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SISTEMA TEGUMENTAR

ANATOMIA E FISIOLOGIA

DOCENTE: ENF. JEFFERSON DA SILVA MOTA


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1 INTRODUÇÃO

2. SISTEMA TEGUMENTAR

2.1 Funções da pele

2.2 Desenvolvimento da pele

3 ESTRUTURAS DA PELE

3.1 Epiderme

3.2 Derme

3.3 Hipoderme

3.4 Anexos cutâneos

3.5 Junção dermoepidérmica

4 FISIOLOGIA DA PELE

4.1 Epiderme

4.2 Derme

4.3 Hipoderme

5 VASCULARIZAÇÃO

5.1 Inervação

6 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA PELE

7 TERMORREGULAÇÃO

8 GLÂNDULAS

8.1 Glândulas sebáceas

8.2 Glândulas sudoríparas

9 UNHAS

10 UNIDADE PILOSSEBÁCEA

11 SISTEMA PIGMENTAR

12 TIPOS DE PELE

12.1 Pele seca

12.2 Pele oleosa

12.3 Pele Normal

12.4 Pele Mista

12.5 Pele Sensível

13 BARREIRA EPIDÉRMICA VS
PERMEABILIDADE DA SUPERFÍCIE
CUTÂNEA

13.1 Via de penetração

13.2 Condições da superfície da pele

13.3 Técnicas para aumentar a penetração

13.4 Mecanismo de Umectação da Capa
Córnea

13.5 Mecanismos que controlam a Hidratação e
Lubrificação cutânea

14 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO
CUTÂNEO

16 CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO

O sistema tegumentar é aquele formado pelo


conjunto de estruturas que participam do
revestimento externo dos seres vivos. Por isso,
ele é composto pela pele e por todos os seus
anexos, como cabelos, pelos e muito mais.

INTRODUÇÃO
A anatomia do sistema tegumentar é formada por
muitas estruturas. Cada uma delas tem uma (ou
muito mais) função específica. Veja, a seguir, as
principais:
pele (incluindo suas camadas, como derme e
epiderme);cabelos; pelos; unhas; garras;glândulas
(sudorípara, sebácea, mamária etc.); terminações
nervosas.

INTRODUÇÃO

SISTEMA TEGUMENTAR

Fonte:
anatomiaemfoco.com.br
A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo
responsável pela proteção contra atrito, perda de
água, radiação ultravioleta e invasão de
microrganismos.
Participa ainda no processo de termorregulação e
desempenha um papel importante na percepção do
tato. É composta por duas camadas, a epiderme
formada por epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado e a derme formada por conjuntivo
frouxo e conjuntivo denso não modelado.

Subjacente à pele encontra-se um tecido
adiposo subcutâneo, a hipoderme. As duas
camadas apresentam células especializadas e
entre elas destacam-se os queratinócitos
encontrados na epiderme e os fibroblastos e
macrófagos encontrados na derme.

2.1 Funções da pele

A pele desempenha funções específicas em
cada região do corpo e as estruturas que a
compõem variam de acordo com o sítio
anatômico. As regiões palmoplantares, por
exemplo, possuem uma maior queratinização e
ausência de pêlos, e estão mais adaptadas à
abrasão. As extremidades das falanges distais

possuem grande número de receptores
sensoriais, o que determina uma elaborada
função tátil. As regiões ungueais adquirem uma
espessa camada de queratina durante a
diferenciação celular, caracterizando a rigidez
das unhas.

Barreira entre o organismo e o meio externo;

Proteção contra desidratação e radiação UV;

Proteção contra traumas mecânicos;

Excreção de produtos tóxicos do metabolismo
celular (ureia, amônia e ácido úrico);

Regulação hídrica (impede a perda ou a entrada excessiva
de líquidos);

Regulação da temperatura corporal pelo suor (termo
regulação);

Armazenamento de substâncias (água, açúcares e gorduras);

Sensibilidade (a pele possui terminações nervosas para tato,
pressão, calor e dor);

Imunidade (células epidérmicas são importantes para a
imunidade);

Regulação metabólica (síntese de vitamina D, essencial para
a fixação do cálcio).

2.2 Desenvolvimento da pele

1° mês: células cuboides

2° mês: camada basal; início da camada
espinhosa; estruturas nervosas (células de
Schwann) e axônios.

3° mês: feixes de colágeno, cabelos, melanócitos,
vasos sanguíneos.

4° mês: tecidos adiposos, glândulas sebáceas e
nervos amielínicos.

5° mês: fibras elásticas, hipoderme, pêlo,
glândulas sudoríparas.

6° mês: camada espinhosa, queratinização e
glândulas sudoríparas.

7° mês: desenvolvimento do canal sudoríparo

9° mês: ducto excretor atinge a epiderme
(poros).

3 ESTRUTURAS DA PELE

Fonte: anatomiapapelecaneta.com

A pele é dividida em duas camadas, derme e
epiderme, mais a hipoderme, e anexos, apresentando
funções distintas:

Epiderme: é a mais externa e principal barreira de
defesa

Derme: intermediária e vascularizada

Hipoderme: é a mais profunda, constituída de tecido
gorduroso.

Anexos: Glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas,
pêlos e unhas.

3.1 Epiderme

A epiderme é a camada mais superficial da pele,
ou seja, a que está diretamente em contato com
o exterior. Tendo uma espessura que varia
conforme as partes do corpo, a epiderme é
essencialmente constituída por células unidas
entre si que não apresentam qualquer substância
intercelular entre elas.

3.2 Derme

A derme é a camada situada logo abaixo da
epiderme, formada por denso estroma
fibroelástico de tecido conectivo em meio a
uma substância fundamental, que serve de
suporte para extensas redes vasculares e
nervosas, e anexos cutâneos que derivam da
epiderme.

