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Clínica Integrada
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Queixa Principal
Rigidez matinal, dor articular, diminuição da mobilidade, dor lombar.
Manifestações Clínicas
Rigidez Matinal >1 hora
Dor articular que melhora ao movimento
Redução da mobilidade, principalmente da região lombar
Dor lombar
Melhora com uso de antiinflamatório e movimento
Dactilite
Acometimento da coluna, simétrico e contínuo (Coluna em Bambu)
Insuficiência Aórtica – principal manifestação cardiovascular
Fibrose pulmonar de lobos superiores é a principal complicação pulmonar
Principais alvos articulares: articulação sacroilíaca e coluna.
Extra-articular: uveíte anterior recorrente
OSTEOARTROSE
Queixa Principal
Rigidez matinal, dor articular, diminuição da mobilidade, dor lombar.
Etiologias
Osteoartrite subtipo erosiva também é chamada de Doença de Crain.
Manifestações Clínicas
Rigidez matinal <30 minutos
Dor articular que piora ao movimento
Redução da mobilidade, principalmente em membros distais
Dor lombar
Melhora com uso de analgésico e repouso
Nódulos de Bouchard – IF proximais
Nódulos de Heberden – IF distais
Sinal da Tecla – denota derrame articular no joelho.
Osteoartrose de Quadril – dor nas nádegas ao andar; limitação da rotação interna
Rizartrose – denota osteoartrose da articulação carpometacarpiana do polegar.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco da osteoartrose são:
- Idade
- Sexo Feminino
- História Familiar
- Obesidade
Fatores de Proteção
Osteoporose
Tabagismo
Diagnóstico
Líquido articular é não inflamatório com predomínio de células mononucleares.
Complicações
As principais complicações da osteoartrose de coluna vertebral são:
- Compressão radicular
- Estenose do canal medular
- Compressão da artéria vertebral
- Espondilolistese
LEUCEMIA (LLA)
Manifestações Clínicas
Pancitopenia
Infiltração de SNC
Infiltração de testículos
Dor óssea
Linfonodomegalia
Prognóstico
A LLA de células T possui pior prognóstico.
Tratamento
A transfusão de plaquetas é indicada nas leucemias agudas com sangramento ativo
e <50.000 plaquetas.
A transfusão de plaquetas é indicada rotineiramente nas leucemias agudas com
<10.000 plaquetas.
Complicações
A síndrome da lise tumoral é a principal complicação do tratamento da leucemia
aguda.
LEUCEMIA (LMA)
Etiologia
Primária – quando ocorre em indivíduo previamente hígido.
Secundária – quando é precedida por condições como: QT no tratamento de outra
neoplasia; exposição a drogas (cloranfenicol, fenilbutazona, cloroquina); benzeno
(solvente na indústria petroquímica); radiação ionizante; outras doenças
hematológicas (anemia de Fanconi).
Classificação
Leucemia Mieloide Aguda M2 é conhecida como Leucemia Mieloblástica Aguda
Leucemia Mieloide Aguda M3 é conhecida como Leucemia Promielocítica Aguda.
Diagnóstico
A mutação inv(16) é característica da leucemia mieloide aguda M4.
O CD10 é também conhecido como antígeno CALLA.
LINFOMA
Etiologias
Principais causas de massa mediastinal (4Ts): timoma, teratoma, tireoide, terrível linfoma.
O HCV está associado ao desenvolvimento de linfoma linfoplasmocítico.
Linfomas Não-Hodgkin mais frequentes no paciente com HIV:
- Imunoblástico
- Burkitt
Epidemiologia
Linfomas Não-Hodgkin mais frequente em crianças:
- Linfoblástico Pré-T
- Burkitt
- Difuso de Grandes Células B¹
¹É o subtipo mais comum, enquanto o linfoma folicular é o segundo tipo mais comum.
Os subtipos de Linfoma Não-Hodgkin que estão mais associados a meningite
neoplásica são:
- Burkitt
- Linfoblástico
- Difuso da Grandes Células B
O linfoma folicular acomete mais mulheres idosas.
Classificação
Linfomas Não-Hodgkin altamente agressivos: Burkitt e Linfoblástico pré-T.
Manifestações Clínicas
Febre de Pel-Ebstein: febre alta por dias, seguida por dias sem febre.
Sugestiva de Linfoma de Hodgkin.
O sítio Linfonodal mais acometido no Linfoma Não-Hodgkin é o Anel de Waldeyer.
Os sítios extranodais mais acometidos no Linfoma Não-Hodgkin:
- Medula Óssea
- Trato GI¹
¹Principalmente estômago
Prognóstico
O difuso de grandes células B é o principal Linfoma Não-Hodgkin agressivo.
O paradoxo prognóstico linfomas é:
- Linfomas indolentes têm prognóstico bom, mas não respondem ao tratamento.
- Linfomas agressivos tem prognóstico pior, mas respondem melhor ao tratamento.
Tratamento
O tratamento do linfoma folicular localizado é a radioterapia.
ANSIEDADE
Fisiopatologia
Sensação de medo é originada pela amígdala cerebral
Sensação de preocupação é originada pelas alças corticoestriadas talamocorticais
Tratamento
ISRS
Venlafaxina
Tricíclicos
Benzodiazepínicos – podem ser usados por curto período visando melhora
sintomática no transtorno de ansiedade
Diagnóstico
Exige duração de sintomas >6 meses
TRANSTORNO DO PÂNICO
Epidemiologia
Atinge mais o sexo feminino
Acomete mais pacientes com idade média de 25 anos
Manifestações Clínicas
Ataques de Pânico¹
Medo de novos ataques
Agorafobia²
¹Medo intenso durando minutos ou horas, sensação de morte iminente, medo de
enlouquecer.
²Medo de lugares que o paciente não consiga fugir ou não consiga ajuda.
FOBIAS ESPECÍFICAS
Quadro Clínico
Medo de situações/objetos específicos
Ataques de Pânico
Tempo >6 meses
Diagnóstico
Exige duração >6 meses
Tratamento
A terapia cognitivo comportamental é o tratamento base
FOBIA SOCIAL
Definição
Também é chamada de transtorno de ansiedade social
Medo de se expor em público e ser avaliado por outros.
Epidemiologia
Predomina no sexo feminino entre 5 e 35 anos de idade.
Manifestações Clínicas
Medo de falar em público – é a manifestação mais comum.
Diagnóstico
Exige duração >6 meses
AGORAFOBIA
Definição
Medo intenso de lugares que não consiga fugir ou não consiga ajuda.
Diagnóstico
Duração >6 meses
ATAQUE DE PÂNICO
Quadro Clínico
Medo intenso que dura minutos ou horas
Sensação de morte iminente
Medo de enlouquecer
TOC
Conceitos
Pensamento obsessivo que gera ato compulsivo.
O paciente fica reverberando na sua cabeça, dentro do círculo da ansiedade, um
pensamento de medo, e para resolver esse pensamento, ele gera atos, atos compulsivos,
que podem ou não ter a ver com o pensamento para aliviá-los.
