Curso de Direito

DIREITO CONSTITUCIONAL I
Teoria do Direito
Constitucional

1
 Preâmbulo
Constitucional

2
 Significado
Preâmbulo, do latim
praeambulu, é a parte
introdutória ou preliminar
de uma Constituição.

3
Preâmbulo
(Imagem extraída da internet)

4
É o documento de
intenções que serve para
certificar a legitimidade e
a origem do novo texto.

5
 Observação
Trata-se, pois, de uma
proclamação de princípios, que
não integra o bloco de
constitucionalidade da Carta de
1988.
Logo, não possui força normativa, sendo
destituído de qualquer cogência. 6
No preâmbulo encontramos
as diretrizes gerais que
inspiraram a feitura de uma
carta maior, as justificativas,
objetivos e finalidades da
nova ordem constituída.
7
Mesmo não fazendo parte do
corpo prescritivo da lex mater,
sintetizam os fins primordiais da
nova ordem implantada,
traçando as diretrizes políticas,
filosóficas e ideológicas do
Estado.
8
 Natureza Jurídica

Existem três teses a respeito da

natureza jurídica do preâmbulo.

9
Tese da irrelevância jurídica
O preâmbulo situa-se fora
do domínio do Direito,
colocando-se no campo
político ou no setor
histórico;
10
 Tese da eficácia idêntica
O preâmbulo é um conjunto
de preceitos jurídicos que
possuem eficácia idêntica à
de qualquer outro
dispositivo da Constituição;
11
 Tese da relevância indireta
O preâmbulo não tem força normativa,
embora provenha do mesmo poder
constituinte originário que elaborou toda
a Constituição. Em certa medida,
fornece-nos critérios para o
entendimento das linhas gerais que
inspiraram o ato de feitura das
constituições.
Tese adotada pelo Supremo Tribunal Federal. 12
O preâmbulo constitui elemento de
interpretação e integração dos
diversos artigos das constituições, a
ponto de dissipar-lhes as dúvidas
práticas, orientando a atividade
política do governo, se, e somente
se, forem concebidos no cômputo
geral da manifestação constituinte
originária.
13
Não há inconstitucionalidade por violação
do preâmbulo

O preâmbulo propriamente dito

não tem força cogente, visto
que não vale como norma
jurídica, tese consagrada na
jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal.
14
 Resultado
Seus princípios não prevalecem diante
do texto expresso da Constituição.
Em virtude de não apresentar força
normativa, não pode ser utilizado
como parâmetro para declarar a
constitucionalidade ou
inconstitucionalidade normativa.

15
 Mensagem Preambular da Constituição de
1988
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
16
 Preâmbulo
 Nós,
 representante do povo brasileiro,
 reunidos em Assembléia Nacional Constituinte
 para instituir um Estado democrático,
 destinado a assegurar o exercício
 dos direitos sociais e individuais,
 a liberdade,
 a segurança,
 o bem estar,
 o desenvolvimento,
 a igualdade
 e a justiça
 como valores supremos
 de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
 fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,
 com a solução pacífica das controvérsias,
 promulgamos,
 sob a proteção de Deus,
17
 a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.
 Algumas observações provêm desse
enunciado:
• O objetivo do preâmbulo da Carta de 1988 foi
assegurar os valores supremos (direitos sociais
e individuais, liberdade, segurança, bem-estar,
desenvolvimento, igualdade e justiça).
• Pela primeira vez a palavra valores aparece em
nossa Constituição.
• O constituinte de 1988 reconheceu que a maior
parte da população brasileira crê em Deus.

18
 Algumas observações provêm desse
enunciado:
• A mensagem preambular priorizou o
pluralismo da sociedade pluralista
(sociedade no sentido de sociedade
política ou Estado), em oposição a
uma sociedade monista (Estado
centralizador e ditatorial), opressiva
das liberdades públicas.
19
 Evocação da divindade

Apenas as Constituições brasileiras

de 1891 e de 1937 deixaram de
rogar a Deus, em razão da
influência do pensamento
positivista; as demais; referiram-se
ao Ser Supremo.
20
A presença de Deus nos
preâmbulos de nossos textos
constitucionais revela a face teísta
de nossa sociedade. O Brasil não é
um país ateu ou agnóstico.
Reverencia ao Senhor, sem que
isso signifique adesão a este ou
àquele movimento religioso.
21
O Deus referido no preâmbulo da
Carta de 1988 é ecumênico. Não
pertence a este ou àquele credo
religioso, pois o Estado brasileiro
não tem religião oficial (é leigo,
laico ou não confessional). Desde o
Texto de 1891, vigora entre nós,
princípio da separação entre Estado
e Igreja.
22
Laicidade não se confunde com laicismo.

Laicidade  significa neutralidade religiosa por parte

do Estado.

Laicismo  atitude de intolerância e hostilidade

estatal em relação às religiões.

A laicidade é a marca da República Federativa do

Brasil, mantendo-se o Estado brasileiro em posição de
neutralidade axiológica, mostrando-se indiferente ao
conteúdo das ideias religiosas.

(cf. voto do Min. Celso de Mello na ADPF 54- anencefalia). 23

 É obrigatório constar no preâmbulo
constitucional a invocação à Divindade?
Segundo a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, não.
Promulgada a Carta de 1988, dos
vinte e cinco Estados membros da
federação brasileira, vinte e quatro
fizeram o chamamento a Deus.
Apenas o Acre não seguiu a tradição.
24
O fato levou o Partido Social Liberal
a ajuizar, na Corte Excelsa, ação
direta de inconstitucionalidade
contra ato da Assembleia Estadual
Constituinte acreana ao argumento
de que ela omitiu a expressão “sob
a proteção de Deus”.
25
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ACRE
PREÂMBULO

A ASSEMBLÉIA ESTADUAL CONSTITUINTE, usando

dos poderes que lhe foram outorgados pela
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, obedecendo ao ideário
democrático, com o pensamento voltado para o
POVO, inspirada nos HERÓIS DA REVOLUÇÃO
ACREANA e SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, promulga
a seguinte CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ACRE.

Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/2000

26
O Preâmbulo
não tem relevância jurídica, não tem força normativa,
não cria direitos ou obrigações, não tem força
obrigatória, serve, apenas, como norte interpretativo
das normas constitucionais.

Por essas características e por não constituir norma

central, a invocação à divindade não é de reprodução
obrigatória nos preâmbulos das Constituições estaduais
e leis orgânicas do DF e dos Municípios.

Conforme visto, o Brasil é um país leigo, laico ou não

confessional, lembrando que Estado laico não significa
Estado ateu.
27
 Referência Bibliográfica
Recomendação de leitura:
1) ADI 2076 / AC - ACRE 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a):  Min. CARLOS VELLOSO
Julgamento:  15/08/2002           Órgão Julgador:  Tribunal
Pleno

2) 3.10. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO

(p. 192 – 202)
Direito Constitucional Esquematizado – Pedro Lenza –
Editora Saraiva.
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 Referência Bibliográfica
1- Curso de Direito Constitucional – Gilmar Ferreira
Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo
Gonet Branco; Editora Saraiva.
2- Curso de Direito Constitucional – Uadi Lammêgo Bulos
– Editora Saraiva.
3- Direito Constitucional Esquematizado – Pedro Lenza –
Editora Saraiva.
OBS.: Material Didático Pedagógico com o propósito de
orientar o aluno, se faz necessário acompanhamento
doutrinário, jurisprudencial e da legislação em vigor.
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