Os principais componentes da derme incluem o
colágeno (70 a 80%) para resistência, a
elastina (1 a 3%) para elasticidade e os
proteoglicanos, que constituem a substância
amorfa em torno das fibras colágenas e
elásticas.

3.3 Hipoderme

A hipoderme ou panículo adiposo é a camada
mais profunda da pele e está organizada em
lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos
compostos de colágeno, por onde correm
vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Une a
derme à fáscia profunda subjacente, absorve
choques e funciona como isolante térmico.

3.4 Anexos cutâneos

Os anexos da pele são estruturas derivadas do
ectoderma, como pelos, as unhas e as
glândulas sudoríparas e sebáceas.

A complexidade estrutural da pele, constituída
por grande diversidade de células, com
especificidades funcionais, confere a
capacidade de executar:

Funções metabólicas e de proteção contra
agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos;

Regulação da temperatura;

Síntese de vitamina D;

Percepção sensorial;

Possibilita a identificação de pessoas, características
faciais e cor da pele;

Comunicação, através de expressões faciais e emissão
de sinais emocionais;

Papel importante no processo de cicatrização de feridas;

Manifestação de sinais que indicam o estado clínico da
pessoa;

Sofre modificações ao longo do desenvolvimento,
sua aparência difere entre as faixas etárias, são
influenciadas pelos hábitos de vida, ambiente e
cultura.

Pelos: Se originam de uma invaginação da
epiderme, o folículo piloso. São visíveis
externamente por sua haste e estão distribuídos
por quase todo o corpo. Em certas regiões
exercem papel de proteção, principalmente nas
aberturas do corpo.

As unhas são lâminas córneas formadas pela
camada córnea. Em sua extremidade proximal
uma estreita prega da epiderme se estende,
formando o eponíquio (cutícula). Possuem
coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por
semana.

Glândulas sebáceas: São encontradas
anexas aos pelos em todas as regiões do
corpo, sendo mais numerosas, mas de menor
volume, nas regiões onde os pelos são
abundantes. Sua secreção é uma mistura
complexa de lipídios cuja função é a
lubrificação da pele, além da ação bactericida.

Glândulas sudoríparas: Distribuem-se em
quase todo o corpo. Seu número varia em cada
região e diminui com a idade. A estimulação
dos nervos simpáticos faz com que estas
glândulas secretem um fluido de cloreto de
sódio, ureia, sulfatos e fosfatos a depender de
fatores como temperatura e umidade do meio e
atividade muscular.

3.5 Junção dermoepidérmica

A junção da epiderme e da derme é chamada
de dermoepidérmica, onde a epiderme se
encontra na direção da derme, formando as
cristas epidérmicas. As cristas epidérmicas
aumentam a superfície de contato entre as
duas camadas e tem como função facilitar a
nutrição das células epidérmicas por meio dos
vasos sanguíneos da derme.

4 FISIOLOGIA DA PELE

4.1 Epiderme

A epiderme consiste em um epitélio pavimentoso
estratificado e queratinizado, de origem
ectodérmica. Sua espessura varia
aproximadamente de 0,04 a 1,5 mm de acordo
com a topografia; 95% das células que compõem
a epiderme são queratinócitos organizados em
quatro camadas que se renovam continuamente.
São elas: camada basal ou germinativa, camada
espinhosa, camada granulosa e camada córnea.

A camada mais profunda, a basal, apresenta
atividade mitótica, e os queratinócitos
resultantes da divisão celular sofrem
diferenciação à medida que são empurrados
para as camadas mais superiores, sintetizando
quantidade crescente de queratina no seu
citoplasma. O tempo de maturação de uma
célula basal até atingir a camada córnea é de
aproximadamente 26 dias.

As camadas da epiderme estão dispostas de
modo que sua superfície é relativamente plana,
com exceção das áreas das pregas cutâneas,
submetidas a extensões e contrações. A base
da epiderme é sinuosa, formada por cones
epidérmicos que se projetam na derme e
encontram-se intercalados com projeções
digitiformes da derme denominadas papilas.

Essa disposição confere grande adesão da
epiderme com a derme e maior superfície de
contato entre elas, permitindo uma área eficaz
de troca entre esses dois componentes, já que
a epiderme é avascular e sua nutrição deriva
dos capilares dérmicos.

Intercalados entre os queratinócitos, há outros
tipos celulares, como os melanócitos, as
células de Langerhans e as células de Merkel.

Camada Basal: É a camada mais profunda da
epiderme, delimitando-se com a derme. É constituída
habitualmente por única camada de queratinócitos que
possuem citoplasma basófilo e núcleos grandes,
alongados, ovais e hipercromáticos, em contínua
divisão mitótica. Através da qual essas células recebem
os elementos necessários para a sua nutrição. Células
estas que estão em constante divisão, ou seja, à
medida que se multiplicam, as novas vão empurrando
as mais antigas em direção à superfície, de modo a que
estas passem a pertencer a outras camadas.

Camada Espinhosa ou Malpighiana: É formada
por várias células provenientes da camada basal
que, à medida que as novas células profundas vão
nascendo, se vão deslocando para o exterior. As
mais profundas são as arredondadas, enquanto
que as que estão mais próximas da superfície são
mais planas.

Situa-se logo acima da camada basal e é formada
por 5 a 10 camadas de queratinócitos com
configuração poliédrica, achatando-se
progressivamente em direção à superfície, com seus
maiores eixos paralelos a esta.

As células espinhosas estão unidas mecanicamente
entre si e às células basais subjacentes por meio de
pontes intercelulares denominadas
desmossomos,estruturas complexas que conferem à
pele resistência a traumas mecânicos.

