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Referência bibliográfica:
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 19ª Ed. São Paulo. Malheiros,
2001.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário/ Alexandre Mazza – 4.ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/ind.asp - Acesso em
08 de novembro de 2018.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7045/A-Medida-Provisoria-no-Direito-
Tributario-analise-a-luz-do-principio-da-legalidade - Acesso em 08 de novembro de 2018.
https://jus.com.br/artigos/39486/imunidades-tributarias-previstas-na-constituicao-com-
destaque-para-a-imunidade-reciproca-atribuida-aos-servicos-postais-correios - Acesso em 08
de novembro de 2018.
https://anafrodrigues.jusbrasil.com.br/artigos/398639912/imunidade-tributaria-dos-partidos-
politicos - Acesso em 09 de novembro de 2018.
https://wtsobrinho.jusbrasil.com.br/artigos/326753999/imunidade-tributaria-que-beneficia-
partidos-politicos - Acesso em 10 de novembro de 2018.
Princípios:
1. O que se entende por princípio da anterioridade tributária? Quais são suas espécies?
Todos os tributos deverão obedecer referido princípio?
Dessa forma, o art.150, III, da Constituição Federal deixa claro que o intervalo da
anterioridade só se aplica para criação e aumento do tributo, mas não quando o tributo é
reduzido ou extinto.
As leis que reduzem ou extinguem tributos, embora muito raras no Brasil, tem
aplicação imediata, não se sujeitando a qualquer intervalo de anterioridade na medida em que
são mais benéficas ao contribuinte, inexistindo lógica na invocação de uma garantia (regra da
anterioridade) contra o interesse de seu titular (contribuinte).
”Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nem cobrado,
em cada exercício, sem que a lei que o houver instituído ou aumentado esteja em vigor
antes do início do exercício financeiro, ressalvados a tarifa alfandegária e a de
transporte, o imposto sobre produtos industrializados e o imposto lançado por motivo
de guerra e demais casos previstos nesta Constituição”.
Prevista no art.150, III, b, da CF/88: valia para a maioria absoluta dos tributos,
transferindo a possibilidade de sua arrecadação para o exercício (ano) seguinte ao da
publicação da lei que os tivesse instituído ou majorado;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b.
Dessa forma, agora a regra geral para a maioria dos tributos passou a ser o funcionamento
combinado das duas anterioridades, anual e nonagesimal, aplicando-se regra da anterioridade
mais benéfica para o contribuinte.
Desse modo, após a Emenda 42/2003, para realizar a contagem da data a partir da qual o
tributo pode ser exigido basta aplicar separadamente as duas anterioridades sobre o dia em
que foi publicado a lei que instituiu ou majorou o tributo. A ideia de que deve se empurrar a
cobrança para mais longe indica a data correta da exigência.
Portanto, mesmo que a lei, esteja instituindo ou majorando tributo, seja publicada e
entre em vigor na mesma data, não haverá afronta ao princípio da anterioridade, desde que
qualquer exigência somente seja realizada no exercício seguinte (anterioridade anual),
observando o intervalo mínimo de noventa dias (anterioridade nonagesimal).
Tal orientação está expressa no art.104, III, do Código Tributário Nacional, prescreve:
O entendimento do Supremo Tribunal Federal era que na isenção, o tributo já existe. Por
isso, revogado o favor legal, força é concluir que um novo tributo não foi criado, senão que
houve apenas a restauração do direito de cobrar o tributo, o que não implica a obrigatoriedade
de ser observado o princípio da anterioridade (RE 204.026). Tal visão, foi recentemente
alterada pelo STF, que voltou a aplicar a anterioridade na revogação de benefícios fiscais (RE
564225 rel. Min.Marco Aurélio).
Por meio da Emenda 42/2003 a redação do §1º do art.150 da Constituição Federal de 1988
foi alterada defendendo, portanto, um conjunto de três grupos de exceções ao princípio da
anterioridade. São elas:
Nesse grupo estão os tributos que não se sujeitam nem à anterioridade anual, nem à
nonagesimal. São eles: alteração nas alíquotas do Imposto de Importação, Imposto de
Exportação, Imposto sobre Operações Financeiras, bem como criação e majoração do Imposto
Extraordinário de Guerra e do Empréstimo Compulsório nos casos de calamidade pública ou
guerra externa;
Nesse grupo temos os tributos que, embora submetidos à anterioridade nonagesimal, não
cumprem a anual, razão pela qual podem ser exigidos noventa dias após a publicação do ato
normativo que os houver instituído ou majorado, ainda que a cobrança ocorra no mesmo ano.
