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PALPITAÇÕES E SÍNCOPE

Cardiologia - Aula 2

PALPITAÇÕES
● Percepção incômoda dos batimentos cardíacos.
● Apresentados como: aceleração coração, paradas no batimento, falhas, arrancos, sensação dos batimentos
mais fortes;
○ Preocupa mais quando são alterações taquicárdicas e bradicárdicas
● Podem ser decorrentes de transtornos do ritmo (por arritmias/disritmias), frequência (bradi ou taquicardia)
ou percepção.
● Causas:
○ Desde coisas fisiológicas até mais graves
○ Exercício físico: palpitação gerada pelo exercício pode se confundir com uma arritmia que piora no
esforço.
○ Emoções fortes (ansiedade, medo, dor): palpitação gerada pela ansiedade é mais situacional e com
outros sintomas de crise de ansiedade e transtorno de pânico.
○ Anemia
○ Variação de pressão: crise hipertensiva, hipotensão, hipertensão…
○ Febre
○ Desidratação: principalmente em idosos (perde a habilidade de sentir sede)
○ Condicionamento físico inadequado: sedentarismo, pode vir com outras comorbidades que aumentam a
chance de palpitação
○ Distúrbios metabólicos/endocrinológicos: hipertireoidismo, distúrbio de sódio, potássio, magnésio
(distúrbios hidroeletrolíticos)
○ Arritmias: principal causa de palpitação, desde as mais benignas até as de maior mortalidade. Fazer
história clínica, não ignorar a palpitação e fazer exames de rotina e eletro.

ARRITMIAS:
● Diagnóstico pelo ECG; a clínica pode ajudar a definir, mas quem diagnóstica é o ECG;
● Extrassístoles atriais e ventriculares → comuns na prática clínica
○ Palpitações características → paciente percebe que tem como um “soco” no coração e depois uma
pausa. São episódicas
● Bradicardias (FC < 50): pacientes referem com a sensação de uma pausa muito grande ou um soco no peito
● Taquicardias (FC > 100): independente da etiologia pode causar sensação de palpitações;
● Arritmias supraventriculares:
○ Arritmia supraventricular paroxística, taquicardia atrioventricular nodal e reentrada.
○ Flutter, FA, com características bem específicas
● Arritmias ventriculares: normalmente acompanhadas por instabilidade hemodinâmica.

ANAMNESE:
● Primeiro a geral…
● Tempo de início
● Apresentação e recorrência: como é o início e término dos sintomas (preocupa se é brusco). Quantas vezes
já aconteceu numa semana, mês, ano. Se tem a ver com alguma situação
● Duração: quanto dura, como começa e como termina.
○ Se dura muito tempo mais fácil dx, se intervalo é mais curto, provável ser mais relacionado a arritmia.
○ Quando começa, quando termina.
● Sintomas associados: dor torácica, síncope, febre, se tem outra comorbidade endocrinológica, disfunção
renal.
● Fatores de melhora e piora;
● Sinais de alerta: para saber se é de etiologia cardíaca ou não.
○ Início e término súbito: paciente está fazendo esforço ou parado, e começa bruscamente. E para
bruscamente também. Especialmente se estava em repouso.
○ Pré síncope ou síncope associada: paciente que desmaia precisa ficar mais de olho. Especialmente se a
arritmia começou de forma súbita e o paciente sincopou
○ Dor torácica: arritmias podem desencadear angina e quadros agudos isquêmicos podem gerar
○ Dispneia: especialmente se for súbita que provoca taquipneia junto com a palpitação
○ FC: superior a 120 bpm ou inferior a 45 bpm.
■ Taquicardia com frequências tão altas geralmente são por arritmias.
○ Histórico familiar ou pessoal de doença cardíaca ou morte súbita
○ Sintomas relacionados junto ao exercício físico: palpitações, síncope ao esforço

Casos clínicos:
1) Maria, 30 anos, palpitações. Casada, sem filhos, cabeleireira. Sobrepeso, sedentarismo, sem outras
comorbidades. Uso de ACO
Conduta:
- Início e melhora gradual. Mais ou menos um ano de início.
- Quando começou depois de uma situação traumática - assalto ao salão
- Quantos episódios?
- Como começa a palpitação e como termina (início abrupto?)
- Recorrência desses quadros de palpitações.
- O que ela estava fazendo quando começou. PRECISA SABER!