Presença de insight “sabe que não está normal”
2-3% da população > 30% destes com depressão associada
CID-10
Mantém a doença dentro dos transtornos ansiosos.
DSM-V
Coloca a doença de forma isolada.
Manifestações Clínicas
Cursa com pensamento obsessivo e/ou ato compulsivo.
Diagnóstico
Não precisa ter obsessão + compulsão, basta UMA!
Os sintomas costumam durar 1 hora.
Tratamento
Psicoterapia + ISRS
Manter por 1-2 anos + Psicoterapia
- Outras opções de drogas: Clomipramina, Venlafaxina, Antipsicóticos.
Clomipramina: grande tricíclico para tratar TOC.
Antipsicótico – para efeito sedativo
Caso o paciente esteja muito nervoso, muito surto, o antipsicótico pode ser administrado,
ou até um benzodiazepínico por um curto período de tempo.
Evitar benzodiazepínicos
Pode ser utilizado, mas DEVE ser evitado.
Dar preferência para antipsicótico, tipo amplictil
Evitar quaisquer tipos de recomendações que possam gerar vício, como:
Tomar uma cervejinha para relaxar a noite.
O paciente compulsivo tem tendência a ter atos repetitivos.
DEPRESSÃO
Epidemiologia
Atinge mais o sexo feminino
Não tem preferência por classe social
Classificação
Leve – quando não impede as atividades diárias
Grave – quando causa sofrimento grave não manejável
Manifestações Clínicas
Quadro clínico geral: queda da autoestima e da energia.
Tristeza, apatia, tédio, fadiga, culpa, “pseudodemência”, hipobulia, pensamento
suicida, distúrbios do sono.
Diagnóstico
Presença de 5 ou mais sintomas com duração de 2 ou mais semanas.
Possui como critério obrigatório a queda do humor ou queda do interesse ou prazer.
Componentes dos critérios diagnósticos de depressão:
- Humor
- Alteração de peso
- Agitação ou retardo psicomotor
- Culpa
- Pensamento Suicida
- Diminuição do Interesse ou Prazer
- Alteração de sono
- Perda de energia
- Déficit de concentração
Tratamento
Depressão leve – psicoterapia (tratamento de preferência)
Depressão moderada ou grave – psicoterapia + medicamentos¹
¹ISRS como 1ª linha
Os ISRS são a classe de 1ª linha no tratamento da depressão. Principais
antidepressivos ISRS:
- Fluoxetina
- Sertralina
- Escitalopram – é o mais bem tolerado.
Epidemiologia
Predomina em adultos jovens
Diagnóstico
Tem duração mínima de 1 mês
Se duração de 3 dias a 1 mês chamamos de transtorno de estresse agudo.
Tratamento
Psicoterapia + ISRS
- Outras opções de drogas: imipramina e amitriptilina.
ISRS
Efeitos Adversos
Tontura
Perda de apetite
Queda de libido
Náuseas e vômitos
Tendem a melhorar com o tempo.
DUAIS
Mecanismo de Ação
Inibição dupla da recaptação dos receptores de serotonina e noradrenalina.
Mirtazapina: bloqueio dos receptores adrenérgicos e serotoninérgicos.
Não causa disfunção sexual e possui efeito sedativo em dose baixa, indicado na
depressão com insônia.
Efeitos Adversos
Hipertensão – principal efeito adverso cardiovascular
Exemplos
Venlafaxina
Duloxetina
TRICÍCLICOS
Mecanismo de Ação
Bloqueio da recaptação de serotonina e noradrenalina + efeitos adversos
Exemplos
Amitriptilina
Nortriptilina
Clomipramina – maior efeito serotoninérgico.
Efeitos Adversos
Efeitos anticolinérgicos
Hipotensão
Sonolência
Alteração de condução cardíaca
Ganho de peso
TETRACÍCLICO
Exemplos
Maprolitina – principal antidepressivo desse grupo.
Mecanismo de Ação
Bloqueio da recaptação de serotonina e noradrenalina + efeitos adversos
Efeitos Colaterais
Igual ao dos tricíclicos: efeitos anticolinérgicos, hipotensão, sonolência, alterações
de condução cardíaca e ganho de peso.
ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
Mecanismo de Ação
Bupropriona: inibidor da recepção de noradrenalina e dopamina.
Não causa disfunção sexual.
Efeitos Colaterais
Trazodona: priapismo.
Utilização
Trazodona: tem efeito sedativo bem tolerado por idosos
Indicados na depressão com insônia
Utilização
Agomelatina: depressão com insônia concomitante.
ANTIDEPRESSIVOS IMAO
Mecanismo de Ação
Aumentam noradrenalina, serotonina e dopamina.
Efeitos Adversos
Crise hipertensiva
Crise serotoninérgica
Rabdomiólise
Exemplos
Tranilcipromina é o principal exemplo de antidepressivo IMAO.
Utilização
Os usuários de antidepressivos IMAO devem evitar alimentos com tiramina¹.
¹Queijo, cerveja, vinho, leite.
Principais Causas
Abortamento
Doença trofoblástica gestacional
Gravidez ectópica
Abortamento
Cólica + Sangramento na 1ª Metade da Gestação
Abortamento até que se prove o contrário
Diagnóstico e Conduta
1º passo = exame especular.
Colo Aberto: incompleto, inevitável ou infectado
Abortamento Incompleto:
Útero menor que o esperado (restos) + colo aberto
Conduta: esvaziamento
Abortamento Inevitável:
Útero compatível com IG (embrião) + colo aberto
Conduta: esvaziamento
Abortamento Infectado:
Manipulação indevida + sinais de infecção + colo aberto
Conduta: antibiótico Clindamicina + Gentamicina/esvaziamento
Colo Fechado: completo, ameaça ou retido (Precisa de USG)
Abortamento Completo
Útero vazio, menor que o esperado + colo fechado
Conduta: orientação
Ameaça de Abortamento
Útero compatível com IG + feto vivo + colo fechado
Conduta: repouso relativo/antiespasmódico
Abortamento Retido
Feto morto + colo fechado
Conduta: esvaziamento
Quadro Clínico
Sangramento de repetição, “suco de ameixa”, vesículas, aumento do útero,
hiperêmese, hipertensão (pré-eclâmpsia) hipertireoidismo.
Diagnóstico
Laboratorial: aumento excessivo do Beta-HCG (mola completa)
USG: “flocos de neve”; “cachos de uva”.
Tratamento
Esvaziamento uterino (vacuoaspiração) + histopatológico
Histerectomia: se prole definida e >40 anos
Não tirar: anexo, cisto tecaluteínico (fruto de estímulo hormonal, regride sozinho)
Orientar contracepção (DIU Não!) não pode engravidar.
Controle de Cura
Beta-HCG
3 dosagens semanais negativas
USP: quinzenal
6 dosagens mensais negativas
Cura x Malignização
Aumento entre 2 dosagens; 3 dosagens em platô; 6 meses ainda positivo ou
metástases (+ comuns: pulmão > vagina).
