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DISTÚRBIOS DO SONO:
Sono Normal:
Definição:
O sono é um estado regular, recorrente e reversível com facilidade, que se caracteriza por quietude e grande
aumento do limiar de resposta aos estímulos externos, comparado com o estado de vigília.
Funções:
Restauradora, imunológica e conservação de energia
Fisiologia do sono:
Dois estágios do sono:
Sono sem movimentos rápidos dos olhos (NREM): ocorre redução de quase todas as funções fisiológicas
(frequência cardíaca, respiratória e a pressão arterial diminuem + presença de movimentos episódicos e
involuntários). Corresponde a 75% do tempo do sono;
Sono com movimentos rápidos dos olhos (REM): Seu primeiro aparecimento é em torno de 90 minutos após o
início do sono, e costumam aparecer a cada 90–100 minutos, durando de 10 a 40 minutos. Alto nível de
atividade cerebral e funções fisiológicas funcionando como na vigília, muitas vezes até mais que a vigília. Ocorre
redução importante do tônus muscular, movimentos rápidos dos olhos, quase todo período é acompanhado por
ereção parcial ou total, sonhos são extremamente comuns. Nessa etapa ocorre a consolidação das informações
aprendidas durante o dia. Ocorrem flutuações da função cardiorrespiratória, perda do controle da temperatura e
da sensibilidade ao CO2. Há aumento importante da atividade parassimpática com diminuição da PA, da FC e
da RVP, assim como hipoventilação alveolar Essas alterações estão associadas ao maior risco de morte nas
primeiras horas da manhã pelos pacientes com doenças cardiopulmonares.
Insônia:
Estudos têm demonstrado que áreas que normalmente deveriam ficar inativas durante o sono (núcleos hipotalâmicos),
ficam ativas, assim como na vigília.
Definição:
É a dificuldade de iniciar ou manter o sono, causando disfunções durante o dia.
Crônica: > 3 meses de evolução -> idosos, mulheres, divorciados, viúvos, desempregados, população de baixo
nível socioeconômico, população com distúrbio psiquiátrico, dependentes químicos, portadores de doenças
crônicas (câncer, DPOC, doença de Parkinson).
Aguda: < 3 meses de evolução -> precipitada por situações estressoras, como doença, perda de emprego, uso de
medicamentos.
Clínica:
Dificuldade para iniciar o sono, dificuldade para manter o sono, despertar muito antes do horário habitual, prejuízo
das funções sociais.
Comorbidades:
Depressão, ansiedade, medicamento e abuso de drogas (cafeína, nicotina, antidepressivos, estimulantes, corticoide,
teofilina), dor, asma, DPOC, ICC, doença do refluxo gastroesofágico; demência, Parkinson, hipertensão, diabetes,
câncer.
Diagnóstico: clínico
O exame complementar não é necessário na maioria dos pacientes e será solicitado de acordo com a necessidade,
por exemplo, a polissonografia não está indicada de rotina, a não ser na suspeita de outro diagnóstico concomitante,
como por exemplo, apneia do sono.
Tratamento:
Terapia comportamental é considerada a primeira linha para o tratamento.
Medidas gerais: avaliar medicamentos em uso, tratar comorbidades; terapia comportamental (higiene do sono), terapia
medicamentosa
Terapia medicamentosas;
Anti-histamínicos (ex: difenidramina): podem apresentar benefícios de forma intermitente, pois apresentam
muitos efeitos anticolinérgicos (boca seca e constipação). Por esse motivo, devem ser evitados em idosos.
Benzodiazepínicos: são medicamentos que estimulam os receptores gabaérgicos, reduzindo a atividade
cerebral, estimulando o sono. Ex: clonazepam, lorazepam, flurazepam. Indicados para indução e manutenção do
sono. Problema: com algumas semanas de uso podem causar tolerância e dependência.
Hipnóticos não benzodiazepínicos: são mais seletivos e com maior afinidade pelos receptores alfa-1 GABAa
quando comparados aos BDZ. Ex: eszopiclina, zolpidem a zaleplon. Indicados para indução do sono, pois tem
meia vida curta.
Antidepressivos: ex trazodona, amitriptilina e doxepina. A trazodona é indicada para indução e manutenção do
sono, já a doxepina para a manutenção do sono. A trazodona é a preferível nesse grupo por causar menos
efeitos colaterais anticolinérgicos.