Na camada basal, há apenas uma placa de
aderência ligando a membrana plasmática das
células basais à membrana basal; essas estruturas
de adesão são chamadas hemidesmossomos.
Anormalidades dos desmossomos causam
separação das células (acantólise), com formação
de bolhas ou vesículas na epiderme. É o que
ocorre em doenças autoimunes como pênfigo
foliáceo e pênfigo vulgar, onde há produção de
anticorpos contra as desmogleínas 1 e 3
(constituintes dosdesmossomos), respectivamente.

Camada Granulosa: É formada por uma ou duas
filas de células muito planas em que é possível
apreciar alguns grânulos, nos quais é elaborada a
queratina, a proteína fibrosa que garante à pele a
sua peculiar consistência. Embora estas células,
durante a sua maturação, produzam queratina, em
simultâneo vão igualmente perdendo o seu núcleo
e os restantes elementos intracelulares, o que
proporciona a perda da sua vitalidade.

É composta por uma a três camadas achatadas de
queratinócitos com formato losangulare citoplasma
repleto de grânulos de querato-hialina, que dá
origem à filagrina, importante componente do
envelope das células corneificadas.

Na pele da região palmoplantar, há uma camada
adicional entre as camadas granulosa e córnea
denominada estrato lúcido. Suas células são
anucleadas e formam uma faixa clara e homogênea,
fortemente coradas pela eosina à microscopia óptica.

Camada Córnea: É a camada mais superficial da
pele. Sua espessura é variável de acordo com a
topografia anatômica, sendo maior nas palmas e
plantas. O processo de maturação dos
queratinócitos está completo no estrato córneo,
apresentando células anucleadas com um sistema
de filamentos de queratina imerso em uma matriz
contínua circundada por membrana celular
espessada.

É a camada mais externa da epiderme, sendo
formada por várias filas de células repletas de
queratina que, entretanto, já perderam o seu núcleo
e que não desempenham qualquer atividade vital,
sendo por isso células mortas.

Camada lúcida: Apenas presente na pele das
palmas das mãos e na planta dos pés, é
constituído por uma ou duas filas de células
planas e praticamente transparentes que,
embora ainda conservem o núcleo, não
desempenham qualquer atividade essencial.

Melanócitos: São células dendríticas de origem
ectodérmica que sintetizam pigmento melânico.
Localizam-se na camada basal e seus dendritos
estendem-se por longas distâncias na epiderme,
estando em contato com muitos queratinócitos
para os quais transfere melanina. O melanócito e
os queratinócitos com os quais se relaciona
constituem as unidades epidermomelânicas da
pele, numa proporção de 1 para 36,
respectivamente.

Células de Langerhans: São células dendríticas
originadas na medula óssea que constituem 2 a
8% das células da epiderme e localizam-se na
camada espinhosa. Na microscopia eletrônica, são
caracterizadas por estruturas citoplasmáticas
denominadas grânulos de Birbeck, que se
assemelham a uma raquete de tênis. Têm função
imunológica, como células apresentadoras de
antígenos aos linfócitos T.

Células de Merkel: São células de origem
controversa encontradas nas extremidades distais
dos dedos, lábios, gengivas e bainha externa dos
folículos pilosos. Alguns acreditam que sejam de
origem neuroendócrina, pois apresentam grânulos
intracitoplasmáticos com substâncias
neurotransmissoras e estão em contato íntimo com
fibras nervosas da derme, constituindo os discos de
Merkel, que provavelmente são receptores.

Junção Dermoepidérmica: As células da camada
basal da epiderme repousam sobre uma estrutura
chamada membrana basal. À microscopia óptica, essa
zona limítrofe (corada pelo ácido periódico de Schiff
(PAS)), revela uma delgada zona uniforme de reação
intensa. A zona da membrana basal é constituída por
quatro áreas distintas: a membrana celular da célula
basal; a lâmina lúcida, sob a membrana plasmática dos
queratinócitos basais, com seus hemidesmossomos; a
lâmina densa, formada por colágeno tipo IV; e a lâmina
fibrorreticular, que se continua com a derme subjacente.

A função da zona da membrana basal é fornecer a
ancoragem e a adesão da epiderme com a derme,
mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes
dois componentes e atuando como filtro para a
transferência de materiais e células inflamatórias ou
neoplásicas.

Várias doenças mecanobolhosas hereditárias e
autoimunes envolvem a separação e a formação de
bolhas em vários níveis da junção dermoepidérmica,
como epidermólise bolhosa, penfigoide bolhoso,
penfigoide gestacional e lúpus eritematoso bolhoso.

4.2 Derme

A derme divide-se em papilar (mais externa), reticular
(mais interna) e derme perianexial. A derme papilar é
mais delgada, altamente vascularizada e preenche as
concavidades entre as cristas epidérmicas, dando
origem às papilas ou cristas dérmicas. É formada por
feixes delicados de fibras colágenas (principalmente
do tipo III) e elásticas, dispostas em uma rede frouxa,
circundada por abundante gel de
mucopolissacarídeos.

A derme reticular compõe a maior parte da
espessura da derme, está abaixo do nível das
cristas epidérmicas e é constituída de fibras
colágenas (principalmente do tipo I) entrelaçadas,
além de fibras elásticas que estão dispostas
paralelamente à superfície da pele. A derme
perianexial tem a mesma estrutura da derme
papilar, mas localiza-se em torno dos anexos
cutâneos.

O sistema elástico, que permeia as fibras
colágenas das dermes papilar e reticular, é
responsável pela elasticidade cutânea, ou seja,
capacidade da pele de retornar à posição original
quando submetida ao estiramento.