Se qualquer um positivo > Quimioterapia
USG
Gravidez Ectópica
Clínica
Atraso menstrual + Dor Abdominal + Sangramento de Pequena Monta Reação de
Arias-Stella¹
Única ectópica que pode causar hemorragia vaginal intensa: cervical.
¹É constituído por núcleos grandes, hipercromáticas que fazem saliência na luz
glandular, podendo ocorrer apenas focalmente na mucosa endometrial.
Se rota:
Choque, sinal de Blumberg e proust (grito de Douglas)
Beta-HCG: >1500 (“descobrimento da ectópica”)
USG: útero vazio
Local mais comum
Ampola Tubária
Fatores de Risco
DIP, Ectópica Prévia, Endometriose, Tabagismo, DIU (Relativo), Negras, >35 anos,
Cirurgia Abdominal Prévia.
Tratamento
Expectante:
Estabilidade hemodinâmica + Beta-HCG em queda
Medicamentoso
MTX + Dosagem de Beta-HCG no D4 e D7
Queda >15%: acompanhamento semanal
Queda <15%: MTX até 3x
Critérios obrigatórios: ectópica íntegra + paciente estável
Critérios prognósticos: sem BCF, massa <3,5 cm, Beta-HCG <5.000
Cirúrgico Conservador
Salpingostomia Laparoscópica
Critérios: ectópica íntegra + desejo de gravidez
Cirúrgico Radical
Salpingectomia
Critérios: ectópica rota ou prole completa
Estável: Laparoscopia
Instável: Laparotomia
Fisiopatologia
Incompatibilidade ABO:
Mãe de grupo A ou B só produz IgM, que não atravessa a barreira placentária.
SÍNDROMES DEMENCIAIS
Definição
Demência – perda das funções cognitivas.
Memória, reconhecimento, execução de tarefas, julgamento, linguagem e
comportamento.
A perda de funções cognitivas na síndrome demencial é progressiva e gradual e
interfere nas atividades usuais ou profissionais.
Demência aguda = Delirium
Demência pessimista = Depressão
Etiologia
A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência.
Causas metabólicas de demência reversível: insuficiência renal, insuficiência
hepática, hipotireoidismo, deficiência de B12, hipercalcemia.
Causas infecciosas de demência reversível: Neurossífilis, HIV.
Causas estruturais de demência reversível: Hematoma subdural crônico, Tumor.
Causas de demência irreversível: Alzheimer, Demência Vascular¹, Demência de
Lewy e Frontotemporal².
¹Segunda maior causa de demência irreversível
²Tipos: alteração comportamental – também chamada de doença de Pick – e
alteração de linguagem com ou sem parkinsonismo.
Fisiopatologia
Doença de Alzheimer – as proteínas envolvidas são: placas amiloides¹ e proteína Tau
hiperforforilada².
¹Forma placas senis (neuríticas) no interstício neuronal.
²Forma emaranhados neurofibrilares no intracelular neuronal.
A Doença de Alzheimer é causada por degeneração de neurônios colinérgicos.
A mutação do gene apoE e4 é a principal alteração genética associada a Doença de
Alzheimer.
Principais causas de hidrocefalia normobárica:
- Idiopática
- TCE
- Meningite
- Hemorragia Subaracnóide
Fatores de Risco
Doença de Alzheimer:
Idade¹
História familiar
apoE e4
Síndrome de Down – é a principal síndrome genética associada a patologia.
¹Principalmente >60 anos.
Manifestações Clínicas
A perda de memória é o sintoma inicial da Doença de Alzheimer.
A Doença de Alzheimer é marcada por amnésia anterógrada.¹
¹Denota perda de memória recente. Já a retrógrada (preservada no Alzheimer), diz sobre
memórias passadas.
Quadro clínico da Doença de Alzheimer: amnésia anterógrada, afasia¹, apraxia²,
agnosia³.
¹Distúrbio de linguagem
²Distúrbio de destreza
³Distúrbio de reconhecimento
A demência de Creutzfeldt-Jakob cursa a tríade: evolução rápida, Parkinsonismo,
Mioclonia.
A hidrocefalia normobárica também é conhecida como Síndrome de Hakim-Adams,
composta pela tríade: demência, ataxia e incontinência urinária.
Maluco, marcha, molhado.
Demência vascular – formas subclínicas: cortical¹ e subcortical²
¹Infartos de vasos calibrosos ou múltiplos infartos. Evolução súbita, em degraus.
²Causada por vasculopatia de vasos perfurantes. Acometimento lacunar e
periventricular com evolução arrastada.
Demência de Lewy – tríade: demência flutuante, parkinsonismo e alucinações
visuais.
Demência Frontotemporal de Pick – desinibição sexual, predomínio de alteração de
comportamento
Paralisia supranuclear progressiva – desvio do olhar conjugado
O distúrbio do sono REM é critério diagnóstico da demência por corpos de Lewy
A hidrocefalia de pressão normal primária predomina em pacientes idosos
Diagnóstico
O raciocínio diagnóstico deve ser:
1) Caracterizar perda cognitiva
Mini-mental, desenho do relógio, fluência verbal
2) Afastar falseadores (3Ds do Esquecimento)
Droga: benzodiazepínicos...
Delirium: sepse, fase aguda IAM...
Depressão: tristeza, pessimismo...
3) Excluir causas reversíveis
Laboratoriais:
Função renal e hepática
TSH
B12 – sua deficiência causa problemas neurológicos
CA
VDRL
HIV
Neuroimagem:
TC ou RM – excluir hematoma subdural, hidrocefalia, etc.
Avaliação
O MEEM é o teste mais utilizado para avaliação cognitiva
- Mini Exame do Estado Mental (MiniMental)
- O seu papel é RASTREAR síndromes demenciais.
- NÃO é usado para confirmar o diagnóstico.
Os falseadores de síndrome demencial são:
- Drogas¹
- Delirium²
- Depressão³
¹Benzodiazepínicos
²Quadro agudo
³Avaliar tristeza, pessimismo, baixa autoestima...
A encefalopatia espongiforme é a principal alteração histológica da Doença de
Creutzfeldt-Jakob
O TAP test (punção lombar repetida) é usado para confirmar diagnóstico e avaliar
resposta na hidrocefalia de pressão normal.
Exames de Imagem
Doença de Alzheimer – os dois principais achados da neuroimagem são: atrofia
cortical e hipocampal; e hidrocefalia compensatória.
Padrão de SPEC/PET na Doença de Alzheimer – redução de perfusão e
metabolismo temporal-parietal.
Doença de Creutzfeldt-Jakob – hipersinal em tálamo e gânglios da base.
Sinal do “taco de hockey” no FLAIR, DWI ou em T2.
A dilatação ventricular sem atrofia é o principal achado de neuroimagem da
hidrocefalia normobárica.
O principal achado de neuroimagem da Demência frontotemporal é a atrofia
frontotemporal com hidrocefalia compensatória.
