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VALVOPATIAS

CARDÍACAS
VALVAS CARDÍACAS
VALVOPATIAS

• ESTENOSE (diminuição da área de vasão)

• INSUFICIÊNCIA (refluxo)

• DUPLA LESÃO
VALVOPATIAS
• MITRAL
• AÓRTICA
• TRICÚSPIDE
• PULMONAR (congênita)
• LESÕES ASSOCIADAS (acometimento
de mais de uma valva)
VALVOPATIAS ETIOLOGIA
• CONGÊNITA • ADQUIRIDAS
reumática
degenerativa
aterosclerótica (infarto)
inflamatória
infecciosa (endocardite)
traumática
SÍNDROME DE MARFAN
• É uma doença genética multissistêmica que
provoca alterações no tec. conjuntivo (na proteína
fibrilina), com foco principalmente no coração,
esqueleto e olhos, em muitos casos é hereditária.
• Mutação do gene FBN1(dominante) no
cromossomo 15q21. O custo do teste genético
para análise sequenciada completa é muito
elevado.
• Incidência de 2-3 por 10.000 nascidos vivos, sem
predileção de gênero.
SÍNDROME DE MARFAN
Manifestações clínicas:
•Historia genético/familiar
•Indivíduos longilíneos:
O crescimento desproporcional/ossos longos, geralmente
é a manifestação mais evidente.
Estatura elevada, escoliose, pé “chato”.
Deformidades torácicas (pectus carinatum – p. pombo;
pectus excavatum – p. sapateiro).
Braços, pernas, mãos e dedos alongados (aracnodactilia)
e articulações excessivamente flexíveis.
SÍNDROME DE MARFAN
Manifestações clínicas:
•Alterações cardiovasculares:
Prolapso V. mitral, calcif. anel mitral com < 40 anos, I.M.
Dilatação do anel valvar aórtico podendo ocasionar I.Ao.
Ectásia, aneurisma ou dissecção da aorta.
•Alterações oculares (deslocamento de retina, córnea
plana, luxação do cristalino, etc.)
•Pneumotórax espontâneo, “blebs” apical
•Alterações de pele (estrias atróficas)
•Alterações do saco dural (dor lombar)
VALVOPATIA MITRAL
VALVA MITRAL
ESTENOSE MITRAL
ETIOLOGIA
• DOENÇA REUMÁTICA (mais comum)
• Sindrome de Lutembacher (associação de
CIA o.s. – com EM cong. ou não)
• TROMBO OU TUMOR (mixoma de AE)
• CALCIFICAÇÃO
• ENDOCARDITE (vegetação bacteriana)
• VALVULITE CRÔNICA (LES)
ESTENOSE MITRAL
FISIOPATOLOGIA
• Aumento da pressão no AE
• Aumento do volume do AE (Fibril. Atrial)
• Aumento da pressão venocapilar pulmonar
• Sinais/Sint. de congestão pulmonar (IC esq.)
• Hipertensão pulmonar (PSAP):
(leve 35-50 mmHg; mod. 50-70 mmHg; import. > 70 mmHg)
até 70 mmHg (SVD)
acima de 70 mmHg (Falência do VD)
• Hiperresistência vascular pulmonar
• Insuficiência ventricular direita (IC direita)
ESTENOSE MITRAL
CLASSIFICAÇÃO
• ÁREA DE VASÃO VALVAR (normal) 4-6 cm²
Grad. diast. med.
AE/VE
• EM leve: 2,5-1,6 cm² < 05 mmHg
• EM moderada: 1,5-1,0 cm² 05-10 mmHg
• EM severa: menor que 1,0 cm² >10 mmHg
ESTENOSE MITRAL
ESTENOSE MITRAL
EVOLUÇÃO
• APÓS 2 A 20 ANOS DA LESÃO VALVAR
INICIAL, TEM INÍCIO OS PRIMEIROS
SINTOMAS, DEVIDO A ELEVAÇÃO
CRÔNICA DA PRESSÃO DE ATRIO
ESQUERDO E CRESCIMENTO DO MESMO.

• SINTOMAS SEVEROS - ENTRE 10 A 20 ANOS


(mais precoce em regiões subdesenvolvidas)
ESTENOSE MITRAL
QUADRO CLÍNICO

• MAIS FREQUENTE NAS MULHERES (2/3)


