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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
Parte 3

Profª. Liz Rodrigues


Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Classificação dos direitos fundamentais (Novelino):

- Classificação unitária: a semelhança entre os direitos impede a sua classificação


em categorias distintas.

- Classificação dualista: direitos de defesa (liberdades negativas) e direitos


prestacionais (liberdades positivas).

- Classificação trialista: direitos de defesa, direitos a prestações e direitos de


participação.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Direitos de defesa (ou de resistência): sua principal característica é exigir uma


abstenção do Estado, impedindo a sua interferência na autonomia dos indivíduos.
“Limitam o poder estatal com o intuito de preservar as liberdades individuais,
impondo ao Estado o dever de não interferir, não se intrometer, não reprimir e
não censurar” (Novelino).
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Direitos a prestações: impõe um dever de agir ao Estado. Nesse caso, o ente


precisa atuar ativamente para proteger certos bens jurídicos, promove-los ou
garantir as condições para sua fruição.

- As prestações podem ser materiais (oferecimento de bens ou serviços) ou


normativas (dever de criar normas para tutelar determinados interesses).
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Direitos de participação: garantem a participação do cidadão na formação da


vontade política da comunidade e demandam que esta vontade seja respeitada
(Novelino).
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Titularidade dos direitos fundamentais: considerando o reconhecimento da


dignidade humana, não há dúvidas de que todos os seres humanos são titulares
dos direitos fundamentais.

- Observação: na Adi n. 3.510/DF, o STF entendeu que pré-embriões produzidos


por técnicas extracorpóreas de reprodução assistida e ainda não implantados não
são titulares de direitos fundamentais.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Pessoas jurídicas: podem ser titulares de direitos fundamentais compatíveis com a


sua natureza. Súmula 227/STJ: “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

- Pessoas jurídicas de direito público: Branco explica que tem se entendido – com
muitas restrições - que estas entidades gozam de direitos do tipo procedimental
(direito à ampla defesa e ao devido processo legal, por exemplo).
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- Estrangeiros: mesmo sem domicílio no Brasil, “tem direito a todas as prerrogativas


básicas que lhe assegurem a preservação do status libertatis e a observância, pelo
Poder Público, da cláusula constitucional do due process” (HC n. 94.016). São
titulares dos direitos fundamentais considerados emanações necessárias do
princípio da dignidade da pessoa humana (HC n. 94.477). Como regra geral,
direitos políticos e direitos sociais não são estendidos aos não residentes.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Dimensão subjetiva dos direitos fundamentais: nesta perspectiva, os direitos


fundamentais são vistos sob a ótica de seus titulares; trata-se de uma dimensão
clássica, correspondente à ideia liberal dos direitos fundamentais, vistos como
meios de proteção do indivíduo contra a intervenção estatal. O titular do direito
tem a faculdade de fazer valer determinada prerrogativa jurídica (Canotilho),
exigindo uma ação ou abstenção de outrem, a fim de preservar sua situação.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Dimensão objetiva dos direitos fundamentais: sob esta perspectiva, os direitos


fundamentais “não devem ser entendidos apenas como um conjunto de posições
jurídicas conferidas a seus titulares, mas também como um conjunto de regras
impositivas de comportamentos voltadas à proteção e satisfação daqueles direitos
subjetivos conferidos aos indivíduos” (Ramos).
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- Esta dimensão obriga o Estado a respeitar os direitos fundamentais e também o


força a fazê-los respeitados pelos indivíduos entre si (Branco).

- A dimensão objetiva é aquela onde os direitos fundamentais se mostram como


princípios conformadores do como como o Estado que os consagra deve
organizar-se e atuar (Guerra Filho).
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- Dever de prevenção: o Estado tem o dever de criar procedimentos e estruturas


que previnam a ocorrência de violações aos direitos protegidos (CIDH).

- Adoção de medidas de caráter jurídico, político, administrativo e cultural para a


proteção destes direitos.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Eficácia vertical dos direitos fundamentais: estes direitos são entendidos como
limitações ao exercício do poder estatal, pautando as relações entre particulares
e o Estado (em razão da subordinação daqueles a este, nota-se que esta é uma
relação hierarquizada, por isso usa-se a expressão “eficácia vertical”).
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: sob este aspecto, discute-se a


incidência destes direitos nas relações entre particulares.

- Embora oriundos das relações entre o Estado e os indivíduos, não se pode negar
que as violações aos direitos fundamentais também podem ser provocadas por
outros atores e contra estas devem ser protegidos.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: sob este aspecto, discute-se a


incidência destes direitos nas relações entre particulares.

- Embora oriundos das relações entre o Estado e os indivíduos, não se pode negar
que as violações aos direitos fundamentais também podem ser provocadas por
outros atores e contra estas devem ser protegidos.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Branco explica que, no âmbito de relações particulares em que os envolvidos


estejam em relativa igualdade de condições, é necessário fazer uma ponderação
entre os valores envolvidos no caso concreto (concordância prática), de modo a
não sacrificar totalmente nem o direito fundamental nem a autonomia da
vontade.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

- Concorrência de direitos: dois ou mais direitos fundamentais podem ser exercidos


ao mesmo tempo.

- Colisão de direitos fundamentais: dois ou mais direitos entram em conflito. Nesse


caso, é preciso recordar a distinção entre regras e princípios – regras são normas
que exigem, proíbem ou permitem algo de modo categórico e princípios são
normas que “exigem a realização de algo, da melhor forma possível, de acordo
com as possibilidades fáticas e jurídicas” (Canotilho).
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- Conflito entre regras: apenas uma será válida.

- Conflito for entre princípios: faz-se a ponderação, tentando conciliá-los da melhor


forma possível, levando-se em consideração as peculiaridades do caso concreto.

- Critério da proporcionalidade (adequação e necessidade).


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- Princípio da concordância prática: em caso de conflito entre direitos


fundamentais, os bens jurídicos devem ser combinados e coordenados, evitando-
se o sacrifício total de um deles.

- Redução proporcional dos direitos em conflito.

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