A derme contém população mista de células, incluindo
fibroblastos (que se encarregam da produção das fibras e
da matriz extracelular, embora existam outras igualmente
muito importantes, como os histiócitos ou macrófagos,
células dotadas de mobilidade pertencentes ao sistema
imunitário com a missão de eliminarem os micro-
organismos, que eventualmente possam ter chegado à
derme, e devorarem as restantes células mortas e
resíduas), fibrócitos, macrófagos teciduais, melanófagos
mastócitos e leucócitos sanguíneos (como neutrófilos,
eosinófilos, linfócitos, monócitos e plasmócitos).

É a derme que acolhe as glândulas sudoríparas, as
glândulas sebáceas e os folículos pilosos e é
através dela que circulam os vasos sanguíneos que
nutrem as células superficiais da pele e as fibras
nervosas responsáveis pela sensibilidade cutânea.

4.3 Hipoderme

A hipoderme é a camada mais profunda da pele,
apesar de ter limites muito pouco definidos com a
derme e de ser composta por elementos comuns. A
espessura da hipoderme varia de pessoa para
pessoa e também conforme as várias regiões do
corpo, já que esta camada é bastante espessa em
várias áreas e praticamente inexistente noutras,
como por exemplo, nas pálpebras.

Os principais componentes da hipoderme são os
adipócitos, células especializadas na síntese e
acumulação de gorduras. Estes adipócitos, que
constituem a principal reserva de energia do
organismo, encontram-se agrupados em
pequenos lóbulos separados entre si por finos
septos de tecido conjuntivo através dos quais
circulam os vasos sanguíneos e as fibras
nervosas.

5 VASCULARIZAÇÃO

O suprimento vascular da pele é limitado à derme e
constitui-se de um plexo profundo em conexão com
um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos
à superfície cutânea e estão ligados por vasos
comunicantes dispostos perpendicularmente.

O plexo superficial situa-se na porção superficial da
derme reticular, com arteríolas pequenas das quais
partem alças capilares que ascendem até o topo de
cada papila dérmica e retornam como capilares
venosos.

O plexo profundo situa-se na base da derme
reticular e é composto por arteríolas e vênulas de
paredes mais espessas. Há ligação íntima entre os
plexos por meio dos vasos comunicantes, e o
controle do fluxo sanguíneo dérmico por esses
vasos contribui para o controle da temperatura
corpórea.

5.1 Inervação

A inervação da pele é abundante e constituída por
nervos motores autonômicos e por nervos sensoriais
somáticos.

O sistema autonômico é composto por fibras
simpáticas e é responsável pela piloereção,
constrição da vasculatura cutânea e secreção do
suor. As fibras que inervam as glândulas écrinas são
simpáticas, mas têm como neurotransmissor a
acetilcolina.

O sistema somático é responsável pelas sensações de
dor, prurido, tato suave,tato discriminativo, pressão,
vibração, propriocepção e térmica. Os nervos sensitivos
têm receptores especializados divididos funcionalmente
em mecanorreceptores,termorreceptores e nociceptores.
Morfologicamente, estes receptores podem constituir
estruturas especializadas, como:

Corpúsculos de Vater-Pacini, nas regiões
palmoplantares, específicos para pressão e vibração;

Corpúsculos de Meissner, nas polpas dos dedos,
específicos para o tato;

Corpúsculos de Krause, nas áreas de transição
entre pele e mucosas,sensíveis ao frio;

Corpúsculos de Ruffini, sensíveis ao calor.

Podem também ser desprovidos de características
estruturais específicas, que são as terminações
nervosas livres responsáveis pela sensibilidade da
dor, prurido e parte da térmica.

6 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA PELE

Estrato Córneo: é a camada mais superficial,
composta por células mortas (corneócitos),
repletas de queratina. Possui substância cerosa
(colesterol,aminoácidos, polipeptídeos, derivados
lipídicos), produtos de degradação núcleo
citoplasmático, hidratos de carbono e proteínas
celulares, aminoácido, açúcares, ácido úrico e
água.

Estrato Granuloso: composto por queratohialina
(proteína refletora da luz e que dá opacidade à pele).
São células vivas.

Estrato Espinhoso: encontram-se os desmossomas,
estruturas responsáveis pela estabilidade da
epiderme contra distorções mecânicas e os
queratinócitos, células fundamentais para a coloração
da pele. Possui camadas de queratinócitos
(queratinização) e camadas profundas (grânulos de
melanina). Glicogênio (funções metabólicas e
reprodução de células epidérmicas).

Estrato Basal: onde ocorre a síntese de lipídios e
de proteínas (queratinização). Divisão celular ativa
com deslocamento de células para a superfície.

7 TERMORREGULAÇÃO

As várias estruturas da pele exercem funções
primordiais para a sobrevivência do organismo.
São elas:

O estrato córneo atua como barreira para a perda
de água das camadas epidérmicas internas e para
lesão proveniente do ambiente externo, como a
entrada de agentes tóxicos e micro-organismos.

Os melanócitos exercem proteção contra os efeitos
indesejáveis da radiação solar ultravioleta por meio da
melanina, que a absorve amplamente.

Os nervos dérmicos têm a importante função de percepção do
meio.

As fibras colágenas e elásticas da derme e sua substância
fundamental conferem à pele propriedades viscoelásticas e de
resistência que a protegem contra as forças de cisalhamento.

A termorregulação se dá pela extensa rede vascular cutânea,
através do controle do fluxo sanguíneo, e pelas glândulas
sudoríparas écrinas, cuja secreção proporciona o resfriamento
por evaporação a partir da superfície da pele.

O papel da pele na proteção imunológica do
organismo se deve principalmente à célula de
Langerhans, que participa de várias reações
imunológicas,inclusive na interação macrófago-
célula T e nas interações entre linfócitos T e B.

A pele desempenha uma função endócrina, pois
a ação da radiação ultravioleta sobre o 7
deidrocolesterol nos ceratinócitos forma a
vitamina D3, que estimula a absorção de cálcio e
fosfato no intestino.

