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E agora,
o que eu faço?
Técnicas de fortalecimento muscular da região da faringe têm
bons resultados a longo prazo. Para melhoria imediata, há
outras soluções
Silvio Musman
11/12/2019 06:00
Pesquisas mostram que, na região sudeste do Brasil, até 30% das pessoas podem estar acometidas. Se
não tratada, aumenta o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, metabólicas e
a disfunção neurológica.
Um dos fatores que causa a obstrução das vias aéreas superiores é o relaxamento dos músculos
dilatadores da faringe. Assim sendo, já existem técnicas de exercícios que fortalecem esses músculos,
ajudando a manter um relativo nível de tensão muscular mesmo durante o sono, ajudando a prevenir
ou reduzir o grau de obstrução aérea. Na prática clínica, esse trabalho de reforço muscular é realizado
por fonoaudiologistas.
Entretanto, para um resultado mais rápido e imediato, existem duas alternativas principais: aparelhos
intra-orais de avanço mandibular e equipamentos conhecidos como CPAP.
O aparelho intra-oral atua avançando a mandíbula e, dessa maneira, traciona as estruturas de
sustentação da faringe, reduzindo o grau de oclusão dela durante o sono. É uma opção que funciona
bem para casos leves a moderados e que também auxilia bastante na redução do ronco, que tanto
incomoda pacientes e cônjuges. Esse tratamento deve ser conduzido por dentistas experientes no
tema, de preferência especialistas em odontologia do sono.
Contudo, apesar de não ser um tratamento curativo, a principal opção na abordagem da apneia do
sono é o CPAP (sigla de continuous positive airway pressure), aparelho que ajuda a manter as vias
aéreas superiores abertas durante o sono através da produção de um fluxo de ar constante.
Existem atualmente vários tipos de CPAP, inclusive os que funcionam de modo automático,
mensurando a quantidade de pausas respiratórias e ajustando o nível de pressão necessária para
reduzí-las ao longo da noite de sono.
O paciente coloca uma pequena máscara na face logo antes de dormir; a máscara se conecta ao
equipamento através de um tubo por onde passa o fluxo de ar.
Como toda novidade, as pessoas sentem algum desconforto inicial mas isso dura apenas uma a duas
noites, pois a redução das apneias melhora de forma significativa a qualidade do sono, devolvendo
sua função restauradora com queda da sonolência diurna, melhora na atenção e concentração,
além de controlar também o ronco.
Eu sou o Dr. Silvio Musman, médico especialista em pneumologia, medicina do sono e do exercício.
E se você tem perguntas, mande pra mim pelo silviomusman@yahoo.com.br
(foto: Wikipedia)
O que perturba seu sono?
Somos governados por um ciclo biológico que dura cerca de 24 horas e que, por isso, é chamado de
ritmo circadiano. Além disso, substâncias químicas se acumulam em nossos neurônios enquanto
estamos acordados, aumentando a pressão e necessidade de dormir.
O sono não é uma fase inativa em nossas vidas, pelo contrário, existe muita atividade cerebral
acontecendo. Fatos importantes e aprendizados são retidos através da consolidação da
memória e aqueles irrelevantes são descartados.
As apneias podem ser do tipo obstrutivo, por oclusão das vias aéreas superiores ou centrais,
por falta de comando cerebral para se iniciar uma respiração.
Quando ultrapassa 30 eventos por hora de sono, a apneia do sono é classificada como grave e,
se não tratada, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares como
hipertensão arterial, arritmias cardíacas, insuficiência coronariana e acidente vascular cerebral,
além de agravar o diabetes, a obesidade e hipertensão pulmonar.
O típico portador de apneia do sono ronca, acorda cansado, levanta à noite para urinar e passa
o dia fadigado, sem energia e sonolento.
Se você se identificou com alguma dessas características, procure seu médico, peça para realizar
uma polissonografia, exame definitivo para o diagnóstico.
Caso o resultado seja positivo, o tratamento mostra resultados excelentes. Sua vida será outra!!