São eles: instituição ou majoração do Imposto sobre Produtos Industrializados, Contribuições
Sociais (art.195 da CF) Cide/Combustíveis e ICMS/Combustíveis (art.155, §4º, IV, c, e §5º da
CF);
3) Tributos que respeitam somente a anterioridade anual (não se sujeitam ao
intervalo mínimo de noventa dias):
Por fim, no terceiro grupo estão os tributos que se submetem somente à anterioridade
anual, mas não à nonagesimal. Nesse caso, tais tributos podem ser cobrados sempre em
primeiro de janeiro do ano seguinte ao da publicação do ato normativo que os tiver instituído
ao majorado, independentemente do intervalo mínimo de noventa dias. São eles: Imposto de
Renda, bem como as alterações na base de cálculo do IPTU (mudança na planta genérica de
valores que implique aumento real no imposto) e na base de cálculo do IPVA (modificação na
tabela oficial de valores de veículos resultando em majoração efetiva no valor do carro).
Nesses casos, inexiste criação ou majoração do tributo, por isso a lei produz efeito
imediatamente, sem qualquer intervalo mínimo.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 62, trouxe ao ordenamento brasileiro novo
regramento à anterior possibilidade de edição de Decreto-lei, vigentes nas Constituições de
1967 e 1969, agora denominados de medida provisória, e com relevantes alterações.
Para Hugo de Brito, “o abuso nas edições e principalmente nas reedições de medidas
provisórias, terminou legitimando aquela pratica indevida. De todo modo tem um novo
regime jurídico constitucional para as medidas provisórias, que seguramente ainda não é o
ideal, mas tem alguns aspectos positivos”.2
Nas palavras de Marco Aurélio Greco, defensor da natureza jurídica das medidas
provisórias como atos administrativos:
“A medida provisória é convertida em lei, logo, em si mesma não é lei, pois não
se converte o que já é. Quanto à natureza, não difere de um decreto, é ato
administrativo com força de lei, igualmente um ato oriundo do Poder Executivo. A
competência que ele se apoia não é legislativa em sentido técnico”. 3
1
(Sabbag, Eduardo. Manual de direito tributário- 8. Ed.- São Paulo: Saraiva, 2016).
2
( MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 36ª Ed., revisada e atualizada, p. 84).
3
( GRECO, Marco Aurélio. Medidas Provisórias. São Paulo: Ed. RT, 1991. p. 15).
A medida provisória, devido ao seu uso constante, tornou-se importante fonte primária do
direito brasileiro. Desde a Emenda Constitucional n. 32/2001, permitiu-se a utilização da
medida provisória em matéria tributária, embora a doutrina majoritária sustente a
inconstitucionalidade da instituição e majoração de tributos através desse instituto.
Essa medida, criada para substituir o decreto-lei, surgiu para limitar os excessos e abusos
que existiam com a utilização do decreto. Trata-se de um ato normativo e provisório que,
dentre outras, limita-se à competência do Presidente da República, possuindo, por isso,
eficácia e valor de lei. Está prevista no artigo 59, V da Constituição Federal.
O uso desse ato normativo na seara tributária iniciou-se após a EC 32/2001, tornou-se
possível a adoção das Medidas Provisórias em matéria tributária, instituindo ou majorando
tributos, os quais passaram a vigorar no exercício financeiro seguinte desde que convertidas
em lei até o último dia do ano que foi editada. Tal fato pode ser observado no art. 62 da
Constituição Federal.
Para essa corrente majoritária, a utilização das medidas provisórias no campo do direito
tributário desrespeitaria o princípio da legalidade tributária e da segurança jurídica, isso
porque o próprio art. 62, caput, CF, afirma que a medida provisória possui “FORÇA DE
LEI”, assim a MP não é uma Lei propriamente dita, uma vez que está inicialmente sujeita à
conversão em lei. Além do mais, o art. 59 da Constituição Federal estabelece “lei” e “medida
provisória” como espécies normativas distintas.
Outro argumento que merece ser destacado também em oposição à utilização das MP’s
são seus pressupostos. Ora, relevância e urgência não se amoldam ao princípio da
anterioridade tributário, cujo objetivo é conceder aos contribuintes tempo para organização e
planejamento orçamentário posterior pagamento do tributo.
Imunidades:
As imunidades têm natureza jurídica na medida em que são, ao mesmo tempo, limitações
constitucionais ao poder de tributar, restringindo o poder do Fisco de instituir tributos, e
também garantias fundamentais do contribuinte.