Paciente respondeu: Mesma Maria, quadro de Início e melhora gradual. Mais de um ano de início. Após
situação traumática - assalto ao salão. Associada a sudorese fria, mal estar, sensação de opressão
torácica.Sem fator precipitante, melhora com respiração profunda e lenta. Nega síncope, nega dor
torácica
Conduta:
- ligação importante com o estresse.
- Hipótese principal: ansiedade
- Precisa investigar essa ansiedade, possui alguns fatores de risco mas não são sinais de alarme grave
- Fazer eletrocardiograma e avaliar, se esse for normal, provavelmente é uma ansiedade

2) Mesma Maria, 30 anos, veio agora com palpitações. Início e término súbitos. Episódios recorrentes desde
os 20 anos, cerca de 2 ao ano. Duração de 2 a 3 minutos. Associada a tontura, dispneia e mal estar geral,
nega síncope. Fc aferida em oxímetro de 180 bpm. Sem fator precipitante. Sem fator de piora.
Assintomática após término da palpitação. Um episódio de duração maior, cerca de 10 minutos, cessou
pouco antes de chegar a emergência
Conduta:
- Caso sugestivo de taquicardia supraventricular paroxística reentrada
- Completamente assintomática após término da palpitação
- Procurou atendimento por causa de episódio com duração maior, cerca de 10 minutos, cessou pouco
antes de chegar
- Sintomas característicos de arritmias paroxísticas de reentrada nodal (taquicardia atrial paroxística)
- Apesar de ser arritmia, é de apresentação benigna e não traz consequências maiores

3) João, 76 anos, palpitação. Motorista aposentado, casado, 1 filho. Sedentário, obeso, sem cuidado com
alimentação. Nega HF de cardiopatia, nega tabagismo, internação por IAM prévio. HAS há dois anos em
uso de HCTZ 25 mg, DM2 há 2 anos (descobriu na internação do IAM) em uso de metformina 850 mg 2x,
IAM prévio com angioplastia há 2 anos, em uso de AAS 100 mg 1x e rosuvastatina 20 mg 1x. Sem
acompanhamento médico regular. Episódio único há 5 dias. Início súbito ao levantar caixa pesada.
Precedido por dor torácica tipo B (retroesternal, intensa, sem radiação, sentiu mal estar). Síncope após
sintoma. Acordou com persistência da dor torácica que ainda mantém aos esforços.
Conduta:
- Tem que ser avaliado na emergência
4) João, 28 anos, palpitações. Estudante, solteiro. Atividade física regular (futebol, natação). Sem
comorbidades. Nega tabagismo. Sem internações e cirurgias. Pai com morte súbita aos 35 anos. Possui
Palpitações recorrentes há 2 meses. Início e término súbitos. Duração de cerca de 30s. Episódio intenso
durante exercício físico há uma semana, duração cerca de 3min, desde então sem praticar atividade física.
Nesse episódio mais intenso associado ao mal estar, tontura e fraqueza, amigos relataram palidez cutânea.
Nega síncope, nega dor torácica e nega dispneia.
Conduta:
- sinais de aler: início e término súbito
- ter tido o sintoma enquanto tinha o esforço,e que já fazia esse exercício antes.
- Histórico familiar
- Não precisa ir na emergência agora assintomático, mas dizer para ele que precisa parar o exercício até
descobrir o que está acontecendo e explicar que se tiver síncope, ir para emergência. Solicitar um eletro,
um eco
- Recomendo não fazer exercício físico até esclarecer a causa e se tiver outro episódio desse procurar a
emergência.

5) Maria, 70 anos, palpitações. Professora aposentada, casada, 1 filho adulto. Atividade física regular, pilates
2x semana, caminhada 3x semana. Nega internações clínicas, tireoidectomia há 15 anos. Nega tabagismo,
nega etilismo. Nega HF de cardiopatia. HAS há 8 anos. Em uso de levotiroxina 100 mcg, losartana 50 mg e
atenolol 50 mg. Palpitação há 3 semanas. Sensação de soco no peito. Associada a pré síncope e astenia.
Contínuas. Piora aos esforços, melhora com repouso. Relatou no medidor de pressão em casa batimento
cardíaco de 40 bpm
Conduta:
- Sinais de alerta: sintomática (astenia, soco no peito, bradicardia). Piora com esforço e melhora com
repouso. A idade é um sinal de alerta importante (pode levar a bradicardia)
- O uso de Atenolol (betabloq.) têm muitos efeitos colaterais nos idosos, um deles é alteração no sistema
de condução.
- Hipotireoidismo: pode causar bradicardia
- Deve-se fazer um eletro de forma imediata.

