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ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO

Vamos tratar aqui das principais causas:

Apendicite aguda
É importante lembrar que é uma patologia clássica de paciente jovem / adulto jovem e que o diagnóstico é
eminentemente clínico, portanto, é imprescindível que se colete uma história completa e focada.

Quadro clínico:
 Dor periumbilical que migra para FID
 Anorexia
 Febre
 Náusea
 Vômitos
 Posição antálgica

Vale lembrar que pacientes idosos e diabéticos podem não apresentar o quadro clínico característico, sendo dever
do médico abrir o leque de hipóteses e não esquecer desta neste momento.

Outro ponto importante é que pacientes com apêndice retrocecal podem se apresentar com dor lombar.

É importante estar atento aos quadros de equivalente anginoso, podendo uma dor epigástrica ser a representação
de um IAM – por isso, um ECG não se nega quando se há uma mínima suspeita de infarto.

Gestantes são outro grupo de pacientes cuja apresentação pode ser diferente devido ao deslocamento do apêdice
para o hipocôndrio direito.

Lembre-se de questionar exaustivamente a semiologia de dor abdominal, ressaltando que pacientes com dor
característica por mais de 48 horas podem já se apresentar com complicações.

EXAMES COMPLEMENTARES
 Mesmos exames de rotina de dor abdominal
 RX de abdome agudo
 USG – pode mostrar aumento do diâmetro – 6mm
 TC – padrão ouro em imagem
o Borramento de gordura
o Apendicolito
o Espessamento da parede

MEDIDAS INICIAIS: o tratamento definitivo é cirúrgico, contudo, é importante ressaltar que o manejo inicial é
realizado pelo médico no PS e deve ser realizado de maneira adequada e efetiva.
 Jejum
 Hidratação
 Analgesia
 Antieméticos
 Antitérmicos
 ATB
o Cobertura para Gram negativos e anaeróbios
 Cipro + Metro
 Ceftriaxone + Metro
 Solicitar imagens
 Encaminhar para centro referência cirúrgica

Colecistite
Importante lembrar que a principal etiologia é litiásica. Portanto, é bem provável que você vai atender um paciente
recorrente. Mas vale ressaltar que esta pode ser a primeira dor do paciente, portanto, esgote a anamnese dirigida a
abdome agudo e abra o leque de possibilidades diagnósticas.

Quadro clínico:
 Dor em hipocôndrio D
o Dor piora após o famoso ´´podrão´´ - comidas gordurosas
 Febre, mal-estar, hiporexia, náuseas, vômitos

Sempre lembrar que diabéticos, idosos, imunossupressos podem se apresentar com quadros amenos e com
evoluções de pior prognóstico.

EXAME FÍSICO
 Murphy positivo
o S: 97%

EXAMES COMPLEMENTARES
 Hemograma
 Eletrólitos
 Amilase / Lipase
 Barrigograma: TGO, TGP, GGT, FA, BT e frações
 ECG
 RX
 USG
 TC

MANEJO INICIAL
 Jejum
 Hidratação
 Analgesia
 Antiespasmódico
 Antiemético
 IBP
 ATB
o Não complicada: Ceftriaxona / Cefuroxima
o Complicada: associar Metronidazol

Pancreatite
A principal etiologia de pancreatite é biliar, seguida de alcoólica.

É importante avaliar a classificação de Atlanta após a definição diagnóstica para mediar as condutas.

CLÍNICA
 Dor em faixa no abdome superior
o Normalmente com irradiação para dorso
 Vômitos
 É importante lembrar de questionar o paciente quadros prévios de colelitíase, uso abusivo de álcool e de
medicações
AO EXAME FÍSICO
 Dor à palpação
o Não vai apresentar descompressão brusca
 A não ser que já tenha peritonite
 RHA normalmente diminuídos

EXAMES COMPLEMENTARES
 Hemograma
 Eletrólitos: Na, K, Ca
 Amilase e Lipase
 Glicemia
 TGO, TGP
 LDH
 Lactato
 Triglicerídeos
 PCR

CRITÉRIOS DE RANSON
 Importante avaliar os critérios na chegada – com a solicitação de exames – pois assim você não só avalia o
prognóstico do paciente como solicita os exames pertinentes ao caso

EXAMES DE IMAGEM
 RX de TÓRAX – descarta complicações
 USG – sempre para causas litiásica
o Avalia pâncreas, coleções, ducto biliar
 TC c/ contraste
o Solicitar após 48h de quadro
o Avalia as complicações

TRATAMENTO INICIAL
 Jejum
 Hidratação
o Comumente realizada com:
 Soro glicosado 5% - 1000ml
 4 ampolas de NaCl 20%
 1 ampola de K 19,1%
 Correr a cada 12/12 h
 Sempre avaliar perfil cardiovascular do paciente para não exceder volume
 Analgesia
 Antieméticos
 IBP
 ATB apenas se necrose

Diverticulite
``Apendicite do lado esquerdo.``
``Apendicite do idoso.``

Clínica
 Dor que migrou para FIE
 Febre, anorexia, náusea, vômito
 Constipação, diarreia

Ao exame físico
 Diminuição dos RHA
 Dor à palpação de FIE
 Toque retal com abaulamento de fundo de saco

Exames complementares
 Hemograma
 Leucocitose
 Amilase/Lipase
 Eletrólitos
 PCR

Exames de imagem
 RX
o Bom para avaliar complicação
 Pneumoperitônio
 TC – exame de escolha
o Consegue observar borramento da gordura
 NUNCA solicitar colonoscopia ou enema opaco
o Risco de perfuração

Medidas iniciais
 Jejum
 Hidratação
 Analgesia
 Antieméticos
 ATB
o Cipro + metro
o Ceftriaxone + metro
o Tazocin
 Se uso de atb recente, internação...

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