Segundo Alexandre Mazza, (p.326): “Imunidades são normas constitucionais que limitam
a competência tributária afastando a incidência de tributos sobre determinados itens ou
pessoas”.4
As imunidades gerais estão presentes no art.150, VI, da Constituição Federal de 1988, são
elas: imunidade recíproca (art.150, VI, a); imunidade religiosa (art.150, VI, b); imunidade dos
partidos políticos (art.150, VI, c); imunidade de imprensa (art.150, VI, d); imunidade musical
(art.150, VI, e).
4
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário/ Alexandre Mazza – 4.ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2018.
4. Qual a classificação das imunidades tributárias?
1) Quanto à finalidade:
a) subjetivas
b) objetivas
A principal característica de uma imunidade objetiva é que ela não afasta todos os
impostos, mas somente aqueles diretamente incidentes sobre o item protegido.
2) Quanto à abrangência:
a) gerais
Imunidades gerais são aquelas que, tem como objetivo proteger determinada pessoa ou
certo produto, afastando a incidência de mais de um tributo.
b) específicas
Imunidades especificas são aquelas que estão previstas no texto constitucional, porém,
afasta a incidência de um só tributo.
Exemplos: IPI sobre produtos destinados ao exterior (art.153, §3º, III, CF/88); ITR
sobre pequenas glebas rurais (art.153, §4º, II, CF/88); ICMS sobre operações com ouro
definido em lei como ativo financeiro (art.155, §2º, X, c, da CF/88); ICMS sobre serviço de
comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita (art.155, §2º, X, d, CF/88);
3) Quanto às espécies:
a) tributárias
b) impositivas
4) Quanto à aplicabilidade:
a) autoaplicáveis ou incondicionadas
a) ontológicas
b) políticas
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
Imunidades tributárias aquelas cuja abrangência ultrapassa o âmbito especifico dos impostos.
Como as entidades assistenciais que tem imunidade a contribuições sociais.
O templo não deve ser apenas a igreja, sinagoga ou edifício, onde se celebra a cerimônia
pública, mas também a dependência acaso contígua, o convento, os anexos por força de
compreensão, inclusive a casa ou residência oficial do pároco ou pastor, pertencente à
comunidade religiosa, desde que não empregados para fins econômicos.
Entretanto, de acordo com o §4º do art. 150 retro citado, vale ressaltar que a imunidade
abrange somente patrimônio, renda e serviços, relacionados às atividades essenciais das
entidades. Por via oblíqua, poderá, então, incidir impostos sobre bens pertencentes à Igreja,
desde que não sejam instrumentos da atividade desta. Prédios alugados, por exemplo, assim
como os respectivos rendimentos, podem ser tributados.
Nos termos da previsão constitucional, nenhum imposto incide sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado à sua impressão, seja qual for a natureza, formato ou conteúdo,
haja vista que não há restrições na Carta Maior.
Tal imunidade foi acrescentada recentemente ao inciso VI do art. 150, por meio da
Emenda Constitucional (EC) n. 75 pulicada em 16 de outubro de 2013, ampliando o rol das
imunidades tributárias.
Nos termos do texto da EC, nenhum imposto incide sobre fonogramas (CDs) e
videofonogramas (DVDs) musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
O §3º do art. 150 estipula que essas vedações não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
A Constituição em seu art. 21, X, estipula que compete à União manter o serviço
postal e o correio aéreo nacional e em seu art. 22 diz que compete privativamente à União
legislar sobre o serviço postal.
Por meio do Decreto 509 de 20 de março de 1969, foi criada a Empresa Pública Federal
Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT) para a prestação dos serviços postais (serviços
públicos previstos na CRFB, de prestação obrigatória e exclusiva). Já o art. 12 de tal diploma
conferiu imunidade tributária recíproca àquela empresa pública, para em cumprir seu
desiderato legal.
A Lei 6.538/1978 estipula que os serviços postais e o serviço de telegrama devem ser
explorados pela União, por meio de empresa Pública vinculada ao Ministério das
Comunicações (art. 2º), cujas atividades (art. 9º) devem ser exercidas em regime de
monopólio (exclusividade/privilégio).
8. Imunidade dos partidos políticos (art.150, VI, c, da CF): previsão legal, principais
características, requisitos, aplicação etc.