6) Mesma Maria. Palpitações há 3 horas. Associada a dispneia em repouso, mal estar contínuo desde o início
da palpitação. Continua. Piora no esforço, melhora com repouso. Não tem síncope e nem dor torácica.
Relatou no medidor de pressão em casa batimento variável e FC em torno de 130 bpm

Conduta:
- Sintomas característicos de fibrilação atrial (uma das mais comuns causas de AVC isquêmico). Precisa ser
anticoagulada ao diagnóstico.
- Batimento irregular
- Fatores de risco, mulher, idosa, hipertensa e hipotireoidismo.

SÍNCOPE
● Perda súbita e transitória de consciência secundária a hipoperfusão cerebral difusa
● Início súbito, curta duração/rápida e recuperação espontânea (tem que ser os 3)
● Gravidade dependendo da etiologia
● Convulsões:
○ Qualquer situação, não situacional
○ Sintomas premonitórios - aura - olfativa, gustativa ou visual
○ Cianose, salivação, duração prolongada (mais 5 min), desvio horizontal olhar, movimento
tônico-clônico, incontinência mais frequente
○ Sintomas residuais frequentes - pós ictal - desorientação, sonolência
○ Dor muscular, fadiga, cefaleia
● Anamnese: síncope
○ Posição (faz diferença se teve em pé ou deitado, na qual ficamos mais preocupados), ambiente (calor,
estresse, situacional), fator precipitante (ortostase, ambiente quente, estresse emocional, após micção,
defecação, tosse, deglutição).
■ Sem aviso pensamos em arritmias, com aviso pensamos em outras causas.
○ Pródromos → síncope sem aviso prévio é mais grave
○ Duração → se é a primeira vez, se é recorrente
○ Sintomas associados → com palpitação piora gravidade
○ Traumas associados → paciente pode ter traumas em ambas as síndromes.
○ Sintomas residuais → se teve dor torácica, mais dispneico, palpitações depois de acordar

● Causas:
○ Neuromediadas: vasovagal (estímulo excessivo do sistema autonômico, seja simpático ou
parassimpático), seio carotídeo, situacional.
■ Geralmente tem sintomas de aviso
■ Calor, situação de estresse, etc
■ Hipersensibilidade do seio carotídeo: é bem situacional, se pressionar o seio carotídeo em alguma
atividade
■ São benignas, a síncope não tem repercussão
○ Hipotensão ortostática: parkinson, neuropatias (DM), pós exercício, pós prandial, depleção de volume
■ Exame clínico: paciente deitado, avalia pressão, pede pra ficar em pé, espera 5 min e mede de
novo e pressão abaixa
■ Idosos podem ter repercussão depois de uma alimentação copiosa de até 20 mmHg
○ Arritmias cardíacas
○ Doença estrutural cardíaca/pulmonar: valvulopatias, isquemia cardíaca, miocardiopatia hipertrófica,
dissecção aorta, tamponamento cardíaco, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar
■ Toda síncope relacionada a doença cardíaca é grave!!
○ Cerebrovasculares - rara, porque a recuperação é espontânea e completa
■ Síncope não tem origem cerebrovascular do SNC

● Características:
○ Neuromediadas: longo tempo de evolução, dependente ambiente/situação, pródromos (tontura,
escotoma, suor), situacional (rodar da cabeça, gola apertada, barbear), após exercício, após micção,
após alimentação (idosos)
○ Hipotensão ortostática: ao levantar-se, após início de medicações com ação hipotensora, longo tempo
em supina, presença de neuropatia autonômica/Parkinson, após exercício
○ Cardíaca: história de doença estrutural cardíaca, durante exercício, precedida de palpitações ou dor
torácica, HF de morte súbita, súbita e sem pródromos

CASOS CLÍNICOS DE SÍNCOPE:


1) Maria, 88 anos, síncope. Viúva, aposentada, dona de casa, 3 filhos. HAS há 20 anos, em uso de anlodipino,
valsartana e clortalidona. Sem interações, 3 gestações sem complicações, apendicectomia há 30 anos.
Caminhadas diárias, 40 minutos. Lúcida, ativa, sem necessidade de ajuda nas atividades diárias. Estenose
de valva aórtica com avaliação há 1 ano - moderada na avaliação. Síncope há 3 dias. Vinha com cansaço
aos esforços há 60 dias. Durante o esforço para alcançar o cachorro da família. Nega pródromos. Sem
sintomas residuais, além de dor no MSE - local da lesão traumática pela queda

Conduta:
- Teve uma síncope, perda súbita e transitória da consciência, rápida e de recuperação espontânea.
- Estenose aórtica é prevalente em idosos → válvula fica estreitada e pode causar obstrução, não
conseguindo manter o débito.
● Nessa faixa etária, evolui muito rápido
● Síncope com estenose aórtica é sempre critério de gravidade
Perguntar: o que estava fazendo quando desmaiou
Primeiro caracterizar se foi mesmo uma síncope (se tive perda súbita da consciência, se foi rápido e se
teve a recuperação rápida)
Quanto tempo ficou desmaiada, se ela não sabe chamar alguém que viu o desmaio
Recorrência?
Sintomas antes ou depois (tontura, escurecimento da visão)
Quando recuperou a consciência, o que sentiu?
Precisa mandar para emergência? Não precisa, pois ela teve a síncope aos esforços. Mas ela precisa fazer
um ecocardiograma, precisa ser avaliada com prioridade.

2) Mesma dona Maria. Avaliação pessoal há 6 meses, sem alterações. Síncope na noite anterior, único
episódio. Levantou-se a noite para ir ao banheiro. Ao voltar para quarto, sincopou. Sentia-se tonta antes
do episódio, sem outros sintomas. Já havia sentido tontura ao levantar-se a noite outras vezes. Trauma em
face. Na hora, assintomática.
Conduta:
- Pode ser uma síncope por hipotensão postural, vasovagal (depois do xixi, paciente mais desidratada)
- Dar dicas para ficar sentada um pouco na cama antes de acordar, se já estiver tonta sentar, tomar mais
água, revisar as medicações da HAS
- Pela idade precisa avaliar melhor os sintomas e orientar a paciente para não acontecer denovo.

3) Mesma dona Maria. Viúva, aposentada, dona de casa, 3 filhos. HAS há 20 anos, em uso de anlodipino 5
mg 2 x ao dia, valsartana 160 mg 1 x ao dia, clortalidona 25 mg 1 x ao dia. Sem internações, 3 gestações
sem complicações, apendicectomia há 30 anos. Caminhadas diárias, 40 minutos. Lúcida, ativa, sem
necessidade de ajuda para atividades diárias. Avaliação médico pessoal há 6 meses, aumento de pressão
arterial, associado atenolol 50 mg. Avaliação médico pessoal há 6 meses, aumento da pressão, adicionou
Atenolol 50mg. Síncope hoje pela manhã. Igreja, sentada previamente por 1 hora, calor no local. Ao
levantar-se. Precedida de mal estar, tontura, escurecimento visual. Há semanas com episódios de tontura
ao levantar-se. Recuperação total.
Conduta:
- Hipotensão postural, pode ser pelos medicamentos (ou não)
- Pode ser uma neuromediada junto da hipotensão postural.
- Tranquilizar a família, levantar devagar, verificar pressão para checar o atenolol

4) Maria, 50 anos, síncope. Bancária, solteira, um filho. Sem internações, sem comorbidades. Sem
medicações. Academia 4x semana. Síncope há 3 dias. Múltiplos episódios, mais de 30 anos. Muito tempo
em pé, ambientes fechados, por vezes quando vê ferimentos. Precedidos de mal estar, sudorese,
escurecimento visual. Preocupada por último episódio ter sido logo após a realização de exercício físico
mais intenso após troca de treino em academia. Nega palpitações, nega dor torácica, nega dispneia
Conduta:
- Provável neuromediada (vasovagal) ou hipotensão ortostática postural.
- Solicitar exames: eletrocardiograma. ma avaliação complementar.

