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Curso: Medicina Bacharelado

Disciplina: Clínica Médica- Pneumonologia


Docente: Dra. Shirley Medeiros Leal Lopes
Período: 2023.2

Síndrome da Apneia
Obstrutiva do Sono
Aluizio de Freitas Carvalho Filho Luís Eduardo A. C. Vasconcelos
Ariadna Rebeca dos Santos Campos Mariana Oliveira Dumont Vieira
Beatriz Barros Cardoso Nathanael dos R. Pereira
Gustavo de Oliveira Silva Silas de Sales Silva
Iluscka Gabriela Sales de Sousa Yago Vieira Lima
01
Conceito
SAOS

É um tipo mais grave e mais prevalente de distúrbio ventilatório


que ocorre durante o sono;
Os fatores de risco são multifatoriais porém a doença ocorre devido
o colabamento das estruturas anatômicas da orofaringe, que
causam uma obstrução parcial ou total do lúmen das vias aéreas;
O sintoma clássico dessa doença são ronco ciclícos e persistentes,
despertares noturnos e sonolência diurna aumentada;
02
Classificação
Distúrbios obstrutivos do sono
Síndrome da apnéia Obstrução total (apneia) ou parcial
(hipopneia) recorrente da via aérea
obstrutiva do sono (SAOS) superior durante o sono.

Distúrbios associados à hipoventilação


Hipoventilação alveolar devido o aumento
Síndrome da hipoventilação da carga mecânica imposta ao tórax pela
da obesidade (Pickwick) obesidade e redução do impulso
ventilatório.

Distúrbios de origem central


Pausa respiratória com ausência de esforço respiratório;
Apneia central Causas: doenças neuromusculares, deformidades torácicas
ou lesões do SNC.
03
Epidemiologia
MUNDO BRASIL
Cerca de um bilhão (aprox. 30% da Estimado, top 10 de países;
população); 49 milhões com IAH ≥ 5
425 milhões: idade entre 30 e 69 eventos/h;
(AOS moderada/grave); 25 milhões com IAH ≥ 15
Homens > Mulheres; eventos/h.
Grupos de idosos: 90% nos homens
e 78% nas mulheres.

OBS.: Em relação à etnia (pareados para idade, sexo e IMC) orientais


apresentaram maior gravidade, provavelmente relacionada às
diferenças anatômicas craniofaciais.
04
Fisiopatologia
Colapso do palato mole e da base da
língua sobre a parede faríngea
Obstrução/estreitamento da
posterior
orofaringe
Redução da atividade dos músculos
dilatadores da faringe Produção de roncos
com a passagem do ar
Apneia: redução do fluxo de
ar que chega aos pulmões
por pelo menos 10 segundos

avaliar com a polissonografia


Descarga de catecolaminas
provocam o microdespertar e
as respostas autonômicas

Desregulação do sono

Sonolência excessiva diurna (SED)


05
Fatores de Risco
Fatores de Risco
P (pescoço) Circunferência cervical > 43 cm em homens e 40 cm em mulheres.

R (retrognatia) Posição mais posterior do mento.

O (obesidade) A cada aumento de 10% no peso, o risco de SAOS aumenta seis vezes.

L (língua) Macroglossia.

A Acromegalia.

T (tonsila) Estreitamento peritonsilar lateral.

I (idade) Maior prevalência a partir da sexta ou sétima décadas.

M (masculino) SAOS é três vezes mais prevalente em pacientes do sexo masculino.


Fatores de Risco
Doenças cardiovasculares associadas à SAOS:

Hipertensão arterial: SAOS está presente em 60% dos


pacientes com HAS resistente.
Doença coronariana: aumento de 60% no risco.
Acidente vascular cerebral (AVC): aumento de 30% no risco.
Insuficiência cardíaca (ICC) com cor pulmonale: aumento de
140% no risco.
Arritmias atriais (principalmente fibrilação atrial): risco
quatro vezes maior.
06
Diagnóstico Clínico
SINTOMAS DIURNOS x NOTURNOS
1. Sonolência Excessiva Diurna
ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH (quantificação).

Acima de 10 pontos: sonolência diurna é considerada excessiva e deve ser investigada


EXAME FÍSICO:
A obesidade é comum nos pacientes com SAOS: facilita o estreitamento da
orofaringe e, consequentemente, a obstrução da via aérea.
EXAME FÍSICO:
Circunferência Cervical > 43 cm em homens e > 40 cm em mulheres;

Hipertrofia de adenóides;

Macroglossia, tonsilas e úvula volumosas, palato elevado ou estreito e


oclusão dos dentes superiores à frente dos inferiores são fatores preditores
para SAOS.