Tratamento
Anticolinesterásicos centrais utilizados na Doença de Alzheimer:
Donepezila
Rivastigmina
Galantamina
A memantina é um antagonista do receptor de glutamato utilizado na Doença de
Alzheimer avançada.
Deve ser iniciada apenas em fase moderada e avançada.
A vitamina E aparenta ter benefícios na Doença de Alzheimer*
*Mais estudos são necessários para confirmar a associação.
Demência Vascular – tratar aterosclerose e tentar anticolinesterásicos¹
¹O efeito dos anticolinesterásicos na demência vascular não é tão pronunciado como
no Alzheimer.
Demência de Lewy – rivastigmina é droga de escolha.
A derivação ventrículo-peritoneal é o tratamento de escolha na Síndrome de
Hakim-Adams.
A demência por corpos de Lewy piora com uso de antipsicóticos¹
¹A hipersensibilidade aos antipsicóticos ocorre em até 50% dos casos, sendo marcada
por piora do parkinsonismo, rebaixamento sensorial e até mesmo síndrome neuroléptica
maligna.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Considerações
Causa mais comum (50% dos casos)
Estabelecimento de morte neural que geralmente se inicia no HIPOCAMPO (área
relacionada a memória).
Déficit de ACETILCOLINA – por isso o tratamento é com colinérgicos
Depósito de proteína AMILOIDE – especialmente beta-A-42 – em grande quantidade
formando as conhecidas placas senis.
Depósito de proteína TAU que forma os chamados emaranhados neurofibrilares.
Fatores de Risco
Idade >60 anos
História familiar
Fator genético: alelo E4 da apoproteína E
Estilo de vida sedentário
Atividade intelectual baixa
Síndrome de Down
Quadro Clínico
Evolução em 10 anos:
Costuma iniciar com AMNÉSIA ANTERÓGRADA
Costuma evoluir com:
Afasia – linguagem
Apraxia – execução de tarefas
Agnosia – reconhecimento
Desorientação – social/corporal
Imobilidade/incontinência
O paciente costuma morrer de complicações da imobilidade (TEP, broncoaspiração,
sepse).
Diagnóstico
Achados da Neuroimagem:
RNM
Atrofia Cortical
Hidrocefalia Compensatória ou Exvacum – ventrículos dilatam para ocupar o lugar
da atrofia.
PET
Hipoperfusão temporal e parietal.
Tratamento
É necessário aumentar a acetilcolina.
Anticolinesterásicos de ação central:
Donepezil
Rivastigmina
Galantamina
Fases Iniciais
A Vitamina E pode ser utilizada de forma benéfica nas fases inicias da doença.
Antagonista do receptor NMDA do glutamato:
Mimemantina
Ao antagonizar o glutamato eu diminuo a toxicidade.
Fases moderadas-avançadas
DEMÊNCIA VASCULAR
Conceitos
É a segunda maior causa de demência
Doença Aterosclerótica + Fatores de Risco (HAS, DM)
Formas Clínicas
Cortical
Vasos Calibrosos (multi-infarto)
Presença de doença aterosclerótica
Evolução súbita, mas em degraus: cada AVE prévio vai levando a uma piora.
Subcortical
Vasos perfurantes (infarto lacunar ou doença de Binswanger):
Quadro mais brando
Degeneração da substância branca periventricular, processo conhecido como
LEUCOARAIOSE
Evolução mais arrastada
Tratamento
Tratar fatores de risco (HAS, DM, etc.): principal.
Aumento da Acetilcolina: secundário (não funciona tão bem)
CORPÚSCULOS DE LEWY
Demência + alucinação (visual, principalmente auditiva)
Caráter flutuante da consciência (melhora-piora-melhora-piora)
Tratamento
Rivastigmina
DOENÇA DE HUNTIGTON
Demência + Coreia + Distúrbios Comportamentais (depressão, impulsividade)
Doença degenerativa autossômica dominante
Início: 35-50 anos
ICTERÍCIA NEONATAL
Etiologia
Colestase neonatal – causada principalmente por hepatite idiopática e atresia de vias
biliares.
A atresia de vias biliares é a principal causa de icterícia neonatal por bilirrubina
direta.
A principal causa de icterícia neonatal tardia por bilirrubina indireta á a icterícia do
leite materno.
Apresentação assintomática. Na presença de outros achados clínicos considerar outros
diagnósticos.
As principais causas de anemia hemolítica neonatal com Coombs direto negativo
são: incompatibilidade ABO, esferocitose e deficiência de G6PD.
Manifestações Clínicas
Encefalopatia bilirrubínica – é causada por acúmulo de bilirrubina indireta. Conhecida
como Kernicterus. PRINCIPAL CONSEQUÊNCIA DA ICTERÍCIA NEONATAL.
A síndrome do bebê bronzeado surge em crianças com aumento de bilirrubina
direta submetidas à fototerapia.
A atresia das vias biliares cursa com:
- Icterícia Tardia – surge após o 10º dia de vida
- Aumento da BD
- Colúria
- Acolia
Fisiopatologia
Icterícia do leite materno – presença de beta-glucuronidase no leite.
Icterícia do aleitamento materno – aumento da circulação entero-hepática por
aleitamento insuficiente.
Diagnóstico
A biópsia hepática¹ é o EXAME MAIS IMPORTANTE na investigação de atresia de vias
biliares.
¹É o exame indicado na diferenciação entre atresia de vias biliares e hepatite neonatal.
A colangiografia perioperatória é o PADRÃO-OURO no diagnóstico de atresia de
vias biliares.
O sinal do Cordão Triangular na ultrassonografia é sugestivo de atresia de vias
biliares.
Atresia Biliar – exames que podem ser solicitados: USG¹, Cintilografia com Tc99²,
Biópsia hepática, Colangiografia³.
¹Sinal do cordão fibroso/triangular
²Presença do radiofármaco no intestino exclui doença (conseguiu captar e eliminar, logo,
sem atresia)
³Padrão-ouro
O teste do Eluato é usado na avaliação de incompatibilidade ABO na icterícia
neonatal.
Pode-se pensar em icterícia neonatal não fisiológica quando: primeiras 24 horas de
vida, BT >12 mg, Velocidade 5mg/dia, Colestase e Persistente.
A incompatibilidade ABO ocorre em mãe do grupo O e RN A e B.
Conduta
Na icterícia do leite materno a conduta pode ser expectante ou suspender
aleitamento por 24-48 horas SE GRAVE.
Na icterícia do aleitamento materno a conduta é estimular a amamentação.
Tratamento
Principais indicações de fototerapia na icterícia neonatal: BT >17 e início <24 horas.
A fototerapia converte bilirrubina indireta em lumirrubina por fotoisomeração.
Icterícia neonatal precoce – o tratamento de escolha é a fototerapia.
A cirurgia de Kasai deve ser feita até a 8ª semana de vida na atresia de vias biliares
Idealmente até a 6ª semana de vida
Procedimento de portoenteroostomia feito na correção da atresia de vias biliares
Exsanguíneotransfusão: quando indicar?