Antagonistas duplos do receptor de orexina: suvorexant, lemborexant e daridorexant -> indicados para indução e
manutenção do sono.
Agonista do receptor de melatonina EX: ramelterona indicados para a indução do sono.
É o principal transtorno do sono ligado à respiração, sendo mais comum em homens do que em mulheres. A
prevalência pode chegar a 30% dos homens e 15% das mulheres.
Sua identificação é importante, pois ela está ligada à piora do desempenho cognitivo e ao aumento da mortalidade,
principalmente cardiovascular.
Definição:
É caracterizada pela obstrução da via aérea durante o sono, causando uma redução (hipopneia) ou cessação
completa (apneia) do fluxo de ar, levando a estímulos reflexos musculares para abertura da via aérea e respiração.
Paciente obeso com menor luz da via aérea, ao ir dormir, principalmente no sono REM, devido ao relaxamento
muscular associado a obesidade levam a relaxamento da via áerea o que causam obstrução da via aérea.
É mais severa durante o sono REM, pois nessa etapa do sono a atividade muscular está diminuída. Esse fenômeno
todo acaba gerando hipoxemia e hipercapnia, levando a vários despertares, causando a fragmentação do sono
Aumenta o risco cardiovasculares, pois os despertares noturnos geram descargas adrenérgicas (aumento da pressão
arterial, remodelamento cardíaco, aumento de frequência cardíaca, aumento da resistência periférica à insulina).
Outro ponto importante é que os períodos de apneia e hipopneia podem gerar arritmias cardíacas, alteração da
pressão arterial e até aumento da pressão da artéria pulmonar.
Gera aumento também de riscos ocupacionais, acidentes de trânsito
Redução da qualidade de vida do paciente.
Fatores de risco:
Principais: obesidade (40-60%) e sexo masculino
Outros: idade, alterações cranioencefálicas (má formação maxilar e mandibular, hipertrofia de tonsilas e adenoides),
congestão nasal, menopausa, história familiar, gravidez, ICC, hipotireoidismo (pode produzir mixedema e aumento de
partes moles no espaço faríngeo), IR, acromegalia, asma, DPOC.
Manifestações Clínicas:
Roncos (manifestação mais comum, porém sua ausência não afasta o diagnóstico), respiração ofegante durante o
sono, pausas respiratórias durante o sono, vários despertares, sonolência diurna, fadiga, sono agitado, alteração do
humor, cefaleia matinal, queda de atenção, perda de memória, noctúria.
Diagnóstico:
O padrão-ouro para o diagnóstico é a polissonografia, que durante a sua realização são avaliados os seguintes
parâmetros: estágios do sono, esforço respiratório, fluxo aéreo, saturação da hemoglobina, ECG, movimentos
oculares, EEG, presença de ronco, movimento corporal, entre outros.
Critérios diagnósticos de acordo com a polissonografia:
A. 1 ou 2:
1. Evidências polissonográficas de pelo menos cinco apneias ou hipopneias obstrutivas por hora de sono e qualquer
dentre os seguintes:
a. Perturbações na respiração noturna: ronco, respiração difícil/ofegante ou pausas respiratórias durante o sono;
b. Sintomas como sonolência diurna, fadiga ou sono não reparador a despeito de oportunidades suficientes para dormir
que não podem ser mais bem explicados por qualquer outro transtorno mental (incluindo transtorno do sono) nem ser
atribuídos a alguma condição médica.
2. Evidências polissonográficas de 15 ou mais apneias e/ou hipopneias obstrutivas por hora de sono,
independentemente da presença de sintomas.
Classificação de acordo com polissomo Leva em consideração o índice de apneia/hipopneia por hora (IAH):
Leve: IAH 5-14
Moderada IAH 15 e 29
Grave IAM maior ou igual a 30.
Consequências:
Aumento da pressão arterial e lesão endotelial: ocorre pelo aumento da atividade simpática e do sistema renina-
angiotensina-aldosterona durante os períodos de apneia/hipopneia.
Estado inflamatório, pró-trombótico e aumento da resistência à insulina: devido à liberação de proteínas inflamatórias
causada pela hipoxemia.
Remodelamento cardíaco muscular: o aumento da pressão intratorácica para vencer a obstrução do fluxo aéreo
acaba causando o aumento da pré e da pós-carga cardíaca.