8 GLÂNDULAS

As glândulas sebáceas são glândulas
microscópicas formadas por um número variável
de lóbulos composto por dois tipos de células
epiteliais. As células epiteliais de reserva situado
na periferia da glândula, constituído por até duas
camadas de células cuboides, e as células
sebáceas, em fase de maturação com os
sebócitos localizados em região central da
glândula.

As glândulas sebáceas são glândulas holócrinas cuja
função é produzir o sebo, que é uma combinação de
ésteres de cera, esqualeno, ésteres de colesterol e
triglicérides. É secretado através do ducto sebáceo
na luz do folículo piloso e recobre a superfície
cutânea, atuando como lubrificante natural do pelo,
além de evitar a perda de água pela camada córnea,
proteger contra excesso de água na superfície e ter
ação bactericida e antifúngica. Ocorrem por toda a
pele, exceto na região palmoplantar, e seu controle é
hormonal, especialmente andrógeno.

ação bactericida e antifúngica. Ocorrem por toda
a pele, exceto na região

palmoplantar, e seu controle é hormonal,
especialmente andrógeno.
Composição aproximada da secreção sebácea humana:

Ácidos graxos livres: 28 - 30%

Triglicérides: 32 - 25%

Ceras: 14 - 25%

Colesterol: 4 - 5%

Ésteres: 4 - 5%

Esqualeno: 4 - 5%

Outros hidrocarbonetos: 8 - 14 %

Esteroides: 9 - 10 %
Manto hidrolipídico da superfície cutânea: Triglicérides;
Colesterol; Ceras;Traços de fosfolipídios
Fatores que influenciam no controle da secreção e excreção
sebácea

Fricções repetidas;

Temperatura;

cutânea;

Restrição

calórica;

Idade;

Hormônios; Influência neurológica.

8.2 Glândulas sudoríparas

A glândula sudorípara é um tipo de glândula
exócrina, ou seja, libera sua secreção por meio de
ductos na superfície livre do corpo (superfície do
corpo ou luzde órgãos). Graças a essa
característica, podemos dividir a glândula
sudorípara em duas porções: a condutora e a
secretora. Em relação à forma da porção
secretora,essa glândula é classificada como
tubulosa enovelada.

Estão localizadas em toda a superfície cutânea,
exceto nas áreas de pele modificada, como os
lábios, os leitos ungueais e a glande. Participam
da termorregulação, produzindo suor hipotônico
que evapora durante o calor ou estresse
emocional.

A glândula sudorípara pode ser classificada em
dois tipos: glândulas sudoríparas écrinas e
apócrinas. As écrinas são aquelas que liberam
sua secreção sem que haja perda do citoplasma
da célula secretora. Já as apócrinas eliminam
secreção com porções do citoplasma.

As glândulas sudoríparas écrinas, também
chamadas de merócrinas, são as mais frequentes,
não sendo encontradas apenas nos lábios, leitos
ungueais e tímpanos. São constituídas por uma
porção secretora com células escuras e claras.

As células escuras produzem glicoproteínas,
enquanto as claras eliminam a porção aquosa do
suor. A secreção das glândulas écrinas é eliminada
diretamente na superfície do corpo humano.

As glândulas sudoríparas apócrinas derivam da epiderme e fazem
parte da unidade pilossebácea, desembocando, em geral, nos
folículos pilosos. Localizam-se nas axilas, escroto, prepúcio, pequenos
lábios, mamilos e região perineal, além de, modificadamente, nas
pálpebras (glândulas de Moll), mamas (glândulas mamárias) e
conduto auditivo externo (glândulas ceruminosas). Produzem
secreção viscosa e leitosa constituída de proteínas, açúcares, amônio
e ácidos graxos; é inodora quando atinge a superfície, mas as
bactérias a decompõem, causando odor desagradável.

São inervadas por fibras nervosas simpáticas e estão sob controle dos
hormônios sexuais. Sua função provavelmente representa vestígios de
espécies inferiores, cuja comunicação sexual se dá por meio de
substâncias químicas.
Composição aproximada da secreção de
glândulas sudoríparas:

Aminoácidos: 40,0%; Lactatos: 12,0%; Ureia: 7,0%;
Amônia: 1,5%; Ácido úrico: 1,5%; Creatinina: 1,5%;
Glicosamina: 1,5%; Fosfatos e cloretos: 18,5%;
Açúcares: 8,0%; Peptídeos: 8,0%; Outros: 8,0%.

9 UNHAS

São placas córneas localizadas no dorso das
falanges distais dos quirodáctilos e pododáctilos.
São compostas por quatro partes: a raiz, parte
proximal recoberta por uma prega de pele chamada
de prega ungueal proximal; a lâmina, que está
aderida sobre o leito ungueal; as dobras laterais,
que cobrem as bordas laterais da lâmina ungueal; e
a borda livre.

No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a
camada basal, que se torna opaca na sua parte
proximal, formando a lúnula. Aí encontra-se a
matriz, que tem intensa atividade proliferativa e é
responsável pelo crescimento da unha.

Função protetora. São células queratinizadas
constituídas de formações epidérmicas córneas
(dorso da 3a falange dos dedos). Inicia-se na 20°
semana.

Composição química: rica em Co, Mn, Zn, Fe e
Ca, fosfolipídios.

Dureza: alto teor de enxofre.

Funções: Proteção da porção distal, facilitando
movimentos finos, capacitando a apreensão de
pequenos objetos.

Crescimento mais rápido: durante o dia,
gravidez, mão direita, jovens, unhas das mãos, 2°,
3° e 4° dedos, homens, psoríase, hipertireoidismo.

Crescimento mais lento: à noite, recém-nascidos,
mão esquerda, idosos,unhas dos pés, inverno,
polegar e 5° dedo, mulheres, imobilização dos
dedos,metotrexate hipotireoidismo, desnutrição.