• DISPNÉIA, TOSSE, SIBILÂNCIA (devido a
Hipertensão Venocapilar Pulmonar)
• ORTOPNÉIA, DISPNÉIA PAROXÍSTICA
NOTURNA, FADIGA.
• ROUQUIDÃO devido a compressão do nervo
laríngeo recorrente pelo AE (Sínd. de Ortner)
ESTENOSE MITRAL
QUADRO CLÍNICO
• TAQUICARDIA, FIBRILAÇÃO ATRIAL
(frequente na EM - risco de tromboembo-
lismo)
• HEMOPTISE LEVE devido a hipertensão
venocapilar pulmonar (congestão pulm.)
• INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA
(hepatomegalia, ascite, edema de MMII)
ESTENOSE MITRAL
AUSCULTA CARDÍACA
• 1ª BULHA HIPERFONÉTICA EM FOCO
MITRAL
• ESTALIDO DE ABERTURA EM FOCO
MITRAL (mobilidade razoável)
• RUFLAR DIASTÓLICO (sopro de baixa
frequência, no ápex)
• 2ª BULHA PULMONAR hiperfonética qd. HP
ESTENOSE MITRAL
EX. COMPLEMENTARES
• RADIOLOGIA TORÁCICA (PA)
Primeiro arco (aorta) – Segundo arco (ventriculo)
Terceiro arco esquerdo (AP)
Quarto arco esquerdo dilatado (Apêndice AE)
Duplo contorno inferior direito (AE)
Edema intersticial pulmonar (linhas B de Kerley)
Calcificação do anel mitral
• RX perfil contrastado: deslocamento posterior
do esôfago
RX de TÓRAX
RX
Valvopatia Mitral
ESTENOSE MITRAL
EX. COMPLEMENTARES

• ELETROCARDIOGRAFIA

Onda P mitral (p. mitralis) em D-II


(maior q. 0.12 s.)
Onda P bifásica em V-I (neg. maior q. 0.04 s.)
Fibrilação atrial (50-80% dos casos)
ESTENOSE MITRAL
EX. COMPLEMENTARES
• ECOCARDIOGRAFIA

Alterações do aparelho valvar e subvalvar (calcificação,


espessamento e mobilidade)
Grau de estenose (determinação da AVV e gradiente
diastólico AE-VE)
Alterações das câmaras cardíacas (AE - VD)
Presença de trombos em AE (Transesofágico)
Avaliação da pressão na AP
ESTUDO HEMODINÂMICO
(cateterismo cardíaco)
PACIENTES VALVARES:
•Pacientes com mais de 40 anos.
•Pacientes com risco de DAC (história familiar ou risco
cardiovascular alto)
•Avaliação da HP severa (hiperresistência)
•Quando há desacordo entre o quadro clínico e os exames
complementares
TESTE ERGOMÉTRICO: quando há dúvida referente
a sintomatologia ou para avaliar a resistência física ao
esforço
ESTENOSE MITRAL
TRATAMENTO CLÍNICO
• PROFILAXIA • CLÍNICO (controle da
Febre reumática frequência cardíaca na
Endocardite bacteriana FA; EM moderada a
importante)
Betabloqueadores
• MEDIDAS GERAIS Diurético
Correção da anemia Digital (na FA)
Antiagregante plaquet. ou
Adequar ativ. física
anticoagulação (na FA, AE
Diminuir sal e liquidos grande >55mm ou evento
embólico)
ESTENOSE MITRAL
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• INDICAÇÕES
AVV igual ou menor que 1,2 cm²
Sintomas classe III e IV (NYHA)
Fenômeno tromboembólico de repetição
• PROCEDIMENTOS
Comissurotomia, valvoplastia p/ catéter balão
Troca valvar por prótese
ESTENOSE MITRAL
Eco Transtorácico ou Transesofágico
CRITÉRIOS ou ESCORE de BLOCK-WILKINS
(1 – 8 bom; 9 – 12 gray zone; 13 – 16 ruim)
•mobilidade dos folhetos (1 - 4)
•grau de espessamento dos folhetos (1 - 4)
•grau de calcificação dos folhetos (1 - 4)
•espessamento do aparelho subvalvar (1 - 4)
Valvoplastia por catéter-balão (indicação)
•Escore até 8 (Calcificação ou Ap. Subvalvar até 2)
•Ausência de IM associada (moderada ou grave)
•Ausência de trombo em AE ou apêndice AE (ECO TE)
VALVOPLASTIA POR
CATÉTER-BALÃO
VALVOPLASTIA POR
CATÉTER-BALÃO
INSUFICIÊNCIA MITRAL
FRAÇÃO DE REGURGITAÇÃO
• Análise pela penetração do jato regurgitante em A.E.
(DOPPLER COLORIDO)
leve: < 2 cm
moderada: 2 - 4 cm
grave ou severa: > 4 cm (atinge parede contra-lateral)
• Determina fração de regurgitação mitral p/ ÁREA no A.E.
menor que 30% leve (< 20% escape)
30 – 60% moderada
> 60% grave/severa
• Largura da vena contracta (menor porção do jato regugitante na
valva)
menor que 3 mm leve
de 3-7 mm moderada
maior 7 mm importante
INSUFICIÊNCIA MITRAL
ETIOLOGIA
• REUMÁTICA
• PROLAPSO VALVAR (protrusão das cúspides para atrio
esquerdo
• CONGÊNITA (CIA op)
• INFLAMATÓRIA (LES , Esclerodermia)
• DEGENERATIVA (Degeneração mixomatosa, S. Marfan,
Calcificação)
• ENDOCARDITE INFECCIOSA
• SECUNDÁRIA A DILATAÇÃO DO VE
• MIOCARDIOPATIA ISQUÊMICA
INSUFICIÊNCIA MITRAL
MECANISMO
• O refluxo pode ocorrer por:
Dilatação do anel mitral por cardiomegalia
Rotura ou alongamento de cordoalha
Rotura ou disfunção de músculo papilar
Retração ou lesão dos folhetos
Prolapso valvar
• IM crônica (por sobrecarga crônica de volume no VE)
PROVOCA AUMENTO DA PRESSÃO E DO VOLUME NO
ATRIO ESQUERDO
• HISTÓRIA NATURAL
Sobrevida de:
80% em 5 anos
60% em 10 anos
IM severa: 45% em 5 anos
INSUFICIÊNCIA MITRAL
ETIOLOGIA