- Níveis extremos de bilirrubina
- Sintomas
- Refratariedade a fototerapia
Consequências
A cirrose biliar secundária é a principal consequência da atresia de vias biliares.
Diagnóstico
A presença de fuga das ideias deve levantar suspeita para mania.
Tratamento
Hipomania ou mania leve e moderada: Risperidona ou Olanzapina. Alternativas: lítio,
valproato, haloperidol.
Mania grave: Lítio ou Valproato + Antipsicótico ± Internação e Benzodiazepínico
Principais opções de TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO: Lítio, Valproato, Quetiapina.
TRANSTORNOS DO HUMOR
Definição
Distmia é definida por depressão leve crônica com duração maior ou igual a 2 anos.
Ciclotimia é definida por instabilidade persistente do humor¹ com duração maior ou
igual a 2 anos.
¹Sintomas hipomaníacos (sem critério para hipomania) + Sintomas depressivos (sem
critérios de depressão)
HIPERTENSÃO GESTACIONAL
Pré-eclâmpsia
PA >= 140 x 90 mmHg + Proteinúria >= 300 mg/dia; ou
>= 1+ na fita; ou
Proteína/Creatinina Urinária >0,3 – após 20 semanas
Pré eclâmpsia sem proteinúria
Apenas se hipertensão >20 semanas + plaquetopenia <100.000, Cr > 1,1, EAP, elevação
2x transaminases, sintomas cerebrais ou visuais.
Se HAS > 20 semanas sem proteinúria e sem tais alterações: HAS Gestacional.
Fatores de Risco
Exposição pela 1ª vez: nulípara ou excessiva às vilosidades (gemelar, mola).
Vasculopatia prévia: HAS, DM, pré-eclâmpsia anterior
Negras
Rastreio – 1º Trimestre
Doppler das artérias uterinas
História clínica
Curva de PA
Bioquímica materna (PAPP-A e PLFG)
Observações:
1) Pré-eclâmpsia com <20 semanas = pensar em mola
2) Pacientes de alto risco (principalmente se pré-eclâmpsia anterior e HAS
crônica): AAS com 12 semanas de gestação
3) Suplementação de cálcio: pacientes de alto risco + baixa ingesta de Cálcio
4) Tabagismo é fator protetor
Classificação
Leve
PA >= 140x90 mmHg, mas <160x110 e SEM SINAIS DE GRAVIDADE.
É a eclâmpsia que não é grave (idealmente, medir a PA 2x em intervalor de 4h).
Grave
PAS >= 160 ou PAD >= 110
Proteinúria >= 5g na urina 24h ou 2+ na fita
EAP, oligúria, creatinina >= 1,2 mg/dL
HELLP: LDH >600, Esquizócitos, BT >1,2; AST >70, plaquetas <100.000.
Iminência de Eclâmpsia: cefaleia, escotomas, epigastralgia ou dor em barra em
hipocôndrio direito, hiperreflexia.
Observações: paciente com pré-eclâmpsia pode ABRIR o quadro com HELLP.
Eclâmpsia: crise convulsiva.
Conduta
Leve > ambulatorial
Grave > internar
1) Anti-hipertensivo: não fazer se PA <160x110 mmHg.
Objetivo: manter PAS entre 140-155 e PAD entre 90-100.
Crise: Hidralazina IV, Labetalol IV ou Nifedipina VO (não é sublingual)
Observação
Sulfato de Magnésio + Nifedipina = pode provocar hipotensão de difícil
controle.
Manutenção: Metildopa VO > Hidralazina VO > Pindolol VO¹
¹1ª opção em provas de SP, USP.
Quando refratária, associar medicações.
Evitar: diurético, IECA, propranolol
Propranolol – pode gerar Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR).
2) Prevenção de Eclâmpsia: fazer em toda pré-eclâmpsia grave, iminência ou
eclâmpsia (mesmo se não houver sintomas).
Droga de escolha: Sulfato de Magnésio (ataque + manutenção).
Pritchard
A: 4g IV + 10g IM
M: 5g IM 4/4h
Zuspan
A: 4g IV
M: 1-2 g/h IV BI
SIBAI
A: 6g IV
M: 2-3 g/h IV BI
Risco de Intoxicação: 3 Rs
Reflexo patelar presente
Respiração (FR >16)
Rins: Diurese (> 25 mL/hora)
Importante: oligúria (<25) NÃO é sinal de intoxicação. Conduta: apenas ajuste de dose.
Intoxicação: Reflexo Patelar Ausente ou FR <16
Suspender Sulfato de Magnésio + Aplicar Gluconato de Cálcio (Antídoto)
3) Interrupção da Gestação
Parto somente após a estabilização.
Leve
Expectante até o termo, conforme condições maternas e fetais.
Grave
Tratamento definitivo é o parto.
<34 semanas: avaliar bem-estar para corticoide; parto se piorar.
>=34 semanas: parto.
Se eclâmpsia: via aérea pérvia, cânula de Guedel, DLE e máscara de O2.
Via de Parto
Pode ser vaginal. Depende das condições maternas (gravidade, BISHOP) e fetais
(Síndrome Fetal Alcoólica - SFA).
Complicações
Maternas: eclampsia, DPP, AVC, rotura hepática.
Fetais: Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR), centralização e óbito.
Diagnósticos Diferenciais
Pré-eclâmpsia: esteatose hepática aguda da gestação¹
Eclâmpsia: pré-eclâmpsia + convulsão
HAS Crônica
Pré-eclâmpsia sobreposta: HAS + pré-eclâmpsia
Hipertensão gestacional: PA >= 140x90 mmHg após 20 semanas, sem critério para
pré-eclâmpsia e que melhora no puerpério.
¹Esteatose hepática aguda da gestação
Clínica: 3º trimestre, náuseas, vômitos, dor no HD e icterícia.
Laboratório: elevação de bilirrubina direta, TGO, TGP, hipoglicemia, leucocitose,
hipofibrogenemia e hiperuricemia.
Plaquetas normais e sem hemólise – importante para diferenciar de HELLP.
Complicações: insuficiência hepática e renal.
Principal causa de óbito: acidose materna.
Observação: a principal causa de icterícia na gestação é hepatite viral.
Definição
Hipertensão gestacional ou transitória – hipertensão com >20 semanas sem
proteinúria e sem alterações.
Além disso, a hipertensão gestacional, por definição, deve normalizar até 12 semanas
após o parto.
Pré-eclâmpsia - PA maior ou igual a 140x90 mmHg e proteinúria maior ou igual a 300
mg/dia após 20 semanas de gestação.
Sigla da Síndrome HELLP: Hemolysis Elevated Liver enzymes e Low Platelets
Crise hipertensiva na gestação – é definida por PAS > ou = 160 mmHg e/ou PAD > ou
= a 110 mmHg.
Epidemiologia
A doença hipertensiva é a principal causa de morte materna no Brasil
Fisiopatologia
A segunda onda de invasão trofoblástica ocorre após a 20ª semana de gestação.