Remodelamento elétrico cardíaco: causado pela hipoxemia e pelos estímulos simpático e parassimpático (esse último
devido ao estímulo simpático. É um estímulo rebote com tentativa compensatória).
E, portanto, esses fenômenos geram:
Aumento da prevalência de hipertensão, inclusive resistente e hipertensão pulmonar;
Risco aumentado para doença coronariana, ICC, arritmias, AVE e diabetes;
Aumento do risco de acidentes ocupacionais devido à sonolência diurna e diminuição da atenção
Aumento do risco de acidentes de transito
Diminuição da qualidade de vida.
Tratamento:
Medidas gerais:
Perder peso;
Otimizar a duração do sono, mantendo um padrão de horários para dormir e acordar;
Evitar dormir em decúbito dorsal;
Tratar alergia nasal;
Atividade física;
Diminuir a ingesta de álcool (não usar no período de três horas antes de dormir);
Evitar drogas sedativas;
Medidas específicas:
CPAP oral ou nasal: pressão na via aérea para que não ocorra obstrução APAP, CPAP, BiPAP -> Mais utilizado
CPAP. Não há um aparelho superior a outro. Tem benefício na hipertensão, na função cardíaca, na alteração de
humor, na qualidade de vida e diminui a resistência à insulina.
Aparelho intraorais (realizam protusão da mandíbula ou seguram a língua): utilizar quando não tolera/ melhora
com CPAP.
Casos refratários: tratamento cirúrgico, como p.ex hipertrofia tonsilar e de adenoide
**Pacientes com SAHOS e com IMC > 35 kg/m² tem indicação de cirurgia bariátrica.
Narcolepsia:
Definição:
Doença caracterizada por sonolência diurna moderada à severa com necessidade irresistível de dormir
Não tem preferência de gênero e tipicamente começa na juventude (entre 10 e 20 anos).
Fisiopatologia:
Diminuição dos neurônios hipotalâmicos produtores do neuropeptídeo hipocretina (também conhecida como orexina).
Na falta de hipocretina, o sono REM é capaz de “invadir” o estado de vigília, fazendo com que o paciente entre no
sono REM.
A hipocretina é liberada no estado de vigília, sendo fundamental para sua manutenção, impedindo uma transição
inapropriada para o estado de sono, seja ele REM ou não REM. E ainda age inibindo diretamente o sono REM.
Existem dois tipos, a tipo 1 ou narcolepsia com cataplexia (mais comum e estudada) e a tipo 2 ou narcolepsia sem
cataplexia (geralmente possui hipocretina normal).
Causas:
Genética
Autoimune possíveis gatilhos: orofaringite prévia pelo estreptococo, influenza e vacina pandemrix para influenza A
H1N1.
Secundárias: tumor, malformação vascular, AVC, síndrome paraneoplásica.
Manifestações Clínicas:
Sonolência Apresentam ataques de sono em geral 2 a 6 vezes por dia, que duram em média de 10 a 20 minutos e
frequentemente surgem em momentos inapropriados, por exemplo: durante a alimentação, falando, dirigindo.
Normalmente acordam bem pela manhã com a sonolência surgindo ao longo do dia.
Cataplexia <2min, sem perda de consciência. Fraqueza muscular transitória que tem, frequentemente, como ponto
de gatilho, a intensa emoção. Essa emoção pode ser positiva, por exemplo: gargalhadas; ou negativa, por exemplo:
raiva.
Alucinação hipnagógica (ao dormir)/hipnopômpicas (ao acordar), paralisia do sono, fragmentação do sono,
depressão, ansiedade.
Diagnóstico: CLÍNICO
O diagnóstico é feito pela apresentação clínica (ataques de sono), que deve ter evolução de pelo menos três meses,
mais a presença de hipocretina baixa no líquor ou alteração na polissonografia.
Tratamento:
Medidas gerais (cochilos ao longo do dia, evitar drogas sedativas, suporte psicossocial, tratamento de comorbidades,
Prazosina e outros alfa-1-adrenérgicos pioram a cataplexia e Teofilina e cafeína podem piorar a sonolência diurna
pela insônia noturna que podem causar.)
Terapia farmacológica:
Sonolência leve a moderada: modafinila (preferência) ou metilfenidato ou, anfetamina; Outros: solriamfetol e
pitolisant.
Sonolência grave/ incapacitante: oxibato de sódio.