Queratinização: Processo no qual se formam as
proteínas características do pêlo, unhas e da
epiderme; Oxidação (duas moléculas de cisteína)
forma 1 molécula de cistina; Queratina (principal
componente da capa córnea).

Curiosidades das unhas: Crescem: 0,1 mm ao
dia; 3,0 mm ao mês e aproximadamente 1,0 cm a
cada três meses.

Unhas pés: crescem 1/3 da taxa de crescimento
das unhas das mãos e levam de 8 a 12 meses
para se renovar; Espessura: 0,5 a 0,75 mm.

10 UNIDADE PILISSEBÁCEA

Unidade Pilossebácea: As unidades
pilossebáceas são encontradas sobre toda a
superfície da pele, exceto nas regiões
palmoplantares, nos lábios e na glande.
Compõem-se de uma haste pilosa circundada por
bainha epitelial contínua com a epiderme, uma
glândula sebácea, musculatura lisa piloeretora e,
em certas regiões corpóreas, ducto excretor de
uma glândula apócrina que desemboca acima da
glândula sebácea.

A haste pilosa é a parte do pelo que se projeta para
fora da pele, e sua raiz é a região que fica dentro da
pele. A haste é composta por cutícula externa, córtex
intermediário e medula. A bainha epitelial da raiz
divide-se em bainhas radiculares externas e internas.
A externa dá continuidade às células da camada
espinhosa da epiderme superficial, e a interna é
formada por três camadas celulares distintas: camada
de Henle, camada de Huxley e cutícula, formada por
escamas que se entrelaçam com as escamas da
cutícula do pelo.

Na porção mais inferior do folículo piloso, há uma
expansão chamada de bulbo piloso, que contém a
matriz do pelo. Nela ocorre a atividade mitótica do
pelo e encontram-se os melanócitos, sendo,
portanto, responsável pelo crescimento e
pigmentação do pelo.

Há dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, que
são curtos, delicados e claros,idênticos aos pelos
do adulto; e o terminal, mais grosso, escuro e
grande, encontrado nas axilas, cabelos, barba e
região púbica.

Os pelos não crescem continuamente, e sim de
maneira cíclica, podendo-se identificar três fases
distintas:

Anágena: fase de crescimento ativo, com duração
de 2 a 3 anos; corresponde a 85% dos cabelos;

Catágena: fase de involução, com duração de três
semanas; corresponde a 1% dos cabelos;

Telógena: fase de queda, com duração de 3 a 4
meses; corresponde a 14% dos cabelos.

11 SISTEMA PIGMENTAR

Melanina: pigmento contido em organelas
intracelulares denominadas melanossomas. É um
pigmento de cor marrom escura, produzido por uma
célula especial chamada melanócito, que se encontra
na camada germinativa da epiderme.

Os melanócitos têm como função produzir os grãos de
melanina. Estes grãos migram das ramificações dos
melanócitos para o interior de células vivas da
epiderme. Dentro destas células, os grãos de
melanina se localizam em uma posição muito especial
do citoplasma, isto é, sobre o núcleo da célula.

O melanócito sintetiza a melanina a partir da
tirosina. O melanócito a partir da tirosinase, uma
enzima cobre-dependente, promove a hidroxilação
em C3 do núcleo fenólico da tirosina levando à
formação da DOPA. A ausência congênita de
tirosinase,que é um distúrbio autossômico
recessivo, gera o albinismo.

Então, a partir da oxidação da DOPA por um
processo de ciclização envolvendo uma quinona é
gerado um polímero quinoide que é a melanina. A
melanogênese: a tirosinase é sintetizada no
retículo endoplasmático rugoso e armazenada em
vesículas do aparelho de Golgi. Quando a síntese
de melanina se completa nomelanossomo, quando
não há mais atividade enzimática está pronto o
grão de melanina.

A perda do poder melanogênico dá-se por
mecanismos intrínsecos aos melanócitos do bulbo
piloso, não havendo alteração dos melanócitos da
epiderme.

Ocorre na fase da catagênese, onde cessa a
atividade da papila dérmica, quando começa a fase
de repouso fisiológico, paralisando então, o processo
da transcrição do código de síntese da tirosinase.

Sabe-se que a atividade celular no bulbo é cíclica,
então todo o processamento bioquímico paralisa, bem
como a síntese de pigmento pelo melanócito.

Papel Fisiológico da melanina: Coloração
cutânea e fotoproteção, contra a radiação,
principalmente UV.

Unidade Melânica epidérmica: contém 36
queratinócitos e 1 melanócito.

12 TIPOS DE PELE

12.1 Pele seca

Comum a partir dos 35 anos;

Fina, esticada e sensível, tem tendência a escamações;

Pouco brilho;

Poros pouco aparentes, praticamente invisíveis;

Tendência a apresentar rugas precoces ao redor de olhos e boca;

Aparência opaca, devido à falta de umidade natural;

Seca em todo o rosto e as bochechas repuxam (deficiência de
produção das

glândulas sebácea);

Não se deve confundir pele seca com pele
desidratada, pois a pele seca é por falta de
gorduras e não por falta de umidade. Possuem
hipersensibilidade aos produtos alcalinos, sabão
comum, ventos, sol, entre outros.

Irrita-se facilmente e está sempre sujeita a
descamação e rachaduras, por este motivo tem
facilidade para enrugar-se precocemente.

Evitar as limpezas frequentes com produtos
alcalinos, excesso de maquilagem e exposição
demorada ao sol e vento.

São utilizados extratos de camomila nas
concentrações de 2% onde está possui ação tópica
anti-inflamatória, antialérgica, descongestionante e
refrescante.

Podemos utilizar também o extrato de jojoba nas
concentrações de 1 a 5% como emoliente principal.