É justamente a ausência da segunda onda de invasão que propicia o desenvolvimento
de pré-eclâmpsia.
A pré-eclâmpsia cursa com tromboxano A2 ⬆ e Prostaciclina ⬇
Essas alterações que propiciam a agregação plaquetária.
Formas Clínicas
Pré-eclâmpsia/eclampsia
HAS crônica – gestante com PA maior ou igual a 140x90 antes de 20 semanas é
classificada como HAS crônica
Pré-eclâmpsia sobreposta
Hipertensão gestacional
Fatores de Risco
História pessoal ou familiar de pré-eclâmpsia
Primigesta
Vilosidades excessivas¹
Vasculopatia²
¹Gemelar e mola
²HAS, DM, DRC, LES
Idade acima de 35 ou abaixo de 18 anos são fatores de risco para pré-eclâmpsia.
Fisiopatologia
Pré-eclâmpsia – ausência da segunda onda de invasão trofoblástica.
As ondas de invasão trofoblástica ocorrem nas artérias espiraladas do miométrio.
Manifestações Clínicas
Dor epigástrica – chamada de dor em barra de Chausser
A dor é causada pela distensão da cápsula hepática de Glisson.
Proteinúria não-seletiva
Hipertensão crônica da gravidez cursa com calciúria >100 mg/24 horas
Pré-eclâmpsia cursa com calciúria <100 mg/24 horas
A atividade de antitrombina III <70% é sugestiva de pré-eclâmpsia.
Sinais de iminência de eclampsia:
- Cefaleia
- Escotomas
- Dor epigástrica¹
- Hiperreflexia
¹Por distensão da cápsula de Glisson.
O edema não é mais critério diagnóstico de pré-eclâmpsia.
A Síndrome HELLP cursa com hiperbilirrubinemia indireta.
Fatores Protetores
Os principais protetores de pré-eclâmpsia são:
- Tabagismo
- Aborto prévio
- Placenta prévia
Fatores Prognósticos
O achado de dopplerfluxometria que indica maior risco de DHEG é a manutenção da
incisura protodiastólica em artérias uterinas após 26 semanas.
Ácido úrico elevado é sugestivo de pré-eclâmpsia e é associado com pior
prognóstico quando elevado.
Diagnóstico
A aferição pressórica na suspeita de pré-eclâmpsia deve ser feita em 2 medidas com
intervalo de 4 horas.
Deve-se suspeitar de pré-eclâmpsia sobreposta quando há HAS crônica com piora
do controle pressórico, proteinúria após 20ª semana e lesões de órgão alvo.
Proteinúria: maior ou igual a 300 mg/24h ou maior ou igual a 1 na fita teste ou relação
proteinúria/creatininúria maior ou igual a 0,3.
Critérios diagnósticos de pré-eclâmpsia sem proteinúria:
- Plaquetopenia <100.000
- Edema agudo de pulmão
- Sintomas cerebrais ou visuais
- Cr >1,1
- Transaminases 2 vezes aumentadas
PAs maior ou igual a 140x90 mmHg + IG >20 semanas + QUALQUER UM dos achados
acima
Critérios diagnósticos da Síndrome HELLP:
- Esquizócitos ou LDH maior ou igual a 600 ou BT maior ou igual a 1,2 + TGO maior ou
igual a 70 + Plaquetas <100.000.
Pré-eclâmpsia grave:
- PAS maior ou igual a 160 mmHg ou PAD maior ou igual a 110 mmHg
- Edema agudo de pulmão
- Oligúria
- Cr >1,2
- HELLP¹
- Iminência de eclampsia²
QUALQUER UM DESSES ACHADOS!!!
¹LDH >600, Esquizócitos, bilirrubina maior ou igual a 1,2 + AST maior ou igual a 70 +
Plaquetas <100.000.
²Cefaleia, escotomas, dor epigástrica e hiperreflexia.
Condutas
Conduta na pré-eclâmpsia grave com <34 semanas: sulfato de magnésio +
corticoide¹ + parto se piorar
¹Utilizado para maturação pulmonar
Conduta inicial na eclampsia: Via Aérea + O2 + Decúbito Lateral Esquerdo + Sulfato
de Magnésio¹
¹Pode ser repetido na ½ da dose inicial se feito anteriormente
Via de parto de escolha na pré-eclâmpsia grave: pode ser feito tanto o parto vaginal
OU cesárea.
- Dependendo de condições maternas como gravidade do caso, BISHOP e condições
vitais fetais.
A aspirina deve ser usada da 12-16ª até a 36ª semana na prevenção da pré-
eclâmpsia.
Indicada somente nos casos de alto risco de pré-eclâmpsia.
A suplementação de cálcio na prevenção de pré-eclâmpsia é indicada quando há
alto risco¹ + dieta pobre em cálcio.
¹História pessoal de pré-eclâmpsia, exposição excessiva a vilosidades, vasculopatia, etc.
A indicação de anti-hipertensivo na pré-eclâmpsia é feita somente se PAS > ou = a
160 ou PAD > ou = a 110.
A redução inadvertida dos níveis pressóricos pode resultar em redução do fluxo
placentário.
O alvo pressórico na pré-eclâmpsia é: PAS entre 140-155 e PAD 90-100.
Tanto em crise quanto em manutenção.
Principais opções terapêuticas na crise hipertensiva gestacional:
Nifedipino Oral¹
Hidralazina IV
Nitroprussiato de sódio IV
¹Evitar se uso concomitante com sulfato de magnésio pelo risco de hipotensão grave e
bloqueio neuromuscular (antagonismo sinérgico de canais de cálcio).
Principais opções terapêuticas na manutenção pressórica da pré-eclâmpsia:
Metildopa VO
Hidralazina VO
Nifedipino VO
Betabloqueadores VO¹
¹O Pindolol, apesar de não estar disponível no Brasil, é considerado até como droga
de escolha por alguns autores. Como alternativa, o metoprolol e carvedilol podem ser
usados.
Drogas que NÃO DEVEM SER USADAS no controle pressórico gestacional:
- Diuréticos¹
- IECA/BRA²
¹Pioram o estado volêmico da gestante que já apresenta contração do volume
intravascular.
²Teratogênicos.
O sulfato de magnésio é indicado na pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia mesmo sem
sintomas.
O sulfato de magnésio sempre será a primeira conduta no manejo da pré-eclâmpsia
grave.
A faixa de magnesemia terapêutica na DHEG é de 4-7 mEq/L
- A dosagem pode ser dispensada se o acompanhamento clínico for possível.
Tratamento
O esquema de prescrição de sulfato de magnésio que utiliza aplicações
intramusculares é o PRITCHARD. Esse esquema não depende de bomba infusora.
Avaliação
A diurese abaixo de 25 mL/h representa maior risco de intoxicação por magnésio.
Os principais sinais de intoxicação por magnésio no tratamento da DHEG são:
- Reflexo patelar ausente
- FR <12-16
- Magnésio >8
- Parada cardiorrespiratória
Consequências
Principal causa de morte materna na eclampsia: hemorragia cerebral.