Para catalepsia (drogas que levam a supressão do sono REM): venlafaxina, amitriptilina e fluoxetina
Para quadros refratários: oxibato de sódio ou pitolisant.
Parassonias:
São alterações do comportamento que, de forma intermitente, aparecem durante o sono, e que normalmente não
alteram a qualidade do sono.
Terror noturno:
Acomete tipicamente crianças entre 4-12 anos.
Mais comum em meninos do que em meninas e tem relação com história familiar. Acomete o sono REM.
Clínica: quase sempre começa com um grito ou choro, com a criança agitada, com manifestações adrenérgicas
(sudorética, taquipneia, taquicardia). Podem permanecer um tempo acordadas ou desorientadas, não respondendo ás
tentativas dos pais em acalmá-las. Frequentemente retornam ao sono e não se lembram do que ocorreu.
Normalmente, a duração é de 10 a 20 mim com frequência de 1 a 2 crises por mês até 3 a 4 crises por semana.
Diagnóstico: clínico
Tratamento: avaliar o uso de BDZ em baixas doses antes de dormir, se muitas crises semanais.
Sonambulismo:
15% das crianças, com pico de incidência de 8 -12 anos, sendo mais comum em meninos.
Tem forte história familiar. Acomete o sono REM.
Clínica: as crianças se sentam na cama ou até fazem atos mais complexos, como caminhar pela casa, correr, ir ao
banheiro, se vestir, falar, gritar. Após esses episódios as crianças podem despertar desorientadas ou, mais
frequentemente, voltarem para o sono sem recordarem do que aconteceu. O ideal é NÃO acordar a criança e a
retornar para a cama.
Diagnóstico: clínico
Tratamento: fazer uso de BDZ em baixas doses antes de dormir, se muitas crises semanais.
DELIRIUM:
Definição:
Estado confusional agudo (“demência aguda”).
Aproximadamente 30% dos pacientes idosos desenvolverão delirium durante internação hospitalar, sendo que esse
número pode subir para mais de 50% nos casos pós-cirúrgicos, principalmente cirurgia ortopédica e cardíaca. No CTI,
a incidência pode chegar a 75% nos pacientes idosos.
Patogênese:
Circuito cerebral da atenção afetado (envolvendo formação reticular ativadora ascendente, giro do cíngulo, lobo
frontal e parietal;
Diminuição da atividade colinérgica cerebral;
Aumento de citocinas inflamatórias (interleucinas e fator de necrose tumoral).
Fatores predisponentes:
População alvo: idosos (> 65 ano), com demência previa e sexo masculino.
Outros: Depressão, AVC, Parkinson, distúrbio visual e auditivo, imobilidade.
Fatores de risco/precipitantes:
Medicamentos (drogas com efeito anticolinérgicos, opioides, BDZ, polifarmacia; drogas), distúrbios metabólicos,
infecção, anemia, dor, interação em UTI.
Quadro clínico:
É um déficit cognitivo agudo (perda de memória, desorientação, disfasia) e flutuante (ao longo do dia, pior à noite);
déficit de atenção é a sua manifestação principal; alteração do ciclo sono-vigília; alucinações, delírio,; agitação,
sonolência.
Tipos de delirium:
Hiperativo: agitação psicomotora
Hipoativo: apatia, sonolento (forma mais comum)
Misto: agitação alternada com apatia. Flutua com as manifestações ao longo do dia.
Delirium Demência
Diagnóstico:
O diagnóstico é clínico, fundamentado pela história e exame físico do paciente. Basicamente é um paciente idoso que
apresenta alguma “agressão” e inicia com quadro de demência aguda.
CAM-ICU (na UTI) ou CAM (Confusion Assessment Method): Diagnóstico de delirium
Intoxicação aguda:
Clínica:
Euforia leve, com frouxidão do raciocínio, do julgamento e da censura tontura, ataxia e incoordenação motora
confusão mental e torpor coma depressão respiratória e óbito.
Diagnóstico:
O DSM-5 caracteriza a intoxicação por álcool da seguinte maneira (forma resumida):
A. Ingestão recente de álcool.
B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e problemáticas (por exemplo:
comportamento sexual agressivo ou inadequado, humor instável, julgamento prejudicado) desenvolvidas durante
ou logo após a ingestão de álcool.