5) Maria, 50 anos síncope. Casada, 4 filhos, caixa de minimercado da família, divorciada. Caminhadas 30 min
4x semana. Nega tabagismo, nega HF de cardiopatia. HAS há 10 anos em uso de losartana e HCTZ. DM2
em uso de metformina. Artrite reumatóide em uso de metotrexate e uso eventual de prednisona.
Internação prévia por SCA há 5 anos, com implante de stent coronariano, em uso de AAS 100 mg 1x e
sinvastatina 40 mg 1x. Síncope há 6 horas. Durante a caminhada. Precedido de dor torácica tipo A. Sem
pródromos. Trauma em ombro E pela queda.Assintomática na avaliação. Sem episódios anteriores. .
Conduta:
- Primeiro episódio, doença de causa cardíaca.
- Mandar para emergência pelos critérios de gravidade (dor torácica tipo A associada com síncope, história
de doença coronariana, sem pródromos)
- Precedida de dor torácica (fator de alarme)
6) João, 45 anos, síncope. Advogado, casado, 2 filhos. Tabagista, 10 cigarros dia/25 anos. Sem outras
comorbidades. Mãe com HAS e ICC. Nega internações ou cirurgias. Sem medicações contínuas. Síncope
há 2 dias. Ao barbear-se. Precedido de tontura. Episódios anteriores de tontura e pré síncope em situações
semelhantes anteriores. Tontura e mal estar também com uso de gravata apertada e movimento brusco de
cabeça. Trauma em face por queda. Sem sintomas residuais

Conduta:
- Causa neuromediada por hipersensibilidade do seio carotídeo → evitar os fatores precipitantes, ter
cuidado ao fazer as atividades
- histórica clínica chama atenção: tabagismo.

CASOS DE PALPITAÇÕES:
7) Maria, 40 anos. QP: palpitações e dispneia. Empresária, casada, 2 filhos de 8 e 10 anos. Trabalha 8 a 10
horas/dia. Sedentária, sem cuidado alimentação. Tabagista 2 a 3 cigarros/dia há 20 anos, parou nas
gestações. Nega internações. Duas cesarianas, gestações sem intercorrências. Pai com HAS, sem mais na
HF. Nega medicações. Astenia, cansaço e palpitações. Início há mais de 1 ano. Piora progressiva. Piora a
noite, quando vai dormir. Nega ortopneia e DPN . Piora em dias de maior estresse. Não associada ao esforço
físico. Nega dor torácica e síncope. Palpitações de início ao deitar que por vezes seguem até manhã. Insônia.

Conduta:
- Fatores relacionados a gravidade? Etiologia? Diagnósticos diferenciais? Merece avaliação complementar?
Qual?
- Não tem fatores relacionados à gravidade. Etiologia que pode ser ansiedade, estresse, sedentarismo,
tabagismo
- Não parece ter a ver com arritmia, ICC
- Não precisa de avaliação na emergência
- Pedir exames de rotina para afastar anemia, hipotireoidismo, hipovitaminoses
- Corrigir estilo de vida → trabalhar menos, fazer exercícios
- Fazer Eletrocardiograma
- SABER: Ortopneia e dispneia paroxística noturna é muito comum na IC, mas não precisa delas para dar
diagnóstico.

8) Maria, 40 anos, palpitações e dispneia. Empresária, casada, 2 filhos de 8 e 10 anos. Trabalha 6 horas/dia.
Caminhadas 40 min 5x semana. Alimentação regrada, nega tabagismo. Dois partos normais, gestações
sem intercorrências maiores. Nega internação. Gestação último filho - sopro cardíaco - ECOTT
degeneração reumática valva mitral, insuficiência mitral moderada. Última avaliação cardiologista há 3
anos, antes da pandemia. Pai com HAS, sem mais na HF. Nega medicações. Palpitações e dispneia. Início
há 3 meses. Primeiro palpitação, depois dispneia. Palpitações constantes e mantidas. Piora progressiva da
dispnéia. Encurtou caminhadas - cerca de 20 min, melhora com repouso. Refere ortopneia e episódios de
DPN. Notou pernas inchadas e batimento irregular no medidor de pressão. Nega dor torácica e nega
síncope.