A rotura hepática é a complicação clássica da Síndrome HELLP durante o trabalho
de parto.
Complicações fetais da pré-eclâmpsia:
- CIUR – Crescimento Intrauterino Restrito
- Centralização – representa um estado de hipoxemia fetal associado à redistribuição
do fluxo sanguíneo, com perfusão preferencial para órgãos nobres (cérebro,
coração e glândulas adrenais) em detrimento dos pulmões, rins, baço e esqueleto.
- Morte Fetal
Complicações maternas na pré-eclâmpsia:
- DPP – Descolamento Prévio de Placenta
- Eclâmpsia
- AVC
- Rotura hepática
CEFALEIAS
Etiologia
A principal etiologia da Síndrome de West é a anoxia periparto.
As etiologias mais comuns de convulsões no período neonatal: anoxia e doenças
congênitas.
A etiologia mais comum de convulsões que se iniciam entre 6 meses e 5 anos de
idade é a convulsão febril.
As etiologias mais comuns de convulsões que se iniciam entre 5 e 12 anos de idade
são as causas genéticas.
As etiologias mais comuns de convulsões que se iniciam na vida adulta são o TCE e
neurocisticercose.
As etiologias mais comuns de convulsões que se iniciam na velhice estão
relacionadas ao Acidente Vascular Encefálico (AVE).
Fatores de Risco
História familiar – principal fator de risco para convulsão febril.
Fatores de Risco de recorrência de convulsão febril:
- <1 ano
- <24h de febre
- Crise com febre baixa
Os fatores que denotam maior risco de evolução para epilepsia em crianças com
convulsão febril são: história familiar de epilepsia, crise focal, alteração
neurológica.
Classificação
Epilepsia mioclônica juvenil – cursa com padrão ponta-onda de 4 a 6 Hz no EEG.
Convulsão febril simples é do tipo tônico-clônica generalizada.
Os tipos clínicos de convulsão febril: simples (típica)¹ ou complexa (atípica)²
¹Tônico-clônica generalizada de curta duração (<15 min). Não se repete em 24 horas e
pós-ictal breve.
²Início focal (>15 min), repete em 24 horas e pós-ictal longo ou com sinal neurológico.
Os tipos de crises epilépticas quanto ao nível de consciência: perceptiva (simples)
ou disperceptiva (complexa).
Perceptiva = consciência preservada
Disperceptiva = perda da consciência
Os tipos de crises epiléticas quanto ao local de início: focal¹, generalizada², focal com
generalização secundária³
¹Começa em um único hemisfério cerebral
²Começa em ambos os hemisférios cerebrais
³Início em único hemisfério e posterior propagação para hemisfério contralateral
Manifestações Clínicas
Tríade clássica de Síndrome de West:
- Espasmos¹
- EEG com hipsarritmia
- Retardo no desenvolvimento
¹Frequentemente descritos como “sustos” em enunciados de provas.
A Síndrome de West cursa com espasmo infantil e retardo no
neurodesenvolvimento.
Quadro típico de Síndrome de Lennoux-Gastaut: qualquer crise epiléptica + retardo
no neurodesenvolvimento.
A crise epiléptica generalizada sempre cursa com perda de consciência.
Evolução
A Síndrome de West pode evoluir, em até 30% dos casos, para Síndrome de
Lennoux-Gastaut
A crise epiléptica focal para tônico-clônica bilateral começa em um hemisfério e vai
para outro produzindo sintomas bilaterais.
Diagnóstico
Padrão clássico de EEG na Síndrome de West: hipsarritmia bilateral caótica.
Ondas lentas, alta voltagem, multifocal.
A convulsão febril cursa com EEG normal entre as crises.
Indicações de punção lombar na convulsão febril: <6 meses, 6 a 12 meses sem vacina
e criança usando antibiótico¹
¹O antibiótico pode estar mascarando uma meningite subjacente.
O padrão clássico de EEG na Síndrome de Lennoux-Gastaut – ponta-onda 1 a 2,5 Hz.
Condutas
Os anticonvulsivantes que devem ser evitados na epilepsia mioclônica juvenil são:
carbamazepina e fenitoína.
A primeira conduta no estado de mal epiléptico é a estabilização (ABCDE).
A sequência de drogas usadas no estado de mal epiléptico é:
1) Diazepam (2x)
2) Fenitoína (2x)
3) Anestesia¹
¹Midazolam, pentobarbital ou tiopental.
A conduta na convulsão febril fora da crise é avaliar febre e acompanhar criança.
A conduta na convulsão febril com crise ativa é administrar Diazepam.
Tratamentos
Os benzodiazepínicos são as drogas de escolha no tratamento abortivo do estado
de mal epiléptico.
- Diazepam¹
- Midazolam²
¹IV ou retal
²IM
Vigabatrina é o anticonvulsivante de escolha na Síndrome de West.
As drogas que podem ser usadas no controle da Síndrome de West:
- ACTH
- Vigabatrina
- Prednisolona
O Diazepam é a droga de escolha no abortamento da crise convulsiva febril.
As drogas que podem ser usadas na profilaxia contínua de convulsão febril são:
Fenobarbital ou Valproato.
A profilaxia de convulsão febril (contínua ou intermitente) NÃO É O PADRÃO e é indicada
apenas em casos selecionados.
Anatomia
Os neurônios sensitivos que controlam os membros superiores estão situados em
posição lateral no córtex sensitivo.
A Área de Wernicke é responsável pela compreensão da linguagem.
Está localizada no giro temporal superior do hemisfério dominante.
O córtex visual está localizado no lobo occipital.
O córtex motor está localizado no lobo frontal.
O córtex sensitivo está localizado no lobo parietal.
A decussação das pirâmides ocorre ao nível do bulbo.
O cerebelo é responsável por ajustes finos de motricidade.
A cápsula interna é a estrutura por qual TODOS os 1º neurônios motores passam no
encéfalo.
A circulação arterial anterior do encéfalo é originada da artéria carótida interna
A circulação arterial posterior do encéfalo é originada da artéria vertebral.
Formas
AVEh
- Hemorragia intraparenquimatosa
- Hemorragia subaracnóide
Causas
Ruptura de aneurisma sacular é a causa mais comum de hemorragia subaracnóide.
Manifestações Clínicas
O acometimento de pares cranianos denota lesão encefálica ao nível do tronco
encefálico.
O AVE da artéria cerebral média pode causar síndrome piramidal poupando membro
inferior.
A afasia ocorre no AVE com acometimento de artéria cerebral média.
- Em hemisfério dominante (na maioria dos casos é o hemisfério esquerdo).
O acometimento de membro inferior denota AVE de artéria cerebral anterior.
O déficit visual denota AVE de artéria cerebral posterior.
O AVE de artérias lenticuloestriadas pode causar hemiplegia contralateral pura.
O AVE de tronco encefálico pode causar alteração de nervo craniano ipsilateral.
O AVE acometendo tálamo cursa classicamente com dor neuropática crônica em
hemicorpo.
- Também chamada de Síndrome de Déjerine-Roussy.