C. Um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos durante ou logo após o uso de álcool:
1. Fala arrastada;
2. Incoordenação;
3. Instabilidade da marcha;
4. Nistagmo;
5. Comprometimento da atenção ou da memória;
6. Estupor ou coma.
Conduta:
Suporte clínica associado a BDZ ou antipsicótico (haloperidol) em caso de agitação psicomotora
Glicose em caso de hipoglicemia.
Associar tiamina pelo risco da indução da síndrome de Wernicke
** O AUDIT É melhor que o CAGE para identificação de indivíduos com padrão de consumo menos grave, enquanto o CAGE é
melhor para identificação de indivíduos cujo risco de dependência é alto.
Conduta:
Síndromes de Abstinência:
Causa o efeito oposto da ação da droga abstinência, ou seja, o álcool tem efeito depressor, na dependência há
agitação psicomotora (liberação de adrenalina- catecolamina -> sintomas adrenérgicos).
A cessação da ingestão crônica de álcool ou sua redução pode levar ao aparecimento de um conjunto de sinais e
sintomas de desconforto definidos como síndrome de abstinência, cujos sintomas já podem começar a aparecer seis
horas depois do último consumo de álcool.
São autolimitadas, com duração média de sete a dez dias..
Tipos:
Síndrome de abstinência leve: tremor (1° manifestação), ansiedade, cefaleia, sudorese, palpitação, anorexia, insônia,
agitação com inicio 6-36 horas de abstinência. Sem alteração de consciência.
Síndrome de abstinência com crise tônico-clônica: normalmente crise única, breve e com pós-ictal curto. Raramente
evolui para status. Inicio de 6 a 48h após último consumo de álcool
Alucinose alcoólica: alucinações visuais, auditivas e/ou táteis, sem alteração de consciência e com sinais vitais
normais. Inicio de 12 a 48h após o último consumo de álcool.
Delirium tremens: delírio, agitação, taquicardia, hipertensão, febre, sudorese, midríase, manifestações adrenérgicas
associado a delirium. Início de 48 a 96h após o último consumo de álcool. Considerada uma síndrome grave de
abstinência.
Conduta:
Suporte clínico + tiamina (VIT B1) + benzodiazepínico
Avaliar a necessidade de suporte cardiorrespiratório
Avaliar a presença de infecção ou outra patologia concomitante
Fazer tiamina antes da glicose para a prevenção de encefalopatia de Wernicke.
Benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam, clordiazepóxido): droga de escolha para ao tratamento de síndrome de
abstinência.
Fenitoína: não deve ser usada para o tratamento das crises epilépticas nesses pacientes
Para delirium tremens refratário: fenobarbital, propofol, dexmedetomidina. Deve-se evitar o uso de antipsicóticos pois
diminuem o limiar convulsivo.
Intoxicação aguda:
Manifestações clínicas adrenérgicas, como taquicardia, midríase, hipertensão, arritmia, sudorese, febre, crises
epilépticas, náuseas, vômitos, irritabilidade, agressividade, tremor, cefaleia, hiperatividade simpática, hepatite,
rabdomiólise, psicose e polidipsia.
Conduta: suporte e BDZ, em caso de agitação refratária pode ser associado a antipsicótico.
Síndrome de Abstinência:
Pode atingir 8,7% dos usuários de anfetamina. É caracterizada por fissura intensa, ansiedade, agitação, pesadelos,
redução de energia, lentificação é humor deprimido.
Manifestações Clínicas; fissura intensa, ansiedade, agitação, pesadelos, redução da energia, lentificação e humor
depressivo.
O tratamento de base envolve principalmente o suporte psicológico. BDZ podem ser utilizados, mas acaba que o
tratamento medicamentoso deve ser orientado de forma individual.
Intoxicação aguda:
Manifestações adrenérgicas, como taquicardia, midríase, hipertensão, sudorese, aumento da temperatura corporal,
tremor, cefaleia, tiques; e sintomas psíquicos, aumento do estado de vigília, euforia, sensação de bem-etar,
autoconfiança elevada, acelera. Podendo evoluir para ICC, edema agudo de pulmão (potente droga adrenérgica).
Em grandes quantidades (overdose) pode causar insuficiência cardiaca aguda, edema agudo de pulmão, arritmias,
hipertermia, crise epiléptica e morte (geralmente por AVC e arritmias).