12.2 Pele oleosa

Comum entre os 15 e 35 anos;

É muito brilhante, espessa e gordurosa com
tendência a cravos e espinhas,principalmente na
zona T (testa, nariz e queixo). As impurezas
penetram com muita facilidade nos poros dilatados
provocando o aparecimento de espinhas e de
cravos.

Poros dilatados e visíveis, em geral obstruídos
pela hiperatividade das glândulas sebáceas. Existe
nela, um processo de excesso de secreção
sebácea, motivando na maioria das vezes por
desequilíbrio hormonal ou endócrino. As
ansiedades e choques nervosos desequilibram o
sistema glandular.

Poucas rugas, porém, profundas.

Deve ser mantida sempre bem limpa.

12.3 Pele Normal

A pele normal é sedosa;

Poros fechados e sem cravos;

Não brilha, nem repuxa;

Possui uma textura aveludada;

A pele normal não exige nenhum tratamento. Os
cuidados são destinados apenas para sua
conservação. Deve evitar excessos de maquilagem e
hidratá-la pela manhã e noite, suavemente com as
pontas dos dedos.

12.4 Pele Mista

Apresenta oleosidade na Zona T (testa, nariz e queixo), e
mais seca ou normal nas maças do rosto e ao redor dos
olhos.

Este grupo pertence à maioria das pessoas.

Para amenizar os sinais, em primeiro lugar faça uma
compressa com água de rosas ou de Hamamélis no nariz,
testa e queixo, para reduzir a oleosidade. Deixe um
algodão embebido com um desses líquidos por alguns
minutos sobre a pele. A limpeza de pele também é
recomendada, para amenizar os sinais de oleosidade.

12.5 Pele Sensível

Pele delicada que manifesta, esporadicamente, reação
irritativa; A pele normal ou mista pode ser sensível, assim
como a oleosa e a seca; Fatores como sol, estresse,
poluição e idade podem estimular a sensibilidade;
Modificações cutâneas na gravidez; Modificação da
textura cutânea; Aumento da pigmentação; Eritema
palmar;Secreções glandulares (sebáceas e exócrinas);
Estrias atróficas (conteúdo hídrico na derme e
hipoderme).

Melhor adaptação às mudanças fisiológicas.

Cuidados recomendados para pele sensível:
Suspenda o uso de qualquer produto que cause
desconforto ou queimação;

Seque suavemente a área afetada e evite atrito
com roupas, toalhas e esfoliantes;

Escolha produtos próprios para peles sensíveis, sem
fragrâncias e, para o couro cabeludo, shampoos sem
surfactantes irritantes;

Evite banhos quentes e muito vapor no banheiro;

Use filtro solar com FPS 30, no mínimo, e amplo
espectro;

Diminua o consumo de álcool, pimentas, café e
alimentos condimentados;

Use sabonetes neutros, sem parabenos, fragrâncias,
álcool ou qualquer outro tipo de substância reativa;

Hidratantes são obrigatórios porque nutrem,
diminuem as irritações, além de restaurarem a
barreira da pele. É importante reaplicar durante o
dia, especialmente quando estiver exposto a um
clima muito extremo, como calor ou frio - incluindo
ar-condicionado.

13 BARREIRA EPIDÉRMICA VS
PERMEABILIDADE DA SUPERFÍCIE CUTÂNEA
A epiderme possui membrana carregada
negativamente; essencialmente impermeável aos
eletrólitos (penetração de sais é desprezível). Cerca
de 70% das substâncias aplicadas na pele não
ultrapassam nem o estrato córneo à uma
consideração importante ao desenvolver um
cosmético.
13.1 Via de penetração
Folículo pilossebáceo (mais importante);
Compostos lipossolúveis possuem grande poder de
penetração;
Tipos de permeabilidade cutânea;
Penetração cutânea: apenas se infiltram entre as camadas
da epiderme;
Embebição: simples penetração nas estruturas epidérmicas
superficiais.
Absorção cutânea: substância infiltra até a derme à
circulação sanguínea e
linfática a efeitos sistêmicos.
Embebição: simples penetração nas estruturas
epidérmicas superficiais.
Absorção cutânea: substância infiltra até a derme à
circulação sanguínea e linfática a efeitos sistêmicos.
Absorção deposição, com ou sem união química,
sobre a superfície cutânea
(porção mais superficial dos anexos).
Reabsorção: captação de substâncias por tecidos,
vasos sanguíneos,
linfáticos.
13.2 Condições da superfície da pele
Maior a espessura à dificuldade penetração;
Vias foliculares e glandulares à permeabilidade;
Fatores que influenciam a absorção percutânea;
Ph cutâneo e tipo de pele; Carga elétrica das
substâncias que compõe a pele;
Natureza das substâncias: Lipossolúveis à
penetram através de canais pilo – sebáceos e via
intercelular. Hidrossolúveis à canal sudoríparo à
pequeno à dificuldade de penetração. Via intercelular
à dificultada pela emulsão epicutânea; Oxidação e
redução das substâncias que atravessam a pele;
Tamanho e peso molecular.
Tipo de veículo que se emprega: Emulsões se
identificam com as emulsões epicutâneas.
13.3 Técnicas para aumentar a penetração
Desengorduramento superficial; Massagem; Calor;
Hidratação; Esfoliação; Eletrólitos à íons positivos
penetram mais fácil; Ionização à corrente galvânica a
introduzidas por iontoforese à pilocarpina quando
ionizada aumenta 10x a capacidade de penetração.
13.4 Mecanismo de Umectação da Capa Córnea
Manto lipídico da superfície cutânea (deduz-se que ele esteja em
estado de emulsão);
A pele (funções fisiológicas) requer lipídeos e umectação;Quando se
dissolvem os constituintes presentes na epiderme (fatores de
umectação natural - NMF) ocorre perda da flexibilidade cutânea.
Composição dos NMF (Fator natural de umectação da pele)
Aminoácidos Livres (glicina, serina, alanina, asparagina, ornitina,
citrulina,
prolina, outros); Ácido pirrolidônico carboxílico; Ureia; Lactatos (sais
sódicos); Ácido Lático, glicosamina; Sódio; Potássio; Cálcio;
Fosfatos; Cloretos; Citratos.
13.5 Mecanismos que controlam a Hidratação e
Lubrificação cutânea
Flexibilidade e textura cutânea (grau de hidratação da
capa córnea da epiderme); Umidade ambiente baixa
(capa córnea perde água); Umidade ambiente alta
(capa córnea absorve água); Lipídeos (propriedades
protetoras e amolecedoras); Lipídeos e suor
(emulsão).

