pode ser petéquia (até 1 cm), equimose (> 1 cm) ou víbice (linear)
❖ Manchas Pigmentares
Leucodermia: hipocromia e acromia (ex: vitiligo, pano branco) – uso de lâmpada de Wood para diagnóstico
diferencial
Hipercromia: melanodermia (ex: efélides/sardas, melasma), nevo diota
Pigmentação externa: tatuagem
OBS: se escreve no exame físico a descrição (ex: ao diagnosticar efélide, caracterizar manchas pigmentares
hipercrômicas disseminadas pelo dorso nasal e regiões genianas)
o Elevações edematosas:
▪ Urtica: pápulas ou placas eritematosas elevadas, com edema na derme (em casca de laranja). Elevação
efêmera, irregular na forma e na extensão, cor variável do branco-róseo ao vermelho e pruriginosa (ex:
mordida de inseto)
o Formações sólidas
Pápula: < 1 cm
Nódulo: de 1 cm até 3 cm
Tumor: > 3 cm
Goma: nódulo ou tumor que se liquefaz (amolecido/fistuliza)
Vegetação: pedunculada ou com aspecto de couve-flor (ex: HPV)
Verrucosidade: superfície dura, áspera, inelástica e amarelada por hiperqueratose
OBS: pústula é uma vesícula com pus, se houver pus e > 1 cm, é uma bolha de composição purulenta.
o Alterações de espessura:
Queratose/ceratose: espessamento da pele, dura e inelástica, por aumento da camada córnea
Liquenificação: espessamento da pele com proeminência dos sulcos e da cor própria. É devido,
principalmente, ao aumento da camada espinhosa.
Edema: aumento da espessura, depressível, por extravasamento de líquido na
derme ou TCSC
Infiltração: alteração da espessura e aumento da consistência da pele, limites
imprecisos
Esclerose: alteração da espessura com aumento da consistência da pele, que
se torna coriácea. O pregueamento é difícil. Pode haver hiper ou hipocromia,
resulta da fibrose do colágeno (ex: esclerodermia)
Atrofia: diminuição da espessura que se torna pregueável e adelgaçada,
redução do número e do volume dos constituintes teciduais
o Perdas e reparações teciduais
Escamas: exemplo de psoríase, caspa, etc
Erosão ou exulceração: perda superficial somente da epiderme
Ulceração: perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir TCSC e tecidos subjacentes
Escoriação: erosão traumática
Úlcera: ulceração crônica
Fissura/ragádia: perda linear da epiderme e derme em orifícios naturais, ou em áreas de dobras/pregas
Crosta: concreção que se forma em área de perda tecidual (casca)
Escara: área de cor escurecida, limitada por necrose tecidual (geralmente
associada a decúbito do paciente – quando o paciente está acamado por
muito tempo, compressão da pele sobre o colchão)
Cicatriz: pode ser elevada ou deprimida, não tem sulcos, poros e pelos;
↳ Hipertrófica: elevada, mas respeita a linha do corte (queloide não respeita a
linha)
↳ Atrófica: deprimida (ex: cicatriz no rosto devido a espinhas antigas)