Anormalidades faciais, como retrognatia (posição posterior do mento em


relação a indivíduos normais), alterações nasais (menos importantes) e
tamanho reduzido de ossos da face são vistos em pacientes com SAOS.
EXAME FÍSICO:
Pacientes com Classificação de Mallampati III e IV apresentam risco
aumentado de SAOS.
QUESTIONÁRIO “Stop-Bang”:
TRIAGEM - pacientes com risco de SAOS;
07
Exames
Polissonografia de noite inteira
Eletroencefalograma - EEG
Eletro-oculograma - EOG
Eletromiograma- EMG
Eletrocardiograma - ECG
Oxímetro de pulso
Cinta abdominal
Sensor de movimento de membros
inferiores
Sensor de fluxo aéreo nasal
Microfone: roncos e eventuais falas
Apneia: Redução de 90% do fluxo basal durante pelo menos 10 segundos
Hipopneia: Queda de 30-90% do fluxo aéreo basal por mais de 10 segundos
Determinação das fases do sono
Índice de apneia-hipopneia (IAH)

-> A polissonografia vai registrar o número de eventos respiratórios


-> IAH normal é 0-4/h

SAOS leve: IAH 5-14/h


SAOS moderada: IAH 15-29/h
SAOS grave: IAH igual ou maior a 30/h
07
Tratamento
Tratamento da SAOS
O objetivo do tratamento da SAOS é restaurar a passagem do
ar pela via aérea superior e reverter as manifestações
clínicas diurnas e noturnas, reduzindo o risco de
desenvolvimento de complicações, sobretudo as
cardiovasculares.

TRATAMENTO MULTIMODAL
Tratamento da SAOS
redução de peso por meio de dieta,
tratamento da sonolência excessiva diurna: » antidepressivos
inibidores de recaptação de serotonina: fluoxetina e
venlafaxina; » psicoestimulantes: modafinil, metilfenidato,
anfetaminas; » medidas de higiene do sono;
terapia posicional: evitar decúbito dorsal;
aparelho intraoral ou retentor lingual: funcionam apenas para
SAOS leve;
aparelho de pressão positiva de ar na via aérea (CPAP ou
BIPAP);
tratamento cirúrgico (uvulopalatofaringoplastia).
Tratamento da SAOS

uvulopalatofaringoplastia

Aparelho de pressão positiva


do ar

Aparelho intraoral
Tratamento da SAOS
Tratamento da SAOS

o uso de benzodiazepínicos para indução do sono é totalmente


contraindicado (pode haver piora do relaxamento muscular e
agravamento do quadro de apneia!).
Nos casos de SAOS moderada a grave, o tratamento padrão
ouro é o uso de aparelhos de pressão positiva na via aérea.
Tratamento da SAOS
Alguns casos de SAOS podem se tratar com cirurgia.
O maior exemplo é quando o paciente tem hipertrofia de tonsilas,
principalmente em crianças.

ENURESE --> pode ser sintoma de SAOS --> melhora com Adenotonsilectomia
exemplos de
adenotonsilectomia:
antes

Insira um tópico Insira um tópico


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depois
UVULO-PALATO-FARINGO-
PLASTIA
Uma outra cirurgia realizada é a uvulopalatofaringoplastia
(UPPP). Nela se faz a ressecção de parte do palato mole,
mas como a língua também é uma fonte de obstrução, é
muito comum os pacientes apresentarem recorrência da
SAOS após algum tempo da operação.
Assim, a UPPP não tem a mesma eficácia que o CPAP, e
seu efeito esperado é a melhora de 50% do índice de
apneia-hipopneia e queda no IAH para menos de 20
eventos/h. Os índices de sucesso da UPPP variam de 30%
- 80%.
UVULO-PALATO-FARINGO-
PLASTIA
EXEMPLOS EM
IMAGENS:
TRAQUEOSTOMIA

A traqueostomia é
a cirurgia mais
definitiva, mas ela
é de exceção
09
Prognóstico
Prognóstico da SAOS
SAOS não tratada ou não reconhecida:
Maior risco de hipertensão e lesões traumaticas (adormecimento
durante atividades perigosas)
Menor qualidade de vida

De modo geral, a SAOS apresenta bom prognostico quando o


tratamento é instituído e aceito, e é eficaz.
Prognóstico da SAOS
SAOS tratada:
Melhor qualidade do sono
Melhor estado de alerta durante o dia ( redução da sonolência
diurna excessiva)
Melhor qualidade de vida
Diminuição da pressão arterial (2-4 mmHg com o uso do CPAP)
Maiores reduções sao observadas em pacientes com IAH alto,
sonolencia diurna ou em pacientes com HAS resistente.
Possível redução do risco de acidente vascular encefálico e
declínio da função renal
OBRIGADO!

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