• AGUDA

Endocardite infecciosa
Pós infarto do miocárdico (disfunção Musc. papilar)
Pós valvoplastia convencional ou por catéter-balão
Disfunção de prótese mitral
Pós trauma torácico fechado
INSUFICIÊNCIA MITRAL
QUADRO CLÍNICO
• SINAIS E SINTOMAS DA INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA ESQUEDA
• AGUDA (congestão pulmonar de instalação rápida e
grave, podendo levar a edema pulmonar, baixo débito
cardíaco e choque)
• ICTUS CORDIS AMPLO, HIPERDINÂMICO E
DESVIADO PARA ESQUEDA (devido a hipertrofia e
crescimento do VE)
• PODE OCORRER FRÊMITO
INSUFICIÊNCIA MITRAL
QUADRO CLÍNICO
• AUSCULTA CARDÍACA
Hipofonese de 1ª bulha em foco mitral
Hiperfonese de 2ª bulha em foco pulmonar (HP)
3ª bulha frequente
Sopro holossistólico no ictus (alta frequência),
mais audível em decúbito lateral esquerdo com
irradiação para axila esquerda.
Sopro piante pode sugerir rotura de cordoalha
INSUFICIÊNCIA MITRAL
EX. COMPLEMENTARES
• RADIOLOGIA • ELETROCARDIOG.

Cardiomegalia (aumento Sobrecarga de VE


do VE e AE) (S profundo em V1-V2 e
Congestão pulmonar R elevado em V4-V5)
(Linhas B de Kerley) Sobrecarga de AE
Calcif. do anel mitral Fibrilação atrial
INSUFICIÊNCIA MITRAL
EX. COMPLEMENTARES

• ECOCARDIOGRAFIA

Auxilia na identificação da etiologia da IM


Avaliação da fração de regurgitação e do jato
regurgitante: em leve, moderada ou severa
Avaliação das cavidades (AE e VE) hipertrofia e
dilatação
Avaliação da função do VE
INSUFICIÊNCIA MITRAL
TRATAMENTO
• PROFILÁTICO • CIRÚRGICO
Para febre reumática Percutâneo: MitralClip
Para endocardite Valvoplastia c/ anel
• T.T. da ICC
Implante de prótese
O medicamentoso não
INDICAÇÃO
diminui morbimortalidade
indicado como ponte para IM crônica importante em
cirurgia. classe funcional III/IV
IECA e diurético. Betabloq. IM aguda importante
apenas para controle da FC
na FA
MITRALCLIP
MITRALCLIP
VALVA

TRICÚSPIDE
Estenose tricúspide é valvopatia
muito rara, tendo como causa: tumor
de AD, síndrome carcinóide,
endocardite infecciosa ou congênita.
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE
ETIOLOGIA
• REUMÁTICA (associada a outras valvas)
• ENDOCARDITE INFECCIOSA (usuários de
drogas injetáveis)
• INFARTO DO VENTRICULO DIREITO
• INFLAMATÓRIA / DEGENERATIVA
• CONGÊNITA (Anomalia de EBSTEIN)
• CARDIOMIOPATIA DILATADA
• SECUNDÁRIA A HIPERTENSÃO PULMONAR
ANOMALIA de EBSTEIN
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE
QUADRO CLÍNICO
• INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA
Fadiga
Hepatomegalia , Ascite
Edema de MMII
Estase jugular , Pulso Venoso
Impulsão ou abaulamento paraesternal esquerda
(devido a sobrecarga e aumento do VD)
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE
QUADRO CLÍNICO

• AUSCULTA CARDÍACA

Sopro holossistólico que aumenta de intensidade


com inspiração profunda (fenômeno de Rivero-
Carvalho) e pela compressão hepática
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE
EX. COMPLEMENTARES
• AUMENTO DAS CÂMARAS CARDÍACAS
DIREITAS

Radiologia (aumento do arco inferior direito)


Eletrocardiografia (hipertrofia)
Ecocardiografia
Cateterismo cardíaco
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE
TRATAMENTO
• PROFILÁTICO • CIRÚRGICO
Endocardite Geralmente desnecessário.
Febre reumática Apenas na IT importante
quando associada com outras
valvopatias ou quando
• Da ICC
refratária ao TT clínico.
Diuréticos, IECA, betabloq. Anuloplastia
Restrição hídrica (1000 Bioprótese (raramente)
mL/dia)
PLASTIA TRICÚSPIDE
com ANEL
“Uma viagem de mil milhas
começa com um passo”

Lao-Tze

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