Conduta: suporte associado a BDZ para controle da agitação e droga com bloqueio adrenérgico (fentolamina)
A succinilcolina deve ser evitada na sequência rápida de intubação, pois tem a mesma enzima de metabolização da
cocaína (existirá uma "competição" pelo metabolismo, resultando na diminuição da eliminação das duas, com
aumento do tempo de ação das mesmas);
NÃO fazer uso de betabloqueador: somente bloqueio alfa presente que é hiperestimulado levando a contração dos
vasos sanguíneos IAM, AVC podem ser desencadeados.
Na agitação psicomotora preferir BDZ e no caso de hipertensão grave fazer fentolamina (bloqueador alfa-1 e alfa-2-
adrenérgico)
Síndrome de Abstinência:
São três fases:
1. Conhecida como CRASH: ocorre de 9 horas a cerca de 4 dias do último uso depressão, agitação e anorexia, que
evolui para insônia, fadiga e hiperfagia que progride para sonolência e fissura por cocaína.
2. De aproximadamente uma a dez semanas após o último uso: sono volta ao normal, assim como o humor, ansiedade
leve, incapacidade de obtenção de prazer e falta de energia. Grande fissura por cocaína.
3. Fase de EXTINÇÃO: tem duração indefinida. Paciente volta ao estado mental normal, mas tem episódios de fissura
na qual muitas vezes apresenta recaída.
O tratamento de base envolve principalmente o suporte psicológico, familiar, grupo de apoio. O tratamento
medicamentoso é orientado de forma individual.
Intoxicação aguda:
Manifestações Clínicas: hiperatividade parassimpática, como euforia, sensação de calor, constipação inicial
sonolência, torpor, fala arrastada, atenção e memória prejudicadas, bradicardia, miose intensa, crise epiléptica,
depressão respiratória e coma.
Tríade clássica: coma, miose intensa e depressão respiratória
Na presença de miose e coma: intoxicação por opioide.
Conduta: suporte + naloxone
Síndrome de Abstinência:
Manifestações clínicas: espasmo e dor muscular, diarreia, rinorreia, lacrimejamento, piloereção, midríase,
hipertensão, taquicardia, hipotermia ou hipertermia, calafrios, insônia, ansiedade e fissura.
Tratamento: além do suporte psicológico, pode ser feito com a associação buprenorfina-naloxona (preferência) ou
metadona, ou clonidina.
Intoxicação aguda:
Manifestações clínicas: sedação, depressão do SNC. Pode haver comportamento sexual agressivo ou inadequado,
instabilidade de humor, julgamento prejudicado e sinais e sintomas como: fala arrastada, incoordenação motora,
nistagmo, déficit cognitivo (atenção e memória), estupor e coma.
Conduta: suporte + flumazenil
Síndrome de abstinência:
Os sintomas da síndrome de abstinência começam progressivamente dentro de dois a dez dias após a parada do
medicamento..
Manifestações Clínicas: ansiedade, insônia, fadiga, tremores, sudorese, palpitações, náuseas, vômitos, cefaleias,
dores musculares, irritabilidade, dificuldade de concentração, pesadelos, prejuízo de memória, delirium, alucinações e
convulsões. Semelhante ao álcool: tremores, agitação.
A dependência pode ser evitada com a prescrição do medicamento por curto prazo (até duas a quatro semanas) e
em baixas doses.
Em quadros de síndrome de abstinência retornar o uso de BDZ e proceder coma retirada gradual.
Conduta: retirada gradual da droga. Uma opção durante a retirada é a substituição por BDZ de longa duração em
dose equivalente Diazepam 10mg =
Alprazolam 0,75 a 4 1
Lorazepam 2a6 2
Clordiazepóxido 15 a 100 25
Clonazepam 1a3 2
Diazepam 4 a 40 10
Nitrazepam 5 a 10 10
Intoxicação aguda:
Manifestações clínicas: ansiedade ou depressão, medo de perder o juízo, paranoia, julgamento prejudicado.
Alterações na percepção em estado de vigília, como despersonalização, ilusões, alucinações, principalmente. E
ainda, sinais físicos (adrenérgicos) como midríase, taquicardia, sudorese, palpitações, visão turva, tremores e
incoordenação motora.
Tratamento: suporte + tranquilização do paciente, orientando que os sintomas irão desaparecer com o tempo.. Em
casos graves: haloperidol e BDZ.
Síndrome de abstinência:
Não ocorre neste caso.