Conduta:
- Fatores de gravidade: piora da dispneia, não consegue mais caminhar, sintomas noturnos (ortopneia e
DPN), perna inchada, batimento irregular. História pregressa
- Dispneia com característica cardíaca, por ICC, progressiva, edema.
- Palpitações, com batimentos irregulares
- Etiologia: parece ser IC, causada pela valvulopatia mitral.
- Fazer ECG para diagnosticar a arritmia que tem, exames complementares.
- Não precisa de emergência, só precisa fazer um eletrocardiograma ver se ela não está com uma FA
(porque daí teria que ser anticoagulada)
- Insuficiência mitral da sobrecarga de volume → quando começa a ter sintomas, a doença já evoluiu muito
- Também faz bastante fibrilação atrial
- Ter que sair dali anticoagulada
9) Maria, 65 anos, dor torácica e síncope. Aposentada, casada, dois filhos adultos, bancária. Nega tabagismo.
Academia 3x semana. Alimentação pouco cuidadosa. Sobrepeso. HAS há 15 anos em uso de HCTZ,
anlodipino, valsartana, espironolactona. Dislipidemia em uso de sinvastatina há 3 anos. Internação prévia
para apendicectomia complicada há 10 anos. Pai com DAC e stent aos 80 anos, mãe hipertensa. Dor
torácica há 2 horas, retroesternal, irradiada para ambos MMSS, associada a náusea, mal estar, sudorese,
iniciada no esforço, ainda presente, de forte intensidade → dor torácica tipo A. iniciada ao subir escada,
sem episódios anteriores. Síncope no início da dor, ao recobrar consciência persistia com dor importante.
Nega dispneia. Agitada e pálida
Conduta:
- Fatores relacionados à gravidade: dor torácica tipo A, início aos esforços, HAS
- Fatores de risco de gravidade : sobrepeso, dislipidemia, HAS
- HAS de difícil controle devido uso de várias medicações
- Pode ter infartado, e pensar em dissecção de aorta
- Fibrilação atrial pode dar esse tipo de dor
- Tipo de dor A (retroesternal que começou ao esforço irradiada para membros superiores)
- Solicitar eletrocardiograma e encaminhar para emergência.

10) Mesma Maria, 65 anos, dor torácica e síncope. Queda escada ao tropeçar a 10 dias, com trauma em tórax
esquerdo, desde então com dor no local. Dor piora a respiração e palpação local, sem irradiação, sem
relação com esforço, contínua. Nega episódios anteriores de dor torácica. Há 2 horas episódios de
desmaio. Ao estender roupa no sol, piora da dor pela movimentação. Tontura, mal estar, náusea e
sudorese, seguida de perda de consciência. No momento apenas com a dor já prévia. Nega episódios
anteriores de desmaio.
Conduta:
- Desmaio por conta do calor, neuromediada (calor e dor). Mandar pra casa, dar um analgésico pra dor
- Dor do tipo D, provavelmente muscular, atípica.
- Dor neuromediada: no calor, dor piorou, avisou que ia desmaiar.
- Rx/tomo se exame clinico alterado, ECG, labs.

11) João, 35 anos, dor torácica e síncope. Corretor de imóveis, casado, 1 filho de 5 anos. Atividade física
regular, academia 4 a 5x semana. Alimentação adequada. Nega tabagismo, consumo de álcool moderado.
Cirurgia joelho direito há 3 anos, sem outros procedimentos, sem internações. Mãe hipertensa, pai
dislipidêmico. Nega uso de medicações. Quadro de vômitos e diarreia há 15 dias, autolimitado, febre baixa,
atendido em PA, avaliado com GECA. Quadro de dor torácica há 10 dias. Em precórdio, sem irradiações,
contínua. Sem fator de melhora, piora, de média intensidade. Nega dispneia, nega outros sintomas
associados. Sem relação com esforço. Ontem aconteceu um episódio de síncope. Durante o exercício na
academia, sem pródromos. Trauma em face, assintomático após evento.
Conduta
- Dor torácica tipo C.
- Fazer ECG e exames complementares, não fazer esforço
- Histórico de infecção → miocardite relacionada a gastroenterite
- Perguntar: o que estava fazendo quando teve síncope, se teve pródromo e se já teve antes isso antes.
- A primeira opção é a miocardite, por ser uma síncope aos esforços após um quadro de infecção viral.
Fazer eco.
- Hipotensão ortostática (dá aviso e acontece após exercício físico) e hipotensão por causa da anemia
Por ser uma síncope durante o exercício físico, orientar para não fazer exercício enquanto não se sabe a
causa.
SÍNCOPE AOS ESFORÇOS DEVE INVESTIGAR!