A síndrome cruzada de Weber cursa com acometimento do 3º par craniano.
A síndrome cruzada de Wallenberg cursa com acometimento do 5º par craniano.
O quadro clínico da hemorragia subaracnóide é caracterizado por:
- Pior cefaleia da vida
- Rebaixamento sensorial
- Rigidez de nuca¹
¹Geralmente após 12-24 horas de evolução.
Diagnóstico
A tomografia sem contraste é o exame de escolha no diagnóstico de hemorragia
cerebral intraparenquimatosa.
A tomografia sem contraste é o exame de escolha no diagnóstico de hemorragia
subaracnóide.
A escala utilizada na avaliação clínica da hemorragia subaracnoide é a Escala de
Hunt-Hess.
ESCALA DE HUNT-HESS (HSA)
- Grau 1: lúcido
- Grau 2: cefaleia + rigidez
- Grau 3: sonolento
- Grau 4: torpor, déficit focal
- Grau 5: coma
Abstinência
Em caso de retirada do álcool de forma repentina, o efeito oposto ao esperado acontece,
ele vai acelerar, ou seja, vai sofrer uma estimulação adrenérgica.
Manifestações Clínicas
Tremor (1ª manifestação)
Insônia
Agitação (dura 5-10 dias)
Hiperatividade simpática e temporária
O paciente começa a tremer, tem insônia, agitação. Tudo isso dura em torno de 5-10
dias, mas não é para sempre, ele fica esse período muito mal, mas depois melhora. É
uma hiperatividade simpática e temporária, o cérebro vai se regulando.
Delirium Tremens
Tremores, alucinações e ilusões, diminuir a consciência e confusão, hiperatividade
autonômica.
Alguns indivíduos, dentro dessa abstinência, dentro desse quadro clínico,
são capazes de apresentar alucinações e ilusões, isso é conhecido como
delirium tremens.
O paciente está tremendo (1ª manifestação), tem hiperatividade autonômica
simpática, taquicardia, sudorese, pele fria, mas agora entram as alucinações e ilusões.
Alucinação:
São objetos mudando de forma, pode ocorrer queda do nível de consciência e
confusão mental.
Hiperatividade simpática e com delirium, é delirium tremens
Alucinose Alcoólica
Alucinações predominantemente auditivas, sem rebaixamento do nível de
consciência e sem alterações autonômicas, ou seja, sinais vitais normais.
Como diferenciar um paciente que tem dependência e o paciente que é um abusador
de álcool?
Síndrome de abstinência = abstinência
Se o paciente tem Síndrome de Abstinência, por definição, ele é um dependente
químico do álcool.
Se problemas legais, não cumpre tarefas = abuso
Se o paciente não tiver dependência, ou seja, não tem abstinência, mas cria
problemas quando bebe (é preso porque briga, falta o trabalho, não cumpre com suas
obrigações), é o paciente que tem abuso do álcool!
Para dizer que o paciente é dependente deve haver abstinência.
Se tiver um monte de problemas, mas sem abstinência é apenas um
abusador do álcool.
Transtorno Amnéstico Persistente
O uso crônico do álcool, além de atingir uma porção de partes do seu corpo (cirrose,
câncer, etc.), também afeta o cérebro. É o transtorno amnéstico persistente. Então,
aquele paciente que usa constantemente e, quando você retira, ele faz abstinência,
pode, a longo prazo, acabar com a memória dele. Essa condição se divide em duas
síndromes: Wernicke e Korsakoff.
Síndrome de Wernicke (SW):
Alteração precoce da falta de tiamina (Vitamina B1)
O paciente vai apresentar:
Ataxia – incoordenação motora
Confusão Mental
Alterações da Motilidade Ocular (principalmente extrínseca) –
Nistagmo, Oftalmoplegia, Diplopia.
Primeiramente, quando eu começo a ter queda da tiamina, abaixo dos valores
normais, por causa do alcoolismo, eu tenho uma alteração FUNCIONAL. É a
Síndrome de Wernicke, caracterizada por ataxia, confusão mental e alterações da
motilidade ocular (não consegue mover o olho corretamente).
É reversível! > Realizar tratamento com Tiamina > Alteração Funcional.
Como Wernicke é uma alteração funcional, e não estrutural, o cérebro ainda está
íntegro. Portanto, o tratamento deve ser feito com tiamina, que causa a reversão do
quadro.
Síndrome de Korsakoff (SK):
Alteração crônica da falta de tiamina (Vitamina B1):
DIABETES GESTACIONAL – EXTRA (NÃO CAI NA PROVA)
Manifestações Clínicas
A ocorrência de hipoglicemia no 3º trimestre de gestantes diabéticas é sugestiva de
insuficiência placentária.
- Ocorre, pois, a placenta começa a ficar “velha” e reduz a produção de hormônios
contrainsulínicos como lactogênio placentário.
- A ocorrência de hipoglicemia no 3º trimestre indica que o parto ocorrerá em breve.
Diagnóstico
O exame de rastreio de diabetes gestacional no 1º trimestre é a glicemia de jejum.
O diagnóstico de diabetes na gestação não precisa ser confirmado com novo exame.
Protocolo diagnóstico de DMG pelo Ministério da Saúde: TOTG 75g com jejum > ou =
126 após 2h ou > ou = 200 indica DM prévio.
- Essa diferença é em relação ao protocolo da ADA.
- O Ministério da Saúde também não utiliza hemoglobina glicada no rastreamento de
DMG.
Resultados de Exames
Pontos de corte de diabetes gestacional no TOTG 75g
- GJ: > ou = a 92 mg/dL ou
- 1 hora: > ou = a 180 mg/dL ou
- 2 horas > ou = a 153 mg/dL
Tratamento
A insulina é a droga de escolha na diabetes gestacional.
A dose necessária de insulina tende a ser menor no 1º trimestre da gestação.
A dose necessária de insulina tende a ser maior no 2º e 3º trimestre da gestação.
A dose necessária de insulina tende a ser menor no pós-parto.
As indicações do uso de insulina na DMG são:
- Falha na MEV¹
- Uso de insulina pré-gestacional
- Substituição de hipoglicemiante oral
- Circunferência abdominal fetal > ou = p75 entre 29 e 33 semanas
¹Falha de dieta e exercícios físicos por 2 semanas com média diária >110
O Ministério da Saúde recomenda uso de insulina em gestantes com circunferência
abdominal fetal > ou = p75 em ultrassonografia realizada entre 29 e 33 semanas.
Condutas
Se a glicemia de jejum da gestante for <92 deve-se solicitar TOTG 75g entre 24-28
semanas.
No caso de indisponibilidade de TOTG 75g no rastreamento de Diabetes Gestacional,
pode ser solicitada nova glicemia de jejum no 3º trimestre.
A conduta inicial no diabetes gestacional é: Dieta Fracionada¹ + Atividade física
regular por 1-2 semanas.
¹Dieta com 6 refeições com: 50% carboidratos, 30% lipídeos, 20% proteínas.