A imunidade prevista no art.150, VI, c, da CF, trata dos partidos políticos e suas
fundações, além das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos. O mesmo dispositivo esclarece que esta imunidade
somente alcança os impostos, assim mesmo tão somente aqueles relativos ao patrimônio, a
renda e os serviços dos sujeitos da imunidade. Finalmente, esclarece o dispositivo, que o gozo
da imunidade está condicionado ao atendimento de requisitos previstos em lei. Conforme,
dispõe:
5
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
distribuição de lucros. Devem, assim, aplicar todas as suas disponibilidades na manutenção
dos seus objetivos institucionais, à luz da inteligência do art. 14 do Código Tributário
Nacional (CTN). (2011, p. 291-292)6
Mas para que tenha direito à imunidade o partido político deverá obter o registro no
Tribunal Superior Eleitoral. Além de buscar os objetivos constantes do artigo 17 da
Constituição Federal, quais sejam: resguardo da soberania nacional, do regime democrático,
do pluripartidarismo e dos direitos fundamentais da pessoa humana; terem caráter nacional;
não receberem recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros ou ficarem
subordinados a estes; prestarem contas à Justiça Eleitoral e terem subordinação estrita à
legalidade.
Sendo assim, haverá imunidade para as fundações dos partidos políticos, em relação a
impostos incidentes sobre o seu patrimônio, renda ou serviços.
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, mas com munus público
em virtude da disposição do Art. 44, V do Código Civil. Pela própria importância de que se
revestem, os partidos políticos são imunes a impostos que incidam sobre seu patrimônio, seus
bens e serviços que desempenham, desde que observados os requisitos de lei, conforme
ressalta o artigo 150, inciso VI, c.
6
MACHADO, Hugo Brito. Curso de Direito Tributário. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
A imunidade tributária dos partidos políticos decorre da imprescindibilidade de sua
autonomia, para se possa impedir que qualquer forma de imposição fiscal venha a coibir sua
liberdade de manifestação que lhes é inerente. Imunes são os bens ou o patrimônio dos
partidos políticos. Os partidos políticos e suas fundações, para gozar da imunidade de
impostos sobre seu patrimônio, rendas e serviços (art. 150, VI, c), devem buscar os seguintes
objetivos específicos: resguardo da soberania nacional, do regime democrático, do
pluripartidarismo e dos direitos fundamentais da pessoa humana; terem caráter nacional; não
receberem recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros ou ficarem
subordinados a estes; prestarem contas à Justiça Eleitoral e terem subordinação estrita à
legalidade (art. 17, CF/88).
O partidarismo político é instituição antiga que representa o meio pelo qual é expressa
a democracia e o liberalismo. Com raízes nacionais a partir do Século XVIII, ganhou feição
constitucional em 1824. A imunidade desses, todavia, somente aparece na Constituição
Federal de 1946 e, é mantida até hoje. Na atual Constituição, encarta no Art. 150, VI, “c”, que
garante a imunidade dos partidos políticos em suas rendas, patrimônios ou serviços tem sua
constitucionalidade inicial de corporificação e não de existência, registrada no Art. 17 do
Código Supremo. Há no citado Artigo 17, moradia de alguns princípios essenciais a própria
finalidade dos partidos políticos e, entre eles o regime democrático, o pluralismo político e,
como não podia deixar de ser, os direitos fundamentais da pessoa humana do qual dentro está
a dignidade da pessoa humana.
Como visto, a imunidade dos partidos, assim reconhecidos, abrangem seu patrimônio,
rendas e, seus serviços. Esses serviços referentes aos partidos políticos em uma interpretação
mais ampla podem ser considerados como tudo aquilo em que presta para informação e
conscientização da população (serviço de informação a disposição ao exercício da
democracia).
O pluralismo político que leva um dos motes dos partidos políticos somente é
reconhecido, desde que haja a devida informação para que a população possa absorver as
ideias e selecionar qual é a melhor escolha para a direção e negócios políticos do país. Não só
em épocas eleitorais, mas principalmente nelas, é que é gerada grande quantidade de
propagandas eleitorais que é alastrada por todo o país. Aqui se começa a explorar um campo
até então pouco discutido na doutrina. Para que essas propagandas políticas possam ser
veiculadas e assimiladas é necessário a edição, feitura e encomenda da arte e produção da
propaganda, que pode ser televisiva ou através de adesivos, folhetos, baners, outdoors entre
outros. Não se está aqui tratando da veiculação da propaganda como acontece com o horário
eleitoral gratuito garantido pela Lei 9.504 de 30 de setembro de 1997, e sim a situação em que
o partido político encomenda a uma agência de propagandas ou quem lhe faça às vezes, a
elaboração e feitura dessa propaganda, mediante o pagamento pelo serviço respectivo.
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado que não integram a
estrutura estatal, mas sua existência é indispensável para o funcionamento da república e da
democracia representativa.