12) Mesmo João, 35 anos, palpitações e síncope. Quadro de sangramento GI baixo intenso há 10 dias, avaliado
e diagnosticado como doença hemorroidária, corrigida com procedimento cirúrgico. história de
sangramento → anemia. Após alta hospitalar, palpitações aos pequenos esforços. Nega sintomas de
repouso. Melhora progressiva das palpitações. Retorno não gradual à atividade física. Após início do treino,
palpitações, mal estar, sudorese fria, escurecimento visual e síncope. Assintomático após episódio
Conduta:
- Palpitação: pode ser devido a anemia
- História de sangramento → anemia → palpitações e síncope (hipotensão).
- Pode ser uma hipotensão ortostática, síncope com pródromos, causado pela anemia.
- Solicitar hemograma e ECG, investigar anemia, aguardar para retornar aos exercícios físicos.

13) João, 35 anos, palpitações e síncope. Corretor de imóveis, casado, 1 filho de 5 anos . Atividade física
regular, academia 4 a 5 x semana. Alimentação adequada. Nega tabagismo, consumo de álcool moderado.
Cirurgia em joelho direito há 3 anos, sem outros procedimentos, sem internações. Pai com morte súbita
aos 40 anos, irmão investigando palpitações aos 30 anos. Nega uso de medicações. Palpitações seguidas
de síncope há 3 horas. Durante a academia. Início súbito de palpitações taquicárdicas, seguida de síncope,
com queda de aparelho e trauma com lesão corto contusa em face. Ao recobrar consciência com dor em
local de trauma, sem demais. Nega episódios anteriores
Conduta:
- Aconteceu a síncope durante o exercício, hipotensão ortostática primeiro da aviso.
- Não precisa ir para emergência se não está com sintomas agora, mas precisa investigar
- Síncope e palpitação no esforço físico são sinais de gravidade
- Suspender atividade física

14) Joao, 76 anos, dor torácica e dispneia. Aposentado, odontologista, divorciado, 3 filhos adultos. Caminhadas
irregulares 2 x semana. Sobrepeso, sem cuidado alimentação. Nega tabagismo. Dislipidêmico há 10 anos
em uso de rosuvastatina 20 mg, HAS há 20 anos em uso de clortalidona 25 mg e ramipril 10 mg, DM2 em
uso de Glifage XR 500 mg 3 x ao dia e forxiga 10 mg ao dia. Nega internações ou cirurgias. Pai com DM2
e AVC aos 70 anos, mãe com IAM aos 60 anos, irmão ( 1 de 4), com stent coronariano aos 60 anos. Dor
torácica retroesternal há 2 meses. Durante as caminhadas, melhorava com repouso, tipo queimação, de
fraca intensidade, sem sintomas associados, irradiada para região cervical. Há 2 dias, dor do mesmo tipo,
mais intensa, iniciada em repouso, associada a sudorese, durante estadia em sítio de amigo. Melhora
gradual após 6 horas, persistiu por 12 horas, após com desaparecimento da dor. No dia seguinte iniciou
com falta de ar, progressiva até aos mínimos esforços e ortopneia. Procura atendimento hoje negando dor
torácica, com dispneia ao repouso, de forte intensidade, com dificuldade até para falar, sendo que parte da
história foi contada pelo acompanhante

Conduta:
- Passou de uma dor tipo B para dor tipo A
- Provavelmente ele infartou e evoluiu levando a IC.
- Provável infarto com supra
- Precisa abrir a coronária com até 12 horas para revascularizar
- Dispneia com características de IC
- Provavelmente infartou e não procurou atendimento e depois teve IC
- Precisa ir para a emergência

15) Mesmo João. Dor torácica associada a cansaço há 1 ano. Intermitentes. Dor torácica difusa tipo
sufocamento, acompanhada de sensação de que não consegue respirar, mal estar e sudorese fria.
Sintomas se mantêm semelhantes, não progrediram ou pioraram. Iniciam em situações de estresse, está em
litígio com filhos devido a dívidas da família. Iniciam durante as discussão e melhoram em ambientes
calmos. Esteve de férias em sítio de amigo por 15 dias, com melhora dos sintomas. Sintomas não
relacionados aos esforços. Sem outros sintomas associados

Conduta:
- Dispneia mais relacionada ao estresse
- Tem fator de risco, então fazer ECG, exame de sangue, teste de esforço, mas dá pra fazer ambulatorial
- Dor torácica do tipo D

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