O documento discute os diferentes tipos de eficácia dos direitos humanos: (1) vertical, em que os direitos limitam a atuação do Estado sobre os indivíduos; (2) horizontal, em que os direitos também se aplicam nas relações entre particulares; (3) diagonal, nas relações de trabalho e consumo; e (4) vertical com repercussão lateral, quando o judiciário intervém diante da omissão do legislador para garantir direitos fundamentais.
O documento discute os diferentes tipos de eficácia dos direitos humanos: (1) vertical, em que os direitos limitam a atuação do Estado sobre os indivíduos; (2) horizontal, em que os direitos também se aplicam nas relações entre particulares; (3) diagonal, nas relações de trabalho e consumo; e (4) vertical com repercussão lateral, quando o judiciário intervém diante da omissão do legislador para garantir direitos fundamentais.
O documento discute os diferentes tipos de eficácia dos direitos humanos: (1) vertical, em que os direitos limitam a atuação do Estado sobre os indivíduos; (2) horizontal, em que os direitos também se aplicam nas relações entre particulares; (3) diagonal, nas relações de trabalho e consumo; e (4) vertical com repercussão lateral, quando o judiciário intervém diante da omissão do legislador para garantir direitos fundamentais.
1 ) VERTICAL - oponibilidade dos direitos humanos ao
Estado
2) HORIZONTAL - oponibilidade dos direitos humanos
aos particulares, no âmbito das relações privadas
3) DIAGONAL – relações de trabalho e de consumo
4) VERTICAL COM REPERCUSSÃO LATERAL -jurisdição
1) Eficácia Vertical • É a ideia de que os direitos limitam a atuação do Estado – em suas relações com os indivíduos, o Estado não pode violar os direitos humanos
• Fala-se em eficácia vertical em alusão a posição
de verticalidade que o Estado ocupa em relação ao indivíduo (princípio da supremacia do interesse público), atuando com império, como se estivesse nivelado acima das pessoas. Exemplo: É fortemente visualizada nos direitos civis, concebidos como direitos negativos, que negam a intervenção estatal.
Ex: liberdade de expressão – constitui um limite
à atuação do Estado, que não pode, sob argumento de império, cercear essa liberdade básica das pessoas Resumo: • O Estado, em nome da supremacia do interesse público, pode restringir o direito do particular (sua autonomia da vontade) em prol da coletividade. Ex: desapropriação (art. 5◦, XXIV, CF), poder de polícia. Mas, o indivíduo (titular de direito) também pode acionar o Estado para fazer cessar algum abuso ou ilegalidade, para buscar a realização de um direito fundamental. 2) Eficácia Horizontal ou Externa (Drittwirkung) • É a aplicação dos direitos humanos nas relações entre os particulares, que é regida pela autonomia da vontade privada. • Não existe autonomia da vontade absoluta. • Em suas relações particulares, regidas pelo livre arbítrio de cada um, as pessoas não podem pactuar situações que violem a dignidade humana. • Fala-se em eficácia horizontal, porque as pessoas, nas relações privadas/intersubjetivas, estariam situadas no mesmo nível, em um patamar horizontal. Exemplo: • Recurso Extraordinário 201.819 – o STF afirmou que a exclusão de um sócio de uma entidade associativa deve observar o devido processo legal. • No STF, surgiu a tese de que, como a liberdade associativa é contra estatal, não podendo o Estado interferir no seu exercício, não seria possível interferir nas questões internas das entidades, que são resolvidas no plano privado; mas, por maioria, prevaleceu a tese da eficácia horizontal dos direitos humanos como limite ao poder de exclusão dos associados, capitaneada pelo Min. Gilmar Mendes STF “Os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas poderes públicos, pois também estão direcionados à proteção dos particulares em face dos poderes privados. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Sendo assim, o espaço de autonomia privada conferido às associações está limitado pela observância aos princípios e direitos fundamentais inscritos na Constituição”. (Recurso Extraordinário nº 201.819 - Diário da Justiça - 27/10/2006) Leading case: “CASO LUTH” (Erick Luth x Vit Harlan) Julgado pelo Tribunal Constitucional Alemão em 1958 O caso mais importante da HARLAM ajuizou ação contra LUTH, história do constitucionalismo alegando que o boicote violava a ordem alemão pós-guerra pública (vedado pelo Código Civil alemão). Apesar de condenado nas instâncias inferiores, LUTH recorreu à ERICH LUTH, um judeu, Corte Constitucional Alemã, que decidiu presidente do Clube da que o direito fundamental à liberdade de expressão prevaleceria sobre a regra geral Imprensa, incentivou o boicote prevista no Código que protegia a ordem do filme “Amada Imortal”, pública. Este foi o primeiro caso em que produzido pelo alemão VEIT se decidiu pela aplicação dos direitos HARLAM, defensor do fundamentais nas relações estabelecidas nazismo. entre os particulares. 3) Eficácia Diagonal (Sérgio Gamonal) • Aplicação dos direitos nas relações entre empregado e empregador (subordinação do empregado ao empregador) ou entre consumidor e fornecedor (posição mais vantajosa em relação ao consumidor) • Fundamenta-se na ideia de o empregador ou o fornecedor estariam em um plano mais acima que o do empregado ou consumidor • Quanto mais desigualdade existir na relação privada, maior será a tutela dos direitos fundamentais Exemplo: • Recurso Extraordinário 161.243-6 – discriminação de empregado brasileiro em relação ao empregado francês na empresa “Air France”, mesmo realizando atividades idênticas. Em 1996, o STF determinou a observância do princípio da isonomia, para a extensão a empregado brasileiro dos benefícios previstos em regulamento empresarial que até então eram privativos dos empregados que tivessem a mesma nacionalidade da empresa 4) Eficácia vertical com repercussão lateral (Luiz Guilherme Marinoni) • Surgiu do direito à tutela jurisdicional ante a omissão do legislador em viabilizar direitos fundamentais • Quando o legislador se omite, somente resta recorrer à jurisdição • Se o juiz concluir que o legislador negou proteção normativa ao direito fundamental, deverá determinar medida que implique a efetiva tutela do direito fundamental • A decisão do juiz repercute na relação entre particulares OBS:
• Não confundir o direito à tutela jurisdicional e
o direito que se pretendeu obter em juízo, pois o primeiro dirá respeito à atuação do Estado e o segundo à relação entre os particulares. PROVA (7,0 pontos) • DATA: 25/9/2018
• CONTEÚDO: ✓ Teoria Geral dos Direitos Humanos ✓ Eficácia dos Direitos Humanos
Democracia e Jurisdição Constitucional: a Constituição enquanto fundamento democrático e os limites da Jurisdição Constitucional como mecanismo legitimador de sua atuação