Caso o partido político possuir um imóvel locado a terceiros, este bem permanece
imune ao IPTU, se o valor do aluguel for aplicado nas atividades essenciais da entidade. Este
mesmo entendimento é utilizado pelo Supremo Tribunal Federal para todas as pessoas
jurídicas beneficiarias pela imunidade do art.150, VI, c, da CF.
Por meio do art.14, do Código Tributário Nacional tem a definição de três requisitos
de preenchimento obrigatório para que as entidades façam jus à imunidade:
Nos termos do art. 12, § 1º da lei nº. 9.532/97: ’’ não estão abrangidos pela imunidade
os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de
renda variável ’’
Mais uma vez, os requisitos legais que autorizam a concessão da imunidade estão
previstos no art. 14 do código tributário nacional, a saber:
Não sendo atendido algum requisito legal, a autoridade, competente pode suspender a
aplicação da imunidade (art. 14, § 1º, do CTN)
Importante destacar que as entidades assistenciais são beneficiadas por uma dupla
imunidade. Na medida em que, além de não pagarem nenhum imposto (art. 150, IV, c, da
CF), são também imunes a contribuições sociais. (art. 195, § 7º, da CF ).
Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em
aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável (art. 12, § 1º, da Lei n.9.532/97).
Porém, são imunes, segundo a jurisprudência do STF, as rendas obtidas pela instituição
assistencial decorrentes da cobrança de estacionamento de veículo em área interna da
entidade.
Decisão recente do STF vem estendendo a imunidade também para imóveis locados e
lotes não edificados pertencentes a entidade assistencial.
Embora o art. 146, II, da CF, exija lei complementar para regulamentar limitações
constitucionais ao poder de tributar, o art. 12, § 2º, da lei n. 9.532/97 estabeleceu diversos
requisitos para que entidades assistenciais e educacionais gozem da imunidade:
Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da
Constituição, considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social
que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição
da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins
lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.189-49, de 2001) (Vide Medida
Provisória nº 2158-35, de 2001) (Vide ADI 1802)
a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, exceto
no caso de associações, fundações ou organizações da sociedade civil, sem fins
lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem efetivamente
na gestão executiva e desde que cumpridos os requisitos previstos nos arts. 3o e 16 da
Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, respeitados como limites máximos os valores
praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu
valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata,
com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações; (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os
documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas,
bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar
sua situação patrimonial;
Assim como prevê os requisitos anteriores, o art. 12, § 2º, da lei n. 9.532/97 define
como primeiro requisito para as entidades beneficentes e educacionais gozem de imunidades a
‘’não remuneração, por qualquer forma, de seus dirigentes pelos serviços prestados’’.
Quanto a incidência do IPTU sobre imóveis locados pelas entidades imunes com base
no art.150, VI, c, o STF editou a Sumula Vinculante n. 52: ‘’ ainda quando alugado a terceiros
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art
150, VI, c, da Constituição Federal, desde que os valores dos alugueis seja aplicado nas
atividades para as quais tais entidades foram constituídas”
Análise sobre a jurisprudência acerca do tema:
O caso trazido pelo grupo, trata de uma apelação apresentada pelo Município de Porto
Alegre e pelo Partido Do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB contra uma sentença
que julgou improcedentes os embargos à execução apresentados pelo partido em desfavor do
município.
Na apelação interposta pelo Município, o mesmo sustenta que deve ser majorada a
verba honorária tendo em vista que a fixada na sentença representa valor pouco superior a 1%
do valor da ação. Afirma que devem ser respeitados os limites do Código de Processo Civil.
Tal questão não diz respeito ao presente trabalho.
Como bem visto no decorrer do presente trabalho, é conferido imunidade aos partidos
políticos relativamente aos impostos, devendo abranger não somente os prédios, mas
igualmente o patrimônio, a renda e os serviços “relacionados com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas.”
Na hipótese trazida, o recorrente pretende ver abrangida imunidade à imóvel que se
caracteriza como terreno baldio, o que não deve ser considerado na opinião dos relatores, que
alegam não encontrar amparo legal essa situação.
Como razões de sua apelação, o Embargante alega que sempre resguardou a finalidade
do terreno, qual seja a construção de sua sede. Salienta que, nos termos da sentença, se
alugasse o terreno para uma casa de tolerância ou um depósito de sucatas, seria detentor da
imunidade, o que de longe demonstra a incoerência com a finalidade maior. Aduz que as
obras não foram iniciadas por ausência de recursos financeiros. Assevera que a imunidade
prevista no art. 150 da Constituição Federal não cobre apenas o patrimônio, mas a
universalidade de bens da pessoa de direito público ou entidade. Sustenta que quaisquer
receitas são consideradas imunes, isto é, inclusive o lucro está imune.