14 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO
CUTÂNEO

O envelhecimento é um processo irreversível, lento e
progressivo podendo ser influenciado por fatores
intrínsecos e extrínsecos. Também definido como
cronológico ou verdadeiro, o intrínseco é inevitável por
não haver o controle de acordo com a vontade do
indivíduo. Neste caso, trata-se de um desgaste natural
do organismo. O envelhecimento extrínseco é causado
por fatores externos, como poluição, radiação
ultravioleta (UV), tabagismo, álcool, entre outros. Neste
caso, a pele tem uma aparência mais envelhecida em
regiões mais expostas, como face, braços e tórax.

Apesar de todos esses fatores causarem
agressão ao corpo, às radiações UV continuam
sendo as que mais causam danos ao organismo
devido a sua capacidade de degradar o colágeno
e elastina da pele através da formação dos
radicais livres que vão causar o estresse
oxidativo, alterando o metabolismo celular.

Existem também outras teorias que tentam explicar o
processo do envelhecimento da pele. A teoria dos radicais
livres é a mais aceita, pois acredita-se que este radical
por ter um ou mais elétrons não pareados está associado
a lesões celulares que desencadeiam o envelhecimento
cutâneo, por causar danos ao DNA, além de aumentar a
incidência de câncer. Este fato também pode estar
associado aos fatores extrínsecos que danificam a
membrana celular causando efeitos negativos na pele,
favorecendo a degradação das fibrilas de colágeno e
elastina, desencadeando o envelhecimento precoce.

Dentre as outras teorias que tentar justificar o
envelhecimento tecidual, tem-se a do desgaste que diz que
com o passar do tempo o corpo começa a ter vários
pequenos gastos que causam um funcionamento debilitado
do organismo; a autoimune relata que durante as divisões
celulares podem acontecer mutações que ativam o sistema
imunológico desencadeando envelhecimento devido a
morte celular; a teoria do relógio biológico expõe que o
organismo tem um momento no qual o corpo começará a
envelhecer; e a última é da multiplicação cujo o número de
divisões celulares diminui com o tempo causando o
envelhecimento.

Os radicais livres também participam da gênese
do processo do envelhecimento, originando
reações químicas, principalmente a oxidação. Tais
reações desencadeiam processos nocivos ao
organismo e são influenciadas por radiações,
doenças, fumo e estresse.

As alterações causadas pelo envelhecimento
cronológico se expressam evidenciando uma
pele mais fina, frágil, seca, com rugas finas e
inelásticas. Ocorre redução dos elementos
presentes na epiderme e consequentemente de
sua espessura. De fato, clinicamente sua ação é
mais suave lenta e gradual, resultando na perda
progressiva da elasticidade, atrofia da pele e no
aumento das linhas de expressão.

Os principais sinais do envelhecimento são vistos
através das rugas, aspecto seco da pele, perda de
luminosidade e hipercromias. Todos estão
relacionados com a diminuição da função dos
componentes do tecido conjuntivo. As fibras de
elastina perdem a sua elasticidade. Há aumento
da concentração de lipídios. O colágeno fica
enrijecido causando a diminuição do número de
fixação da estriação longitudinal e perda de
moléculas de água.

Além disso, também há a redução da substância
fundamental amorfa dificultando a passagem de
nutrientes. Como consequência do envelhecimento
há também perda da função do tecido conjuntivo,
dificuldade de aderência uniforme das células de
gordura na tela subcutânea, as fibras de elastinas
perdem sua função de flexibilidade e sustentação da
pele, a menor velocidade de troca da oxigenação
entre os tecidos somada à degeneração das fibras
elásticas, leva a desidratação da pele e ao
aparecimento de rugas.
16 CONCLUSÃO

A pele é constituída estruturalmente pela
epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é
abundante em queratina, formando barreira contra
a desidratação e atrito, e melanina, que protege
contra danos dos raios UV nas camadas mais
internas. Colágeno, elastina e glicosaminoglicanos
compõem a derme e influenciam respectivamente
na firmeza, elasticidade e propriedades
viscoelásticas.

A pele jovem, em torno dos, geralmente apresenta-se
uniforme quanto a cor, textura, firmeza, isenção de
manchas e rugas, sendo estas as principais diferenças
entre uma pele jovem e uma envelhecida. Com o
envelhecimento, ocorre uma diminuição no nível de
estrogênio e redução das fibras de colágeno, tornando
a pele mais fina e sensível, manchada, levando a
presença de rugas e células mortas, as quais vão se
acumulando e se depositando na superfície. Ocorre
então, formação de rugas, pele mais áspera, redução
da elasticidade e da firmeza da pele da face.

A higiene da pele é de suma importância não só
no âmbito de beleza, mas como também no que
se diz respeito à saúde. O processo diário de
limpeza de pele deve seguir os três passos
citados, porém os produtos utilizados deverão
variar de acordo com cada tipo de pele. Dessa
forma, obtêm-se o resultado esperado.

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